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História Você tem fome de quê? - Fome de quê? Sede de quê?


Escrita por: julythereza12

Notas do Autor


Nem acredito que consegui terminar esse plot que surgiu hoje.
Boa leitura!!

Capítulo 1 - Fome de quê? Sede de quê?


 – Você tem fome de quê? – perguntou-me quando me juntei a mesa com eles.

Nunca me juntava às pessoas ou me misturava. Estava acostumado a ser solitário, a ficar na minha e não me juntar aos outros… Mas o costume se foi quando aquele serzinho insistente apareceu em minha existência.

No primeiro dia, quando me mudei para aquela escola buscando o sossego, passar como invisível como já estava me saindo bem, como sempre era, fui apresentado ao representante de classe, Byun Baekhyun, que também era o vice-presidente do grêmio estudantil. Fui muito bem tratado, logicamente o garoto fora simpático e eu mostrei certa simpatia ao ser guiado pelos corredores enquanto ele me falava sobre a escola, em que sala eu ficaria e as atividades de clube que eram tidas como obrigatórias… Primeiro problema: teria que me inscrever num clube; Segundo problema: poucos clubes tinham vaga. Fui informado que os clubes de música, o que me agradou imensamente e o de literatura tinham vagas. Opções dadas, tinha até segunda-feira da próxima semana para decidir. E o garoto me levou até a minha sala, fomos recebidos pelo professor que já sabia sobre a nossa tour. O docente pediu para que eu me apresentasse à sala enquanto o Byun se dirigia ao seu lugar sorrindo e acenando para os amigos.

– Sou Park Chanyeol – me apresentei curtamente fazendo uma reverência para meus novos colegas de classe.

– Seja bem-vindo, Chanyeol – o professor falou gentilmente. – Pode se sentar ali naquela carteira ao lado do Baekhyun – me indicou o único lugar vago da sala, uma carteira no meio da fileira encostada à janela. Ao menos uma boa vista…

Dirigi-me para lá com uma rapidez desnecessária, por mais que tivesse já feito aquilo mais de dez vezes, me apresentar para uma sala cheia de vida me deixava tímido e acuado. Sentei-me na minha carteira, retirei meus materiais da mochila e apoiei a mão no queixo fingindo prestar atenção no que o professor falava. Eu já sabia a matéria, havia lido aquilo apenas por tédio e compreendera tudo perfeitamente, um dez fácil viria naquela matéria, mas não aconteceria isso, erraria algumas questões de propósito apenas para não me destacar mais do que deveria. Minha altura e postura já me destacavam por si só, um metro e oitenta e cinco centímetros e uma postura que quase nunca mudava, afinal eu não precisava relaxar…

Tivemos aula de Física e História antes do sinal do intervalo… Quinze minutos para ir ao banheiro e comer alguma coisa caso necessário, quinze minutos que pretendia deitar a cabeça na minha carteira e relaxar, mas fui interrompido por Baekhyun e sua trupe que vieram ao meu redor.

– Chanyeol? – ele me chamou fazendo com que eu erguesse a cabeça para olhá-lo. Havia percebido a aproximação do ruivo, mas achei que me deixaria quieto se continuasse com a cabeça baixa… Ledo engano. – Esses são Kyungsoo e Jongdae – apresentou os dois garotos para mim.

O mais alto sorriu simpático, um fino sorriso e o mais baixo, de olhos grandes e sobrancelhas grossas, apenas me analisou antes de fazer um aceno com a cabeça tentando mostrar simpatia… Ele parecia gostar de se manter invisível como eu, mas andava com Baekhyun e, por ser vice-presidente do grêmio, deveria ser bem popular naquela escola.

– Você não vai tomar água ou ir ao banheiro? – Jongdae me questionou.

– Estou meio cansado por causa da mudança – contei tentando me mostrar exausto. Havíamos nos mudado naquele final de semana, mas não estava cansado nem um pouco e arrumamos tudo em menos de uma hora… – Quero aproveitar e relaxar um pouco – falei.

– Você veio de Seul, certo? – o baixinho me questionou.

– Sim.

– Por que veio para cá? – ele perguntou se referindo à cidade que estávamos.

– Meus pais foram transferidos para a filial daqui – respondi apoiando o queixo na mão.

Na verdade meu pai queria ver como estavam as coisas na empresa de Incheon, então passaríamos uma temporada aqui antes de ele resolver o que faríamos de novo. Vivíamos mudando e mudando, quando desconfiavam que havia alguma coisa de errado com os Parks, arrumávamos as malinhas e íamos para uma outra casa da família… E acreditem, possuíamos muitas.

– Vamos deixar que ele descanse, no almoço conversamos mais – Baekhyun falou para os outros, o que agradeci dando um sorriso em concordância para o ruivo.

Eles saíram da sala, me deixando sozinho com meus pensamentos e meus temores… O almoço era a hora que eu me exilava e tomava meu suquinho de tomate… Sem chances de ficar perto deles enquanto me alimentava, para início de conversa nem comia a mesma coisa que eles… E foi o que se seguiu durante aquela primeira semana até eu me render aos convites do ruivo e me juntar a eles no almoço na segunda-feira seguinte.

~EXO~

Você tem fome de quê? – Baekhyun me questionou ao ver que eu apenas havia me sentando à mesa e não trazia nada comigo além da minha garrafa de alumínio.

– Eu estou sem fome – respondi o encarando, o cheiro da comida deles fazia meu estômago revirar, por isso nem olhava direito para a mesa.

– Tem certeza? – ele insistiu. – Hoje você tem que ficar em um dos clubes, terá que ficar até tarde, ficará com fome depois – acrescentou me encarando de volta.

No pouco tempo que observei o ruivo, uma das coisas que ele parecia mais prezar na vida era comida. Acho que nunca vi um humano que venerasse tanto seu prato de comida e os doces que recebia das suas inúmeras fãs.

– Estou acostumado apenas a tomar uma vitamina – olhei para a garrafa. – Meu estômago não aceita muito comida de outros lugares – menti. Na verdade a única coisa que tomava a minha vida inteira era o líquido vermelho que continha na garrafa.

– Entendi! – Kyungsoo exclamou subitamente fazendo com que o olhássemos. – Por isso que não queria almoçar com a gente, você tem problemas no estômago, por isso não come como a gente – foi a conclusão que ele chegou e eu concordei balançando a minha cabeça.

– Se era isso, devia ter nos contato, Chanyeol! – era Chen agora quem falava, apelido de Jongdae.

– Certo, cada um come ou bebe aquilo que pode e sejamos felizes – Baekhyun falou cortando a conversa e passando a comer, sendo acompanhado pelos outros.

Bebi o líquido o mais cuidadosamente possível, não oferecendo para nenhum deles, afinal era a minha única fonte de energia, então eles nem pareceram ligar. Depois de almoçarmos, nos sentamos no gramado, lugar este que fiquei olhando para o sol e o céu lípido. Os garotos conversavam entre si e eu permanecia alheio, era assim sempre que eles vinham perto de mim na última semana. Fingia dormir ou voltava para a sala, mas naquele dia apenas fiquei observando o céu enquanto eles conversavam. Meus olhos estavam bem abertos observando a luminosidade daquele astro que deveria me machucar, mas não causava nem desconforto em meus olhos, até que um corpo caiu ao meu lado. Olhei de esguelha para ver quem era, Baekhyun tentava falhadamente olhar para o sol da mesma maneira que eu o olhava, porém seus olhos não aguentavam tanta luminosidade como os meus.

– Como consegue? – ele me questionou ao perceber que eu o observava e ria baixinho da sua atitude.

– Não estou olhando diretamente para ele, olhe para o ponto ao lado e não machuca – e voltei meus olhos para o canto, fazendo o que falara.

– Ainda não consigo – ele reclamou se sentando.

E eu me sentei também constatando que Jongdae e Kyungsoo haviam entrado já.

– Chen não terminou os exercícios de Matemática, Kyung foi ajudá-lo – contou-me ainda emburrado.

– Hum…

– Já escolheu que clube vai entrar? – perguntou-me subitamente animado.

Baekhyun oscilava de humor facilmente.

– Música – respondi simplesmente não querendo prolongar a conversa.

– Toca algum instrumento? – questionou-me ainda mais animado com a minha resposta.

– Teclado e guitarra.

– Eu toco piano e canto – ele falou.

– Prefiro rap – falei com pouco caso da fala dele.

– Rap? – fez uma careta. – Se você gosta de rap… Compõe também? – quis saber se mostrando interessado.

– Alguma coisa… – respondi desinteressado. – Vamos – falei já prevendo que o sinal bateria, me levantando após a minha fala.

– Mas nem bateu o sinal ainda – o ruivo reclamou não querendo me seguir.

Dei um último olhar para ele, de lhe dando as costas e antes de eu dar o primeiro passo em direção ao prédio, o sinal tocou anunciando as aulas da tarde. Sorri presunçoso e segui para dentro do prédio escolar sem me importar em deixar o pequeno ruivo para trás.

E foi o que se seguiu nas semanas de setembro, frequentava as aulas, ficava com eles no intervalo, o clube, mas não me aproximava, não dava conversa e me fazia de invisível, impenetrável. Outubro chegou trazendo a afobação boba do baile de Halloween… Antes mesmo de saber sobre o baile, já sabia que não iria… Isso até o Byun ter tido a audácia de ir a minha casa pedir autorização dos meus pais para que eu acompanhasse meus amigos no dia 31 de outubro.

Tive a experiência única de ver meus pais mais do que felizes, realizados ao verem que eu conseguira amigos. Baekhyun foi embora com um grande SIM, COM CERTEZA CHANYEOL IRÁ da minha mãe e um afago nos cabelos ruivos do meu pai.

– Chanyeol~ – minha mãe cantarolou quando o humano foi embora. – Por que não nos contou que fez amigos? Ainda mais um garoto tão bonito e sangue bom quanto Baekhyun – ela me questionou fazendo uma piadinha idiota.

– Não viaja, mãe – revidei me jogando no sofá da sala. – Não somos amigos, Byun que é insistente e não larga do meu pé o dia inteiro – reclamei.

– Que bom que apareceu alguém assim na sua vida, pelo menos pode se divertir como uma pessoa normal um pouco – meu pai falou se sentando na poltrona de couro à minha frente.

– Não somos normais – revidei entre dentes.

– Por isso mesmo que precisamos de um pouco de normalidade ao nosso redor – o mais velho revidou me encarando.

– Ao menos não precisa nem de fantasia para ir ao baile – minha mãe falou animada, ela sorriu deixando as presas àmostra.

– Eu não irei.

– Você irá sim – meu pai falou se levantando. – Acompanhará o jovem Byun Baekhyun e terá uma noite como um garoto normal – acrescentou impondo sua dominância sobre mim e ninguém em sã consciência ousava ir contra Park Geunsoo.

E realmente ninguém ia contra o meu pai, nem mesmo eu, mas minha mãe sempre conseguia o que queria, mesmo que de início tenha ouvido um não… Ela tinha os seus meios, porém não consegui convencê-la. Então lá estava eu trajando um terno preto moderno, o cabelo com um topete elegante e as presas salientes junto dos olhos avermelhados.

– Você está uma graça, meu querido – ela falou me admirando no espelho enquanto alisava meus ombros ajeitando melhor a veste em meu corpo.

– Não exagera, mãe – revidei me virando para encará-la. – Não acha que alguém pode descobrir? – questionei-a no que ela fez um gesto negativo com a cabeça. – Podem achar real demais ou sei lá… – falei levando o dedo até uma das minhas afiadas presas.

– Você está usando lentes de contato, dentadura falsa e tudo estará bem escuro lá, é um baile Chanyeol! Tem que ser escuro – ela falou querendo me tranquilizar. – Só não pense que tudo que ver borrado de vermelho é sangue, controle isso esse seu instinto como treinamos tantas vezes, se sentir cheiro de sangue, saia correndo de lá – falou me encarando. – Confio em você, meu filho e você não deve se privar de viver só porque é diferente.

– Mãe, nós não estamos vivos – revidei a vendo fazer uma careta.

– Estamos vivos sim, Chanyeol – revidou me encarando seriamente. – Toda vez que bebemos sangue nosso organismo trabalha, vivemos dessa forma, sabe que é assim que envelhecemos e adquirimos sabedoria… Apenas vivemos mais que os outros… Entenderá quando chegar na idade que eu e seu pai estamos – explicou o que eu já estava acostumado a ouvir.

– Como fui gerado? – questionei-a num ímpeto. E minha mãe tinha sorte, muita sorte mesmo porque sempre conseguia se safar daquele assunto polêmico entre ela e meu pai.

A campainha tocou e ela se levantou imediatamente, correndo sobrenaturalmente e me deixando sozinho em meu quarto praguejando contra a pessoa que me criou. Era inegável que éramos filho e mãe, havia fotos dela grávida espalhadas pela casa, mas, antes de me ter, ela já era uma vampira… Como ela podia ter engravidado estando morta? E me gerado? Essa era a minha grande questão que a fazia ficar arredia sempre.

Escutei a voz animada de Baekhyun e me analisei no espelho… Não havia escapatória, teria mesmo que ir a esse baile idiota, pois meu pai já dava o ar da graça, ou desgraça, vindo me chamar. Ajeitei uma última vez o topete e sai do meu quarto, encontrei o mais velho no corredor… Ele sorriu para mim, sorriso esse que eu respondi com um forçado fazendo questão de mostrar as minhas presas.

– Está levando seu cantil de bolso? – ele me questionou enquanto descíamos as escadas.

– Estou – respondi colocando a mão em cima do pequeno cantil que continha uma quantidade pequena de sangue para qualquer emergência.

– Celular, carteira e identidade? – questionou-me conforme nos aproximávamos da sala de estar, perguntas essas é que pais normais fariam.

– Sim, está tudo aqui – respondi colocando a mão sobre o bolso da calça.

– Chaves de casa? – perguntou balançando as chaves acima da minha cabeça.

Peguei-as da mão dele e adentrei na sala me surpreendendo com a fantasia do meu colega.

– Não acredito que você também irá de vampiro! – exclamou animado como só ele consegue ser se levantando quando me viu parado na entrada.

Baekhyun estava fantasiado de Conde Drácula! Os cabelos ruivos haviam sido descoloridos e estavam extremamente bagunçados, ele usava uma camisa branca daquelas antigas, lentes de contato coloridas e uma dentadura que parecia ser tão verdadeira quanto a minha. Por cima havia uma capa preta com uma gola alta escondendo seu pescocinho apetitoso.

– Vamos! – ele me puxou animado para fora de casa enquanto eu o olhava ainda chocado. – Seremos a melhor dupla daquele baile!

~EXO~

O baile de Halloween passou sem grandes eventualidades, dancei um pouco, fingi que bebi um pouco do ponche batizado e naquele momento estava indo ao banheiro quando uma briga começou. Reconheci os cheiros de Baekhyun e Chen, eles estavam tentando separar os agressores quando algo brilhou no meio de toda aquela confusão e o líquido vermelho escorreu do braço do Drácula… O cheiro invadiu as minhas narinas me fazendo ficar desnorteado… Tentei alcançar o cantil para me satisfazer por um momento e correr dali, mas a briga fora contida e o cheiro de sangue ficava cada vez mais próximo, como se o Byun estivesse se aproximando. E realmente ele estava…

– Chanyeol, você está bem? – consegui ouvir a voz dele enquanto o monstro dentro de mim rugia para atacar aquele serzinho que estava agachado perto de mim.

Eu havia caído sentado no chão e a parede gelada, tão gelada quanto meu corpo, era a única coisa que me aparava.

Sangue… – minha voz saiu num sussurro quase inaudível, o Byun só o escutou porque ele estava tentando me erguer, próximo demais, perigoso demais.

– Ahm, não me diga que você tem hemofobia – ele falou fazendo força para me erguer. – Vou te levar pra fora pra você tomar um ar, vamos, me ajude – pediu me forçando novamente.

Para fora… O ar faria com o cheiro se dissipasse e eu conseguiria pensar claramente… Ótimo! Seguimos para a área da quadra aberta, Baekhyun me jogou em um dos bancos da arquibancada e parou para analisar o seu braço… O sangue estava seco, fora apenas um corte de raspão que sararia em alguns dias… Nada grave. Busquei apressado o cantil, minhas mãos tremeram um pouco para abrir o recipiente, o Byun o tomou de mim para abrir e quando ele ameaçou a tomar o primeiro gole, bati em sua mão fazendo com que o cantil metálico voasse longe espalhando o sangue pelo gramado verde da quadra de futebol.

– Qual o seu problema, Chanyeol? – ele me questionou enfezado após observar o recipiente caído no chão. – Eu só queria um gole – reclamou voltando o olhar para mim.

– Sai! – exclamei, minha voz mais rouca que o normal.

Notei o humano se arrepiar com o tom de voz que ele nunca escutara sendo proferido por mim.

– E te deixar sozinho aqui sendo que você estava quase desmaiando minutos atrás? – revidou cruzando os braços. – Vai sonhando, Chanyeol.

– Eu não quero machucar você, Baekhyun – falei me forçando a controlar a sede que me dominava.

– Você é só altura, não machuca nem uma mosquinha – ele me provocou.

– Sai daqui! – pedi uma última vez apertando com extrema força o banco metálico da arquibancada que estava sentado.

– Ou então o quê? – desafiou-me.

E tudo aconteceu muito rápido… Podia quebrar o pescoço dele, mas o entorpeci e bebi com cuidado, não podia machucá-lo… Não podia perder aquela fonte de sangue tão doce…

~EXO~

– Você tem sede de quê?

– Eu tenho sede de você.


Notas Finais


Não está revisado, revisarei agora... Queria postar no prazo.
Talvez vire uma long, pois gostei do tema e do desenvolvimento corrido... Daria uma boa história.
Besos e quesos ~chu


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