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História Você Já Foi à Paris? - Querido Diário - Parte VIII


Escrita por: senhoritabombonzinho

Notas do Autor


Atenção
esse é uma capitulo sad
obrigado pela atenção
boa leitura

Capítulo 6 - Querido Diário - Parte VIII


Fanfic / Fanfiction Você Já Foi à Paris? - Querido Diário - Parte VIII

Ele não me ligou, nem mesmo mandou uma mensagem. Apenas nos encontrávamos nos treinos, então não sei por que fui idiota o suficiente para acreditar que ele entraria em contato ou que... bem, sei lá, algo acontecesse. Como já te disse, querido diário, tenho o péssimo hábito de sonhar acordada, imaginar cenários impossíveis e viver em um mundo de fantasias onde tudo dá certo, até mesmo paixões de Copa do Mundo se transformam em algo mais. Mas a realidade é bem diferente e dolorosa. Por mais que o Julian seja encantador e bonito, ele nunca sentirá o mesmo por mim.

Depois de um mês em Paris, devo admitir que estava me acostumando. Meu inglês havia melhorado consideravelmente e até arriscava algumas palavras em francês, graças à ajuda de Raquel. Estava começando a me familiarizar com a rotina no CT do PSG e, no geral, não podia reclamar. Não estava tudo ruim, exceto pelo fato de ter que conviver constantemente com Julian Draxler, que sempre me cumprimentava com um sorriso quando nos encontrávamos, trocávamos algumas palavras sobre o tempo e ele mencionava que deveríamos sair novamente. No entanto, um convite definitivo nunca se concretizava.

Esse é o problema de aceitar um convite: você pode gostar da experiência, mas nunca sabe se haverá uma segunda vez. Talvez ele tenha me achado chata ou sem graça, mas nunca vou saber ao certo. O que sei é que nunca parei de pensar naquela quase troca de beijos, como se ainda estivesse presa em um conto de fadas.

Apesar da rotina estabelecida em Paris, onde eu frequentava os jogos locais com Raquel e ficava em casa nos jogos em outras cidades, as coisas não estavam ruins. Eu passava a maior parte do tempo sentada à janela, observando o mundo lá fora e pensando na minha casa do outro lado do mundo. No entanto, sempre que algo importante acontecia ou havia um jogo interessante, Raquel me arrastava para o CT ou para o estádio para ajudá-la a produzir uma matéria com sua equipe, o que até era legal.

Mas, querido diário, se você quer mais Julian Draxler em suas páginas, então se prepare para o que vou contar.

Raquel chegou da viagem com o time, radiante pelo sucesso do PSG na Champions League. Ela me pediu para me arrumar e encontrar com ela em uma boate para comemorar. Confesso que não fiquei muito animada com a ideia; nunca fui fã de baladas e, além disso, Raquel estava grávida, o que tornava o convite ainda mais questionável. Mesmo assim, decidi não fazer muitas perguntas e aceitei. Passei um tempo me arrumando, caprichei na maquiagem e nos cachos do meu cabelo, deixando-o do jeito que eu gosto: domado, brilhante e perfumado.

A princípio, parecia uma boa oportunidade para experimentar algo novo. Talvez as baladas parisienses fossem diferentes das poucas que conheci em Minas. Quem sabe seria uma experiência que eu acabasse curtindo. Mas, no fundo, eu tinha minhas dúvidas. As pessoas são diferentes em cada lugar, mas será que o que rola em uma balada realmente muda tanto assim?

Raquel já estava me esperando na entrada da boate, com o convite em mãos e a pulseira que dava acesso ao open bar. Sem muitas explicações, ela apenas disse que eu iria gostar de ver como os jogadores do PSG aproveitavam a noite após uma vitória, e que aquela era a melhor casa noturna da região. Honestamente, eu não entendia muito bem por que precisava ver isso, mas talvez fosse algo extraordinário mesmo. Só por aí, eu já sabia que deveria ter ficado em casa.

A diferença entre essa boate e as que frequentei anteriormente era basicamente o preço dos drinks e o fato de não ter uma área VIP; toda a boate era VIP. De resto, era mais do mesmo: música alta, principalmente eletrônica, pessoas bebendo, mulheres usando vestidos mínimos em busca de atenção, mais bebida, gente dançando, mais bebida, pessoas se agarrando e, é claro, mais bebida. Às vezes me pergunto se as baladas são realmente uma forma saudável de diversão, considerando a necessidade exagerada de atenção e as milhões de fotos postadas nas redes sociais.

Segui Raquel pelo lugar, desviando das pessoas e me sentindo mais do que deslocada. Raquel estava usando um vestido solto que quase não deixava transparecer sua barriga, que já começava a ganhar contornos de gestação. No entanto, isso não a impediu de iniciar uma conversa empolgada com um cara bonitão, me deixando de lado. Não conseguia acreditar que ela ainda curtisse lugares assim, especialmente agora. Enquanto ela se divertia, eu estava à procura de um lugar para me sentar. Um dos poucos espaços vazios que encontrei foi no bar. Enquanto estava ali, fingindo apreciar uma bebida avermelhada que me foi servida, comecei a observar o lugar e percebi que realmente havia muitos rostos conhecidos, jogadores celebrando a vitória.

"Sozinha?" Ouvi uma voz próxima ao meu ouvido, o que me fez recuar rapidamente.

Não estava com vontade de companhia naquele momento. Já estava me preparando para dispensar o cara usando meu inglês, quando percebi que a voz não tinha falado em francês, e então reconheci.

"Julian?" Virei-me para o dono da voz, que sorria segurando um copo.

"Isa, sua amiga me disse que você estava aqui, demorei, mas achei você." - Ele olhou ao redor. - "Não está curtindo?"

"Na verdade não.” mas para socializar: “Claro, aqui é ótimo, adoro essa música." Eu me forcei a tomar um gole da bebida que estava fingindo beber fazia algum tempo.

Querido diário, eu odeio beber. Nunca achei graça no gosto das bebidas, são fortes demais, aquilo desce queimando, e se o gosto já não me agrada, os efeitos muito menos. Além do mais, não fiz o PROERD à toa.

"Quer dançar?" Ele segurou minha mão com sua mão livre.

"Não, eu não danço, desculpa." Pelo amor de Deus, me deixa aqui!

"Qual é, Isa, você disse que gosta da música." Eu vi que seria uma noite mais difícil do que eu imaginei, então estava na hora da roda das desculpas e a mais viável para esse casão era:

"Mas eu não sei dançar." Eu soltei sua mão e fiz minha melhor cara de garota tímida.

"Vem, eu te ensino." A lição que fica é que não dá pra vencer todas com simples desculpas.

Ele deixou seu copo no balcão, tirou o meu da minha mão e o colocou ao lado do seu. Sabe, querido diário, não vale a pena mentir para socializar, porque eu nunca havia ouvido aquela música e fui arrastada para a pista com um monte de gente esfregando em mim, tendo que me mover e ainda sorrir. A música tinha uma batida enjoada, mas era uma batida extremamente... como posso dizer... envolvente? Se é que isso existe.

Para não contrariar o alemão que me tirou do meu reino de solidão no bar e não passar vergonha no meio dos franceses, apenas soltei os ombros e movi meus quadris no ritmo que a música pedia. Logo senti duas mãos em minha cintura; olhei para Julian, questionando de onde surgiu aquela intimidade, mas não falei nada. Tem coisas que não valem o questionamento, até porque quando ele fez isso, uma garota parou de esfregar a bunda em mim.

"Você disse que não sabia dançar." - Sua voz sussurrou perto do meu ouvido, enquanto ainda mantinha suas mãos em minha cintura, e sua respiração enviava arrepios pelo meu pescoço. A situação poderia até ser interessante se não estivéssemos cercados por uma turma animada e um pouco fora de controle por causa do álcool.

"Não costumo dançar em público, nem frequentar baladas." - Respondi, precisando falar perto de seu ouvido para ser ouvida sobre o barulho da música.

Estávamos demasiadamente próximos, quase grudados. Precisei me afastar um pouco para respirar melhor. Fiz um gesto de saída da pista e ele me seguiu. Eu queria água, mas não queria parecer estranha pedindo água em uma balada. Quem vai a uma balada para pedir água, afinal? Então, pedi ao barman a bebida mais suave que eles tinham no bar. O cara me trouxe uma mistura de morango com 51, a famosa cachaça brasileira. Eu, que vim de tão longe, agora estava tomando uma caipirinha de 51? Desde quando isso é considerado suave? Obrigada, universo. Tomei um gole, não saciou minha sede. Era forte. O que eu realmente queria era água.

“E então, está se acostumando mais a Paris?” Pelo visto, ele decidiu mesmo me fazer companhia.

“Mais ou menos.” Encarei minha bebida. “Não é fácil estar tão longe de casa.”

“Eu te entendo. Não posso voltar para a Alemanha quando bem quero. Às vezes isso me irrita.” Pelo menos estávamos tendo uma conversa normal, o que já bastava por enquanto para eu não sair correndo desse lugar que não me agradava nem um pouco.

Enquanto a conversa fluía, eu vasculhava o ambiente em busca de Raquel. Estava farta daquela balada e só queria ir para casa. Já deu né?! Foi então que notei um grupo de rapazes nos observando. Decidi ignorar e me concentrei de volta na conversa com Julian, mas no fundo eu só queria desaparecer dali. Estava me sentindo como minha avó quando minhas primas ligavam o som alto, resmungando sem parar. Aparentemente, eu não nasci para esse tipo de ambiente.

“Você está muito bonita hoje, Isa.” Eu agradeci com um aceno de cabeça. “Adorei seu perfume” Ele puxou seu banco para mais perto do meu. Isso não pode dar certo.

Eu estava tão distante que mal me dei conta dos elogios do alemão. O ambiente estava mexendo até com o meu humor em relação a ele. Enquanto conversávamos e eu não encontrava Raquel em lugar algum, ele já tinha tomado dois drinks, enquanto eu mal havia chegado à metade do meu quase meia hora atrás. Ele começava a ficar animado, e eu me perguntei se isso seria um problema, mas logo lembrei que ele era um adulto e sabia o que estava fazendo. 

Lembra dos rapazes que nos observavam? Pois é, eles não paravam de nos encarar, o que começou a me incomodar profundamente. Não suporto ser encarada, especialmente por estranhos.

“Sabe o que está faltando?” Ele cruzou os braços.

“Eu nem imagino.” Sorri sem mostrar os dentes.

“O beijo que você me deve.”

“Não acho que devamos e…”

Antes que eu pudesse terminar a frase, ele já estava com os lábios colados aos meus. Foi como se o tempo congelasse por um instante, enquanto seus lábios macios exploravam os meus delicadamente, desvendando cada centímetro com uma suavidade envolvente. Ele beijava de uma maneira tão habilidosa que me pegou de surpresa, deixando-me sem palavras. 

Esse momento, tão aguardado e inesperado, aconteceu em meio ao burburinho da balada, onde as luzes coloridas e a música alta formavam um cenário contrastante com a delicadeza daquele beijo. Embora esperasse por esse momento por tanto tempo, a realidade se mostrou um tanto diferente das minhas expectativas exageradas. O gosto do álcool pairava entre nós, e talvez por isso o beijo não tenha sido tão mágico quanto imaginei. Mas ainda assim, foi um beijo intenso, que me deixou sem ar e atônita por alguns instantes.

Quando finalmente nos separamos, pisquei algumas vezes, tentando recobrar os sentidos. Ele recuperou o fôlego e depositou um breve selinho em meus lábios, selando aquele momento de forma suave e cheia de significado.

“Dívida paga?” Eu falei enquanto ele me olhava nos olhos.

"Quase", ele respondeu, tomando mais um gole de sua bebida e sorrindo. A tensão que pairava no ar parecia se dissipar lentamente, substituída por uma espécie de cumplicidade silenciosa entre nós. A sensação de que algo estava prestes a acontecer pairava no ambiente, mas por ora, estávamos ali, desfrutando do momento e da companhia um do outro.

A sensação era indescritível, uma mistura de êxtase e surpresa que inundava todo o meu ser. Por mais que eu esperasse por aquele momento, ele ainda assim me pegou de surpresa, deixando-me completamente fora de mim. Internamente, eu estava gritando em êxtase, celebrando o fato de que o meu amor de Copa do Mundo finalmente tinha me beijado. Era como se a trilha sonora da minha vida estivesse tocando a música mais épica, mesmo que eu estivesse fazendo propaganda inconscientemente para outra emissora. Perdoa-me, ESPN!

Eu precisava sair dali só para me olhar no espelho e ver a minha própria expressão. Nem mesmo a caipifruta que tomei no vira-vira foi capaz de me trazer de volta à realidade. Minhas bochechas estavam quentes, eu não estava me sentindo bem. Era oficial: o alemão havia mexido com meu psicológico, que já não era lá essas coisas.

“Vou ao toalete. Já volto.”Eu murmurei após alguns segundos de silêncio, ainda atordoada pelo momento.

 “Te espero aqui.” Ele respondeu, sorrindo gentilmente.

Entrei no banheiro com um sorriso gigante, mal conseguindo conter a felicidade que inundava meu peito. Encarei meu reflexo no espelho, os olhos brilhantes e os lábios ainda formigando com a lembrança do beijo. Retoquei meu gloss, mas minha mente estava longe dali, perdida nos momentos preciosos que acabara de vivenciar. Apesar de toda a euforia, uma sensação incômoda se insinuava em meu peito. Eu sabia que aquilo era errado, que me permitir envolver mais poderia me levar a problemas sérios, mas havia algo mais que eu precisava confessar sobre essa noite, algo que superava até mesmo o impacto do beijo.

Foi a pior noite em muito tempo. Do paraíso ao inferno em pouquíssimo tempo. Já se sentiu usada, um objeto, apenas por um simples beijo de balada? Pois foi exatamente assim que me senti naquela noite, e isso aconteceu quando eu estava tão longe de casa, das minhas amigas e até mesmo da minha própria mãe.

Quando saí do banheiro, procurei por Julian no bar, mas não o encontrei. Será que eu demorei demais? Lembra daqueles garotos que estavam nos observando? Tenho novidades: eles eram da turma do Julian, comemorando alguma coisa.

Até ali, tudo bem. Estava tudo bem mesmo, até eu ver que eles estavam festejando o alemão enfiando a língua na boca de uma loira oxigenada. Meu mundo parou, caiu e quebrou. Mas já? Não deu nem tempo para eu curtir ou fantasiar algo idiota na minha cabeça. Me senti péssima, a garota mais idiota do universo. Eu estava certa em me manter distante, e tudo que fiz para me aproximar dele foi um tremendo erro.

Voltei ao bar. Só queria encontrar Raquel, só queria ir embora. Mas quando uma merda dessas acontece, tudo só vai de mal a pior. Liguei para o celular dela várias vezes, e ela não atendia. Não a culpo. Com uma música desgraçada daquelas, quem é que ouve um simples toque de celular? Não dava para competir. O jeito era pedir um táxi, mas adivinha só? Meu celular descarregou. Parecia até uma brincadeira de mau gosto.

Querido diário, eu juro que não gosto de beber, mas só de raiva, virei um dose de tequila. Eu me odeio.

Depois de alguns minutos, voltei a andar pela balada em busca da minha amiga. Se é que podemos realmente chamar essa relação de amizade. Amigas não abandonam umas às outras na balada, e o melhor de tudo é que não permitem que cometam erros, como, por exemplo, beijar um idiota e se iludir.

Nada que não esteja ruim pode piorar, certo? Pois bem, eu já havia presenciado esse tipo de cena antes. Como eu disse, as pessoas variam, mas certas coisas em baladas são previsíveis. Só pode estar acontecendo algum tipo de jogo, o mais estúpido do mundo, entre Julian e seus amigos. Porque quando o vi novamente, ele estava agarrado a uma garota de cabelos castanhos lisos. Eu sabia que ele era um idiota, mas não imaginava que seria tão patético a ponto de se comportar assim. Parece que ele só quer pagar de playboy pegador.

Toda aquela conversa, todo o tempo que passamos juntos até agora, parece que foi apenas parte de um jogo para ele, uma forma de me incluir na lista das garotas que ele usou. Foi uma sensação horrível, e senti que iria desabar ali mesmo, mas me segurei. Respirei fundo. Continuei andando. Se o objetivo dele era se tornar o rei da balada, ele conseguiu. Foi devastador perceber que o beijo que eu esperei, que fantasiei, que atribuí um significado especial, foi apenas uma farsa. Apenas eu o vi como algo especial.

Ver ele com outras mexeu comigo de verdade, me senti tola. Eu nunca deveria ter saído de casa hoje. Não queria ter sido usada por esse tipo de cara. Espero que ele tenha azar e se dê mal. Onde diabos está a Raquel? Esta balada nem é tão grande assim, não é possível que ela tenha desaparecido. Eu não aguentaria segurar a barra por muito mais tempo.

Apesar de não me orgulhar disso, em algumas noites uma dose extra de constrangimento não faz diferença. Observando o DJ pulando e mexendo nos botões, vi uma oportunidade desesperada. Lembra daquela sensação de quando éramos crianças e nos perdíamos da mãe no supermercado, e pedíamos para anunciarem no alto-falante que estávamos perdidos? Pois é. Com um monte de mulheres dançando atrás dele e o palco lotado de pessoas se divertindo, não foi difícil chegar lá e pegar o microfone. Minha voz ressoou nos alto-falantes com a seguinte mensagem:

"Raquel, vamos embora pelo amor de Deus. Te espero lá fora."

Depois de entregar o microfone de volta ao DJ, que me encarava como se eu fosse louca, saí da casa noturna. Acho que ninguém nunca havia pegado seu microfone para dizer uma frase em português, e esse pessoal estava tão animado que, quando terminei minha frase, eles gritaram um super "UHUUUUUUU". Nem sabiam o que eu havia dito e estavam gritando em apoio, ou sei lá. Realmente, não tenho paciência para esse tipo de coisa.

Andei de um lado para o outro na calçada, impaciente, esperando por Raquel. Quando ela finalmente apareceu, me olhou de um jeito engraçado.

“O que foi aquilo, o que aconteceu? Você está drogada?” Ela perguntou, visivelmente preocupada.

“Não, não estou drogada. Só vamos embora, ok? Se você não quiser ir, é só chamar um táxi para mim, tudo bem?” Respondi, tentando disfarçar minha agitação.

“Por que essa cara de choro, Isabel?” Raquel tirou o celular de sua bolsa.

“Eu não deveria ter vindo aqui.”

“Calma, me conta o que aconteceu. Vou chamar um táxi e vamos embora.”

Depois de chegar em casa, não contei a ela o que aconteceu. Não queria abordar o assunto, então fui forçada a ouvir sobre o quanto a noite dela tinha sido interessante com o francês que ela conheceu. Eu apenas assentia, mas por dentro, queria mesmo era poder mandá-la calar a boca. É uma droga não ter alguém que te conhece bem o suficiente para oferecer um ombro amigo em momentos como esse. Querido diário, depois de remover a maquiagem e tomar um banho, finalmente me deitei na cama e instantaneamente molhei meu travesseiro com algumas lágrimas silenciosas.

É difícil admitir, mas aquela noite me fez perceber que não deveria desperdiçar minhas lágrimas com alguém que não as merece. Doeu muito ser usada daquela maneira. Nunca me senti tão solitária naquele lugar, nunca desejei tanto estar em casa. Foi um choque perceber que chegou a hora de abandonar meu mundinho de fantasias e aceitar que a vida real não é como nos livros ou filmes. As pessoas podem ser cruéis e egoístas, e não podemos esperar por príncipes encantados ou beijos mágicos em uma noite em Paris.

Após um mês em Paris, encontrei refúgio na música, mais especificamente nas canções de Tiê, uma artista brasileira cujas melodias sensíveis e letras profundas sempre me tocaram. Naquela noite interminável, as músicas dela se tornaram meu consolo, acompanhando minhas lágrimas e reflexões solitárias.

E quando chega a noite e eu não consigo dormir
Meu coração acelera e eu sozinha aqui

(...)
Me perdi no que era real e no que eu inventei


Notas Finais


até o proximo
xoxo


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