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História Você Nunca Estará Só - O Lado Bom da Vida


Escrita por: solnoelly

Capítulo 2 - O Lado Bom da Vida


Fanfic / Fanfiction Você Nunca Estará Só - O Lado Bom da Vida

Abri meus olhos e pela primeira vez não me incomodei com a claridade da luz solar, que entra pelas janelas que costumam já estarem com as cortinas abertas quando acordo. Não reconheço o lugar onde estou. Parece um daqueles filmes onde você acorda com amnésia. Estou deitada  em uma cama King e coberta por lençóis brancos. O quarto onde estou é simples embora refinado. Quando me levanto vejo meus seios no reflexo do grande espelho na parede de frente para a cama. Rapidamente me cubro com os lençóis. Já em pé procuro minhas roupas, mas não as acho. Revirei tudo, e nenhum sinal de minhas roupas ou de algo que me faça lembrar de onde eu estou, ou de quem é a casa. Não consigo me lembrar de absolutamente nada. Nem de como vim parar nesse lugar. Finalmente acho meu celular, são 6 horas. 

 

— Procurando algo? — Disse Chace, quando apareceu na porta mastigando algo. 

— Chace? O que você está fazendo aqui? 

— Comendo um sanduíche! — falou. 

— Onde estamos e o que eu estou fazendo aqui? Com... você... 

— Estamos em meu apartamento e você está aqui, comigo... Bem, porque ontem nós saímos, e você estava super alterada e então começou a me provocar, eu não aguentei e... O resto você sabe... Transamos loucamente a noite inteira! 

— O-o quê? Você está de brincadeira né? 

— Na verdade sim. Mas poderia ter acontecido. — Falou. 

— Se isso tivesse acontecido eu provavelmente me lembraria. O que aconteceu de verdade? 

— Do jeito que você estava acho bem difícil lembrar de algo. Você estava bêbada e eu não podia deixar você dirigir naquele estado. Aí te trouxe pra cá. 

— Tá... Mas porque eu estou nua? E onde estão minhas roupas? 

— Agora sim você vai querer me matar... — arquei as sobrancelhas. — Aproveitei que você estava bêbada pra ver seu corpo. 

— Você o quê?! 

— Eu estava excitado. Não tive culpa. Mas não fiz nada contigo. Eu só estava curioso. Você entende né?  

— Nossa você é um idiota. Onde estão minhas roupas? Eu quero ir pra casa. — falei, com raiva. 

— Calma, estão na sala. — ele disse e eu comecei a andar pelo apartamento. 

— Onde estão? — Perguntei revirando tudo. 

— Aqui, porque está tão agitada? — Falou me entregado minhas as roupas. 

— Muito obrigado. — Falei em tom irônico. Eu larguei o lençol para vesti-las. 

— Uou! Tá fazendo o quê? 

— Me vestindo, não está vendo? E porque está tão surpreso? Já me viu nua mesmo. — falei.  

ele ficou em silencio por alguns segundos. 

— Eu não havia te visto nua antes. — Falou 

— O quê? Chace! 

— Era só uma brincadeira, não achei que você levaria tão a sério. 

— Tanto faz... Minha cabeça está doendo. Eu vou pra casa. 

— Não vai pra aula hoje? 

— Não dá. 

— Te vejo amanhã então? 

— Não sei... — Meu celular vibrou, olhei e era uma mensagem do meu irmão, pedindo para eu ir a casa dele imediatamente. — pode ser, tchau. 

— Espera, você sabe onde está seu carro? 

— Não... onde está meu carro? 

— No estacionamento. Quer que eu te leve? 

— Não... perguntarei qual a direção para alguém. Tchau. 

 

Estava esperando o elevador, com um mau pressentimento. Será que aconteceu algo sério? Por   que  iria querer falar comigo a essa hora da manhã? Quando o elevador se abriu, saiu um homem bonito, que aparentava ter uns 32 anos, ele era loiro e vestia um terno. 

 

— Bom dia. — ele disse. 

— Bom dia. — bom dia eu disse enquanto a porta do elevador se fechava. 

 

Já na portaria perguntei ao porteiro onde era o estacionamento, que era tão fácil de achar que me senti envergonhada por perguntar. Fui a casa do meu irmão. Minha cabeça parou de doer. Estou tocando o interfone a uns 3 minutos. Se Devon me fez vir aqui atoa, eu mato ele. Eu estava quase indo embora quando o portão se abriu. Eu entrei, tudo aquilo era tão suspeito. 

 

— Devon? — Falei quando abri a porta de entrada. 

— Estou nos fundos. — ele gritou. Eu entrei na casa e fui até onde ele estava. 

 

Ao chegar tive a melhor surpresa que eu já poderia ter recebido. Minha irmã, Elle, estava ali, sentada na cama. 

 

— Ai meu Deus! Eu não acredito. Elle. — eu corri e a abracei 

— Oi. Que saudade. — ela disse enquanto me abraçava 

— Quando chegou? Como você está grande. E linda. — Falei a admirando. 

— Cheguei ontem à noite. O quê aconteceu com seu cabelo? 

— Eu cortei e mudei a cor, mas isso faz muito tempo. Meu Deus a quantos anos não nos vemos. Você está com 15 certo? 

— Sim. 

— Sasha, eu preciso conversar com você. — Disse Devon. 

— Tudo bem. Espere um pouco Elle. — Falei 

— Fique a vontade. — ele disse para ela, enquanto íamos para a sala. 

— O quê tem para me falar que ela não pode ouvir? — perguntei 

— Ela só tem a gente. 

— Como assim? 

— A mãe dela morreu. O babaca do seu irmão mais velho está preso e ela não tem mais ninguém. Acha que mamãe permitirá que ela fique com vocês? 

— Não, acho que mamãe não vai aceitar isso jamais. A separação foi dolorosa demais. Isso vai ressuscitar os monstros do passado. Você não pode ficar com ela. 

— Não por muito tempo. Vou para a Philadelphia daqui a um mês. 

— O que faremos? — perguntei. 

— Não faço a mínima ideia. — ele disse. 

— Talvez se eu ficar aqui, ela possa morar comigo. Papai me deixou um bom dinheiro, tenho certeza que deixou para ela também. Eu posso trabalhar e você pode dar uma pequena ajuda. 

— É uma boa ideia, ela tem 15 sabe se cuidar sozinha. Só não sei o que mamãe vai dizer sobre isso. 

— Ela não toma mais as decisões por mim. Conhecendo-a como conheço ela vai ficar com ódio de mim. Porém eu cresci, minha vida, minhas escolhas. Em um mês, eu venho. Tenho que procurar um emprego... — Disse andando de um lado pro outro. — Agora vou ficar mais um tempo com a Elle. Vou levar ela para passear, e trago ela as oito, você vai estar? 

— Sim... E Sasha, eu estou muito orgulhoso de você. Ainda não me acostumei com a ideia de você não ser mais aquela garotinha fofa, delicada e indefesa que era á 10 anos atrás. — ele disse. 

— Eu também te amo. — Falei 

 

Fui até os fundos para falar com a Elle, mas ela já não estava. Então comecei a procura-la pela casa. Eu a encontrei no quarto onde dormiu. Deitada na cama. Deprimida. 

 

— Ei, não fica assim. — falei me sentando na cama. Ela permaneceu em silêncio. — Eu sei como é difícil perder alguém. Fiquei arrasada quando papai faleceu... 

— Não estou assim pela morte da minha mãe. Você pode não saber, mas ela era uma péssima pessoa, não ligava pra mim. Ela fazia sexo com homens ricos para não ter que trabalhar. Por um lado foi até melhor. 

— Nossa, eu sinto muito. Eu não fazia ideia de... 

— Tudo bem, Sasha. — disse me interrompendo. — Eu estou assim porque agora não tenho mais ninguém. Ouvi você e o Devon conversarem, eu sei que ele vai se mudar e que sua mãe não vai me aceitar. 

— Você ouviu a conversa toda? — ela negou com a cabeça. — Então devia ter ficado para escutar até o final. Eu vou me mudar para cá quando o Devon sair e você poderá ficar comigo. 

— Isso é sério? 

— Sim querida. Você não está sozinha. Tem a mim e tem o Devon. 

— Obrigado. Muito obrigado, Sasha. — ela disse me abraçando. 

— Agora nós vamos dar um passeio, vou te levar para conhecer a cidade. 

— Legal, o Devon vai também? 

—Não, só nós e talvez um amigo. 

— Amigo? Tá bom. 

— Espera deixa eu pegar uma coisa antes de irmos. — ela pegou sua mochila e tirou um álbum. — Essas são as únicas fotos que tenho de quando era criança. Você está em muitas delas. 

— Você me mostra isso no caminho, ok? Tenho que ligar para o meu amigo. 

— Tudo bem, enquanto isso vou ver como está meu cabelo. 

— Não demore. 

 

Eu desci e liguei para Chace: 

 

— Alô? 

— Crawford? 

— Já está com saudade?  

— Para seu bobo. Tá afim de ir tomar sorvete comigo e minha irmã? 

— Você tem irmã? 

— Sim... 

— Desde quando? 

— Longa história, qual eu terei o prazer de contar se você aceitar meu convite. 

— Hum... Tentador! Deu sorte que vamos ser liberados mais cedo da aula hoje. Espera... Isso é um encontro? 

— Não! Literalmente não. 

— Mas se nós vamos nos encontrar é um encontro. 

— Como quiser. Você vai? 

— Primeiro encontro, claro que vou. 

— Então eu chego aí em 30 minutos.  

— Tá legal. 

 

Elle e eu saímos, ela fez questão de ir se despedir de Devon, mesmo que fosse vê-lo algumas horas depois. Acho que ela ficou muito solitária depois que papai morreu. 

 

— Aqui é o shopping, é onde você pode fazer compras ou vir se divertir com os novos amigos. 

— Não sou muito boa com essas coisas. 

—  Que coisas? 

—  Fazer amigos.

— Bom, não sei o que dizer, sempre tive muitas companhias, agora percebo que não preciso de muitos, porque as vezes todos são falsos. Você só precisa de um, desde que ele seja verdadeiro com você. Com certeza vai haver alguém que seja assim. É só esperar. — Falei 

— Esse seu amigo... ele é verdadeiro? 

— Não sei, eu não o conheço muito bem, e vou te contar uma coisa, á um dia atrás eu não suportava. Mas ele me faz bem, ele me deixa feliz como a muito tempo eu não era. Não sei se vou me decepcionar com ele. Mas por enquanto, estou procurando viver o momento. Entende? 

— Pra falar verdade não. Você fala dele de uma forma especial. Você gosta dele? Sabe daquele jeito. O jeito bom. — ela perguntou desconfiada e eu sorri. 

— Não posso responder essa pergunta. Vamos mudar de assunto. Você gostava de alguém na sua antiga escola? 

— Ah... Não posso responder essa pergunta. 

— Acho justo. — Falei sorrindo. — Vou matricular você na minha antiga escola. Não crie expectativas, não é um lugar agradável. Mas pra falar verdade nenhuma escola é e se formos comparar com as outras, aquela é a melhor. Falando em escola já pensou no que vai fazer depois da escola? 

— Ainda não. O que você faz? 

— Artes Cênicas. 

— Que legal. Você vai ser atriz. 

— Não necessariamente. Estou cansada de todos acharem que Artes Cênicas só forma atores. Não é isso. Tem varias profissões por trás dessa faculdade. Posso ser diretora ou produtora por exemplo. Pense em algo que você goste muito? 

— Gosto de musica. 

— Viu, talvez possa investir na carreira musical. Entendeu? Acho que você deve pensar assim. 

— Olhe essas fotos, eu tinha 5 anos nessa época e você 9, a gente parecia feliz, e olha eu não mudei tanto, já você, onde foram parar seus cachinhos de quando tinha 4 anos? — Ela disse passando as fotos. 

— Era uma boa época. Sinto muita falta de ser criança, sem preocupações nem responsabilidade. Senti tanto a sua falta quando me mudei. Mas mãe disse que não seria tão ruim, que eu teria outras amigas. Mas eu sempre soube que irmã era só você.  Ás vezes eu chorava a noite por causa disso, mas com o tempo eu fui me acostumando. Bom, chegamos. — eu parei o carro pouco antes da entrada, para esperar o Chace. 

 

— Você estuda aqui? — Ela perguntou maravilhada. 

— Sim. 

— Muito legal. Talvez eu estude aqui também no futuro. 

— Bom, vamos trabalhar para que consiga entrar em uma melhor, temos boas universidades aqui, inclusive Harvard... Olha, ele está ali, saímos do carro. 

— Oi. — Falei 

— Oi — ele me abraçou — e essa deve ser sua irmã? 

— Sim, sou Elle. — Ela disse. 

— Se apresentando, isso me lembra alguém. — falou olhando para mim. — Eu sou Chace, muito prazer.  

— Então aonde vamos? — Ela perguntou. 

— Pensei em te mostrar a cidade e depois irmos tomar sorvete. 

— Vai ser como um bem vindo a Boston. — Chace disse. 

— Então, vamos começar mostrando o Charles River. Que é enorme e passa bem atrás de nossa universidade. — Falei. 

 

Entramos no carro e fomos em direção ao Famoso rio, mostrei para ela muitos dos colégios e universidades da região e também os shoppings e restaurantes legais. Chace me ajudou bastante. Quando fomos tomar sorvete, Elle conheceu um menino e eles ficaram conversando longe de nós, é claro. 

 

— Ela me parece estar feliz. —Chace disse enquanto a observávamos. 

— Sim, obrigado por vir comigo. — Falei. 

— Você sabe que pode contar comigo pra tudo né? 

— Sim eu sei. 

— Então, quer me contar o que aconteceu? como você do nada tem uma irmã... 

— É complicado. Meus pais se separaram quando eu tinha 4 anos,foi uma época super difícil, meu pai traiu minha mãe e ela fez o mesmo, eram traições mentiras, e brigas constantes. a nova mulher de meu pai já estava grávida nesta época, e foi quando nasceu Elle, ficamos 5 anos juntas, éramos inseparáveis. Mas mamãe decidiu se mudar para Boston para meu irmão fazer uma boa faculdade, ele se formou em Harvard. Enfim, eu não vi mais Elle e raramente via o papai, somente o via quando vinha por causa dos negócios ou no meu aniversario. Papai morreu a 4 anos e a mãe dela morreu está semana. Ela vai ter que ficar comigo. Vou ficar com a casa do Devon. Ele vai morar na Philadelphia, então, fica mais fácil. 

— Nossa, é uma historia e tanto. — Disse. —E você? Está bem com isso tudo? 

— Eu estou um pouco confusa. Mas estou bem. Você me faz bem. — Falei olhando em seus olhos. 

— Você não sabe o quanto esperei para ouvir isso. — falou sorrindo. 

— Oi? Estou atrapalhando o romance? — disse Elle 

— Você não estava conversando com um garoto? — perguntei   

— Estava, mas ele teve que ir embora. 

— Legal, espero que tenha pegado o numero dele. Pode ser seu primeiro amigo da cidade. — falei 

— Chace, eu acho que você deveria beijar a Sasha. — falou Elle 

— Por quê? — Chace perguntou, sorrindo e olhando para mim, que estava com as bochechas coradas de tanta vergonha. 

— Porque quando eu perguntei se ela gostava de você, ele se recusou a responder. E pelo que eu sei, quem cala consente. 

— Não tem nada a ver isso que você está falando. — eu disse 

— Então tá, eu vou ir ver aquelas pessoas dançando ali na frente? 

— Vá, mas não desapareça. — eu disse e ela foi. — Não dê ouvidos pro que ela diz. — falei para Chace 

— Eu acho que... — eu interrompi com um beijo. Um beijo longo e intenso, com pequenos intervalos cheios de sorrisos e caricias. O beijo do qual eu nunca vou esquecer. 

— Eu sabia. — Disse Elle nos interrompendo. 

— Você não estava indo ver os dançarinos?— Perguntei. 

— Sim, mas meus pés estão doendo. 

— Então, vamos embora. 

 

Fomos até o carro, dirigi até a casa de Devon com um sorriso enorme no rosto, enquanto Chace me olhava e sorria e Elle fazia piadas sobre nós estarmos apaixonados. Enfim chegamos. 

 

— Obrigado por tudo irmã. Eu me diverti muito. — ela disse me abraçando 

— Eu também me diverti, nos vemos em breve. — falei 

— Tchau Chace, beije muito a Sasha. — Elle disse disse 

—Eu vou sim. — ele disse. 

 

Eu levei Chace para sua casa, no caminho conversamos sobre as coisas da faculdade. 

 

—É chegamos. — Falei parando o carro. 

— Quer subir? 

— Não, preciso ir para casa. 

— Te vejo amanhã na aula? 

— Claro. — ele me deu um beijo de despedida e saiu do carro. 

Fui para casa, estava cansada. Minha mãe não está, é bom que não esteja mesmo. Ela deve estar doida me procurando, estou cansada dela achar que eu sou um bebê. Tomei um banho, mas não pude dormir. Havia esquecido um trabalho que eu devia ter feito. Quando terminei, estava exausta. Mal posso esperar para ver o Chace amanhã. 



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