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História Você Não Está Só - O Baixinho Convencido


Escrita por: Moyashii

Notas do Autor


Uhuu, cheguei no dia certo hahaha

Boa leitura

Capítulo 3 - O Baixinho Convencido



Sook

Seul, 07 de março de 2015

Não é hora de se preocupar com o que acabou de acontecer, repito mentalmente enquanto o elevador sobe. 

- E você não estragou a festa, estava sem graça mesmo, porque não tinha você lá.

- Ele devia estar brincando comigo que nem no dia em que ele me trouxe até em casa. - concluo sozinha. - Só pode ser isso.

Já eram mais de duas horas da manhã quando cheguei ao apartamento, tranco a porta com cuidado e ando como se o chão fosse feito de vidro para não fazer barulho. Mas assim que passo pela entrada da cozinha, ouço uma voz masculina me chamar.

- Onde a mocinha estava? 

Respiro fundo e viro-me para encará-lo, Junsu está só com a calça do pijama e tem uma garrafa de bebida em mãos.

- Me responda! - ele grita e eu tomo um susto.

- E-Eu estava ajudando um amigo. - opto por dizer a verdade. - Me ligaram do celular dele pedindo por ajuda e eu...

- O que eu disse sobre festas? - pergunta dando um passo na minha direção. - HEIN?

- D-Disse que estou proibida de sair em qualquer tipo de festa. - engulo em seco, mas mantenho a cabeça erguida.

- E o que eu disse sobre você sair com homens? 

- Mas eu não estou...

- MENTIRA! - o tapa foi tão inesperado que perdi o equilíbrio e caí. - Quem era aquele garoto que te trouxe de carro?

- Ele só me deu uma carona. - coloco a mão na bochecha dolorida. 

Nunca imaginei que Junsu seria capaz de me bater. 

- Vagabundiar tem outro nome agora? - então ele se aproxima e eu arregalo os olhos.

Tento levantar antes que ele me toque, mas sua mão se fecha em meu cabelo puxando-me para cima.

- Você acha que pode aparecer na minha vida e me foder, garota? - mesmo depois que estou de pé, ele não solta o meu cabelo. - HEIN?

- Eu sinto muito. - sinto meus olhos se encherem de lágrimas devido à dor e ao medo.

- Eu não quero saber de uma vadia que vai sujar o nome da minha família, entendeu?! - grita com a boca colada em minha bochecha e quase vomito com o cheiro de álcool.

- E-Entendi. - concordo devagar com a cabeça e ele me solta do nada.

Tropeço, mas consigo me manter em pé, seus olhos me fuzilam e eu me sinto horrível.

- Amanhã você não vai sair de casa. - afirma antes de passar por mim e se deitar no sofá e eu rapidamente busco pelos meus óculos que haviam caído anteriormente.

Apresso-me até o meu quarto, fecho a porta e encosto as costas na mesma enquanto desço até o chão. Abraço os meus joelhos e me permito chorar, tento não fazer muito barulho para não chamar a sua atenção.

Desde quando ele bebia tanto assim? Junsu não podia ser considerado um exemplo de pai, porém nunca imaginei que ele poderia me ferir. Começo a enxugar as lágrimas e me levanto devagar para lavar o rosto no banheiro, olho-me no espelho e sinto as suas palavras me acertarem mais ainda.

Junsu nunca vai me considerar sua filha, isso havia sido provado hoje. Deus, eu só queria... só queria não estar sozinha. Por que o nome daquele garoto bipolar veio a minha cabeça? Era tudo culpa dele, se ele pudesse ter dado uma olhada no Jungkook, eu não teria que ter ido até lá e ele não teria que ter me trazido em casa.

- Pare de ser injusta, Sook. - murmuro chorosa. - Você sabe que só o está culpando para se sentir melhor.

Lavo e seco o rosto, depois troco a blusa que estava cheirando a álcool e me deito de costas na cama. E eu achava que as únicas coisas que Junsu pudesse fazer de ruim seriam me deixar de castigo ou parar de me sustentar se eu quebrasse as suas regras.


- Você vai estudar na faculdade do meu irmão. - afirma assim que nos sentamos na mesa da cozinha. - E se vai morar no meu teto, precisa obedecer algumas regras.

- Tudo bem. - assinto, parte nervosa, parte ansiosa por essa nova etapa da minha vida.

- São quatro regras ao todo. - mostra o número com os dedos. - Nada de namoradinhos, nada de sair à noite, nada de trazer amigos em casa e espero por boas notas.



- Não vou poder cuidar do Jungkook de manhã. - massageio a bochecha dolorida. 

Viro-me de barriga, pego o meu celular e me apoio nos cotovelos, eu teria que depender dele para isso. 

Min Sook:
Jimin
Tá acordado?

Espero com a janela da conversa aberta e a resposta logo vem.


Park Jimin:
Estou
Pq?

Mordo o lábio enquanto penso em como pedir esse favor, mas então meus olhos se arregalam.

Park Jimin:
Sook
Se é sobre o q eu disse no carro

Min Sook:
Eu só queria pedir q vc desse uma olhada no Jungkook mais tarde, pf

Suspiro aliviada por conseguir fugir daquele assunto.

Park Jimin:
Ah é sobre o pirralho ¬¬
Pode deixar q eu olho e te falo sobre aquela criatura
É só isso?

Talvez fosse errado eu estar sentindo raiva do modo como ele de repente se tornou rude.

Min Sook:
Sim, obg

Park Jimin:
Então
Boa noite Sook

Min Sook:
Boa noite Jimin

Tiro o wifi e bloqueio o celular. Deito-me de lado na cama e me cubro, por que raios eu deixei que Park Jimin se aproximasse?

#

Seul, 11 de março de 2015

Confesso que eu não esperava que a segunda semana de aula já estivesse tão puxada, não dava para contar nos dedos a quantidade de trabalhos que eu já tinha para fazer. 

- Sook noona! - vejo Jungkook acenar, indicando-me uma das mesas do refeitório.

- Ei! - sorrio assim que me sento à sua frente. - A cada dia você fica mais ligeiro. - rio.

Conseguir lugares no horário de almoço não era uma tarefa fácil, normalmente se demorava uns dez minutos em pé esperando que alguém terminasse de comer. 

- Como foram as suas aulas? - ele pergunta, fofo como sempre.

- Olha, eu acho que finalmente as aulas estão começando a ficar boas. - sinto o cheiro da comida e minha barriga ronca. - E as suas?

- Estou gostando bastante, principalmente as matérias que envolvem algum tipo de desenho. - afirma com seu sorriso de coelho.

- Por que não me surpreendo? - brinco e começo a comer. - Essa comida é muito boa, sério!

Uma das coisas que eu mais temia numa faculdade era a comida, porém essas cozinheiras calaram a minha boca. 

- Noona. - ele me chama e eu ergo os olhos. - Saiu um filme no cinema e eu queria saber se você quer ir ver comigo. - ele cora um pouco.

Um alarme soa em minha cabeça, Junsu não gostaria de saber disso e eu não podia ficar iludindo o Jungkook. 

- Olha, Kookie, eu não acho que eu deva aceitar. - afirmo com calma, escolhendo as palavras cuidadosamente. - Além de que você me prometeu que tentaria fazer amigos.

- Mas por que  não deve aceitar? - ele abre um pouco a boca fazendo aquela cara confusa e fofa ao mesmo tempo. - E eu fiz amigos, alguns caras do meu curso, mas nenhuma deles vai querer ver Cada Um na Sua Casa comigo.

Já estava abrindo a boca para argumentar que eu só o via como irmão mais novo quando escutei o que ele disse, e bem, o garoto estava completamente certo. E depois disso, como eu poderia acreditar que ele não me considerava sua irmã?

Gente, quem leva alguém num encontro no cinema para ver um filme infantil? Exatamente, ninguém com senso, e isso eu tenho certeza que esse garoto possue. Porém ainda havia o pior dos problemas: Junsu.

- Bom... Desde que não seja à noite, tudo bem. - dou um leve sorriso.

- Você é a melhor, Sook noona! - Jungkook me dá um enorme sorriso antes de voltar a atacar a comida.

E eu sei o que estão pensando "você vai mesmo sair com ele, depois do que ele aprontou na sexta?". Coitado do garoto, ele quase se humilhei na frente da faculdade inteira só para me pedir desculpas, e olha que eu nem havia brigado com ele.

- Você tem aula à tarde de segunda e quarta, certo? - indaga e não me assusto por ele saber os meus horários, vocês não tem ideia de como a memória desse garoto é boa.

- Isso mesmo. - animo-me por hoje ser quarta, adoro os meus láboratórios, são as melhores aulas.

- Sook noona. - vejo que já terminou de comer. - O Jiminnie disse que você o está evitando.

Kookie me fita curioso e só consigo negar com a cabeça enquanto falo.

- Não estou, é só que estou atolada de trabalhos. - minto. - Meu único tempo "livre" é o almoço.

- Foi exatamente isso que eu disse a ele. - Jungkook rouba uma batata do meu prato e rapidamente a come. - Mas ele teimou falando que era culpa do que ele disse no carro.

Não consigo nem reclamar sobre a batata roubada, esse garoto era muito inocente, ou ele estava jogando verde para colher maduro*?

- O que ele disse no carro? - pergunta ainda me encarando.

Meu coração começa a acelerar e eu consigo lembrar exatamente de cada palavra e de como seus olhos se encontraram com os meus antes de eu voltar a mim e descer do maldito carro.

- Não me lembro. - desconverso. - Aliás, Kookie, você não tinha um trabalho para fazer hoje com  o seu grupo?

- Aigo, eu já estava esquecendo. - ele coça a cabeça e começa a se levantar. - Eu vou indo então, noona.

- Até e bom trabalho. - sorrio carinhosamente. 

- Depois marcamos o cinema. - acena e sai.

Suspiro aliviada por ter conseguido me sair bem do interrogatório, e eu achava que estava tudo bem. Doce ilusão.

- Então você vai sair com o pirralho? - Jimin se senta no lugar do Jungkook.

- Pare de chamá-lo assim. - reviro os olhos. - E qual o problema? Somos amigos.

- Amigos? - ergue uma sobrancelha. - Pelo amor de Deus, Sook, tá na cara que ele gosta de você.

Ótimo, agora ele iria ficar dando palpite na minha vida.

- Olha, eu não vou ficar aqui discutindo com você. - levanto-me com a bandeja para levá-la ao lixo. - Passar bem, Park Jimin.

- Volte aqui, Min Sook! - ele tenta me seguir, mas uma garota o puxa e eu aproveito para sumir do seu campo de visão. 

Não, eu não estou com ciúmes, só raiva, apenas.

#

Faltavam quinze minutos para a aula acabar, mas eu e Youngjae conseguímos terminar a nossa parte antes do que todos. A professora ficou muito animada com isso e até nos elogiou, acho que foi a primeira vez que tive uma dupla decente.

- Daebak**! - Youngjae diz assim que saímos do laboratório. - Nós arrasamos!

- Não exagere. - eu seguro a risada. - Mas nós mandamos bem.

- Não é?! - ele dá um pulo com as pernas abertas e eu rio.

O que dizer do Youngjae? Ele é uma pessoa muito divertida e que não consegue parar de falar, e bem, é meio difícil vê-lo de mau humor. 

- Sook. - olho para a escada e vejo Jimin com os braços cruzados. - Podemos conversar?

- Não. - digo seca e passo por ele com Youngjae ao meu lado.

- Qual é, Sook?! - ele me segura pelo pulso.

A tensão começa a aumentar, posso até ver que Youngjae não está entendendo nada, ele até se calou.

- Me solta, por favor. - encaro-o séria. - Eu tenho que chegar em casa antes que escureça.

- Só cinco minutos e eu posso pegar o carro do Hobi emprestado e...

- Não quero carona! - puxo o braço fazendo-o me soltar.

- O que eu te fiz, garota? - bufa e depois se vira para o meu amigo. - Está fazendo o que aqui ainda?

- Não sei. - afirma já se afastando. - Até amanhã, Sookie!

- Até, Jae. - não posso obrigá-lo a ficar quando tenho que enfrentar essa criatura.

Será que ele não consegue entender que eu só quero viver a minha vida acadêmica em paz? 

- Diga logo o que quer. - cruzo os braços.

- Ok. - respira fundo. - Você está me evitando e eu quero saber o motivo.

Sim, eu o estou evitando e pretendo fazer isso enquanto morar no teto do Junsu. E não, não vou contar o motivo, isso é mais do que óbvio. O que ele poderia fazer para me ajudar? Nada, na verdade ele só pioraria a minha situação.

- Jimin, eu só quero me concentrar nos estudos, está bem? - ajeito os óculos.

- E você acha que eu quero te atrapalhar? - olha-me incrédulo. - Aish, eu só quero a sua amizade, Sook.

- Não foi isso que pareceu naquele carro. - arregalo os olhos assim que percebo a merda que falei. - Só esqueça que eu disse isso, tá?

Viro-me para descer as escadas, mas ele corre e para a minha frente.

- Eu não menti. - afirma sério. - A festa realmente poderia ter sido mais legal com a sua companhia, mas eu disse isso porque pelo pouco que eu te conheço, já sei que você é uma garota gente boa, não mesquinha.

Isso deveria me tranquilizar, certo? Então por que foi como receber um balde de água fria bem na cara?

- Jimin. - suspiro. - Me faça um favor e me deixe em paz.

- Como você é teimosa! Aish! - coloca as mãos no cabelo, bagunçando-o.

Fico um tempo paralisada pelo jeito sexy que ele ficou com o cabelo desarrumado. Chachoalho a cabeça e desvio do seu corpo para poder descer as escadas, mas eu entro em pânico quando percebo que já escureceu. Junsu vai me matar.

- Espera aí! - ele toca no meu braço.

Viro-me nervosa e ele se assusta, devo estar toda vermelha, porque nesse momento só o que consiga pensar é que Park Jimin me colocou em outra enrascada.

- Qual o seu problema? Por que fica me perseguindo? - grito. - Não tem outras garotas para você iludir?

- Sook.

- Pare de querer ser meu amigo! - sinto minha visão ficar embaçada. - Por sua causa, ele vai me bater!

- Quem vai te bater, Sook? - seus olhos se arregalam em espanto.

Já era tarde demais, eu já estava ferrada e agora ainda havia dito demais. Desisto de conversar e corro o mais rápido que eu consigo, deixando as lágrimas correrem pela minha bochecha.



Como esperado, Junsu já estava em casa e não ficou contente ao ver o horário que cheguei. Tentei me explicar, mas ele simplesmete me ignorou enquanto usava o próprio cinto para me bater.

Deus, por que eu estava me permitindo sofrer isso? É o único jeito de realizar o seu sonho de ser biomédica, Sook. Não há mais lágrimas para chorar enquanto estou averiguando os estragos feitos em meu corpo.

Os roxos começaram a se formar assim que acabei de tomar banho, seco-me devagar e com cuidado sentindo a pele sensível. Tenho machucados nos braços e nas costas, suspiro e termino de me vestir.

Volto para o quarto e me sento na cama a fim dar uma estudada na matéria de hoje, mas antes vejo meu celular vibrando. Tirei-o do toque no dia em que Junsu o viu tocando e perguntou o motivo que eu havia passado o meu número para um garoto.

Jeon Jungkook:
Sook noona

Min Sook:
Oi Kookie

Jeon Jungkook:
Pode falar?

Min Sook:
Posso
Pq?
Aconteceu alguma coisa?

Jeon Jungkook:
Não
É q o Jiminnie disse q vc tava estranha hoje a tarde

Por que tudo ele tinha que ir perguntar ou contar ao Jungkook? 

Min Sook:
O q ele disse?

Jeon Jungkook:
Falou q vc entrou em pânico qd viu que havia escurecido
E q mencionou q alguém iria te bater

Min Sook:
Não é nada Kookie
Eu só estou cansada e o Jimin tá me irritando

Silêncio. Ele tinha que esquecer isso, não posso ter que ser forçada a evitá-lo também. Já estava sendo difícil ignorar o moreno bundudo.

Jeon Jungkook:
Tudo bem
Se a noona tá dizendo, acredito

Pelo menos alguma coisa não estava dando errado na minha vida.


Jeon Jungkook:
Quer q eu converse com ele?
Pra ele te deixar em paz?

Min Sook:
Não precisa
Eu acho q ele entendeu

O que era uma mentira, eu tinha certeza que Park Jimin não havia entendido e que continuaria me pressionando. Meu único medo era o de ele aparecer aqui, afinal, ele já sabe onde eu moro.

Jeon Jungkook:
Ahhh q bom
Até amanhã noona

Min Sook:
Até Kookie

Eu estava pegando os livros para estudar quando vejo meu celular vibrar novamente, porém dessa vez era o causador dos meus devaneios.

Park Jimin:
Ele te bateu?

Confesso que fiquei surpresa em como ele foi direto, decido apenas ignorá-lo, quanto menos ele souber, melhor.

Park Jimin:
Sook
Desculpa
Eu não queria te fazer chorar
Não me ignora pf

Meu Deus que garoto insistente! Estava quase cedendo quando veio outra mensagem.

Park Jimin:
Quer saber?
Você que sai perdendo
Não sabe o q é ser amiga de Park Jimin :P

Trinco os dentes e tenho vontade de esmurrar esse maldito garoto bipolar.

Park Jimin:
Agora você só me verá nos sonhos
ANÃ DE JARDIM

AHHHHH, eu vou matar esse garoto. Quem ele pensa que é para me chamar de anã de jardim, mas que afronta! 

Min Sook:
Se eu te ver será um pesadelo
Baixinho convencido
E BIPOLAR

Park Jimin:
NÃO SOU BIPOLAR

E assim a nossa pacífica conversa acabou.


Notas Finais


* Jogando verde para colher maduro = Expressão usada para dizer que a pessoa não sabe de nada, mas está arriscando para ver se descobre algo.

[Dicio. Cor]
** Daebak = Que legal

Pessoal, vocês esperam isso do Junsu?

E aí, o Kookie gosta ou não da Sook?

ALIÁS, muito obrigada pelos 100 favoritos e os mais de 20 comentários. Amo vocês <3

Até domingo!


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