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História Você por Perto - Capítulo Único


Escrita por: Sesshomarx

Notas do Autor


Oie *-*
É com imensa alegria com que venho contribuir para o evento “Revolução Naruhina”.
Inicialmente, quero dizer que foi um imenso prazer escrever essa oneshot.
Quero muito agradecer a ~Nathyuga que foi uma pessoa super dedicada em betar essa fic, além de ter se mostrado alguém paciente e muito gentil.

A história se passa após a guerra ninja, seis meses precisamente. Usei alguns momentos do mangá. Ela foi inspirada na música “Você por perto” da cantora Liah Soares.
Espero de verdade que gostem.
Boa leitura ♥

PS: Desculpe se está mal posicionado, estou postando pelo celular.

Capítulo 1 - Capítulo Único



“Hinata sempre apoiou e reconheceu Naruto, antes mesmo de mestre Iruka. Ela tinha a capacidade de ver além de sua reputação e ver sua verdadeira pessoa por dentro. Eu acho que eu comecei a perceber que eles foram feitos pra ser.”
                                                                                                                         – Masashi Kishimoto.


 

Naruto Uzumaki

 

Você já sentiu isso? Estar rodeado por pessoas, mas, ainda assim, estar com aquele sentimento de solidão? Como se algo lhe faltasse. Como se dentro do seu peito tivesse um vazio, um oco? Você não sabe o que é, porém alguma coisa está dizendo que você perdeu todo o controle de suas ações. Do mesmo modo, você quase entra em desespero por não conseguir lidar com essa situação. No fundo, você conhece o real motivo desse sentimento, mas não é capaz de compreendê-lo.

Então você sente medo. Medo do fracasso e da rejeição. Medo de não ser bom o suficiente. E, acima de tudo, você tem medo de estar errado sobre seus próprios sentimentos.

Soltei um suspiro baixo e melancólico. Todas as manhãs minha mente fervilhava nessa inquietação e agonia. Por meio da janela do meu apartamento, observei o quanto o dia estava nublado e denso. O vento frio, que passava pela vidraça, anunciava o inverno que em breve chegaria. Sentei-me de qualquer jeito no meu velho e querido sofá. Minha leve dor de cabeça denunciava mais uma noite mal dormida; minha insônia se devia à todas as preocupações e inseguranças, que sinto desde o término da quarta guerra ninja. Avistei em cima da mesinha de centro da sala vários presentes e cartas, que recebi de algumas pretendentes. Incrível como só depois de ter contribuído com o fim da guerra, as garotas notaram meu verdadeiro valor. Na realidade, nada daquilo me interessava; nem a atenção que algumas mulheres me lançavam nem os mimos que os aldeãos insistiam em me mandar.

Sendo sincero, existe sim uma pessoa que há meses ganhou minha total atenção. Mais do que isso, vem tirando todo meu sono e estado de paz. Ela é responsável por toda essa bagunça que virou minha mente. Esse sentimento dentro do meu peito que não sei ao certo como explicar. Dona de toda dessa desordem que virou minha vida. A única pessoa que possuía o poder de me animar com suas palavras doces e gentis, mas também capaz de arrancar meus piores anseios.

É tão embaraçoso pensar nela de forma diferente do habitual. No entanto, quando fecho meus olhos, é a imagem dela que vem à minha mente, é a voz dela que sempre escuto quando estou sozinho. É frustrante não entender essa confusão que se instalou dentro mim. Minhas tentativas de esquecê-la eram ridiculamente inúteis, pois tudo me levava à ela... A Hinata.

– Hey, Naruto. – Olhei para o lado e lá estava Shikamaru, com expressão séria, encostado no batente. – O que ainda faz em casa? Não deveria estar ajudando o Rokudaime? – Indagou.

Ele não batia na porta do meu apartamento – porque sabia que tinha intimidade para tal –, um dos meus melhores amigos e também a pessoa mais preguiçosa que já conheci.

– Estou de folga, finalmente. – Respondi.

Respirei deprimido, o que acabou chamando a atenção do Nara.

– Então podemos dar uma volta? Também estou de folga. – Ele propôs sem jeito. Havia algo de errado. Sua postura estava travada e seus olhos tinham um brilho que nunca esteve ali antes. – Podemos ir comer ramém. – Ok. Agora sim ele falou “minha língua”. Concordei com aceno de cabeça, quem sabe assim deixo meus pensamentos afastados da Hinata.

Shikamaru e eu andávamos pelas ruas da vila. Ainda me surpreendo como Konoha mudou drasticamente. A evolução tecnológica era notória. Agora, temos cinemas e jogos eletrônicos, além de serviços alimentícios drives, que eu ainda não sei como funcionam perfeitamente. Observei Shikamaru ao meu lado, que permaneceu calado, porém, com seu olhar direcionado a mim.

– Algum problema, Shikamaru? – Questionei-o.

– Você anda estranho. Nem as besteiras de sempre, as quais você costuma me importunar, tem falado como antes. – Torci os lábios em uma careta, devido à última frase – Tem certeza de que está tudo bem? – Perguntou impassível.

– Eu não falo besteiras! – Retruquei irritado. – Estou bem. Você que está todo estranho, me olhando de forma analítica. – Argumentei aborrecido. Pude ouvir um longo suspiro dado por Shikamaru, alguma coisa realmente não estava certa.

– Naruto... Você é a pessoa mais hiperativa e idiota que eu conheço. Você quieto e calado não combina com a sua personalidade. – Franzi o cenho, ele só quer me insultar? – Não precisa negar pra mim. Conheço você o suficiente para saber que alguma coisa está acontecendo. – Continuou. – Não negue, é horrível vê-lo dessa forma, parece um zumbi cambaleando por aí. – Concluiu. Ele me segurou pelo braço para que pudéssemos parar de andar.

Eu não sei do que você está falando, já disse que estou bem. – Vociferei. Ele havia tirado o dia para me irritar?

– Eu andei observando você, Naruto. Eu só quero ajudar... – Ele coçou a nuca sem graça. – Levando em conta quem você anda olhando ultimamente, imagino o que seja o motivo e...

– Você não sabe de nada! – Cortei sua fala.  Não precisava de ninguém dando palpites no que eu sinto e faço, quando eu nem mesmo conseguia entendê-los.

– Escute Naruto... Quanto mais você demora a aceitar o que sente, mais ela se afastará de você. Ela não irá te esperar pra sempre.

– Do que está falando? – Certo. Essa frase chamou minha atenção.

– Da Hinata, de quem mais seria? – Shikamaru rebateu tedioso.

– Por que falou dela de repente? – Gritei sem perceber. Será que estava tão evidente assim? Ele colocou suas mãos em meus ombros, fazendo-me olhar para ele.

– Naruto, somos homens, é normal sentir esse tipo de confusão. – o Nara sorriu. – Eu quero ajudá-lo a realizar seu outro sonho... O sonho de ter uma família. Mas agindo feito um idiota, não conseguirá nada. – Ele não cansa de me ofender? – Dessa vez é sério não é? – Shikamaru me analisou minuciosamente, eu não precisaria negar o óbvio. – Ela é boa demais pra você, não permita que ela perceba isso. – Zombou.

– Eu não acho que ela sinta o mesmo. – Confessei. A dúvida me corroía por dentro. Eu só queria esclarecer essa agitação dentro de mim. Entretanto, somente Hinata vinha como resposta à minha indecisão.

– Você nunca saberá se não der uma chance. – Shikamaru me soltou, por fim. – Além do mais, quando uma garota se apaixona, seus sentimentos não mudam assim facilmente, eles não podem ser mudados, pelo menos foi o que me disseram. – Ele pôs suas mãos em sua cintura.

– Como assim apaixonada? – Indaguei confuso. Ela se encontrava apaixonada por outra pessoa?

– Você realmente não entendeu nada, não é? – Revirou os olhos. – Você entendeu por que ela quase morreu para te salvar na luta contra o Pain? Lembra-se do que ela disse pra você?

“Seu sorriso foi o que me salvou... e por isso, eu não tenho medo de morrer... Se isso significa te proteger... Eu te amo, Naruto!”.

A voz de Hinata invadiu minha mente. É claro que me lembro da sua declaração, ela disse que me amava, mas... Mas é diferente! Ela me ama como um amigo querido, não é como eu sinto.

– Ou quando ela animou não só a você, como também toda aliança shinobi.

“... Então o que Neji fez seria inútil também. Essa seria a verdadeira maneira de matar seus amigos! E então não seríamos mais companheiros. É assim que eu penso. Então... Vamos ficar juntos, Naruto. Sempre seguindo em frente e não voltando atrás em nossas palavras. Esse é meu jeito ninja também.”

“É verdade... Não é só a mãe e o pai... Até agora, todo mundo, tem... Hinata, Obrigado! Minha vida nunca foi só minha! Foi graças a você que sempre esteve ao meu lado!”

– Quantas outras vezes ela fez algo importante por você, Naruto? E você não soube interpretar suas atitudes? 

“Em meus olhos você é uma falha orgulhosa! Quando olho para você sinto um intenso sentimento em meu coração. Porque você não é perfeito. Você falha e tem a força para se levantar mais uma vez. E eu acredito que essa é a sua verdadeira força."

– Por que está fazendo isso? – Gritei já alterado com tudo aquilo. Meu coração começou a bater de forma acelerada e minhas pernas ficaram trêmulas. Senti um aperto forte em meu peito. Que grande idiota eu fui, a verdade sempre esteve na minha frente, mas fui cego o suficiente em não vê-la.

– Porque quero que você seja feliz, Naruto. – Shikamaru virou-se de costas pra mim. – Vá atrás dela. Sabe onde ela está. – Sorriu enquanto se afastava.

– Obrigada, Shikamaru. – Sussurrei mesmo que ele não pudesse mais ouvir. Corri em direção ao cemitério de Konoha. Precisava achar Hinata.

Entrei desesperado no cemitério que havia sido construído para receber os mortos da guerra. Vislumbrei Hinata pousando um ramo de girassóis no túmulo de Neji. Eram sempre girassóis. Quando indaguei o porquê? Ela apenas me respondeu:

“É a flor que segue o sol, por isso ela é forte, Naruto. Neji escolheu seguir suas palavras, por isso ele se sacrificou, ele escolheu ser livre.”.

Sorri devido à lembrança. Hinata é incrível de todas as maneiras. Lembro-me de me sentir radiante, pois ela tinha me chamado de sol. Ela só não imaginava que havia se tornado meu lugar ensolarado.

– Hinata... – Parei atrás dela, sorrateiramente.

– Naruto! – Ela exclamou virando-se até mim. – Me assustou. – Colocou a mão no peito para conter a exasperação.

– Me desculpe... – Sussurrei baixo. Ela sorriu com as bochechas rosadas.

– Não se preocupe – Hinata voltou à atenção para a lápide. –, não esperava você aqui. – Ela esclareceu.

Tínhamos praticamente um ritual, nos últimos seis meses. Vínhamos todos os dias no mesmo horário visitar Neji, deixávamos os girassóis e fazíamos uma pequena oração para sua alma. No entanto, nas últimas semanas, eu não tinha tido coragem o suficiente para ver Hinata, não quando pensamentos nada inocentes passavam em minha cabeça.

Ficamos em silêncio por alguns instantes. Hinata fechou os olhos, e eu soube que ela fazia uma oração. Fiz o mesmo, mas pedi que Neji me ajudasse a confessar o que sentia; o que eu tinha certeza que não seria fácil.

Observei Hinata, que analisava a lápide, seu olhar estava opaco e triste. Aquilo me atingiu de mil formas direto em meu peito. Conhecia-lhe o suficiente apenas lendo seus olhos, tal constatação me surpreendeu.

– Hinata... – Murmurei. Entretanto, acabei chamando sua atenção.

Quando ela me olhou, toda minha coragem caiu por terra. Seus olhos, como duas pérolas, me fitaram com uma dedicação imensurável. Não sabia se saía correndo ou cobria meu rosto, imensa era a vergonha.

– É... Vamos ao Ichiraku... – Escondi meu rosto envergonhado – ...por minha conta. – A puxei pelo braço, antes que ela pudesse formular uma resposta.

Andávamos calados pela vila. Meus olhos não conseguiam desgrudar do corpo dela. Desde quando ela usava roupas tão justas? Seu novo traje de missão era extremamente chamativo. A blusa delineava perfeitamente seus seios – que não eram nada pequenos –, e ainda tinha o short mostrando suas belas pernas. Céus! Como queria contornar meus dedos em sua pele alva e fazê-la minha e...  Droga! O que estou pensando? Hinata não é esse tipo de garota.

– Naruto! – A Hyuuga cutucou meu braço delicadamente, franzi o cenho. – Está tudo bem?  Você parece estranho. – Ouvir sua voz preocupada foi o suficiente para me fazer sentir um vento bobo na boca do estômago.

– Estou, é apenas fome. – Menti. Ela me olhou de forma analítica e desacreditada. Logo soube que não falei a verdade. Notei o que até então não tinha reparado: Estamos ligados tão fortemente, que somos capazes de nos comunicar através do olhar.

Finalmente chegamos ao Ichiraku. Sentamos nas cadeiras próximas ao balcão.

– Enfim apareceu, Naruto. – O tio do ramém apareceu abruptamente. – E vejo que trouxe sua namorada. Quem diria que conquistaria logo a princesa Hyuuga?! – Um brilho passou no olhar do Teuchi. Ele gargalhou como se aquilo fosse uma piada. Velho inconveniente. – Eu sempre soube que seria você, menina Hyuuga. – Ele cochichou para Hinata, que lógico, ficou mais vermelha que o habitual. Como se aquilo fosse possível.

– Não é nada disso, velho. – Ralhei furioso. – Traga-nos o mesmo ramém de sempre e saia daqui. – Gritei. Minhas bochechas deveriam estar também coradas.

– Não dê ouvidos, ele só quer nos constranger. – Comentei tentando melhorar o clima embaraçoso que se instalou entre nós.

– Está tudo bem. – Ela sorriu, mas ainda se mostrava acanhada. Nossos pratos chegaram cortando nossa conversa. Contudo, eu não estava nem um pouco com fome. O ramém perdeu todo o gosto e encanto para mim.

Ficamos em silêncio outra vez.

Havíamos estabelecido uma amizade cordial nos últimos meses. Eu lhe contava uma bobagem qualquer e ela ria graciosamente. Entretanto, agora, eu não sabia o que dizer, nem como confessar que estou apaixonado por ela.

É verdade. Apaixonado. É algo surpreendentemente novo, finalmente entendo o que os homens das histórias do Jiraya sentiam. É uma coisa boa, mas ao mesmo tempo sufocante. Peguei-me mais uma vez analisando Hinata, ela já estava em sua terceira tigela, nunca havia reparado que ela comia tanto, ou que gostava tanto de ramém. Todavia, aquele olhar melancólico permaneceu em seu rosto, senti uma sensação de impotência. E pude entender o porquê de sua tristeza.

– Está triste... – Comentei alto para que ela me ouvisse.

– Como? – Hinata me fitou confusa.

– Consigo ver em seus olhos a sua tristeza. – Ela arregalou os olhos. –Você sente falta dele, falta do Neji. – A Hyuuga abaixou a cabeça confirmando minha desconfiança. – Escute Hinata, ele nunca será esquecido, aposto que ele está olhando por nós neste momento. Ele sempre ficará em nossas lembranças, eu nunca vou deixar que sua memória seja esquecida. É uma promessa. – Apartei sua mão que estava mais próxima a mim.

Obrigada, Naruto. – Ela corou como de costume. Demorei compreender que sua vermelhidão era por minha causa, o que de certo modo me fascinava. – Você é muito gentil. – Hinata sorriu pra mim, e todo meu rosto se iluminou. Quando notei o aperto forte em minha mão, eu soube que enquanto tivermos o calor das mãos unidas, nosso desespero sempre se tornará em esperança.

– Eu preciso ir agora, Naruto. Obrigada pela comida. – Ela levantou-se. Por um momento senti falta de ar quando ela soltou minha mão. – Eu prometi treinar com Hanabi e...

– Você não pode ir embora assim! – Gritei. O que acabou a assustando. – Me desculpe, eu não quis ter gritado – Ela me olhou intrigada, como se quisesse ler através da minha alma. Eu tinha que ter coragem ou ela acabaria interpretando meus gestos erroneamente. Prefiro que ela saiba por mim. – Eu não quero que vá, sem antes saber o verdadeiro motivo de tê-la procurado e por ter sumido nas últimas semanas. – Tentei explicar. Porém, Hinata fez uma careta confusa.

– Naruto, você não parece nada bem...

Não! Eu só estou sendo um covarde. – A interrompi. Suspirei fundo, tentando reunir toda coragem que pareceu ter fugido de mim. Agarrei os ombros de Hinata, apenas uma precaução para que ela não corresse ou desmaiasse. Continuei: – Hinata, esse grande idiota finalmente entende o significado de suas palavras doces e gentis, assim como quando você me salvou do Pain. Eu sei agora, depois de tudo, seu amor não pode ser desfeito com tanta facilidade. Você amou alguém como eu. Sempre e para sempre. Agora como homem, tem coisas que carrego dentro de mim, que eu preciso te dizer. – Eu falei tão rápido, que duvido que ela tenha entendido adequadamente.

– Do que você está falando? – Sua voz saiu gaguejando de forma cômica. Eu riria se não tivesse tão perturbado quanto ela. Seu rosto ruborizou, apertei ainda mais seus ombros. Não posso fraquejar.

– Por favor, me escute até o fim. – Pedi suplicante.

Suspirei. Eu deveria ter ensaiado antes de me confessar. Que droga! Minha maldita mania de agir impulsivamente. Respirei profundamente, não voltaria atrás justo agora.

– Hinata... Eu passei muito tempo apenas olhando o que estava diante de mim. Tinha verdade se escondendo atrás das coisas, eu nunca notei e esqueci. Fiquei perdido algumas vezes, pegando o maior caminho, não é um caminho fácil, mas... Se eu me virar, eu sei que você estará do meu lado, cuidado de mim. Não importa que dia seja, ou que horas sejam. Eu jamais vou desistir do meu objetivo. Se você sorrir, apenas com isso me trará força. Vamos começar a corresponder nossos sentimentos. Agora eu entendo o significado de calor. De agora em diante, vamos andar juntos, e começaremos hoje! Compreender o outro, acreditar no outro, levaremos essas verdades, e as manteremos profundamente em nossos corações! Podemos falhar, mas não vamos parar, não importa o motivo, vamos fazer o que for preciso.

– Naruto... – Hinata sussurrou. Seus olhos estavam cheios de lágrimas, e eu não soube diferenciar se era bom ou ruim. Todavia, prossegui.

Eu cresci sem pais, sem uma família por perto. Fui uma criança sedenta por amor, contudo, agora eu compreendo que acabei sendo um tolo em não ter percebido antes. Hinata, tudo faz tanto sentindo, que acaba massacrando meu coração de mil maneiras. Mas agora eu posso dizer claramente: eu quero estar com você. A partir de agora, eu quero passar todos e cada um de meus dias, até que eu morra, com você, e só você, Hinata. Eu te amo, amo tanto que chega a doer. Me sufoca. Por favor, Hinata. Aceite meu sentimento.

– Naruto... É tudo que eu mais quero. – Ela continuava chorando. E eu pude sentir o gosto das minhas próprias lágrimas quando ouvi sua frase. Ela também era minha, assim como eu sou inteiramente dela.

Segurei seu rosto com delicadeza, ela fechou seus olhos imaginando o que eu queria. Sorri, toquei meus lábios levemente nos dela, Hinata permaneceu inerte. Minha mão avançou pela curva suave de sua cintura, puxei-a para mais perto, para que ela sentisse todo meu desejo, toda minha necessidade de tê-la comigo. Sua mão aveludada percorreu de forma hesitante em minhas costas e pousou suavemente em minha nuca. Senti minha pele formigar quando ela me tocou. A puxei para mais perto, meu corpo brigava com a minha mente pelo controle dos meus atos, porém, nossos lábios se moldavam de forma ardente, desconhecida. Passei um tempo imaginando como seria meu primeiro beijo: se seria feroz, se amaria... Nunca teria imaginado que seria desesperado e maravilhoso. Nem que teria um gosto salgado devido às nossas lágrimas, no entanto, não tirou  desejo do beijo.

– Uau, que beijão! – Teuchi gritou, fazendo com que nossos corpos fossem separados. Merda! Esqueci complementarmente que permanecíamos no Ichiraku.

– Não tem mais o que fazer não? Velho idiota. – Gritei. Todo o clima havia se dissipado, dado lugar à vergonha.

Olhei para Hinata que permaneceu como uma estátua na minha frente. Seu rosto parecia em chamas e jurei que ela poderia desmaiar a qualquer momento. Então a envolvi em um abraço, demorei a ser correspondido. Mas quando senti seus braços em minha cintura, percebi que nunca mais estaria sozinho.

– Obrigado, Hinata.

 

 


Notas Finais


Vocês devem ter percebido que usei falas e momentos do mangá, novel, databook e do filme The Last. Igualmente, usei trechos da musica que Naruto canta para Hinata que eu amo de paixão.
Quis usar Shikamaru para mostrar ao Naruto que ela estava sendo um lerdo. Eu gosto dessa amizade que o Nara tem pelo Uzmaki, é umas das coisas que admiro muito. E acho que como ele tem uma personalidade mais analista, seria mais fácil explicar.
Quis mostrar o lado do Naruto e toda sua bagunça, porque ao longo do mangá foi mostrado como Hinata semeou seu amor por ele. Porém, sabemos que Naruto cresceu sem nenhum tipo de exemplo de amor, ele é uma pessoa que só entende sentimentos passando por eles, as experimentando. E devido ao fato que Hinata sempre esteve ao seu lado, muitas vezes ele entrou em um estado de comodismo, deixando seus sentimentos bem guardados. E aposto que quando ele finalmente descobriu, teve todo esse misto de confusão em seu interior.
Enfim, falei de mais. Espero realmente que tenham gostado.
Beijos


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