1. Spirit Fanfics >
  2. Você Já Foi à Paris? >
  3. Querido Diário - Parte XII

História Você Já Foi à Paris? - Querido Diário - Parte XII


Escrita por: senhoritabombonzinho

Notas do Autor


e ai pessoal
postando antes de sofrer depressao por causa do galão
boa leitura

Capítulo 10 - Querido Diário - Parte XII


Fanfic / Fanfiction Você Já Foi à Paris? - Querido Diário - Parte XII

Sabe diário foi ótimo para minha autoestima dispensar o Julian, eu ainda não acreditava em sua história sobre sua namorada de mentirinha e todo o resto. Eu estava colecionando motivos e evidências para fazer minha cabeça e o meu coração entenderem que ele não presta e que nunca houve nem sequer uma vez um clima de verdade entre a gente, como você sabe ele só estava jogando comigo, mas eu não podia deixa-lo vencer.

Raquel me fez um interrogatório quando eu cheguei em casa e minha única resposta foi: “tô indo dormir.” Não devia explicações detalhadas a ela. Concorda? Eu sei que sim. Vamos em frente.

Sabe diário nas semanas que se seguiram não foi ruim ir ao CT, eu tinha campainha, o Jacques. Ele me fazia rir e tinha ótimos assuntos, me dava ótimas dicas sobre os textos, e até que enfim eu estava participando de uma resenha esportiva. Ele me lembrava o Cadu, principalmente o jeito atencioso. Eu deveria cair de amores por um cara assim, que se importa e que é direito. Era por um cara assim que eu deveria suspirar e esperar uma ligação. Entre várias conversas que tivemos, ele me incentivou a fazer a minha primeira entrevista e enviar para emissora, talvez me dessem a chance de ser mais que uma assistente. Eu não sabia exatamente como fazer, Fiquei receosa havia muito no que se pensar; e se Raquel achasse que eu estava tentando roubar seu lugar ou qualquer coisa desse tipo o negócio ia ficar feio para o meu lado. Eu pensei em tudo, vi todas as possibilidades, tomei coragem e sai perguntando qual jogador estava a fim de falar comigo. Claro que as coisas não  são tão simples; entrevistas tem que ser agendadas, o agente do atleta tem que estar por dentro do que vai rolar nessa conversa e só então ela aconteceria. Caso eu resolva me arriscar, eu precisava me planejar. Isso levou tempo.

Eu já estava me sentindo um tiquinho só menos gringa em Paris, várias coisas eu já fazia por mim mesma como ir comprar uma blusa nova ou até mesmo ir ao banco. Meu francês não estava nem perto de ser razoável, mas eu já conhecia algumas palavras novas. Mesmo me sentindo mais à vontade nada diminuía a minha saudade de casa, nem os meus surtos de madrugada em querer ir embora. Outro país é bem legal, mas nunca é mesmo o lar da gente. Eu odiava sempre ter que procurar palavras para explicar o que soava totalmente natural em português, me cansava ter que andar com o modo tradutor ligado na minha cabeça, é chato não ter as pessoas que eu gosto por perto.

Tá você quer saber do Julian né? Você sempre quer saber dele, parece nem liga para as minhas lamentações, diário. Você já foi mais sensível. Tá, eu vou contar. Porque eu quero, não porque você pediu e porque foi engraçado e meio assustador. Na verdade só foi assustador mesmo, me deixou ainda mais desgraçada da cabeça.

Nossas conversas depois do dia em seu apartamento se limitavam a cumprimentos formais no CT, cheguei a acreditar que ele abriu mão de querer me pegar. Por um lado eu achei foi bom, por outro me senti um tanto chateada. Sabe aquela coisa que fere o orgulho, sabe aquela sensação boa de se sentir desejada? É um porre quando passa. Mas eu ia fazer o que né? Não  era o que eu queria? 

                -“Eu juro que não te entendo Isabel.” - Julian parou em minha frente após sair da academia. Eu estava sentada anotando os compromissos da semana do PSG.

              - “O que foi que eu fiz?” - Eu não escondi minha surpresa. Eu senti as engrenagens da minha cabeça rodarem pelos últimos dias a procura de alguma cagada que eu tenha feito, mas assim no susto, não achei nada que justificasse a frase do alemão.

          - “Eu sei que eu fui um idiota com você, mas uma hora você está a fim de mim e na outra some.” - Ele abaixou o tom de voz.

     - “Gente o que está acontecendo?! Que?” - Eu continuei sem entender.

      - “Você vai até o meu apartamento, deixa pintar um clima e eu acho que alguma coisa vai acontecer e então você some.” - Eu continuei olhando para ele sem saber o que estava acontecendo.

       - “Eu não fiz isso.” - Eu tentei argumentar, mas eu tava sem argumentos, na verdade eu só conseguia olhar para ele com a testa franzida e me perguntando MEU DEUS DO CÉU O QUE EU FIZ PRA ESSE CARA?

      - “Você se acha muito, brasileira.” - senti uma leve arrogância em sua frase. Eu abri a boca para falar alguma coisa e a fechei novamente ainda absorvendo os acontecimentos. Ele saiu pisando duro e eu olhando para os lados tentando encontrar um motivo para tudo isso no vento.

EU O QUE? O choque pelas palavras do alemão me deixaram muda. Ele esperava que algo acontecesse? Jesus me leva para o reino da Glória agora, porque não tenho condições emocionais de seguir nesse mundo. O cara era um babaca, depois me contou uma história duvidosa e eu que me achava muito por aqui? Ah mas não é mesmo, eu não vou deixar isso ficar assim, minha mãe não me criou pra levar um desaforo desses pra casa. Ele me tirou do sério. Eu não me acho não, né diário? Eu até perdi a linha de raciocínio sobre o que eu estava escrevendo, sabe quando tudo que você consegue pensar é: “QUE QUI TA ACONTECENDO AQUI? ALGUÉM ME AJUDA!” juntei meu caderninho e minha caneta, enfiei dentro da bolsa e eu sabia exatamente o que fazer eu sei que o treino acabou e provavelmente ele estaria dispensando, eu não poderia entrar no vestiário e armar um barraco e então eu chamei um táxi, dei o endereço do apartamento de Julian ao motorista. Fiquei esperando em uma cafeteria  bem cara e que só te servem um pouquinho de café. Ficava em frente ao seu apartamento e com sorte ele viria direto para casa após sair do CT. Esperei, esperei, esperei… Até  que finalmente vi seu carro adentrar a garagem, esperei mais vinte minutos, calculei mais ou menos o tempo dele estacionar seu carro e subir para o seu apartamento.

Gente rica é  um porre eu nem ia poder fazer um super barraco de supetão, já  que o porteiro teve que ligar para ele, falar meu nome e perguntar se eu podia subir. Eu rolei os olhos com desdém até que fui liberada para subir. Bati na porta uma vez e ela foi aberta logo em seguida dei de cara com ele que por sua vez cruzou os braços e me encarou de cima. Nem me convidou para entrar.

     -“Você não é  boa demais para falar comigo? - Ele franziu a testa e meu sangue ferveu.

     - “Escuta aqui Julian, eu não me acho e eu nem reparei no que eu estava fazendo. Não quis te ofender ou coisa do tipo. Eu não dei em cima de você, foi exatamente o contrário.” - Na verdade eu até quis causar um poquinho, mas sem comentários. - é  você  que é doido. - eu cruzei os braços também-  “É você que se acha muito bom ficando com várias de uma só vez. Drama não é coisa de mulherzinha?” - eu lhe lancei um olhar rompante.

Ele passou a mão por seu cabelo em um gesto impaciente, achei que ele ia me expulsar do prédio ou algo do tipo, mas pelo contrário, me puxou para dentro do seu apartamento e antes que eu me desse conta seus lábios estavam contra  os meus em um beijo ardente de desejo feroz. Seus braços me mantinham colada ao seu corpo. Isso sim foi um beijo de verdade, meio molhado, mas totalmente gostoso. Ah que merda viu. Quando seus lábios deixaram os meus, eu estava sem fôlego, apenas o fitando enquanto meu peito subia e descia em um ritmo acelerado enquanto eu recuperava o ar. Um sorriso malicioso surgiu em seus lábios, enquanto suas mãos ainda seguravam minha cintura.

      -“Se eu soubesse que daria certo eu teria te deixado nervosa a mais tempo.”

      - “Eu te odeio.” - Eu me desvencilhei de seus braços. - “Você tá sempre jogando comigo. Que droga Draxler, qual é  seu problema, seu idiota?” - Tava irritada ao extremo mesmo. isso foi baixo, até pra ele. Me joga uma coisa nada haver na minha cara e em seguida me solta uma dessas. Eu realmente quis pular no pescoço dele com a faca da cozinha. Mas eu sou pacifista e não posso matar todo idiota que aparece na minha frente.

    - “Calma Isabel.” - Ele levantou os braços se rendendo. -Eu só queria ter alguma desculpa pra falar com você e um pretexto para te beijar.

    -Você é bobo? Vai pra puta que te pariu. - Eu o encarei incrédula, ainda bem que eu podia xingar em português e ele acharia que tava tudo bem.

    - “Eu sei que você está me xingando tem brasileiros no time e eles falam isso sempre.” - a expressão dele era suave. Eu me odeio. - “Eu acho que nós deveríamos parar de fingir que nada está acontecendo…”

     - “Do que você está falando?” - Eu juntei as sobrancelhas.

     - “Nao faz assim Isa, tem alguma coisa entre nós que pode dar liga. Você correspondeu aos meus beijos e eu sei que você gosta.” - Ele pôs as mãos na cintura.

     - “O máximo que acontece entre a gente é uma atraçãozinha. A única coisa que você quer é me levar para cama.” - Eu tava cuspindo marimbondo nem me dei conta do que eu  tava falando.

     - “Você acha que me conhece bem, não é Isabel?” - Ele sorriu sem humor.

     - “Eu conheço suas atitudes e o tipo de cara que você  é.”

     - “Talvez não dê certo mesmo… Aquilo na boate foi só  uma atitude ridícula, uma coisa estúpida que eu achei legal por ter sido aplaudido por meus amigos. Mas eu não sou assim sempre e você age como se soubesse de todos os meus passos, como se você nunca tive errado.”

     - “Eu nunca brinquei com a cabeça nem sentimentos de ninguém, diferente de você.” - Eu me mantive séria, mas eu não gosto muito de discussões desse tipo é muito fácil me fazer chorar.

    - “Está brincando com os meus agora.” - Ele trocou o peso do corpo sobre as pernas e me encarou, antes que ele dissesse mais alguma coisa eu fiz uma coisa que eu sabia que iria me arrepender depois. Fui ao seu encontro, segurei seu rosto e o beijei suavemente, ele correspondeu, embrenhou a mão em meu cabelo, prolongou o contato entre nossas bocas. - “Está vendo como você brinca comigo?” - Ele falou após um tempo, sua testa estava colada na minha.

       - “Cala a boca.”

Eu me arrependi pra caramba por ser tomado por um impulso idiota de querer beijá-lo, meus pensamentos que já estavam uma bagunça se embolaram ainda mais e eu não sabia o que aconteceria a seguir. Foi mais um erro para ser colecionado em minhas memórias de Paris.

      

E nessa loucura de dizer que não te quero
Vou negando as aparências, disfarçando as evidências
Mas para que viver fingindo
Se eu não posso enganar meu coração

 


Notas Finais


ate o proximo
xoxo


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...