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História Você Não Está Só - O Baixinho Bipolar


Escrita por: Moyashii

Notas do Autor


Bom, essa é minha primeira fic do BTS, mas eu já escrevi várias de Animes e Originais, no caso, a minha fic mais conhecida é O Cheiro da Lua, mas voltando a essa fic.
Normalmente escrevo mais de 2k de palavras e vou postar a cada cinco dias, devido a faculdade e ao meu canal de kpop do Youtube, que pretendo deixar o link nas notas finais.

Boa leitura e espero que gostem.

Capítulo 1 - O Baixinho Bipolar



Sook

Seul, 02 de março de 2015


- Aqui na Hanyang vocês irão aprender a ultrapassar os seus limites, o campus está preparado para atender à todas as necessidades dos nossos estudantes. - um dos reitores da faculdade discursa empolgado.


Enquanto eu, cabisbaixa encaro as minhas unhas perfeitamente pintadas e arrumadas, mordo o lábio inferior nervosamente olhando rapidamente para os lados. 


- Você deveria ser mais feminina! - diz antes de jogar um pouco de dinheiro aos meus pés. - Pegue esse dinheiro e vá dar um trato nessas unhas e nesse cabelo!


Nunca fui uma garota preocupada com aparência, não que eu me vestisse de qualquer jeito ou não escovasse o cabelo, eu só não era o tipo de garota que ía toda semana à cabeleireira ou que se maquiava todos os santos dias.


Mas digamos que Junsu não ficou contente em rever uma filha que mais parecia um mendigo, e sim, no masculino. Cuidar da sua mãe com câncer e trabalhar meio período para poder pagar as despesas da casa, comida e os remédios... Não te deixa com muito tempo para gastar com coisas supérfluas como unhas, cabelo e roupas.


- Bem vindos à Hanyang University! - o reitor nos dá um sorriso contido e todos os estudantes aplaudem animados.


Todos os estudantes seguem em fila e o barulho da conversa faz eu me sentir a excluída. Eu não era muito popular na minha antiga escola, mas eu tinha o meu círculo de amigos, só é uma pena que eu não possa mais os ver.


Suspiro cansada e continuo andando devagar, tentando sair daquele alvoroço. Por que raios eu tinha que ter uma história tão complicada?
- Ei, achei mais uma, gente! - um garoto bem alto segurava o meu pulso enquanto pulava e acenava para alguém. - Achou que fosse escapar? - ele nega com o indicador enquanto faz um bico.


Ergo os olhos e percebo que seu cabelo é ruivo, num tom que combinou bastante com os seus olhos. Então ele sorri para mim, um sorriso que poderia ser considerado estranho por ser quadrado, eu diria, mas confesso que achei único e muito bonito.


- Oh, você é tão pequena. - ele diz ainda sorrindo e me dá dois leves tapas no topo da cabeça. - Tão fofa!


- Não sou pequena. - toda a sua beleza de agora a pouco e a minha boa primeira impressão estavam indo embora devido ao seu comentário desnecessário sobre a minha altura. - Você é que é muito alto. 


Puxo o braço e ele me solta, mas acabo batendo o outro braço em, ao que parece, um dos seus amigos. 


- Jiminnie! - o ruivo grita e eu me encolho, essa criatura tem uma voz poderosa. - Sabia que no fundo você queria dar uns trotes numas novatas!


- Aish, Tae, como você é barulhento, garoto. - o outro revira os olhos para depois me encarar. - E você seria quem?


- M-Min Sook. - dou um passo para longe dos dois. - Desculpe por esbarrar em você. - digo envergonhada.


- Você viu, Jiminnie?! - o tal Tae grita mais uma vez me fazendo dar um pulo. - Ela é menor do que você. - coloca seu sorriso quadrado.


- O que você quis dizer com isso, seu moleque? - o menor parece ficar tão frustado quanto eu quando se fala de altura. - Só porque eu sou menor do que você, não quer dizer que eu seja pequeno! - cruza os braços.


- Na verdade... - o ruivo ergue um dedo como se fosse começar um argumento, mas é cortado.


- Chega, Taehyung. - o tal Jiminnie suspira e se vira para mim. - Enfim, vai fazer qual curso, novata?


- B-Biomedicina. - por que raios eu estava gaguejando? Talvez porque o garoto a minha frente seja o meu tipo ideal.


Ele não era muito alto nem magricelo, tinha um corpo malhado pelo que deu para ver pela sua regata, e mais cedo quando eles discutiam consegui reparar que as suas coxas estavam deliciosamente apertadas naquela calça jeans rasgada nos joelhos. Mencionei que ele tinha cabelo preto e lábios tentadoramente carnudos?


- Está sonhando com o quê? - o moreno me dá um peteleco na testa. - Comigo por acaso? - e sorriu convencido ao ver as minhas bochechas corarem.


- E por que eu sonharia com um baixinho? - massegeio o local dolorido e rebato.


- OHHHH! - Tae bate palmas muito feliz. - Eu já a adoro, será minha protegida!


- Como assim sua, Taehyung?! - um garoto de cabelo castanho chega com um grupo de alunos novos. - Nós combinamos que só vamos escolher os protegidos depois!


- Mas eu tenho prioridade! - o ruivo faz um bico e me puxa esmagando-me num abraço. - Afinal eu fui o veterano de vocês dois. - sorri maliciosamente.


- Aigo. Não me lembre desse tempo sombrio. - o moreno fingi ter um calafrio. 


Tanto o ruivo quanto o acastanhado começam a rir e nisso consigo escapar daquele abraço de urso, ajeito os óculos que quase caíram do meu rosto e os observo. Não me levem a mal, eles são sim um trio de pecados, mas uma menina tem que saber se preservar e não cair em tentação.


- Bom, está na hora de irmos arrecadar alguns trocados, certo novatos? - o moreno sorri fofo, sendo que até agora parecia um pequeno safado.
Preciso ficar de olho nesse aí, para fins de autopreservação, é claro, não para desejá-lo todos os dias enquanto eu estiver nessa faculdade.


#


Alguém pode me explicar como conseguimos tanto dinheiro só pedindo num farol e numa praça? Eu passei uma tarde inteira pedindo dinheiro para motoristas estressados e pessoas apressadas passando por uma praça, e surpreendentemente todos os novatos arrecadaram juntos o suficiente para os veteranos nos pagarem um jantar e ainda sobrou uma boa quantia para bebibas e afins.


- Hoje é dia de celebrar! - Hoseok ou Hobi, como gostava de ser chamado, estava muito feliz.


- Calma lá! - Tae se levantou e todos ficaram quietos. - Temos que fazer aquilo, pessoal.


- Ohhh, isso vai ser interessante. - Jimin que estava um pouco mais animado do que quando o conheci, pronuncia-se.


- Vamos anunciar aqui a garota e o garoto que lucraram mais hoje. - afirma como se fosse algo sensacional. - Toquem os tambores.


Tanto Jimin quando Hobi começaram a batucar na mesa, cada um dos novatos se olhavam ansiosamente. Eu apostava que aquela menina do decote indecente havia arrecadado mais do que todas nós e que aquele garoto loiro tinha ganhado.


- Jeon Jungkook, representando os meninos! - Tae anuncia e as meninas surtam em gritos fazendo o pobre do garoto se encolher. - E representando as meninas, Min Sook!


É O QUÊ?! Fiquei tão chocada que não ouvi o que as meninas falavam muito menos o que os meninos falavam. Só voltei a mim quando Taehyung nos fez levantar e sentarmos um do lado do outro e entre ele e Jimin.


- Quem diria, não é mesmo, pequena? - o moreno zomba.


E lá se foi a magia.


- Para de se achar, baixinho. - encaro-o e disputamos um olhar mortal.


- Olhe como fala com o seu oppa. - diz com um sorriso convencido.


- Que pena que você não é o meu oppa. - faço um bico fingido. - Tae me contou que vocês dois são de 95, e espera, ele mencionou algo de eu ser mais velha... porque assim eu sou de janeiro.


A sua cara de surpresa fez tudo valer a pena, sorrio por fim e ele resmunga alguma coisa antes de voltar a comer. Então sinto-me vitoriosa e aproveito do banquete, e quando estava começando a me sentir satisfeita, percebo que o garoto ao meu lado parece incomodado.


- Jung... - qual era o nome mesmo?


- Jungkook. - diz e me fita com olhos atentos.


- Oh. - minha boca faz um pequeno O. - Bom, está tudo bem com você?


- S-Sim. - assente meio sem jeito. - Eu só não sei como me comportar nessas ocasiões.


- Ahhh, você não precisa se preocupar com isso. - sorrio. - Só seja você mesmo, Jungkook.


- Acho que você está certa, Sook noona. - dá um sorriso fraco e noto que tem boa memória.


Percebo de imediato que ele não é daqui e que não é muito de se socializar, mas quem sou eu para julgar? Não fiz amizade com ninguém ainda, tirando os três patetas.


- Você é daqui, Sook noona? - pergunta ainda sem tirar os olhos de mim.


- Não. - nego. - Mas estou morando em um dos prédios a uns quinze minutos daqui.


- Entendi. - afirma. - Eu também não sou, na verdade, estou morando no dormitório da faculdade.


E lá vinha aquele olhar de abandono que eu não sabia como ignorar, esse era o meu maior ponto fraco: as pessoas carentes. Já estava disposta a falar para sermos amigos ou que eu cuidaria dele como uma irmã mais velha quando um certo Hobi deu um grito daqueles que te deixa surdo por alguns segundos.


- HOSEOK DO CÉU! - Jimin grita de volta e fico surda por alguns segundos a mais. 


- Desculpe. - Hobi coloca a mão na boca enquanto ri escandalosamente.


- Ele bebeu? - pergunto ao moreno que me encara com uma sobrancelha erguida.


- Eu realmente espero que não muito. - afirma com um suspiro. - Não quero ter que dirigir hoje. - massageia o pescoço e faz uma careta.


- Hobi Hobi! - Hobi se pronuncia, dessa vez menos alto e se levanta. - Esquecemos de falar o prêmio dos lucradores do dia!


- Ohhh, verdade. - agora Tae se levanta. - Vocês podem escolher o veterano de vocês, ao invés da gente escolher vocês.


- E por que temos que ter um veterano? - o garoto loiro cruza os braços e ergue uma sobrancelha.


- Porque quando você precisar de ajuda, os veteranos podem ser muito legais ou não. - Jimin dá uma risadinha. - Só escolham, novatos.


Vamos avaliar as opções já que não vejo um futuro muito brilhante para uma pessoa com esses três de inimigos. Não que eu os vejo praticando bullying, mas não quero ser atormentada por um Hobi sorridente nem um Tae tagarela ou um Jimin convencido todos os dias. Posso pelo menos escolher só um para me atazanar pelo ano todo.


- Jimin. - digo do nada e todos, sem uma única exceção me encaram. - O-O que foi?


- Pensei que você fosse escolher o Tae. - o próprio Jimin diz e pela primeira vez o vi realmente surpreso e sem gracinhas. - Fiquei feliz. - sorriu e eu corei.


Pois esse sorriso não era aquele convencido ou o malicioso, era o sorriso que vi mais cedo enquanto pedia dinheiro. O sorriso mais lindo e fofo que já vi, seus dentes branquinhos se mostram enquanto suas bochechas gordinhas se levantam e seus olhos praticamente se fecham.


- E você, Jungkook? - Tae faz uma voz manhosa de quem foi traído. - Já que a Sook me abandonou, você...


- Jimin. - diz simplesmente enquanto encara o prato a sua frente.


- Waahh! - Tae faz uma cara de desanimo, mas que ficou extremamente engraçada fazendo todos rirem, menos o tímido Jungkook.


- Não se preocupe, Jungkook, ele só está brincando. - afirmo e lhe faço um afago no cabelo, que era vermelho como fogo. - Aliás, bonita cor de cabelo.


Ele ergue o rosto rapidamente e suas bochechas começam a ficar rosadas, Deus, que menino fofo. Posso adotá-lo?


#


Chego em casa tarde e isso não pareceu deixar Junsu muito feliz, engulo em seco enquanto ele se ajeita no sofá e começa a me dar inúmeros sermões sobre uma garota não poder andar sozinha de noite, não poder ficar se engraçando com os veteranos e não se esquecer que está aqui para estudar não vagabundiar.


- Eu sei, Junsu, sinto muito. - afirmo cabisbaixa e ele me manda ir dormir.


Entro no meu quarto e jogo a bolsa na cama, fecho a porta e me encosto na mesma. Coloco a mão no peito me sentindo um lixo por receber aquele olhar de decepção vindo dele. 


Respiro fundo e decido tomar um banho rápido antes de me deitar, e assim o faço. E quando finalmente me deito na cama, o sono me abandona, deixando-me a encarar o teto do quarto.


Faziam seis meses que mamãe havia morrido, mas a dor permanecia fincada em meu peito como se nunca fosse me deixar em paz. Foram dois anos de luta para viver, dois anos cheios de choro e angústia, da minha parte é claro, pois não havia um dia em que a dona Fumiko não dizia como o dia estava lindo ou como eu cozinhava bem ou como eu era o seu orgulho.


Só percebo que estou chorando quando sinto as lágrimas descerem pelo lado do meu rosto, sento-me na cama e as enxugo. Ela não gostaria de me ver chorando, ainda mais agora que eu estava pronta para seguir o meu sonho. Um sonho que parecia impossível quando soubemos da sua doença que já estava avançada. Um maldito câncer no cérebro, foi isso que tirou a mulher mais doce do mundo de mim. 


E ela sabia... Um dia antes de falecer, ela me contou tudo sobre o meu pai, que é esse homem que agora me sustenta e paga os meus estudos. Na verdade, não sei o motivo de ele me ajudar já que eu fui um erro, uma camisinha furada talvez. Ele e minha mãe tinham um caso, sendo que ele era casado, informação que ele não pensou em oferecer a Fumiko.


Junsu, meu pai, tinha mulher e um filho de quase dois anos quando eu nasci, e bem, ele não pensou duas vezes quando decidiu escolher entre uma das duas mulheres. Talvez seja por isso que ele "cuide" de mim agora, sente-se culpado por ter nos abandonado.


Afinal, minha mãe era japonesa e morava sozinha na Coreia quando o conheceu. Ele estava numa viagem de negócios. Deus, quando ela me contou toda a história, eu senti tanta raiva e tristeza ao mesmo tempo. Raiva por ele não estar presente, porque com o seu dinheiro ela poderia tentar uma cirurgia, e tristeza por saber que eu era um erro.


- Nunca mais fale isso, Sook! - minha mãe ergueu o meu rosto. - Você é a melhor coisa que poderia ter acontecido na minha vida, querida.


Seco as últimas lágrimas prometendo silenciosamente que seria mais forte de agora em diante e que um dia esse homem, que era o meu pai, olharia-me com orgulho. Volto a me deitar e por algum motivo lembro-me do que o coelhinho disse enquanto estávamos voltando no carro dos veteranos.

Ah, como é bom ser mais novo, conseguir dormir em qualquer lugar e em qualquer posição. Jungkook parecia adormecer com a cabeça encostada em meu ombro.


- Sook noona. - diz e me surpreendo.


- Sim? - murmuro e ele ergue o rosto, fitando-me.


- Você se importaria se eu almoçasse com você amanhã? - ele lambe os lábios meio nervoso. 


- Jungkook, eu...


- Não é nada do que você está pensando. - ele diz um pouco alto e os dois na frente nos encaram, mas depois voltam a conversar e ouvir música enquanto o Hobi permanece capotado ao lado do Jungkook. - É que você me lembra a minha irmã mais velha.


Tudo estava explicado agora e incrivelmente fiquei feliz com isso, tanto que acabei sorrindo.


- Tudo bem, Jungkook, pode almoçar comigo. - aperto uma das suas bochechas. - Mas só se você me prometer que vai se esforçar para fazer amigos.


- Eu prometo. - ele sorri de verdade pela primeira vez na noite e vejo seus dentinhos de coelho.


Viro de lado na cama, relembrando cada um dos momentos de hoje e admito que não foi tão ruim assim. 
- Amanhã será ainda melhor. - digo antes de finalmente conseguir dormir.


#


Seul, 03 de março de 2015


Por um milagre divino eu não me atrasei para a primeira aula, porque foi muito difícil levantar da cama quando seus joelhos protestam e seu corpo pergunta o que raios você fez no dia anterior?


- Aqueles veteranos malditos. - resmungo assim que estou prestes a entrar no prédio do meu curso.


- Chamou, novata? - eu conhecia muito bem essa voz com tom de deboche.


- Bom dia, Jiminnie. - ofereço-lhe um sorriso forçado. 


- Alguém acordou de mau humor, hein? - ele ri e se aproxima. - Sonhou comigo e não conseguiu saciar o desejo?


Sinto meu corpo queimar diante tal comentário.


- Ora seu... - ele puxa a minha bochecha me impedindo de falar. 


- Ahhh, como eu vou amar ter você como minha protegida. - ele sorri e solta a minha bochecha agora dolorida. - Boa aula, pequena.


- Não sou pequena, seu baixinho. - respondo e me viro para subir as escadas.


- O QUE VOCÊ DISSE, SUA ATREVIDA?! - ele rosna e sai batendo o pé quando não o respondo.


E assim que termino de subir as escadas, permito-me rir. Talvez, só talvez, o ano ao lado de Park Jimin seria divertido. Recomponho-me e rapidamente acho a minha sala, entro e me sento um pouco na frente, ajeito os óculos, uma mania minha antes de começar a estudar para valer.
Infelizmente, todas as aulas da manhã foram incrivelmente chatas, todos os professores falaram sobre o que eles gostavam e o que odiavam, e como a matéria funcionava em questão de notas e pesos. 


- Te achei. - o coelhinho senta-se ao meu lado com um sorriso que eu retribuo. - Como foram as aulas, noona?


- Aulas? - reviro os olhos. - Achei que estava numa aula gravada onde todos os professores apresentavam suas matérias. 


- As minhas também foram assim. - ele dá uma risadinha e começa a comer.


- E como pode estar tão animado? - pergunto chocada. - Minha alma parece que foi sugada e na minha mente só tem: provas, trabalhos, notas e pesos. - choramingo.


- É que eu fiquei desenhando ao invés de prestar atenção. - suas bochechas coram.


Nada mais do que o esperado de um aluno de arquitetura.


- Mas você é muito corajosa de fazer biomedicina. - tenta me animar. - Você poderia ser modelo.


- Oi? - quase engasgo com a comida. - Eu?


- Aham. - assente meio confuso por eu estar chocada. - Você é muito bonita, até parece uma boneca.


- Do que os meus dois protegidos estão conversando? - sinto alguém sentar ao meu lado.


Por que raios ele tinha que sentar justo ao meu lado? Sook, só pare de reclamar, tem um deus grego sentado ao seu lado então aproveite.


- Eu disse que a Sook poderia ser modelo ao invés de fazer algo difícil como biomedicina. - Jungkook conta antes que eu possa impedí-lo.


Já estava esperando a zoeira, o famoso comentário com algo sobre a minha altura como "mas eles aceitam modelos baixinhas?".
- Deixe-me ver. - Jimin segura o meu queixo e me vira para si.


Perco o ar quando vejo como nossos rosto estão próximos e como seu olhar é intenso. Desvio o olhar e volto a comer como se nada tivesse acontecido, quer dizer, eu tento fingir que está tudo bem.


- O pirralho tem razão. - ele diz e Jungkook bate palmas de um jeito engraçado. - Você é muito bonita e tem um corpo bonito para uma modelo.
Deus, onde eu posso enfiar a minha cara agora? Ou melhor, quando poderei matar o coelhinho sem ir para o inferno?


#


O sol ainda estava no céu na hora em que as minhas aulas da tarde acabaram, mas como esperado do último mês de inverno, o frio já começava a dar as caras juntamente do leve vento que estava cortando as minhas bochechas.


Devia ter trazido o cachecol e o gorro, Deus, como pude me esquecer deles? Minha mãe teria me lembrado, com certeza. Solto uma lufada de ar e posso ver a fumaça de ar quente ser engolida pelo ar frio.


- Achei que nunca fosse sair. 


Ergo o rosto e paro de esfregar as mãos ao me deparar com um Park Jimin parado na entrada da faculdade, esperando-me. Aproximo-me antes que eu acabe soltando algum dos meus pensamentos de como ele ficou incrivelmente sexy com essa calça preta, essa blusa branca de manga comprida e esse gorro preto.


- Você nunca vai parar de sonhar comigo? - novamente seu sorriso convencido aparece.


- Aish. - reviro os olhos. - Por que você tem que ser tão bipolar?


- Eu? Bipolar? - ele joga a cabeça para trás e ri alto. - Falou a garota que sonha com o veterano, mas finge que o odeia.


- Eu. Não. Sonho. Com. Você. - ainda, mas ele não precisa saber disso. - E eu nunca disse que te odeio. - ergo uma sobrancelha. - Só às vezes tenho vontade de te estrangular.


- Nada demais, certo? - agora é ele quem revira os olhos. - Bom, vamos?


Qual era o problema de Park Jimin? Ele fica me esperando para irmos a algum lugar, o qual eu não fui informada. E antes disso, fica me provocando, como se já não fosse suficiente ele ser a tentação em pessoa.


- Vou te levar até a sua casa. - diz como se fosse o óbvio. - Ou achou que eu deixaria a minha protegida ir sozinha no seu primeiro dia?


- Tá. - deixo a palavra sair com um tom desconfiado. - É por ali. - aponto.


Jimin sorri animado e começamos a andar um do lado do outro, e várias coisas passam pela minha cabeça, desde coisas ruins a coisas muito boas, mas eu descarto todas antes que eu surte e diga tudo em voz alta.


- Jungkook me disse que você não é daqui. - comenta. - Você é de onde?


- Sou de Busan. - digo ao colocar as mãos dentro dos bolsos do casaco. 


- Hmmm... - vejo-o fazer um pequeno bico. - Também sou de lá.


- Sério? - olho-o de cima a baixo.


- Por que a surpresa? - ele ri.


- Bom... Você não parece confundir o dialeto e não te vejo como um cara de Busan. - explico ao erguer os ombros.


- Eu confundia no começo, bastante pra ser sincero. - suas bochechas ficam um pouco vermelhas e algo me diz que não é do frio. - E eu sou um cara de Busan.


- Justo. - assinto. - Mas a gente devia morar em lados opostos de Busan, por que eu nunca vi um cara como você por lá.


- Aigo! Como você é maldosa. - ele choraminga. 


- Não sou maldosa, sou sincera. - volto a olhar pra frente e percebo que metade do caminho já foi. - É só que a maioria dos caras que eu conhecia e via eram magricelos e altos.


Então ele para me deixando dar uns dois passos sozinhas. Sério que ele iria fazer birra nesse frio? 


- Fala sério, Jimin... - eu me viro e solto um grito assim que ele me segura pela cintura e me joga em seu ombro. - O que raios você está fazendo?!


- Te castigando. - fala sério.


Bufo e arrumo os óculos antes de lhe dar alguns socos nas costas, porém como eu já suspeitava Jimin é forte e o que era aquela bunda? Agora ele havia conseguido estar no topo da minha lista de caras que eu teria um caso sem reclamar.


- Até que não é bem um castigo, agora você vai poder sonhar com a minha bunda também. - dá risada.


Ok, ele talvez não esteja tão no topo, mas entre as três primeiras colocações. Gente, ele está competindo com o Xiumin do EXO e o Wonho do MONSTA X.


- Perdeu a língua? - indaga com a voz brincalhona.


De repente estou no chão de novo, e antes que eu me recupere, suas mãos arrumam os meus óculos me deixando envergonhada. Maldito garoto bipolar.


- Minha casa é naquela esquina. - consigo dizer sem gaguejar. Ponto para mim. - Obrigada por ter me acompanhado.


- Eu vou com você até lá. - afirma com um sorriso rápido.


Voltamos a andar e assim que chegamos na porta de casa, viro-me para encará-lo e já estava disposta a ser gentil e lhe oferecer algo, porém mudei de ideia ao ver o seu sorriso convencido. Na verdade, era hora de me vingar.


- Jimin, se você queria saber o meu endereço era só ter perguntado, não precisava fingir que era uma obrigação o veterano trazer a sua "protegida". - faço os aspas com os dedos.


- Aish. Como você é convencida. - cruza os braços, mas as suas bochechas vermelhas o denunciam. - E-Eu só queria ser gentil com você, porque o Jungkook...


- Ahhh, você andou falando bastante com o Jungkook sobre mim, não é? - sorrio maliciosamente.


Estava me sentindo o máximo até que o vi morder o lábio e desviar os olhos, Park Jimin estava interessado e eu não sabia como reagir a isso. Na verdade, Junsu havia deixado bem claro que eu não poderia sonhar em me relacionar com alguém enquanto morasse sob o seu teto.


- Novamente agradeço por ter me acompanhado até em casa. - despeço-me com um aceno e abro a porta. 


- Sook. - paro sem olhá-lo. - Tenha bons sonhos comigo. 


Viro-me apenas para ver o que já sabia, o tal conhecido sorriso convencido.


- Baka*! - grito antes de entrar em casa e fechar a porta.


Cerro os punhos, pois ainda posso ouví-lo rir de mim. Aish, maldito garoto bipolar.


Notas Finais


[Dicio. Jap]
* Baka = Idiota

E aí, o que acharam do nosso ChimChim bipolar? haha'

Ahh, o link do canal do youtube: https://www.youtube.com/channel/UCVCXjsIRTHTxWdYi3w6AeJg

Outra coisa, os nomes das faculdades realmente existem, eu pesquisei certinho e vi os cursos que existiam, eu só não sei se na Coreia eles também fazem trote, eu imagino que não, mas fiz mesmo assim ^^


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