Kanato ON:
Ainda estava sentado olhando para ela, me pergunto, Ela deveria ficar assim sempre né? Será que devo transformá-la em uma de minhas bonecas? Pensando bem, melhor não, não sei ao certo.
- Ei, Teddy, você gostaria de ter mais uma amiga?
- Mas, eu ainda preciso dela Teddy.
- Porque, você pergunta? Eu preciso do sangue dela para sentir o sabor dos alimentos, e isso inclui os doces.
- Não posso trocá-la por qualquer uma Teddy, ela tem o sangue mais doce do que o “dela”.
- Desculpe Teddy, mas dessa vez não posso te dar mais uma amiga, mas quem sabe eu ache outra e lhe dê como presente? Ne?
- Está feito. É uma promessa.
* ~ *
- Nossa, faz apenas 5 minutos que estamos aqui e ela já dormiu. Ei, Teddy, você já conseguiu conversar com Bonnie?
- Ah, entendo.... Que bom que conseguiu falar com ela né?
- Enfim, vou tomar um banho, vamos Teddy. Depois nós voltamos.
Estávamos a caminho da porta quando vejo Laito observando Hana.
- Laito, o que está fazendo?
- An? Ah Kanato-kun~ Só estou a observando.... Ela fica tão fofa assim né? Nem parece agressiva, parece mais uma garotinha indefesa. Nfu
- Saia por favor.
- Por quê? Pode ir eu cuido dela, hehe.
- Pervertido.
- Você quer morrer? – Ele disse me tom sério.
- Eu é que te pergunto Laito.
- Kanato-kun, por favor.
- Se eu mandei sair é pra sair. Ouviu? Que irritante.
- Barulho... – Disse Hana com uma voz sonolenta, mas ainda dormindo.
- Viu? Vai acordá-la. – Falei cochichando.
- Vai lá tomar seu banho. Eu juro que não farei nada~. Você não confia em mim Kanato-kun?
- Não. Espero que cumpra seu juramento, mas por precaução deixarei Teddy aqui. Tudo bem Teddy? – Falei o colocando do lado de Hana, que dormia feito uma pedra.
- Ciumento.
- Só estou cuidando do que é meu. Já vou indo, Teddy, você sabe o que fazer se ele machucá-la né? – Falei saindo do quarto.
* ~ *
Tomei banho e me vesti o mais rápido possível, com o Laito lá... Pelo menos Teddy está observando pra mim.
- Pronto, Teddy adora essa toquinha azul, Hehe.
- Já estou indo... Então espere só mais um pouco.
Kanato OFF:
* ~ *
Laito ON:
- Ei, Teddy, me responde. Por que só fala com Kanato-kun? Sempre quis saber o que vocês tanto falam. – Falei fazendo bico.
- Ai ai, francamente, Bitch-chan, não consigo me segurar. – Fui em sua direção e sentei ao seu lado na cama.
Beijei sua bochecha. Não a mordi, com certeza Teddy contaria isso para Kanato, na verdade eu queria enganá-lo.
- Consegui te enganar, Teddy? Fufu~
- Mas que saco~... – Falei me virando para Hana, que parecia dizer algo.
- An? – Cheguei perto para saber o que ela falava.
- Papai ainda quero dormir mais. – Disse ela abraçando Bonnie e Teddy. – Macio....
- Fofa~. Falando enquanto dorme. – Dei um leve sorriso, e estava falando baixo para não acordá-la. Cheguei perto de seu ouvido e disse.
- Boa noite, Bitch-chan~. – E logo sai para o meu quarto.
Laito OFF:
Kanato On:
- Cheguei. – Falei abrindo a porta, Laito não estava mais lá. – Teddy... – Olhei Hana abraçando ele e Bonnie. Respirei fundo e disse.
- Ei, Teddy, está tudo bem? Eu trouxe sua touca, Fufu.
Ah então foi isso que aquele desgraçado fez. Pensei, depois que Teddy me contou o que havia acontecido.
Amanhã eu dou um jeito nisso..
Me sentei na cama.
- Uwaah Teddy, que sono. - Falei colocando sua touca e bocejando. – Pronto.
Peguei uma coberta e a cobri, ela parecia estar com frio. Humanos.... São tão frágeis.....
Me deitei também, só que puxei Teddy do braço de Hana e o abracei.
- Boa noite, Teddy.... – Falei fechando os olhos e dormindo.
Kanato OFF:
Hana ON:.
- Uwahhh. – Falei bocejando, logo me espreguiçando. – Uh?
Kanato ainda estava lá. Ele estava com um pijama lilás e Teddy estava com uma touca Azul com bolinhas.
- Mmm, ....Teddy.... Eu não consigo mais comer.... Mmm – Disse Kanato sonhando...
- Que fofo. – Falei baixinho, e acabei sorrindo involuntariamente.
- Um? – Disse ele, abrindo os seus olhos roxos lentamente, me encarando. – O que disse? Eu não escutei. – Ele estava com a voz sonolenta.
- Nada, deixa pra lá.
- Fale, eu quero saber, não aceito não, como resposta.
- Eu disse.... Que fofo. – Falei ficando vermelha.
- Hehe, você fica envergonhada com qualquer coisa... Ai, ai, já deve estar tarde. Uwaah. – Ele bocejou novamente.
- Sim. Vou lavar o rosto. Uwaah. – Toda vez que alguém boceja também acabo bocejando, isso é tão estranho.
- Ah, Kanato, me desculpe se te acordei... – Falei me levantando e esticando os braços.
- Tudo bem, ah... Você abraçou Teddy enquanto dormia, fufu.
- S-sério? Nossa, desculpa mesmo. – Falei me virando e o olhando.
- Já disse que está tudo bem... Você estava fofa abraçando Teddy e Bonnie.
Ele fala isso de um jeito tão normal, mas ainda fico corada do mesmo jeito.
- Obrigada....?
- Isso... Seja sempre educada fufu~. – Disse ele dando uma leve risada.
- Já volto.
Entrei no banheiro e olhei para o espelho, e comecei a falar sozinha.
- Nossa eu tenho que lavar meu cabelo. Vou pegar minhas roupas e tomar um banho e lavá-lo.
Saí do banheiro e fui para o quarto, quando olhei Kanato estava dormindo de novo, coitadinho eu acordei ele....
Depois peguei minhas coisas e fui para o banheiro.
Entrei no chuveiro lavei o cabelo penteei, fiz um coque e terminei de me lavar, sai e me vesti. Coloquei um short preto e uma blusa branca escrito “Smile Please” com a cor preta e calcei um tênis all star.
- Que que eu faço agora? – Falei pensando em o que devia fazer e comecei a morder meu dedo, então decidi treinar meu japonês, eu só sabia inglês e português. Ainda estava aprendendo o japonês.
Sai do banheiro peguei meu notebook, abri minhas anotações e comecei a estudar a língua. Até que Kanato me chamou.
- Hana..... – Disse ele com a voz sonolenta. – O que você esta fazendo?
- Treinando japonês. Você estava cansado né? – Perguntei me virando para olhar ele.
- Dormi muito tarde.... Ué você não sabe japonês?
- Sim.... Você sabe falar?
- Sim, deixa eu falar alguma coisa.... Ummm. “Saa, kirisaite ageru”. Viu? (Nota: Significa, "Venha, agora vou rasga-la").
- O que significa? – Perguntei.
- Quero que você descubra. Hehe. – Após isso ele se levantou e veio em minha direção.
- Ne~..... Eu estou com sede. – Ele foi falando bem baixinho no me ouvido enquanto eu lia minhas anotações. – E de tanto falar minha garganta ficou seca.....
Logo após isso, senti suas mãos passarem pelos meus braços e apertando-os em seguida, depois ele me lambeu, do pescoço até minha bochecha, me fazendo arrepiar.
- Morde logo, por favor. – Falei, estendendo meu pulso.
- Boa garota... Mas. – Disse ele dando uma pausa. – Um dia... Você se arrependerá disso.
Ele sorriu e mordeu meu pulso.
Sentir meu sangue escorrendo..... É.... Tão ruim... Sinto como se estivesse morrendo aos poucos, o que não deixa de ser verdade...
- Urgh. – Disse com aquela “maravilhosa” vontade de vomitar.
- Uh? Não gosta disso? – Perguntou, limpando um pouco o sangue que estava em sua boca. – Que sabor isso deve ter para os mortais? Me pergunto, nee, que gosto tem.... Para você?
- Não sei.... – Respondi sem dificuldade.
- Então, experimente. – Falou, colocando meu pulso perto do meu rosto.
- Melhor não. – Respondi virando meu rosto em direção ao espelho que tinha no quarto.
- Não me negue nada, ouviu? *respira fundo* Você tem muita sorte de eu... Ainda não ter perdido o controle. Hehe. Agora.... Experimente! – Ele colocou meu pulso mais perto do meu rosto. – Eu nunca divido sangue com ninguém, isso é só uma exceção.
Se eu negar novamente, só irá piorar não é? Então acho melhor não fazer nada.... No fim, não fará diferença.
- *respira fundo* Tudo bem então. – Então lambi o meu sangue.
Tinha um gosto de.... De.... Ferro, é estranho imaginar que para eles isso tem gosto de doce, ou algo do tipo....
- Ferro... – Falei fechando os olhos. – Tem gosto de ferro.
- Ferro? Que pena que não podem desfrutar desse sabor..... Agora, onde devo morder? – Falou logo virando um pouco sua cabeça com uma expressão de dúvida. – Me diga, se não, posso acabar mordendo lugares dos quais, mais te machucarão.... Então, diga-me!
- Hmm.... – Falei pensativa.
Isso é sério? Ou é apenas uma brincadeira? Se for para escolher.... Prefiro o pescoço.... Mas enfim vou dizer o lugar.
- Tic, tac... O tempo está passando... Se você não escolher, eu mesmo farei isso.
- O pescoço! – Falei.
- Que pena, seu tempo acabou... Hehe.
- Vamos ver.... Ah! Já sei onde. – Disse ele logo me puxando. E me jogando contra a parede. – Bem aqui. – Falou em um tom sério.
Ele rasgou um pouco a minha blusa, deixando meu sutiã á mostra e disse.
- Aqui é o lugar perfeito, seus seios... Fica bem perto do coração, assim sairá muito sangue. Há há. – Falou olhando para mim que estava envergonhada.
- Aqui não.... Por favor. – Foi a única coisa que eu falei...
- Como eu disse antes.... Nunca negue nada pra mim. - Falou sorrindo.
E em seguida o mesmo me mordeu nos seios, bem perto do meu coração, e como ele disse saia muito sangue.
O meu pulso que tanto sangrava, já não sangrava mais do tanto que ele já havia apertado, assim deixando-o roxo.
Meu olhar... Só expressava a agonia que sentia e aos poucos já ia perdendo minha força, não revidava, não tinha como, ele é muito.... Muito mais forte que eu...
“Me ajude” minha voz ecoava dentro de minha cabeça... “Pra quem estou implorando? Pra quem?”
- Hummmm, aaah. Como pensei, aqui seria o melhor lugar... – Dizia ele enquanto nem mais consciência eu tinha....
- Já desmaiou? – Falava em um tom infantil. - Quem diria, não esperava nada mais, nem nada menos do que isso...
* 2 Horas depois *
- Uh? – Falei enquanto me virava para sentar na cama do meu quarto. – Uau – Disse em um tom irônico. – Mal acordei, tomei banho, troquei de roupa e já tive que trocar de novo.....
Levantei peguei Bonnie, e tentei lembrar do estava fazendo antes até que meu estômago começou a roncar.
- Nossa, esqueci de tomar café da manhã, tenho que ir comer algo urgente.
Sai do quarto e fui em direção a cozinha.
Cara! Eu vou perder todas minhas energias antes de chegar nessa cozinha! Pensei...
Quando finalmente cheguei na cozinha, lá estava Reiji que parecia procurar algo.
- Oi Reiji. – Falei enquanto entrava na cozinha. Mas ele me ignorou, o que significava que eu ia levar uma bronca de novo provavelmente.
Mas ele passou direto por.... Mim? QUÊ? Deve ser brincadeira né?
- Ah! Quase me esqueci, quero que depois da aula venha para o meu quarto. Entendeu? – Falava em meu ouvido.
- S-sim claro. – Falei sem pensar, mas, eu sabia que eu ia me lascar logo logo.
- Que bom que entendeu. – E ele saiu.
“É hoje que vou morrer?” Foi a única coisa que se passava em minha cabeça... "Porque se for hoje..... Não sei o que devo fazer..."
* ~ *
Depois de comer meu “café da manhã” fui me arrumar para a escola...
- Bonnie, me diz o que eu devo fazer.... – Falei enquanto colocava a blusa do uniforme.
- Espero que tudo dê certo... – Então fui a caminho do banheiro pra passar uma água na cara e me arrumar.
* ~ *
Quando entrei no banheiro comecei a passar um gloss, até que comecei a olhar aquele espelho.... Aquele espelho... Não é normal.
- É como se eu enxergasse outra... Pessoa? – Fui em direção ao espelho, era.... Um pouco assustador..
- Ei! Venha aqui... – Era, uma voz estranha e diferente, que ecoava no banheiro.
- Só me faltava essa mesmo... To ficando louca.... – Falei com a mão na testa me virando para o espelho.
- Mas você não esta louca.... Eu existo, você está até olhando para mim... Veja – Disse novamente aquela voz, que estava me assustando.
- Você... Quem é você? Por que que está no espelho? Você está no espelho né? – Falei chegando um pouco mais perto....
- Claro que estou.... Idiota.... Olhe estou bem aqui. – Falou a voz desconhecida colocando a mão no espelho...
Acho que estou delirando. Mas se existem vampiros... Então deve ser verdade mesmo que espíritos existem.... Já que já vi vários antes de vir para cá...
- C-como isso... É possível....? – Perguntei me afastando um pouco.
- Eu sempre estive aqui, você que não viu.... Agora, venha aqui, vem. – Falava a voz.
- Desculpe, mas eu tenho que me arrumar pra escola... Pode ser depois? Quando eu chegar? – Quem diria que eu estaria um dia falando com um espelho, na verdade espírito.... Que loucura....
- Você... Depois que chegar não vai falar com Reiji? Como irá vim falar comigo? Não sei se você irá voltar....
Bom, eu acho que agora estou assustada de verdade, mas, será que devo falar com ela? Essa voz.... Parece bem feminina, e parece uma voz conhecida..... Eu acho...
- Eu vou voltar.... Ainda não posso morrer.... – Falei olhando para o espelho.
- Se você pensa assim.... Pode ser..... Mas não se esqueça de mim.... Um dia terei que ir embora, mas eu tenho que falar com você primeiro.... – Disse. – Só poderei aparecer depois....
- Está bem.... – E então fui terminar de me arrumar.
“Será que te conheço? Eu sinto isso...”
Que sensação estranha....
Depois que terminei de me arrumar, peguei o celular e olhei as horas, já estava na hora de ir para a limusine.
Peguei meus materiais e Bonnie e fui a busca da saída da mansão.
Cheguei lá e por enquanto só tinha Reiji e eu. Decidi sentar na janela, observar a paisagem... Me deixa tranquila, e me faz esquecer o fato de morar com seis vampiros que me usam como bolsa de sangue.
Após uns 5 minutos, chegou Ayato que olhou pra mim, surpreso por Kanato ainda não ter chegado.
- Parece que Ore-sama se deu bem, não? – Falava com um sorriso de vitória em seu rosto.
Ele veio em minha direção e sentou do meu lado esquerdo, e logo disse.
- Vem mais pra cá. – Falou mandando eu chegar mais perto.
- Não ta tudo bem. – Falei enquanto ele ficava com o olhar de “choque”.
- Ei, panqueca... Não tem noção do perigo que corre? – Dizia enquanto eu apenas observava as estrelas da janela.
- Tenho.... Mas, já corri muitos perigos, se houver mais um acho que está tudo bem. – Respondi.
- Mesmo que esse perigo seja sua morte? – Falava sério.
- Não tenho a menor ideia. – Falei logo me virando e olhando para frente.
- Tsc. – Resmungou.
Depois disso, todos foram chegando e acabou que Subaru sentou do meu lado, Kanato e Laito estavam decepcionados, era o que seus olhos diziam.
* ~ *
Enquanto estávamos a caminho da escola... O nosso carro, do nada simplesmente capotou, e eu? Gritei igual á uma loca e apertei Bonnie, foi um grande impacto... Não sei aonde esse motorista bateu esse carro, pois a pancada foi muito forte.
- AHH! – Gritei enquanto não enxergava nada, foi tão forte que eu simplesmente pensei. “FUDEO”. A limusine estava no ar, enquanto todos os Sakamaki pareciam surpresos.
Quando eu vi que ia morrer, fechei meus olhos e não abri, não queria ver nada..... Nada...
Até que se passou alguns segundos, depois minutos... E então decidi abrir os olhos.
Ao abrir os olhos, Kanato estava me segurando e então eu disse.
- Eu morri? Que que aconteceu? – Falei olhando para ele.
- Não você “ainda” não morreu. – Respondeu seriamente.
“Como assim ‘ainda’?”
- Mas como você... – Falei parando de falar e me virei olhando para baixo. - V-você tá.... Voando... – Falei com um sorriso irônico.
- Sim, agora, se segure em mim porque se não você irá cair. – Falava com um sorriso maldoso em seu rosto.
- Por quê? – Não deu tempo nem de eu perguntar direito, só senti que ele estava me soltando aos poucos, então eu disse. – C-claro pode deixar que eu seguro. – Disse apressada já segurando seu pescoço com a maior força possível e segurei Bonnie junto, nós estávamos muito altos. Lá em cima só estavam eu, Laito e Ayato. Subaru, Shuu e Reiji já estavam lá em baixo.
- Kanato-kun se for pra ser assim, me dá ela que eu seguro! – Dizia Laito animado.
- Não! Passe para Ore-sama, Kanato. – Falou Ayato se aproximando, mas não demorou muito para Laito e Ayato começarem a discutir.
Enquanto eles discutiam Kanato ia descendo lentamente, era como se ele quisesse me provocar, e sim! Ele estava conseguindo.
- Kanato, desce logo por favor. – Falei.
- Não me dê ordens! – Reclamou.
- Por... – Sentia minha força indo embora enquanto falava. – Favor....
Mas depois que disse isso, o soltei e comecei a cair, minha força e consciência, desapareceram naquele momento...
- Ups! – Dizia Kanato enquanto eu caía de lá de cima, em vez dele me segurar ele segurou Bonnie. – Escorregou.
- PANQUECA! – Ayato.
- BITCH-CHAN!! – Laito.
Nem isso eu escutava....
- SUBARU! SEGURA ELA! – Gritava Laito, assustando Subaru que estava encostado em uma árvore esperando os irmãos descerem.
Narrador ON:
Subaru que relaxava na árvore, se assustou com os gritos de Laito e Ayato. Então olhou para cima e via a garota caindo, mais ou menos em sua direção.
O mesmo andou um pouco para frente, calculando onde a garota cairia. E quando ela finalmente estava chegando perto, ele a segurou, quase que ela se esmagava no chão, mas ele conseguiu pegá-la a tempo.
Os trigêmeos foram correndo para ver se a garota estava bem, enquanto Reiji nem se importava e Shuu só via de longe.
- Urfa, você conseguiu pegar a Panqueca. – Dizia Ayato aliviado.
- Bitch-chan. Como você decidi desmaiar logo naquela hora? – Perguntava Laito.
- Estúpida, eu disse para não soltar. É o mundo dizendo que você tem que me escutar. Né Teddy? – Falava Kanato.
- Não acredito... – Comentava Subaru.
- Sabia que ela iria cair... – Reiji.
- Não dou a mínima. – Shuu.
Narrador OFF
Consciência Hana ON:
- Por que, que eu estou aqui? – Falava olhando ao meu redor, estava em um quarto, totalmente branco... Sem portas, janelas, nada, apenas eu e as paredes que lá havia.
“Que agoniante” pensei...
- Eu morri? – Falei bem baixo, mas mesmo assim ainda fazia eco.
- Opa! Desculpe. - ? Não tinha a menor ideia de quem fosse.
- QUE ISSO! – Pulei pra frente quando ele apareceu atrás de mim, eu levei um susto muito grande. – Quem é.... Você? – Perguntei, ainda me recuperando do susto. Ele era um homem alto, cabelos longos e brancos com um pouco de rosa, cacheados nas pontas e ele tinha olhos amarelos brilhantes.
- Desculpe se te assustei, não, você não morreu, ainda. – Dizia ele.
- Isso é um sonho? – Perguntei.
E como assim de novo “você ‘ainda’ não morreu”? Mas que raiva.
- Não, você apenas desmaiou na vida real, e quando acordar se esquecerá do que te direi.
- Mas quem é você? – Só depois que me toquei que se eu desmaiei na vida real, então quer dizer que eu ia morrer! Eu estava segurando Kanato e Bonnie, espero que eles tenham me pegado! E claro que Bonnie também. – Mas! Se eu desmaiei então significa que eu estou caindo! Eu vou morrer.... – Falei
- Você pode me chamar de Tougo, está bem Hana? Ah, e a propósito, não se preocupe com a queda, você está bem, eles te salvaram.
- Entendo, mas... Como sabe meu nome? – Perguntei curiosa.
- Eu sei de muitas coisas, minha querida Hana. Agora faça silêncio! – Dizia sério. – Preciso te dizer algo.
- Diga. – Falei.
- Você... Não sente dor física não é? Pois bem, então, você aos poucos irá sentir dor, a cada ferimento que você tiver.... Você sentirá mais dor, e dor, até chegar um ponto em que você não vai aguentar mais nada.... E assim acabará morrendo.... Entende? – Ele estava muito sério com tudo isso e, suas palavras.... Me congelaram completamente.
“Dor.... Física? Por quê?” Me pergunto....
- Você vai começar a sentir dor a partir de... – Ele se tele transportou para traz de mim, pegou meu dedo e o mordeu.... – Agora... – Completou a frase.
O pior de tudo era que doía um pouco, que dor é essa? O que é isso? Que horrível....
- Então você é um vampiro também? – Falei olhando meu dedo, ainda não acreditando na situação.
- Isso fica pra mais tarde, ainda é muito cedo para lhe dizer.... E a única coisa que você se lembrará quando acordar... Vai ser o meu nome... Ouviu?
- Ouvi. – Respondi.
- E.... Você se lembrará desse “sonho” quando sentir dor física novamente. O que será daqui a pouco.... – Dizia. – Estou te observando.... Hana. – Depois disso ele desapareceu, e eu senti uma leve tontura. Fazendo com que aquele cenário ficasse todo embaçado.
Consciência Hana OFF:
Narrador ON:
- EI, PANQUECAAAA! ACORDAAA!. – Gritava Ayato para Hana que ainda não havia acordado do seu “sonho”.
- O... Que? – Dizia ela abrindo os olhos lentamente e olhando para todos que a observavam, esperando ela acordar... – Eu desmaiei?
- BITCH-CHAN! Finalmente acordou... – Falava Laito se animando.
- Tola... Por que me soltou? – Perguntava Kanato, com uma expressão preocupada.
- Ainda não entendo o porquê que isso aconteceu... – Falava Reiji me ignorando completamente, se referindo ao acidente.
- Também não faço ideia. – Subaru...
- Não era para isso ter acontecido, nosso carro é dirigido por um motorista do submundo. – Dizia Reiji arrumando seus óculos.
- Um... Demônio? – Falava a garota ainda se levantando. – Bem normal né....? – Continuava só que dessa vez em um tom mais baixo.
- Sim, um demônio. – Respondeu Shuu. – Temos que resolver esse problema o mais rápido possível. – Complementou, mas com uma voz calma, e sonolenta.
- Será que foram caçadores? – Indagou Kanato.
- Não. Eles não poderiam fazer um estrago desses, mas.... Mudando de assunto, hoje não vamos á escola, vamos voltar para a mansão. – Falava Reiji pegando seu celular e ligando para alguém.
- Alguém viu Bonnie?! – Perguntava Hana olhando para eles, ignorando totalmente o fato de acabar de ter sofrido um acidente.
- Pegue. – Dizia Kanato entregando Bonnie á ela.
- Urfa.... – Dizia Hana aliviada. – Muito, muito, muito obrigada. – Falava com um leve sorriso no rosto logo abraçando sua “pelúcia”.
- Por nada. – Respondeu. – Mas... Por que você desmaiou? – Perguntou inclinando a cabeça.
- É Bitch-chan. Por quê? – Perguntou Laito.
- Não sei... Não me lembro de nada.... – Respondeu a garota, logo pegando seu dedo para morder e viu o corte que “Tougo” havia feito em seu dedo, mas não se lembrava direito. – Mas, como.... Eu fiz isso?
- Está com amnesia? Eu acho que ela bateu a cabeça e perdeu a memória, ou ela é fraca assim mesmo? – Comentou Reiji. – Como não se lembra de seus machucados? *Respirou* Ridículo.
- Uh? – Falou Shuu surpreso, e pela 1° vez se interessando no assunto. – Deixe-me ver isso. - Ele chegou perto da garota e pegou o sua mão logo analisando a “ferida”. – Isso.... Não pode ser... “Dele” pode? – Perguntou para os irmãos.
- Deixe-me ver.... – Dizia Reiji pegando a mão da garota. – Talvez... – Falava. - Você.... Tem certeza que não se lembra de nada? – Falou levantando e arrumando seu óculos.
- Não, eu juro. – Dizia ela.
- Nós conversamos na mansão, agora vamos. – Dizia Reiji alertando á todos.
Narrador OFF.:
Hana ON:
Comecei a andar junto com os Sakamaki, eu estava um pouco atrás estava pensando, sobre “o por quê” de meu desmaio.....
Por que, que eu desmaiei? Não me lembro de nada.... Calma..... Eu lembro de.... Um “nome”? Eu acho.... Começa com... T. Isso! T.
- T-t..... To... U.... Go. – Falava baixinho, enquanto segurava Bonnie. – Tougo..... Era isso, esse era o nome.... Mas quem será ele? Não tenho a mínima ideia.
- Bitch-chaaaaan. – Era o Laito cantarolando o meu, “nome”. – Oi! – Falou logo aparecendo do meu lado.
- UH! – Falei por causa do susto. – Ai ai *coloco a mão na testa* nunca vou me acostumar com isso....
- Hmmm, ei! Não quer vim no meu colo? EM?~ - Falou com uma voz fofinha no final...
Laito, Laito, cuidado quando for me bajular.....
- Não, estou bem, ainda consigo andar. – Falei apertando mais Bonnie.
- Tch, que merda. – Resmungava decepcionado.
- Ei, Panqueca, suba nas minhas costas... Não é no colo. – Esses dois.... Me irritam.
"Calma Hana. Respira. 1, 2 e 3 ursinhos...”
- Não, obrigada... Mas não quero. – Falei tentando me controlar.
- Eu não perguntei se quer ou não, Ayato-sama está sendo gentil, então, suba! – Esse ruivo.... UHHHH, que merda. – Tch sobe! – Falou me ordenando, e logo se agachando na minha frente para eu subir.
- Tá. – Falei subindo nas suas costas. – Pera aí! Eu to de saia, não da pra subir nem a pau.
- Sobe logo. – Disse sério. – Ninguém tá querendo saber da sua bunda. – Complementou.
Pois é né? Mas esse outro ruivo só está esperando eu subir se você não notou, ouviu “Ore-sama”.
- Sobe logo Bitch-chan... – Disse Laito me olhando.
- Exatamente. – Ayato.
- Tá, mas Laito vai na frente por favor? – Falei.
- Não. – Falou sério, desta vez eles estavam sérios....
- Ok.....
Então comecei a subir nas costas de Ayato, e depois ele estava me carregando como se ele fosse meu “cavalinho”. Laito estava lá atrás como imaginei, mas eu dei um jeito para minha saia do uniforme não subir. Dava para ver nos olhos dele a indignação.
Os outros irmãos estavam lá na frente.... Kanato começou a olhar para trás em minha direção.
Quando menos esperei Kanato apareceu perto de nós três. ..
- .... – Não disse nada, mas por que que eles tem que se tele transportar?!
- Hana, sai dai. – Dizia Kanato irritado.
- Não, não desce. – Falou Ayato sério.
- Treta... – Laito falou bem baixinho só vendo.
E agora.... Descer ou não descer? Por que esta demorando tanto para chegar nessa merda de mansão?! A gente já deve é ter chegado e nem viu.
- Acho melhor vocês pararem... – Comentou Laito. – A gente já chegou.
Opa! Eu devo ser vidente não é mesmo?
- É verdade. – Afirmei.
- Tch, que merda. – Ayato.
- Vamos Hana. – Dizia Kanato com um sorrisinho para provocar Ayato.
Eu desci das costas do Ayato e fomos abrir o portão da mansão, Shuu, Reiji e Subaru tinham acabado de entrar.
- Venha boneca, he he. – Falava Kanato me puxando para ir mais pra frente.
- Tsc! Você a trata como objeto. – Resmungou Ayato.
- Melhor do que a tratar como troféu.... – Respondeu Kanato.
- Opa. – Disse Laito querendo provocar Ayato.
- Cale-se, ou eu vou te matar Laito. – Disse seriamente.
- Tá, tá tá. – Respondeu Laito fazendo bico.
Eu e Kanato já estávamos mais á frente só eles dois estavam lá atrás.
- Urfa, chegamos. – Kanato parecia aliviado.
- Kanato, posso te fazer uma pergunta? – Indaguei.
- Pergunte.
- Por que você diz que eu sou uma boneca? – Perguntei.
- Porque você é tão frágil que se eu apenas triscar em você posso acabar te quebrando, por isso que você é como uma boneca de porcelana. Se eu não segurar minha força posso acabar te quebrando. – Respondeu.
- E o que você vai fazer se eu quebrar....? – Dizia curiosa.
- Vou te consertar.
- Obrigada.... – Falei.
- Pelo quê? – Perguntou.
- Saber que você vai me concertar se eu quebrar.... Me deixa alegre. – Disse sorrindo.
- Hm. – Ele estava vermelho, que fofinho....
- Hana. – Era o Reiji. Sinto que estou esquecendo de algo. – Venha aqui por favor.. – Disse sério.
- Está bem... Já volto Kanato. – Falei indo na direção de Reiji.
Logo após isso ele me levou para uma... Biblioteca eu acho, lá tinha vários livros....
- Está tudo bem Reiji? – Indaguei olhando as estantes com vários livros.
Adoro livros.... Me fazem viajar, e também... Eles contam uma realidade da qual muitos não enxergam.... Livros contém enigmas, frases.... E histórias das quais você nunca parará de pensar....
- Você já se esqueceu? – Falou ele se virando e olhando para mim.
Esquecer.... Não acredito. QUE MEMÓRIAZINHA DE MERDA.
- Desculpe Reiji, sim eu havia esquecido. – Falei com muita raiva de mim por ter esquecido áquilo.
- Hm, você da trabalho.... Já imaginei que esqueceria, mas por agora, eu queria dizer que nós conversamos depois , tenho que resolver alguns problemas. E se quiser ler algo, é só pegar. – Falava sério, enquanto arrumava seus óculos. – Não se atrase para o jantar é daqui á 30 minutos. – Continuou a dizer enquanto saia da sala.
- A gente ainda vai janta.... Que memória bosta. – Comentava sozinha enquanto ele ia embora. – Ele... Com certeza vai me punir.... Não é mesmo Bonnie. – Falei respirando fundo.
Como não tinha nada para fazer, comecei a olhar os livros... Havia muitos, muitos mesmo, tinha até uma escada que usam para pegar os livros que estão no alto.
- Ummm, interessante. – Falei sorrindo com a mão no queixo, estava me referindo á escada.
- Vou subir. – Então peguei a escadinha e comecei a subir lá no alto.... Me sentir alta... Adoro isso.
- Ummm, “A bela adormecida” um clássico.... – Falei rindo.
- Quero ler alguma coisa.... – Falei entediada. – MEU DEUS! O jantar. Esquece os livros.
Desci o mais rápido possível daquela escada, peguei Bonnie e fui correndo até a sala de jantar.
Quando cheguei lá, Reiji me olhava de canto com puro desprezo, por enquanto só estavam lá eu, Reiji, Subaru e Ayato.
Todos estavam em silêncio, até o Ayato que era um dos que mais falavam.
Eles parecem pensativos...
Depois Kanato chegou e sentou-se ao meu lado. E Laito do outro. Ninguém falava nada....
Passou uns 2 minutos e Reiji disse que podíamos comer, pelo visto, Shuu não apareceria.... Olha Reiji, pune ele, não eu ;_;.
Como disse antes Shuu não apareceu, jantamos e cada um seguiu seu rumo, e eu estava apenas esperando eles saírem para seguir Reiji, até que Laito disse.
- Boa sorte Bitch-chan. – Disse cochichando no meu ouvido enquanto passava. É até ele sabe, provavelmente Kanato também sabe.
Depois que todos saíram, Reiji disse:
- Vamos. – Falou se levantando.
- Sim. – Depois disso o segui, ele me levou até o seu “Quarto”......
^ ~ ^
Na verdade..... Não era o quarto dele, mas parecia alguma sala de tortura......
SAI QUE DEU MERDA.
É foi bom te conhecer Bonnie, foi bom falar com vocês foi ótimo, agora é hora de “bater as botas”. Tchau.
- Reiji.... Você vai me punir não é? – Disse meio baixo.
- Eu disse que ia te ensinar a ter modos... Então como me desobedeceu, este é o seu castigo. – Falava com um sorriso maldoso, enquanto pegava um tipo de chicote.
- ..... – Não falava nada.
Você sabe que não doí né Hana? Então não precisa ter medo.
Eu estava falando comigo mesma. Tentando acreditar que tudo daria certo.
- Fique quieta, quanto mais você se mexer... Mais irei te machucar. – Ele olhava pra mim com um sorriso sadista.
Eu peguei Bonnie, e a coloquei no canto, se eu a segurasse ele poderia acabar batendo nela...
- Agora vamos ver se você ainda me desobedecerá. – Falava com o chicote em mãos, e uma algema.
Apenas virei meu rosto, enquanto ele me algemava.
- 30 e você está livre. – Dizia ainda com seu maldito sorriso sadista.
- Trin.... Ta – Falei tremendo.
“Essas correntes.... Elas machucam.”
- Não se mexa. - Falava me puxando com a corrente, e logo me jogando no chão. – Não se esqueça de contar até 30, porque se não eu posso te bater mais do que devia.
- Hrum. – Concordei me preparando para apanhar...
“Você sabe que não doí né Hana? Então não precisa ter medo.”
Na primeira vez que ele bateu, foi bem forte, e..... Eu senti... D-dor? Como....!
Tudo o que eu e “Tougo” havíamos conversado, tudo... Voltou para minha mente novamente como ele havia dito....
- U-um... – Eu falava enquanto tremia... Como ele disse eu comecei a contar.
Eu não acreditava no que estava acontecendo, era muita coisa... Minha começou a doer....
Então... Essa é a dor física... Odeio... Por isso, tantas pessoas chorão não é? Quando sentem essa dor...
Não doía tanto, mas eu não estou acostumada... E “Tougo” disse que cada vez mais iria aumentar.
Ele me deu mais uma chicotada, e eu... Continuei contando.
- Dois... – Eu continuei...
Mais uma...
- T-três. – Dessa vez ele me atingiu no rosto, fazendo sangrar... Senti uma leve ardência, junto com um pouco de sangue...
- Esse cheiro... É quase como uma tentação sabia? Seu sangue. – Ele chegou perto de mim, que estava no chão jogada e acorrentada.
Ele chegou perto do meu pescoço e me mordeu... Dessa vez a dor era como uma pequena agulha perfurando minha pele.
- Ahh, seu sangue é tão quente que eu poderia me queimar. – Falava ele se levantando.
Ele me deu mais cinco chicotadas, uma na cabeça, duas na perna, e mais uma no rosto... E eu continuei contando e falava gaguejando...
Mais ferimentos.. Sangue... E agora, dor.
Eu comecei a chorar... Enquanto esperava mais, e mais chicotadas, mas dessa vez decidi perguntar algo.
- Ei, Reiji. – Falava enquanto tentava me encostar na parede, no chão tinha muito sangue, me enjoando novamente. – Você... – Falava com dificuldade. – Você sabe quem é... Tougo? – Perguntei abaixando a cabeça quando consegui encostar na parede.
- ... – Ele parecia surpreso, e assustado com algo quando falei isso.
- Você sabe do que estou falando, por isso se mantêm em silêncio.... – Falei séria tentando olhar nos seus olhos.
- Onde ouviu esse nome? – Perguntou.
- Digamos que... Em um “sonho”. – O respondi.
- Hum. – Disse pensativo.
- Quem ele é? Você sabe? – Perguntei tentando arrancar uma resposta dele.
- Isso não é assunto do qual você deve se meter. E você estar fazendo eu perder meu tempo, está tentando mudar de assunto? – Dizia. – E se estiver tentando, saiba que não vai conseguir.
Ele sabe... Ele sabe sobre esse Tougo.... Vi em seus olhos a preocupação...
Ele continuou a me causar mais ferimentos... E eu contando novamente. Até que chegou no número 15.
Eu já não aguentava mais, cada chicotada, cada lágrima que eu derramava, cada grito.... Isso é difícil... Tentar se manter acordada, de olhos abertos, esperando sua morte chegar...
“Eu vou voltar.... Ainda não posso morrer.... “
Ecoava minha voz em minha mente... Eu não posso morrer assim, não posso... Ainda tenho uma vida... Não posso morrer....
Virei um pouco meu olhar para Bonnie, que estava no lugar que eu a coloquei, e dei um leve sorriso, e abaixei minha cabeça novamente.
* 10 minutos depois*
- Você é bem resistente não? – Perguntou se abaixando, enquanto eu ainda chorava. – Prefere guardar toda essa dor pra si?
- Sim... – Falava baixo. Sim, eu prefiro guardar toda dor pra mim... “Esse era o defeito que eu tinha”, era o que minha amiga dizia.
- Já estamos em que número mesmo?
- V-vinte e.... – Falei tentando lembrar. – Um.
- Inacreditável, mas isso está demorando demais. – Resmungava. – Vamos acabar logo com isso.
Ele continuou... E quando chegou no 29, ele parecia estar bravo... Será que é porque estou viva?
Mas, quando ele bateu na trigésima vez, bateu com ódio, raiva, era tudo o que eu via...
- Trinta... - Falei ainda com poucas lágrimas em meu rosto, mas um pouco aliviada por ter acabado...
- Me surpreendeu. Nenhuma aguentou 30, quem diria. – Falava arrumando seus óculos e pegando uma chave para tirar as correntes que me prendiam.
- Eu tenho motivos para viver... - Falei baixo, enquanto ele me soltava.
- Sei que está aí pode sair. – Falou enquanto se levantava.
An? Quem?
- Sim. – Era o Kanato entrando pela porta.
- Eu já vou indo, e... Kanato, me surpreende saber que você irá ajudá-la. – Dizia o provocando e logo saindo da sala, sem dar tempo para ele responder.
- Então você estava, aí? – Perguntei sorrindo um pouco.
- Vim buscar meu brinquedo. – Falava. – Vamos.
Eu tentei levantar, mas enquanto tentava levantar, senti mais cortes se abrindo, e os lugares dos quais apanhei doíam e eu estava sem forças...
- Não consigo... – Falei com um leve ar de tristeza. – Pode ir, depois eu saio daqui.
- Tola... – Disse se aproximando. – Eu vou ter que te levar no colo.
Eu não recusei, precisava sair dali e se eu ficasse acabaria morrendo...
- Obrigada. – Falava com um sorriso no rosto enquanto ele me segurava. – Me desculpe, sua roupa está se sujando com o, sangue... – Dizia preocupada
- Isso não é nenhum incômodo fufu. – Respondeu rindo e lambendo minha cara.
- Ugh. – Falei tremendo enquanto ele lambia meu machucado no rosto.
- Cadê o Teddy? – Perguntei, pois o Teddy não estava lá.
- Deixei no seu quarto. Depois eu volto e pego Bonnie, tá? – Ele perguntou e eu assenti com a cabeça. – Agora vamos.
- ... – Eu novamente, fiquei vermelha. Sim eu tenho problema.
- Fufu~ - Ele só ria da minha cara enquanto me tirava daquela sala....
- Não ria de mim... – Disse fazendo bico. – Não é engraçado. – Estava tentando fazer uma voz de criança.
- Com essa voz Huhum, é difícil não rir. – Falava sorrindo e subindo as escadas. Enquanto eu só escondia a cara. – Ele te mordeu não mordeu? – Perguntou ficando sério.
- Sim... – Falei abaixando a cabeça mais ainda, lembrando que Kanato me puniria por isso.
- Acho que vou arrancar os dentes daquele desgraçado. – Falou dando um leve sorriso, e soava como se fosse normal. – Então o que acha?
- Não sei... N-não estou com raiva dele.... – Disse encolhida enquanto estávamos chegando no meu quarto.
- Você é muito pacífica... Eu se pudesse matava todos eles. – Dizia calmo enquanto abria a porta do meu quarto, sim isso foi tenso.
- Pronto, chegamos, vá tomar um banho enquanto busco Bonnie, se quiser ajuda, me peça. – Disse me colocando sentada em uma cadeira.
- Kanato, obrigada. – Falei.
- .... – Ele não falava nada, deixando um silêncio total, até que disse. – Eu vou buscar Bonnie.
Depois que ele saiu pela porta comecei a pensar.
Ele me ajudou, ele está conseguindo minha confiança... Ele quer minha confiança? Eu, não sei... Mas ele... Está, conseguindo.
Depois tentei me levantar um pouco, minhas pernas ainda doíam um pouco, mas não tanto igual a antes, eu consegui levantar, eu parecia um recém nascido aprendendo a andar.
Eu havia começado a rir do jeito que eu estava, eu parecia o Kiko do chaves com as pernas viradas pro meio, e andando.
Quando eu peguei minha roupa fui andando daquele jeito até o banheiro, quando cheguei lá, lembrei do espelho, e olhei para ele novamente.
- Eiiii. Eu voltei! – Falei animada olhando pra ele. – Mas também estou um pouco machucada pelo visto. – Disse ainda sorrindo.
- Oi. – Falava em um tom de choro. – Hana... Que bom que voltou. – Continuou.
- M-mas, por que está... Chorando? – Indaguei olhando para o espelho, pois estava caindo gotas de água que molhavam o chão, por isso também deduzi que ele ou ela estava chorando.
- Eu estava tentando alterar minha voz, mas Hana... – Dizia chorando um pouco, aquela voz se tornava cada vez mais feminina, e cada vez mais eu ia me lembrando daquela voz..... – Hana, você se lembra de mim? Lembra dessa pessoa? – Dizia enquanto se aproximava do espelho para eu ver sua aparência, pois ainda não conseguia vê-la direito.
Quando ela finalmente chegou perto do espelho, senti uma lágrima cair sobre meu rosto e eu disse.
- A-Aime? É você mesmo.....? – Falava gaguejando... E chorando.
(Nota: Gente no 1° eu escrevi o nome da amiga dela errado, era Aime, Desculpa)
- Claro. – Falava com um sorriso em seu rosto com um pouco de lágrimas.
- S-saia daí. – Falei chegando perto do espelho quase caindo no chão.
- Não! Não posso sair.... Ainda não.... – Falava desanimada, mas eu ainda queria chegar bem perto, eu só chorava enquanto olhava ela....
Aime era muito bonita, tinha os cabelos laranjas, olhos verdes meio azuis e seus cabelos eram longos e lisos...
Enquanto eu tentava chegar perto do espelho ela disse.
- Hana, cuidado! – Eu acabei tropeçando e caindo, mas mesmo assim eu não desisti continuei me arrastando até que consegui chegar bem perto dela.
- C-cheguei. – Falei, colocando minha mão no espelho no local onde ela havia colocado a dela.
- Você... Se machucou muito né? – Falava enquanto caía uma lágrima em seu rosto.
- Isso não importa agora.... Mas por... Que você veio pra cá? Desde quando você está aqui? – Falei preocupada e chorando junto com ela.
- Eu... Bem – Abriu um sorriso. – Digamos que eu... Sempre estive de olho em você? Bom, eu sou tipo seu “anjo da guarda”....
- “Anjo da guarda”? Como assim? – Falei curiosa.
- Depois que eu faleci.... Bem, eu ainda queria te observar, lembra do que eu te disse? “Viva a vida que eu não pude viver” – Me relembrou, na verdade, esse era o motivo do qual eu não podia morrer, mas tem mais algumas coisas.... Mas esse era o principal, ela sempre me encorajava mesmo que ela estivesse mal.... E eu, sou muito grata por isso...
- L-lembro. – Respondi.
- Eu, sempre quis saber o que aconteceria com você então.. Decidi te observar... – Dizia ela.
- Mas por que você, não pode sair deste espelho? – Indaguei.
- Porque, eu só posso usar objetos e possuir pessoas, mas só se permitirem. – Falou rindo. – Hana... Amanhã eu falo com você, já tenho que ir.... – Dizia se distânciando
- N-não, não me deixe sozinha... – Falei apressada.
- Mas você não está sozinha. – Disse, e depois desapareceu...
Não estou.... Sozinha? Pensei.
*Ri um pouco* Obrigada, Aime...
*10 minutos depois*
- Meus machucados estão ardendo. – Eu resmungava depois de sair do banho, enquanto me vestia.
Depois de sair do banheiro Kanato estava olhando para Bonnie, mas logo que me viu fingiu que não estava olhando.
- Ah, finalmente voltou. – Dizia.
- Sim, obrigada por trazer Bonnie. – Falei.
- De nada, mas sente-se aqui. – Falava batendo a mão na cama, para eu ir até lá.
- Tá. – Eu já estava conseguindo andar um pouco, mas minhas pernas ainda estavam ardendo.
- Quer ajuda? – Perguntou.
- Não precisa. – Falei tentando andar.
Quando ia andando, acabei cambaleando e quase caindo no chão.... Mas ele me segurou.
- Na verdade você precisa de ajuda sim! – Falou me segurando. – Idiota, como quer andar se está tão fraca?
- ... – Fiquei quieta enquanto ele me levantava.
- Agora tente andar. – Disse me ajudando enquanto colocava minha mão em seus ombros para me apoiar. – Se achar que vai cair, segure meus ombros.
- Entendido. – Falei igualzinho á um pimentão, tô dizendo.
Quando consegui sentar na cama, senti um grande alívio.
- Então já confia em mim? – Perguntou se sentando e pegando a mesma caixinha de primeiros socorros.
- Um pouco. – Falei sorrindo. – Mas, digamos que isso é raro, - Falei rindo mais ainda.
- Hm. – Falou pegando o bandeje e colocando nos meus machucados.
- E você confia em mim? – Também perguntei.
- Um pouco, também. – Disse dando um sorriso que mostrava suas presas.
Depois que ele colocou os bandejes em mim, eu comecei a rir, porque eu tava parecendo uma múmia toda enfaixada rs.
- Obrigada~ - Falei me deitando na cama.
- Antes beba o suco. – Mandou me etregando o suco de groselha, saudades.
- Sim, papai. – Falei brincando. – Você já cuidou tanto de mim.... *Sorri* Obrigada, de verdade, sério. – Falei jpa
- Tá, tá. – Falou corado.
- Me dá a Bonnie por favor. – Fiz bico.
- Pega. – Falou me entregando ela. – Agora vai dormir se não, vai morrer muito rápido.
Socorro, rs, sim eu estou rindo disso.
- Boa noite. – Falei me deitando e abraçando Bonnie que estava muito cheirosa por “algum motivo” né? Rs
- Boa noite, Hana.... – Falou.
Acabei dormindo como pedra, amo dormir... Mas senti alguém mexer nos meus cabelos de noite, era bom.... Adoro quando, bem, digamos que fazem “cafune” no meu cabelo....
Eu, amanhã, irei perguntar para os outros irmãos se eles sabem alguma coisa sobre Tougo. Cada vez mais, sinto que á um propósito para eu estar aqui...... Nada é por acaso.
~Continua
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