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História Você vai estar aqui quando eu acordar? - Onze - E se nós voltássemos no tempo?


Escrita por: liittlelove

Notas do Autor


Depois de meses, séculos e milênios (e algumas ameaças): EU VOLTEI!!!!
aaaaaa como eu senti falta desse friozinho na barriga que sinto toda vez que posto um capítulo novo! ❤
Sei que alguns devem estar bem bolados comigo que nem vão querer ler ou comentar, então antes de ser xingada quero esclarecer algumas coisinhas. Nesse meio tempo meu carregador do notebook estragou duas vezes, eu peguei dengue (quem pega dengue no inverno, senhor?) e mudei de escola. E por mais que eu me adeque fácil uma mudança dessas não deixa de ser complicada. Então por favor me perdoem.

Ah já ia esquecendo: chegamos em uma parte que se parece com um final, mas não é, ok? Ainda tem VÁRIAS coisas pra acontecer com esses irmãos. Outra coisa: prestem atenção nos detalhes. São importantes para a compreensão do futuro da fanfic.
Esse capítulo é 99% CHANHUN, então aproveitem!
Capítulo feito com todo amor que consegui colocar, cheio de emoções e sentimentos. Deixo vcs com meu amorzinho.

Boa leitura ❤❤

(até lá embaixo)

Capítulo 12 - Onze - E se nós voltássemos no tempo?


Fanfic / Fanfiction Você vai estar aqui quando eu acordar? - Onze - E se nós voltássemos no tempo?

 

Onze - ... você me deixaria amar-te?  

 

  Sempre existe aquele momento onde não sabemos ao certo se estamos acordados ou dormindo. É como se aquela linha tênue entre o mundo real e o fictício disputasse entre si qual lugar pertencemos naquela hora, e é durante esse processo que ouvimos o mundo.

  É durante esses minutos que prestamos atenção, é quando paramos e ficamos ali, esperando o ganhador, como se qualquer movimento que fizéssemos pudesse interferir no resultado da batalha e no final das contas, não percebemos como somos sortudos em sentir, mesmo que seja por míseros minutos, onde pertencemos.

  Sentir é bom, nos faz bem, nos faz humanos, e Sehun conseguiu sentir aquela manhã.

  Primeiro ele não quis abrir os olhos, pois gostava da sensação de ver-se tão importante a ponto dos dois pólos quererem lutar por sua atenção, afinal, vendo por esse lado, conseguimos nos sentir realmente especiais, já que de todas as pessoas, eles haviam escolhido justamente ele para guerrear. Como não se sentir prestigiado com tamanha atenção?

  Mas diferente das outras manhãs, Sehun sentia uma leve quentura em sua mão esquerda que o fez querer abrir os olhos, bem rápido, só para poder admirar novamente o irmão. Consegue imaginar o quanto isso era importante? Para ele, era  como se tudo voltasse para seu devido lugar depois de quase uma década, finalmente ele poderia olhar para seu Chanyeol ao acordar.

  Porém, seu irmão não era loiro como a cabeleira que vira quando consumou o ato esperado, entretanto, permitiu-se agradecer aos céus por Luhan não estar com a cabeça levantada para conseguir ver sua cara de decepção quando o olhara.

  Não queria o magoar, pois querendo ou não ele ainda o amava de algum jeito.

  — Luhan? O que está fazendo aqui há essa hora?

  — Bom dia para você também. — ironizou inclinando para beijar rapidamente os lábios do moreno.

  — Me desculpe, bom dia — retribuiu o contato.

  — Fiquei sabendo que a luz caiu aqui por causa da chuva — levantou-se da cama — você ficou bem?

  — Fiquei sim, meu... Irmão veio me fazer companhia.

  — Sério? Nem o vi. — mentiu.

  Na verdade, ele sabia, ele via e ele sentia. O mais novo poderia achar que não, mas Luhan o conhecia mais do que era recomendado para um namorado conhecer outro. Ele percebia pelos toques breves que ele lhe dava que algo estava errado, porém, a mentira por diversas vezes parece ser mais receptiva que a verdade, e naquela situação ela permitiu que ainda conseguisse deitar-se ao lado do namorado todas as noites. 

  Perguntava-se inúmeras vezes o que dera na cabeça de Sehun para que ele achasse que conseguiria enganá-lo. Eles estavam juntos há quase seis anos, poxa! Será que ele achava Luhan tão burro a ponto de não perceber o quanto seus olhos viviam vermelhos, ou não perceber o cheiro de álcool impregnado em sua boca todas as vezes que tomava a iniciativa de beijá-lo?

  Sehun estava se esquecendo de segurar sua mão e chegar em casa cansado de uma noite puxada de trabalho e encontrar outro homem em seu lugar acariciando o rosto que sempre achara lindamente perfeito, era a última coisa que precisava para concluir que o mais novo não o pertencia mais.

  Sehun havia soltado sua mão.

  — Está me escutando Lu? — ouviu a voz do moreno.

  — Desculpe, mas me distrai. — secou o que achou que poderia ser lágrimas — O que você estava falando?

  — Seu celular está tocando.

  — Ah sim, obrigado. — sorriu para o namorado que retribuiu pequeno.

  Enquanto o loiro falava em mandarim com alguém que julgou ser sua mãe, Sehun percebia o quão bonito o namorado ficava enquanto sua expressão se fechava em preocupação. Continuou sorrindo de canto, até que a imagem do irmão surgiu em sua mente.

  Ele sabia que não podia comparar os dois, afinal eles eram completamente diferentes, mas também sabia que não poderia dizer que Luhan era o homem mais bonito do mundo para si, pois aquele com quem compartilhava do mesmo sangue já carregava esse posto.

  Sempre seria Chanyeol, afinal.

  Saiu dos seus devaneios quando o mais velho sentou com os ombros baixos na cama.

  — O que houve, Lu? — indagou realmente preocupado.

  Desde que se conheceram o mais velho sempre procurou ser o mais otimista possível, até nas situações mais desesperadoras ele sempre conseguia sorrir para si. Com toda certeza esse foi um dos vários motivos que o fizera apaixonar-se por aquele homem.

  — Alguma coisa aconteceu com meu pai. — murmurou apreciando o carinho fraco que o mais alto fazia em suas mãos — Minha mãe não especificou, mas é sério o bastante para ela me pedir para ir para casa. 

  — Mas assim tão de repente? E seu trabalho?

  — São só alguns dias, provavelmente segunda estou de volta, mas sei lá... — escondeu o rosto entre as mãos — Estou com um mau pressentimento, Sehun. 

  — Não será nada de mais, meu bem, talvez sua mãe esteja exagerando. — rezou para suas palavras estarem certas — Ainda estou segurando suas mãos.

  Sehun odiava mentir.

  Luhan odiava mentiras.

  “Eu sinto muito, Luhan.”

  — Obrigado. — Virou para o namorado ao seu lado e o olhou. Sehun sempre fora transparente para si, mas naquela manhã, Luhan não conseguira ver nada. A mentira faz isso, cega às pessoas que a usam e a aceita.

  Inclinou aos poucos, observando os atos do maior, e sutilmente encostou seus lábios sobre os deles. Estavam ásperos. Forçou-se a manter o contato, até tentou afundar o beijo deitando Sehun sobre o colchão, mas o mais novo não permitiu.

  — Por favor. — implorou ainda de olhos fechados. Não queria que Sehun visse as lágrimas que o mesmo causara em si.

  — Melhor não, Lu.

  — Eu preciso disso Sehun.

  O mais novo conseguia ver os cantos dos olhos do namorado úmidos, porém ele não podia deitar-se com Luhan enquanto tudo que ele queria era sair daquele quarto e ir à procura do irmão.

  Ele queria Chanyeol, com suas pernas tortas e orelhas avantajadas, ele o queria.

  — Me desculpe. — sussurrou beijando a testa do menor.

  — Preciso fazer minhas malas, sozinho. — murmurou depois de alguns segundos.

  — Tudo bem, estou na cozinha se precisar de mim.

  Sem nenhuma resposta, Sehun saiu do quarto sentido ódio de si mesmo por fazer aquilo com uma pessoa que tanto o amou. Mas ele sabia que não iria adiantar quebrar todos os móveis que via pela frente como era sua vontade. Ele sabia que havia feito a coisa certa.

  Mas o que ele poderia fazer no final das contas? A alguns passos de si havia a pessoa mais maravilhosa que passou por sua vida, mas em compensação, em algum lugar daquela cidade seu irmão estava vivendo maravilhosamente como sempre viveu.

  Chanyeol carregava consigo aquela pose arrogante, porém Sehun sabia que arrogância estava longe de ser mais um defeito pertencente à imensa lista que criara somente para pontuá-los e acima de tudo, amá-los, pois era isso que fazia todas as vezes que aquele homem passava por sua mente.

  Sehun o amava.

  — Estou indo — E lá estava Luhan, lindo como sempre fora, com seus olhos avermelhados pelo choro silencioso que permitiu sair enquanto colocava em sua mala qualquer peça de roupa que encontrara pela frente.

  Deveria doer, não é? Sentir toda aquela confusão dentro de si e não poder correr para seu porto seguro, pois você já não era mais o dele. Talvez Sehun não conhecesse tanto o namorado como achava conhecer, pois para ele, Luhan só estaria carente e triste pelo pai.

  — Ah então vamos.

  — Não precisa, posso ir sozinho mesmo.

  — Luhan... Para com isso — foi até o menor — eu vou até o aeroporto com você e ponto.

  Considerou o silêncio que recebera como uma afirmação para então pegar uma das malas do namorado e sair pela porta.

  Estranhamente, eles não estavam lado a lado como de costume. Seus braços não se encostavam e, com isso, os sorrisos discretos que soltavam pelo contato não se fez presente hora alguma.

  Eles estavam se partindo aos poucos, pois desde o dia que Luhan encontrara Sehun eles nunca deixaram de ficar um do lado do outro em todo sentido real e figurado que essa expressão possa ter. 

  E o fato de Luhan fazer todo o percurso repetindo inúmeras vezes em sua mente um “está tudo bem” para evitar o choro provava isso.

  “É só uma fase, certo?”

  “Eu estou imaginando coisas”

  “Está tudo bem, não é?”

  “Esteja tudo bem, por favor...”

  Essa é a pior parte.

  Quando é preciso negar infinitas vezes que algo está fora do lugar quando já está mais do que na cara o quanto as coisas não estão em seus lugares. Fora difícil para Luhan aceitar que estavam errados, logo eles que sempre pareceram tão certos.

  Mas infelizmente nem tudo que parece ser, é de verdade.

  Talvez sejamos só um conto de fadas fracassado que vários escritores já desistiram de consertar.

  Estamos todos errados, no final.

 

  — Não faça nada, por favor.

 

  Essas foram as cinco palavras mais duras que Sehun ouvira de Luhan em uma despedida.

  Não ouve choro, por mais que Luhan quisesse chorar.

  Não ouve abraços, por mais que Sehun tentasse lhe abraçar.

  Porém, ouve um beijo simples, por mais que os dois não quisessem se beijar.

 

.*.

 

  Chanyeol era só mais uma pessoa perdida naquela manhã. Alguém sem motivos para chorar, sem motivos para sofrer e também sem motivos para sorrir. Era somente mais um ser que não fazia a mínima idéia de para onde ir. E por mais que seu rosto não mostrasse nenhuma reação, seus olhos ainda brilhavam, pois neles, os dez minutos que teve para olhar o irmão dormindo antes de partir, ainda estavam sendo refletidos.

  Fora como se o relógio parasse só por ele, lhe dando a oportunidade de retroceder e assistir cada pedacinho esquecido de sua infância, onde ele pôde sentir tudo que sentira no passado, mas sem a pressão de estar fazendo algo errado, pois nessa aventura ele não passava de um telespectador que torcia para que o personagem mais velho beijasse logo o mais novo.

  Nessa viagem ao passado, Chanyeol percebeu que a única coisa que ele realmente mudaria não era o fato de ter sentido coisas estranhas pelo irmão, era ter escolhido ficar.

  Sua mente havia parado exatamente na cena em que segurara o rosto do mais novo para beijá-lo.

  Era uma cena bonita, digna de um filme dramático onde um larga tudo pelo outro e prometem que tudo vai dar certo. Mas essa é a maior mentira que pessoas apaixonadas dizem uma para outra. Os autores das histórias sabem, os personagens e os ouvintes também, que no final ninguém vai querer admitir que estava errado, porque quem admitir levará o peso da culpa por não ter feito tudo ficar bem.   

  Talvez se ele não tivesse sido tão covarde eles teriam dado um jeito. Talvez tivessem fugido, ou talvez pudessem ser descobertos, ou talvez eles parassem de se amar no meio de tanta confusão. Chanyeol não sabia, mas qualquer coisa parecia melhor do que ter que ficar tanto tempo – igual ele ficou – longe de Sehun. Chanyeol nunca foi  alguém que gostasse de pensar nas conseqüências de seus atos.

  No final de tudo eles eram apenas duas crianças perdidas a procura de um lugar para se abraçar sem aquelas pessoas más que os cercavam por todos os cantos tentando os sufocá-los. Mas para Chanyeol estava tudo bem, pois se isso realmente acontecesse, ele não se preocuparia em gastar seu ultimo sopro de oxigênio enquanto beijava os lábios de Sehun.

  Chanyeol estava começando a entender.

  Porém, seu tempo acabara antes que ele pudesse descobrir o que seriam deles caso tivessem escolhido outros caminhos.

 

 

  Um barulho vindo da porta chamou à atenção de Chanyeol fazendo com que ele olhasse em direção a mesma, encontrando o chinês de braços cruzados e expressão séria. Interiormente o maior quis rir pela falha do loiro ao tentar intimidá-lo, mal sabia Luhan que Chanyeol conseguira ver seus olhos lacrimejando.

  — Bom dia. — Luhan fora o primeiro a se pronunciar.

  — Bom dia. — disse a contragosto levantando do chão e se afastando de Sehun, mas não antes de acariciar os cabelos do mesmo. — Sehun havia dito que você voltava para casa ontem mesmo.

  — Imprevistos acontecem. – respondeu vendo o maior se aproximar.

  — Bom, eu pediria para você fazer um favor para mim, mas como não temos nenhum grau de afinidade peço que faça por você e pelo Sehun — parou em frente ao chinês fitando a diferença de altura entre eles — Vê se não deixa esses imprevistos acontecerem de novo.

  — Ele já é um homem, Chanyeol. — segurou o braço do maior barrando sua saída — O ajudei a superar seus medos há anos.

  Antes de responder Chanyeol soltou-se puxando seu braço fazendo com que Luhan recuasse.

  — Eu não teria tanta certeza assim.

 

 

  Lembrava-se perfeitamente de quando fora obrigado a voltar à realidade e tivera que gritar o mais alto que pôde para que seu antigo eu não saísse daquela casa sem o irmão, pois sabia que caso saísse ele poderia se perder no meio do caminho e nunca mais achá-lo outra vez. Porém, ninguém o escutava, afinal o tempo não é tão bondoso assim a ponto de lhe dar a capacidade de mudá-lo.

  O tempo cobrava caro e o preço que Chanyeol pagara fora se encontrar com a pior conseqüência de seus atos, aquele que ficara ao lado de Sehun quando ele não fora capaz de ficar.

  Entretanto, diferente das outras vezes, Chanyeol não quis ficar remoendo em sua mente o que acontecera mais cedo. Ele só queria levar Sehun para o passado e ver junto a ele todos os pequenos sorrisos que deram e deixar que as histórias por trás deles mostrassem o quanto Chanyeol era perdido em seus traços.

 

 

“Se eu te dissesse que em algum

lugar do mundo nós poderíamos voltar

no tempo. Você voltaria comigo?”

Chanyeol – 08h33min

 

  Se Chanyeol estava pensando quando digitou aquela mensagem? Não, ele não estava, mas quem se importava? Ele, com certeza, não.

 

“Isso nos colocaria em risco?”

Sehun – 08h55min

 

“De sermos pegos? Provavelmente”

Chanyeol – 08h57min

 

“E o que faríamos se isso

 acontecesse?”

Sehun – 08h59min

 

“Nós podemos fingir.”

Chanyeol – 09h00min

 

“Até quando?”

Sehun – 09h00min

 

“Até quando não agüentarmos mais”

Chanyeol – 09h02min

 

“E se eu desistir no meio do caminho?”

Sehun – 09h08min

 

“Eu suporto todo o resto por você”

Chanyeol – 09h09min

 

  Sehun sorrira do outro lado da tela do celular.

 

“Como nos velhos tempos”

Sehun – 09h09min

 

“Exatamente como nos velhos tempos”

Chanyeol – 09h09min

 

  Não havia nada no mundo que conseguisse tirar o sorriso que fez morada no rosto dos irmãos, ou talvez naquele dia eles nem fossem como irmãos, afinal aquele termo nunca havia ficado bom neles mesmo.

 

 

.*.

 

 

  Sehun não fazia a mínima ideia da onde estava indo. Tinha por volta de meia hora que  Chanyeol havia aparecido em seu apartamento no meio da tarde com um sorrisinho suspeito e roupas casuais; e sinceramente, ele não sabia qual dos dois o assustava mais. Naquele momento ambos estavam dentro de um trem antigo que Sehun nunca imaginara que veria em uma cidade como Seoul.

  Desde que saíram o mais velho em hora alguma havia dito para onde eles iam, mesmo com muita insistência vinda do mais novo e até quando foram comprar as passagens Chanyeol fez questão de tampar os olhos de Sehun arrancando risadas constrangidas da vendedora quando o menor tentara de todo jeito lhe atacar para que conseguisse ver o que os bilhetes diziam. E bom, pela expressão emburrada que Sehun estava era bem óbvio que não havia conseguido nenhuma pista.

  — Estamos indo pra Goyang? — perguntou depois de pensar por um tempo.

  — Não, Sehun. – riu. — Você não conhece esse lugar, já disse.

  — Merda. — resmungou fazendo Chanyeol rir mais alto – Vai demorar muito?

  — Só mais um pouco.

  — Aish.

  — Posso saber o porquê de tanto mau humor?

  — Posso saber o porquê de você ter ido embora?

  — Ah então é por isso. – Sehun revirou os olhos – Digamos que encontrei alguém indesejado.

  — Como assim? Ah... Entendi – sorriu sem graça – Desculpe.

  — Estou perdoado?

  — Só se me contar onde estamos indo!

  — Sem chance. Chegamos, senhor impaciente.

 

  A verdade era que Sehun nem estava chateado realmente, mas sabia como Chanyeol achava engraçado quando estava nervoso e não havia nada que o menor não fizesse para ver um sorriso no rosto do irmão, nem que para isso precise ser meio criança igual ao maior, afinal Chanyeol sempre fora um crianção de pernas longas e tortas.

  Ao descerem do vagão Sehun se surpreendera com o que via, era uma pequena estação feita de madeira, na sua maioria, com dois senhores sentados em um banco cumprimentando alegremente seu irmão e depois a si. Sem saber como reagir o menor apenas se curvou enquanto Chanyeol conversava sorrindo de orelha a orelha para os mais velhos.

  — Ainda estamos em Seoul? — o menor perguntou quando Chanyeol o chamou para continuar o caminho.

  — Estamos na divisa.

  — E você vem muito aqui? — estava curioso.

  — Sempre que tenho tempo. — sorriu-lhe.

  — Como você conheceu aqueles senhores?

  — Já faz um tempo, foi durante meu primeiro ano de faculdade. Estava meio cansado de tudo então ia passar um tempo na casa da vó, só que peguei o trem errado, dormi e não percebi. — começaram a subir um caminho de terra que havia em meio a um mato baixo — Então quando dei por mim estava aqui onde é a última parada. Primeiro fiquei desesperado, porque só iria ter outro trem no outro dia, mas aqueles senhores me ajudaram e um deles me deixou dormir na sua casa. Conheci sua esposa e seus filhos também. Acabou que minha “folga” foi passada toda nesse lugar e eles acabaram sendo como uma família para mim por mais que eu nunca tivesse me sentido em casa. Até que um dos filhos do senhor me trouxe aqui.

  Sehun olhou confuso ao redor, afinal só havia mato ali, até que seus olhos encontraram a longe um carrossel formado somente por dois cavalos que foram pintados com as cores mais aleatórias que já havia visto e por isso o achara encantadoramente lindo.

  — Nossa... — sussurrou admirado vendo Chanyeol ir até ele e mexer em alguma coisa na sua base.

  — Não me decepcione agora amigão — escutou o irmão murmurar e quis rir, porém seu riso fora cortado quando todas as cores do brinquedo se acenderam e o mesmo começara a se movimentar tocando o instrumental de uma das músicas favoritas de Sehun.

  O mais novo estava sem palavras admirando todas aquelas cores que as luzes possuíam quando Chanyeol se levantara com um sorriso orgulhoso no rosto.

  — Quer andar nele?

  — Ele me aguenta?

  — Vamos ver. — segurou a mão de Sehun já ao seu lado levando-o até o brinquedo.

  — Isso é incrível Chan! — falou após sua primeira volta sorrindo para a vista que tinha — mas agora me diz, por que me trouxe aqui?

  — Quero te contar uma história. — começou se escondendo do olhar de Sehun a medida que o carrossel ia rodando.

   — Por que essas palavras me soam tão familiar?

  Chanyeol adorava contar histórias.

 — Porque será? — sorriu mesmo sabendo que o outro não podia ver.

  — Bem antes de nós nascermos um homem bem simples queria pedir sua namorada em casamento, mas como eu disse, ele era muito simples e não tinha condições financeiras de comprar nada e mesmo que sua companheira não ligasse muito para coisas materiais, ele era um romântico incurável e não permitiria que o amor da sua vida tivesse menos que algo inesquecível. Então ele começou a pensar: “o que ela mais ama nesse mundo? Depois de mim, é claro” — Sehun riu procurando por Chanyeol com os olhos enquanto ouvia atentamente sua história — Então ele se lembrou do amor da sua amada por cores. Assim como você, Sehun. — sorrira já cansado de procurar o maior aproveitando somente o som de sua voz — Depois de muito pensar o rapaz concluíra que iria fazer um enorme carrossel encima da maior montanha que conhecia para que de noite mesmo de longe as pessoas pudessem ver um símbolo do seu amor. Porém quando ele fora abrir seu colchão para tirar suas economias ele se lembrou de um dos principais motivos por estar fazendo algo com as próprias mãos: a falta de dinheiro.

  “Desanimado, o homem fora até a cidade com o máximo que podia gastar e comprou tudo o que o dinheiro dera. Com os trocados que tinha para voltar para casa ele fora atrás da montanha mais alta, entretanto, ele observou pelo mapa que tinha em mãos que gastaria horas até o local e mesmo assim não teria dinheiro suficiente para levar sua futura noiva até o local, por fim acabara voltando mais desanimado do que fora. — começou a caminhar junto a Sehun — E mesmo desapontado o homem subiu o mais alto que conseguiu dentro da sua região e construiu um simples carrossel de dois cavalos, pintando-os do jeito que conseguiu, misturando as poucas tintas que comprou para formar cores novas, e depois de alguns dias de trabalho duro ele finalmente conseguiu terminar. Para ele era a coisa mais feia do mundo, mas quando ele levou a moça ao local ela só pôde  chorar ao vê-lo dizer as palavras que tanto ensaiou em frente a uma vitrine quando ia a cidade. Mesmo não sendo o maior brinquedo, nem sendo montado na maior montanha para que todos da cidade conseguissem ver, isso daqui foi o maior e o melhor testemunho de um amor que já vi na vida. Dizem por ai que amor não existe, então se alguém conseguir me dizer racionalmente  o que levou esse homem a fazer tanto por essa mulher, eu deixo de acreditar em tudo que esse lugar tem a dizer. — parou o brinquedo para que conseguisse olhar nos olhos de Sehun — O que seria uma pena porque não foi fácil pintar outra vez isso daqui só para que você pudesse ver e encher meus olhos dos brilhos que estão saindo dos seus.”

  Sem saber o que responder Sehun apenas saiu do brinquedo e passou seus braços pelo tronco do maior, o abraçando mais forte que conseguira.

  — Obrigado – murmurou — Só muito, muito, muito obrigado.

 

 

 

 

  Pouco antes de escurecer os irmãos desceram a ladeira e a pedido de Sehun foram conhecer o casal da história que Chanyeol havia lhe contado. Após conversar muito com o casal, eles tiveram que ir embora, pois já estava ficando tarde e a lotação logo pararia de passar.

  Entraram no último trem do dia sorridentes fazendo com que todos que os olhassem estranhassem, e pela primeira vez Chanyeol não se importou com que os outros achavam, estava perdido demais em Sehun para tal.

  Chegaram à estação que deveriam descer junto a chuva pesada que castigava toda Seul.

  — Como vamos para casa? – perguntou Sehun.

  — Quer molhar um pouco?

  — Ta’ pensando em ir daqui  até minha casa a pé?

  — Claro que não – respondeu – Daqui até a minha casa.

  — Ta doido?

  — Talvez. – riu puxando Sehun e começando a correr.

 

 

.*.

 

  Sehun acreditava em um mundo por pessoa, onde cada um vivia sua própria realidade crendo que aquela era a verdade. Acreditava em um lugar colorido, onde pudessem mostrar seus demônios internos sem que ninguém conseguisse ver, acreditava nas cores daquele lugar que mesmo em meio a uma tempestade não deixaria de ser seu lar. Acreditava em um mundo secreto, onde quem o habitasse pudesse escolher quem entrava ou não em sua vida. Entretanto ele também acreditava no amor e na sua imprevisibilidade, e era nesse momento que suas crenças antigas deixavam de existir, transformando todo aquele mundo em uma só estrada, em um só lugar.

  Porém, Sehun também acreditava que para cada estrada existente haveria um caminho paralelo a ela, e que esse caminho o levaria para aquela mesma pessoa que entrou sem permissão em seu mundo e o tomou como seu também, abrindo mão do próprio mundo para dividir aquela estrada com aquele alguém.

  E mesmo tudo isso não passando de uma ilusão da sua mente, Sehun acreditava que o seu caminho paralelo o levaria para Chanyeol.

  Afinal, Sehun era um sonhador que tinha como maior sonho, o irmão. E diferente dele, hora alguma o menor escolhera apagar de sua mente o fato de ambos serem irmãos, pois sabia que quando aquele sonho terminasse, Chanyeol se recusaria a acordar junto a si. Sehun queria prepará-lo, queria avisá-lo que o mundo não esperaria por eles, mas acima de qualquer outra coisa, Sehun queria amá-lo.

  Então ele entendeu, enquanto suas mãos estavam unidas e a água da chuva caia sobre os dois, o porquê daquele homem ser seu irmão e não um desconhecido, no final das contas eles eram preciosos demais para se amarem de uma forma só.

 

  — Finalmente chegamos! — pronunciou Chanyeol balançando a cabeça fazendo Sehun o empurrar levemente separando suas mãos para impedir que a água do cabelo do mesmo lhe atingisse.

  — Sai! — murmurou rindo olhando aquele homem que mais se parecia com um menino a sua frente.

  Chanyeol tinha os cabelos escuros colados em sua testa fazendo com que suas orelhas parecessem maiores do que já eram e seus olhos eram obrigados a quase se fecharem para que seu rosto conseguisse acomodar aquele sorriso todo bobo que destinava a Sehun naquele fim de tarde.

  Sehun gostava quando Chanyeol fica assim, meio bobão, pois o fazia lembrar que em algum lugar bem escondido ele continuava sendo o mesmo garoto que adorava sorrir para o nada e contar piadas aleatórias nos momentos mais inconvenientes possíveis.

  E era desse Chanyeol que Sehun sentia falta. Desse Chanyeol que não hesitava nenhuma vez sequer em mostrar todos os dentes da boca enquanto sorria, desse Chanyeol de olhos expressivos que o encarava e dizia pelo olhar todas as coisas que o seu orgulho não o deixava falar, desse Chanyeol espontâneo que batia em todos a sua volta quando gargalhava de algo que jurava ser a coisa mais engraçada do mundo  — mas isso Sehun conseguiria viver sem numa boa. Era desse Chanyeol meio torto que Sehun tanto esperou afinal aquele era o seu verdadeiro Chanyeol, meio bobinho, meio sorridente e meio falho.

 

  Entraram no elevador em silencio, ali seus olhos não se encontraram e nem suas mãos se tocaram, mas os sorrisos cúmplices que compartilhavam os entregavam. Com a cabeça apoiada no espelho Sehun lentamente se aproximou do irmão e com seus dedos começou a brincar com os semelhantes de Chanyeol, fazendo o maior lhe olhar e sorrir terno, sem exageros.

  Chanyeol gostava da cumplicidade que havia nos toques do irmão, o fazia pensar que estavam juntos por toda a eternidade, mesmo não sabendo quanto tempo o eterno realmente durava.

  Chanyeol estava feliz em não saber, daquela vez.

 

  Perdido nos toques de Sehun, Chanyeol não vira que haviam chegado ao andar que deveriam descer, ou talvez tenha até visto, porém não queria quebrar o contato que demorou tanto para aceitar que queria mais do que qualquer coisa. Chanyeol também queria entender.

  — Nós vamos ficar aqui até quando? — sussurrou Sehun sem quebrar o contato.

  — Hum?

  — Nós já passamos do andar e logo mais pessoas vão começar a entrar.

  — Eu odeio quando você tem razão, sabia? — murmurou a contra gosto apertando o botão do seu andar novamente.

  Enquanto Sehun ria contido, Chanyeol o puxara para fora do elevador até seu próprio apartamento. Ao entrarem a primeira coisa que Sehun avistou fora o velho violão do irmão em um dos cantos da sala do mesmo.

  Assim que o viu fora como se um turbilhão de memórias o atingisse fazendo com que Sehun se desligasse de tudo a sua volta, dedicando aqueles poucos segundos de silêncio para lembrar-se dos pedidos cheios de manha, das reclamações vazias e das melodias que Chanyeol sussurrava-lhe mesmo na alta madrugada. Logo um sentimento de calmaria lhe atingiu, e olhando fixamente para Chanyeol, ele percebera que não queria fingir mais.

  Sehun queria voltar a ser irmão já que seus melhores momentos  foram com os eles assim, sendo quem realmente eram. Sehun não queria perder isso, na verdade, ele não poderia perder mais nada que envolvesse o maior, pois ele não o queria pelas metades, Sehun o queria por inteiro. Com Chanyeol sendo inteiramente seu.

  — O que foi? — perguntou Chanyeol com uma toalha nas mãos pronta para dar ao mais novo quando percebeu um olhar diferente do outro — Algum problema?

  — Não... — respondeu pegando a toalha. — Posso te fazer uma pergunta Chan?

  — Claro.

  — Você poderia voltar a ser meu irmão? Só por alguns minutos? — olhou-lhe — Eu juro que depois podemos voltar a fingir.

  — Como assim? — soprou um riso pensando ser brincadeira, mas parou quando Sehun não retribuíra o ato — Certeza que não tem nenhum problema?

  Sehun suspirou.

  — Eu só quero que você volte a agir como meu irmão, Chanyeol, pois ai não iria parecer tão estranho se eu te chamasse para tomar banho comigo. — foi direto vendo os olhos do mais velho crescer consideravelmente — Nós fazíamos isso, lembra? Eu teimava dizendo que não queria e no final sempre acabava com você junto à mim. — sorriu ao lembrar — Chegou uma hora que nem preguiça mais eu tinha, só mentia para que você estivesse lá comigo outra vez. Talvez isso já exista desde bem antes do que eu imaginava. — sussurrou a última parte mais para si do que para o outro.

  — Isso o quê? — indagou no mesmo tom vendo o outro fitar suas orbes.

  — Você sabe.

  E ele de fato sabia, talvez só fosse cedo demais para si. Porém, mesmo com dúvidas, receios e inseguranças, Chanyeol lhe estendera sua mão encorajando o irmão com aquele mesmo sorriso de sempre, a pegá-la. Aquele era seu sim. E Sehun entendera segurando firmemente sua mão. Era complicado admitir, mas aquela sim era a verdadeira mão que nunca deveria ter soltado. Chanyeol era seu eterno  e ninguém conseguiria mudar isso, afinal apaixonados tendem a não ligar muito para opinião de terceiros e Sehun estava se apaixonando mais a cada passo que davam em direção ao cômodo que julgou ser onde veria a nudez de seu irmão.

 

  Juntos, eles entraram no banheiro esperando ansiosamente quem daria o primeiro passo. Guiado pelos seus instintos Chanyeol puxou sua blusa para cima, tirando-a, relevando seu tronco levemente definido e seus ombros largos ao irmão que imediatamente se viu sem rumo, atraído por todos os detalhes bem feitos que haviam no peitoral de Chanyeol.

  Sehun aos poucos ia ficando igual a ele, perdido.

  Meio sem jeito, Sehun levara suas mãos até a própria camisa com a intenção de retirá-la, porém Chanyeol o impedira segurando entre as suas, as mãos do irmão, fazendo com que ele lhe olhasse confuso.

  — Você se lembra de que era tão preguiçoso a ponto de me pedir para tirar suas roupas? — Sussurrou baixo enquanto se aproximava mais do irmão. Quando a proximidade dos irmãos aumentara os olhos do mais novo que antes estavam a fitar os do mais velho logo desceram para seus lábios acompanhando cada palavra que saíam por entre eles.

  Ao balançar a cabeça afirmadamente, os narizes dos irmãos se encostaram fazendo com que ambos sorrissem quando se lembraram daquele contado tão pessoal para eles. Fora o único jeito que Chanyeol havia encontrado para que conseguisse expressar bem de pertinho o que sentia, e mesmo não sabendo o que significava, com o tempo Sehun começara a fazer aquilo também só para dizer sem palavras o quanto lhe amava.

  — Então é isso que eu devo fazer.

  Querendo que aquele momento durasse para sempre, Chanyeol começara a puxar devagar a blusa do irmão fazendo questão de o olhar enquanto o fazia. Queria dar uma de Sehun e decorar todas as coordenadas que seu corpo tinha para que mesmo quando aquele final de semana chegasse ao fim ele pudesse reviver infinitas vezes aquele momento em sua memória, como se fosse à primeira vez.

  Com aquele ato, os dedos de Chanyeol se encostavam à pele alva do menor fazendo com que ele se arrepiasse com o contato. Aos poucos eles iam percebendo que por mais que tentassem, nunca conseguiriam de fato voltar ao modo de vida de suas infâncias. Havia sentimento demais para isso.

  A prova disso fora quando ambos já estavam sem suas calças e todo o corpo de Chanyeol reagiu quando o menor fora tentar tirar sua cueca, fazendo com que o maior deitasse sua cabeça sobre o ombro do irmão.

  — Sehun... Não. — apertou a cintura do outro que subira suas mãos para as costas e o abraçou murmurando um ‘tudo bem’ contra seu pescoço, forçando o maior a se afastar por algum tempo.

  Já separados, os irmãos tiraram a última peça de roupa que ainda os cobriam. Quebrando o contato visual, o mais velho fora a frente ligando o chuveiro e entrando debaixo da água quente de costas para o mais novo, mas ainda sim o esperando. 

  Antes de se aproximar do irmão, Sehun permitiu-se observar o maior. Acompanhou desde suas pernas compridas até suas costas largas que carregavam algumas pintinhas, ele se lembrava bem delas já que algumas semelhantes nas suas próprias não o deixavam esquecer.

  Chanyeol sabia que o outro estava atrás de si o observando e não pensou muito quando se virou para fitá-lo também, e céus, Sehun era tão lindo que a única coisa que fez fora agradecer mentalmente, para quem quer que fosse, por poder olhar para aquele homem e chamá-lo de seu, mesmo que a frase tenha que vim acompanhada pela palavra irmão.

  Saindo dos seus pensamentos, Chanyeol viu Sehun se aproximar e despejar um líquido sobre sua cabeça para logo depois começar a massageá-los.

  — Vai ficar me olhando com essa cara de bobo? — riu baixo — Ou vai fechar logo os olhos para não cair espuma neles?

  — Chato. — riu também fechando os olhos.

  Assim que Sehun terminou fora a vez de Chanyeol massagear os fios mais claros do irmão. Assim que o contato começou o riso se tornou sorrisos que logo se tornaram olhares que diziam secretamente as coisas que passavam por suas mentes. Talvez seja pelo fato de Chanyeol sempre ter sido mais intenso que Sehun. Talvez por ele tomar todo o cuidado para que a espuma não descesse pelo rosto do menor para que ele conseguisse continuar lhe olhando. Ou poderia ser também pelas mãos do menor estarem em seu quadril aproximando os corpos sem que realmente percebesse.

  — Quem parece o bobo agora? — sorriu vendo Sehun sorrir sem graça e enxaguar seus cabelos.

  — Vira.

  Logo Chanyeol acatou ao pedido do irmão virando de costas para ele. Não demorou para que conseguisse sentir a textura do sabonete junto a mão do menor passeando por suas costas. Estava tão imerso as sensações que Sehun lhe causava que nem notara que ele já havia terminado e que só passava suas mãos pela pele do outro.

  Com os dedos Sehun ligava as pintas do maior formando um desenho imaginário que adoraria fotografar, na verdade, Sehun poderia encher uma galeria só com fotos do irmão, pois algo dentro dele o fazia querer que o mundo visse toda a beleza que via no irmão, desde sua covinha na bochecha esquerda até as bolsinhas que havia debaixo de seus olhos.

  Chanyeol era como uma fotografia que nunca se cansaria de olhar.

  E quando se deu conta o maior já estava de frente para si o puxando para debaixo da água juntando os corpos e encostando suas testas.

  Sehun nunca desejou que um momento durasse tanto. Dentro daquele abraço mal planejado, ele sentia como se todos seus sonhos pudessem ser realizados e  que de repente tudo ficaria em  seu lugar. Não existiria mais preconceito, nem medos e nem Luhan.

  “Me desculpe Lu”

  — Vamos sair?

  — Uhum. — murmurou Sehun apertando Chanyeol em seus braços.

  — Parece criança. — riu quando o menor lhe olhara sorrindo também.

  Antes de desligar a água Chanyeol roçou levemente seu nariz no do outro. Aquele era seu eu te amo.

  E Sehun entendera.

 

 

  Em um piscar de olhos os irmãos estavam juntos sobre a cama do maior com ambos trajando apenas suas roupas íntimas enquanto Sehun secava com a ajuda de uma toalha os fios escuros do mesmo.

  Ajoelhado entre as pernas de Chanyeol, o menor acompanhava sua respiração lenta, vendo os olhos cheinhos que tanto gostava fechados, e suas mãos apoiadas em sua cintura, fazendo um leve carinho sempre que Sehun se esquecia do porquê estavam naquela posição e suspirava pesadamente toda vez que o sorriso de Chanyeol revelava sua covinha.

  Devagar, Chanyeol abrira os olhos, deixando que os seus encontrassem os de Sehun. Viu atentamente todas as gotículas de água que caíam dos fios mais claros do irmão escorrer pelo seu tronco desnudo. Viu seus olhos brilharem em uma luxúria desconhecida assim que seguiu o que tanto sua mente lhe mandava fazer e forçou o corpo do outro para baixo, fazendo com que ficassem da mesma altura e Chanyeol pudesse acompanhar bem de pertinho tudo que aquele olhar lhe dizia.

  Aos poucos Sehun ia se entregando, tocando o rosto do irmão e acariciando com todo carinho que tinha os fios molhados que havia em sua nuca. Aos poucos eles iam roçando seus narizes, trazendo para aquele cômodo a sensação de simplicidade. E aos poucos Chanyeol ia aconchegando ainda mais aquele corpo magro em seus braços, trazendo para seu coração, Sehun, e toda beleza que tinha em si.

  — Nós estamos entrando em uma rua sem saída hyung.

  — Eu sei, mas não é como se eu me importasse.

  — Agora...

  — E é só do presente que eu posso te dar certeza, Sehun. — suspirou — E agora, eu estou completamente perdido em você.

 

  Sehun sorriu. Chanyeol também.

  Então assim, de uma hora para outra, aquilo se tornara oficial e Chanyeol estava apaixonado. Mesmo que em algumas vezes sua mente gritasse dizendo o quão errado eles estavam, Chanyeol faria até o impossível para ignorar, pois, no final das contas, Sehun era seu final feliz.

  E juntos eles construiriam seu para sempre.

 

 

 

 

 

 

 


Notas Finais


O que acharam???? Gente eu realmente adorei esse capítulo e espero que depois de terem lido vcs me perdoem ❤
Não falei lá encima, mas... MUITO, MUITO, MUITOOO OBRIGADA pelos 200 favoritos!!! ❤ Para todos que chegaram aqui quero agradecer por não desistirem dos meninos e nem de mim. Sei que demorei e q muitos acharam q eu havia desistido, mas eu disse antes e repito: eu nunca vou desistir disso aqui, ok?

Me digam o que acharam aqui nos comentários pq são eles que me motivam a continuar.

Adoro vcs! (até aqueles que me ameaçaram hehehe)

Beijão meus amores! ❤❤❤

......

Esse cover me inspirou muito: https://www.youtube.com/watch?v=h_i5Nwb0tRw (vejam a tradução tbm!)
De onde imaginei a cena do carrossel: https://br.pinterest.com/pin/463307880392903811/


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