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História Você vai estar aqui quando eu acordar? - Três - Eu estou aqui


Escrita por: liittlelove

Notas do Autor


Voltei com mais um capitulo! :3 Esse é o mais tenso dos 6 cap já escritos, cheio de problemas e abre portas pra inúmeras coisas.
Espero que tenham prestado atenção na mãe dos meninos e que gostem.
Até depois, boa leitura!!!! <3

Capítulo 4 - Três - Eu estou aqui


Fanfic / Fanfiction Você vai estar aqui quando eu acordar? - Três - Eu estou aqui

 Três 

 

  Mais um surto aconteceu.

  A mãe não comia e não bebia nada além dos seus remédios e sua bebida transparente. Sabia perfeitamente que a qualquer gole a mais poderia tirar-lhe a vida, talvez essa era a sua vontade.

  Esqueceu-se da alegria de ser mãe e esposa. Esqueceu-se das risadas e do amor que sua pequena família lhe proporcionava. A fraqueza bateu a sua porta e ela a acolheu entre seus braços.

  Chanyeol e Sehun batiam constantemente a sua porta implorando atenção, mas nada recebiam em resposta. Todas as pessoas que frequentavam aquela casa estavam preocupados com a senhora Park, porém ela só se importava em deixar a vida ir embora de seu corpo.

  Isso até o senhor Park voltar.

  Ao receber a notícia dos acontecimentos no andar de baixo correu o mais rápido que pôde até o quarto que dividia com sua amada. Podia ser um marido distante e ás vezes arrogante pelo trabalho complicado, mas amava verdadeiramente a mulher enferma, por mais instável que a mesma fosse.

  — Jiwoo abre essa porta agora! – falou ele batendo desesperadamente na porta com seus filhos atrás de si.

  Nada. Tudo absolutamente silencioso. Ficaram apavorados.

  — JIWOO! Abre, sou eu amor – gritou – vou cuidar de você.

  — Papai o que está acontecendo? – Sehun perguntou. Era o único ali que ainda não sabia da doença da mãe.

  — Só fica atrás de mim filho. – disse o mais velho entre os três.

  — Chanwon é você? – a mãe perguntou com a voz fraca.

  — Sim meu amor sou eu! Abre para mim – falou esperançoso.

  — Me desculpe Chan – começou a chorar – não consegui ser forte pelos nossos filhos.

  — Isso é só uma fase ok? Você é uma ótima mãe.

  — Não precisa mentir para mim Chanwon. Eu não consegui acolher meu próprio filho.

  — Do que a mamãe está falando?

  — Chanyeol leve seu irmão para o quarto ok?

  — Eu quero saber como a omma está! Não sairei daqui. Sou grande o suficiente para cuidar dela também. – Sehun falou estufando o peito.

  — Sehun? – Jiwoo se pronunciou – TIRA ELE DAQUI! – gritou desesperada assustando seu filho mais novo – Ele não pode me ver assim! Meu outro filho não! 

  — Chanyeol! Leva seu irmão para o quarto agora! Tranque a porta e não saia de lá até eu mandar.

  Sem pensar duas vezes Chanyeol fez o que seu pai mandou. Mesmo com Sehun implorando para ficar acabou não tendo forças para lutar contra o mais velho, estava muito assustado para tal coisa.

 

~*~

 

  Chanyeol tampava os ouvidos do irmão tentando abafar os barulhos que seus pais faziam. Sehun chorava alto contra o peito do outro, enquanto o mesmo soltava algumas lágrimas silenciosas para não assustar – ainda mais – o irmão mais novo que prometeu proteger.

  — O que está acontecendo com ela Channie? – perguntou Sehun entre soluços.

  Era a primeira vez que o menor presenciava um surto. Sempre que acontecia o pai os mandava urgentemente para casa dos avós Seul e ficavam por lá durante duas semanas com a desculpa de “férias antecipadas”, porém Chanyeol sempre soube o verdadeiro motivo e se Sehun também soubesse com certeza não ficaria tão entusiasmado.

  — Ela só está um pouquinho doente Sehunie. Vai passar logo.

  — E-eu posso ajudar em a-alguma coisa? – perguntou já soluçando – Eu c-consigo.

  — Eu sei que consegue, mas vamos deixar o papai arrumar isso ok?

  — Tem certeza que o appa consegue?

  — Tenho. Ele sempre conseguiu.

  — Então já aconteceu outras vezes? – ficou assustado.

  — Sem mais perguntas pequeno – cortou Chanyeol – tente dormir agora ok?

  — Você vai estar aqui quando eu acordar?

  “Ele é tão frágil” pensou Chanyeol.

  Sempre teve um cuidado enorme para com o menor, mas em momentos assim que se lembrava do motivo de tanta proteção. Se Chanyeol não estivesse ali o menor não teria em quem se apoiar, imaginar seu pequeno chorando encolhido naquela cama fria fazia seu coração se apertar.

  — Vou.

  “Sempre” sussurrou em pensamento.

 

~*~

 

  — Filho? – o pai acordou Chanyeol – Preciso conversar com você.

  — Vai demorar? – perguntou coçando os olhos tentando afastar o sono – Tenho que estar aqui quando ele acordar.

  — É rápido.

  — Vamos para a casa da vovó de novo? – perguntou assim que saiu do quarto.

  — Dessa vez não vai ser possível – respondeu frustrado – seus avós então viajando.

  — Então o que vamos fazer?

  — Preciso que você me ajude a manter o Sehun longe dela por algum tempo até essa fase passar e eu conseguir levá-la ao hospital.

  — Qual fase ela está?

  — Agressiva.

  Essa era a fase mais preocupante do distúrbio bipolar da senhora Park. Como o nome já dizia, ela se tornava agressiva sem nenhum motivo aparente. Era só mais uma válvula de escape que sua mente usava.

  — Mas e quando eu estiver estudando? – estava preocupado.

  — Eu tomo conta dele.

  — Você não vai voltar a trabalhar?

  — Ainda não sei, mas vou dar meu jeito.

  — Assim espero. Vou voltar para lá.

  — Chanyeol, aconteceu alguma coisa quando eu estava fora? Sua mãe falou algumas coisas entranhas tipo: “eles estavam passando por vários problemas e eu não consegui nem confortá-los”.

  — Eu me afastei um pouco do Sehun por causa das provas bimestrais, nada de mais. – mentiu.

  — Hum tudo bem – concordou – mas tente evitar coisas desse tipo para o bem de todo mundo.

  — Pode deixar pai.

  Entrando no quarto Chanyeol observou a estrutura pequena do irmão. Ele estava encolhido e com a testa levemente franzida como se estivesse tendo algum pesadelo ou se simplesmente sentisse falta de algo. O maior sorriu quando deitou ao lado do irmão e a expressão do mesmo suavizou como se soubesse que era o irmão ali do seu lado.

  Chanyeol colocou seu braço por baixo da cabeça do menor e o trouxe para mais perto e nesse abraço quentinho o maior adormeceu.

 

~*~

 

  Sehun acordou na quentura do abraço do irmão. Sua cabeça estava escorada no peito do maior e podia ouvir perfeitamente o seu coração batendo em um ritmo constante. Sorriu ao perceber que o irmão tinha de fato cumprido o que tinha dito.

  Analisou a expressão calma do irmão. Seus lábios estavam entreabertos e sua respiração saia quente pela mesma na direção do rosto do menor.

  Com o indicador Sehun acariciou levemente as sobrancelhas grossas do irmão, com cuidado arrastou o dedo até o nariz arrebitado e viu o irmão mexe-lo fazendo com que Sehun risse baixinho, com a ajuda do seu dedão fez um longo carinho nas bochechas fofinhas de Chanyeol.

  Ficou encantado. Não pôde perceber, mas seus olhos miúdos brilharam enquanto observava os olhos semi-abertos do irmão.

  Chanyeol abriu os olhos e encontrou seu irmão o encarando fixamente enquanto fazia um carinho reconfortante em sua bochecha. Seus olhos se encontraram e por mais estranho que parecesse Chanyeol não sentiu vontade de desviar o olhar.

  — Dormiu bem? – perguntou Sehun em um sussurro.

  — Muito. – respondeu sem quebrar o contato visual.

  — Você vai para a aula quando o sol aparecer?

  — Vou, infelizmente. – sussurrou – Tenho prova.

  — Ah tudo bem. Quer que eu vá pro meu quarto agora?

  — Não precisa – respondeu sentindo o carinho constante dos dedos de Sehun – Fica aqui comigo.

  Chanyeol aproximou aos poucos do irmão fitando aqueles olhos pequenos. Já não tinha mais noção de quanto tempo passou desde que acordou. Umedeceu os lábios levemente e puxou seu irmão ao seu encontro, fechou os olhos, mas não antes de reparar nos lábios rosados do irmão. Acabou com a distância que tinha do irmão e selou seus lábios cheinhos contra a testa do menor, sussurrando um “boa noite” contra a pele do garoto a sua frente.

  — Boa noite Channie.

 

.*.*.*.*.

 

  — Chegou cedo hoje Chan – disse Kyungsoo quando entrou na sala de aula e avistou seu melhor – e único – amigo sentado no seu lugar de costume.

  — Meu pai me trouxe – respondeu virando-se para trás assim que seu amigo sentou.

  — Nossa ele voltou rápido dessa vez.

  — A intuição de marido e pai dele não falha.

  — Como assim? – perguntou confuso enquanto guardava seu livro recém-comprado.

  — Mais um surto aconteceu. – respondeu cabisbaixo – Não consegui diferenciar o surto dessa vez, pensei que ela só estivesse ocupada demais com alguma coisa.

  — O que você está fazendo aqui então? Não deveria estar na casa dos seus avós?

  — Então viajando.

  — Não me diga que... – começou Kyungsoo.

  — Sehun viu tudo, quer dizer quase tudo.

  — E onde ele está agora? – perguntou preocupado.

  — Em casa com meu pai.

  — Isso é arriscado.

  — Eu sei, mas não tem alternativa.

  — Vocês podem ficar lá em casa por um tempo.

  — Não podemos, a fase está avançada. Então vai demorar até que tudo se ajeite. É melhor ficarmos em casa e o mantermos longe dela por um tempo.

  — Conte comigo para o que precisar ok?

  — Ok amiguinho do meu coração – zombou.

  — Aish só dar intimidade que começa. – riram juntos.

  Apesar do jeito naturalmente seco, Kyungsoo tinha um ótimo coração, quem percebesse isso iria ser um verdadeiro sortudo, juntamente com Chanyeol.

 

~*~

 

  Kyungsoo e Chanyeol estavam comendo seus lanches na hora do intervalo quando uma dúvida se formou na cabeça do menor entre eles.

  — Como você vai manter o Sehun longe da sua mãe? – perguntou – Eles são muito próximos não são?

  — São... – respondeu pensativo – Ainda não pensei nisso.

  — Se você não distrai-lo ele vai querer ir vê-la e você já sabe que nessas condições não tem como.

  — Acho que vou ter que mimar muito alguém durante um tempo.

  — Como se você já não fizesse isso sempre. – zombou do amigo.

  — Fazer o que, aquele baixinho tem poder sobre mim. – ambos riram.

  — Quando isso começou mesmo? – perguntou tentando lembrar.

  — Hum acho que desde quando eu o vi. – sorriu com a lembrança – Lembro-me que gostava de ficar com ele no colo o tempo todo e o entregava quase chorando ora para meus pais ora para a enfermeira.

  Kyungsoo abriu um sorriso grande para o amigo.

  — O que foi? – perguntou Chanyeol.

  — Senti falta de você falando assim do baixinho.

  — Falou o gigante.

  — Cala a boca. – disse fechando a cara.

  — Também senti falta de falar assim dele.

  Sorriu ao perceber que o irmão era a razão de muitos sorrisos seus.

 

.*.*.*.*.

 

  Exatos três dias haviam se passado desde a volta do senhor Park.

  Estava enlouquecendo.

  Olhar para aquelas paredes brancas com quadros de sua família feliz a lembrava que a pessoa sorridente naquela foto não era ela. Quem estava ali era uma mulher linda, forte, uma mãe e esposa carinhosa e nenhum desses adjetivos poderiam caracteriza-la naquele momento.

  “Você não conseguiu evitar com nenhum dos seus filhos”

  “Agora os dois têm medo de você”

  “Seu amado filhinho está querendo te ver agora, mas não pode, sabe o por quê? Porque você é um monstro!”

  — NÃO! Cala a boca! – gritou enquanto jogava mais um de seus móveis no chão.

  Aquelas vozes se repetiam tanto em sua mente que começou aceitá-las como a realidade.

  Uma raiva assombrosa tomava conta de si sem motivos aparentes, só queria destruir tudo que estivesse em sua direção.

  Estava fora de si e poderia facilmente machucar um de seus próprios filhos em surtos tão violentos como aquele.

  Depois que eles passavam a culpa vinha acompanhado da sua tão querida depressão. Eram raras as vezes que depois de um surto Jiwoo não entrava em depressão, porém podia ficar na companhia de seus filhos.

  Aqueles dois meninos eram o alicerce da sua vida, sempre ao seu lado a ajudando. Principalmente Sehun que sem nem mesmo saber da doença da mãe a salvara dezenas de vezes desde seu nascimento, seja com uma risada sapeca ou um leve carinho com as mãos pequenas e magras.

 

~*~

 

  — Ei Chanyeol quer ir lá para casa? – Kyungsoo perguntou assim que o sinal informando o final das aulas soou.

  — Não vai rolar Soo – respondeu colocando o resto do seu material na mochila – tenho que ficar com o Sehun esqueceu?

  — Exatamente por isso que te chamei – falou sorrindo – estou com saudade dele.

  — Que intimidade é essa com meu irmão? – disse dando ênfase no “meu”.

  — Isso que dá ficar falando dele o dia todo.

  — Nem de mim você fala que sente falta.

  — Se você parar de me encher o saco todo dia, quem sabe eu sinta um pouquinho?

  — Ah vai cagar Soo!. – falou com a cara fechada.

  — Então o que me diz nervosinho? – zombou o menor – Vai ou não?

  — Vou, mas vamos ter que passar lá em casa primeiro.

  — Não pode pedir para o Sehun vim andando até metade do caminho não?

  — Claro que não! O Sehunie é muito novo para andar na rua assim!

  — Quem disse?

  — Eu.

  — Aish um dia esse menino cansa de você.

  

~*~

 

  — Soo hyung! – Sehun chamou entusiasmado assim que viu o maior entrando no seu quarto.

  — Sentiu saudades? – perguntou abraçando o menor.

  — Claro que senti! – apertou o abraço – Veio brincar comigo e com o Channie?

  — Na verdade eu vim buscar você para nós três brincarmos lá em casa.

  Chanyeol que assistia toda aquela cena calado se pronunciou:

  — Não ganho nem um “oi”? – estava indignado.

  — Oh desculpe hyung! – Sehun correu até o irmão e abraçou sua cintura distribuindo beijos pela mesma.

  — Assim está melhor – riu – vai trocar de roupa ok?

  — Ok! – respondeu animado correndo do seu armário até o banheiro.

  — Que merda de intimidade é essa Kyungsoo? – perguntou Chanyeol de braços cruzados.

  — O que foi? – sorriu – Ele é um fofo.

  — Eu sei só que ele é meu fofo.

  — Deixa de ser possessivo!

  — Não estou a fim. E sem grude.

  — Sim senhor.

 

.*.*.*.*.

  

  Chanyeol estava com uma carranca enorme.

  Estava sentado sobre a cama de Kyungsoo observando a seguinte cena:

  Sehun – seu Sehun – pulando constantemente sobre o mais velho enquanto tentava atrapalhar o outro em um jogo de corrida.

  — Não vou deixar você ganhar dessa vez Soo hyung! – falava enquanto ria.

  — Até parece que estava deixando nas outras vezes. – também começou a gargalhar da situação.

  — Ganhei! – comemorou o menor dos três.

  — Parabéns pequeno. – bagunçou os cabelos de tigela do outro.

  “Pequeno? Aish ai já apelou” - pensou Chanyeol.

  — Ha ha ha muito engraçado, mas agora é minha vez.

  — Alguém ficou nervosinho – cochichou Kyungsoo no ouvido de Sehun fazendo o mesmo gargalhar.

  — Do que está rindo Sehun? – perguntou com raiva.

  — Nada hyung – respondeu beijando a bochecha do maior acabando com sua raiva.

  Pelo menos até Kyungsoo começar a incentivar o menor com o maior entusiasmo – coisa que nem fazia parte da personalidade dele.

  Depois de um tempo Sehun perguntou:

  — Hyung onde fica o banheiro?

  — Na porta da frente. – os mais velhos responderam em uni solo.

  — Eu ainda te mato Kyung.

  — Você não vive sem mim.

  — Vai cagar de novo.

 

.*.*.*.*.

 

  Os irmãos Park chegaram em casa já de noite. Tudo estava calmo, sem gritaria.

  Subiram as escadas devagar ainda de mãos dadas – pelo fato de estarem na rua há pouco tempo atrás. Entraram no quarto do mais velho e Sehun logo pulou na cama.

  — Não senhor. Pode ir para o banho.

  — Ah hyung...

  — Sem “hyung” – ditou – vai lá que eu pego  suas roupas.

  — Ok.

 

~*~

 

  Ambos os irmãos já estavam de banho tomado e deitados na cama do mais velho. Chanyeol não estava grudado no irmão como geralmente ficava e o menor estava sentindo falta.

  — Channie, lá no Soo hyung foi legal né? – iniciou a conversa.

  — Uhum.

  — Eu consegui ganhar de vocês dois. – riu baixinho.

  — Pois é.

  — Vamos voltar lá mais vezes, né?

  — Uhum.

  — Aish Chanyeol! O que está acontecendo? – perguntou com bico.

  — Nada Sehunie, mas se você conseguir parar de falar no querido Soo hyung eu te agradeceria.

  — Está com ciúmes Channie hyung? – perguntou abraçando a cintura magra do irmão.

  — Não.

  — Está mentindo para mim?

  — Estou. Tinha que ficar grudado nele daquele jeito? – perguntou indignado – Você nem olhou para mim direito era só “Soo hyung” para cá e “Soo hyung” para lá.

  Sehun deu uma risada sapeca e beijou o peito do irmão.

  — Ele é um amigo hyung, você é meu irmão e não te trocaria por ninguém!

  — Não foi isso que pareceu hoje.

  — Desculpe Chan.

  — Tudo bem – cedeu abraçando o irmão de volta – mas não quero que se repita.

  — Ok senhor mandão. – Sehun bufou.

  — Ah é assim? Vou te mostrar o mandão!

  Depois de Sehun receber incontáveis cócegas e mordidas os irmãos foram dormir com sorrisos nos rostos.

 

.*.*.*.*.

 

  Sua cabeça coçava e sentia vontade de arrancá-la fora. O silencio absoluto naquele quarto deixava Jiwoo ainda mais sem paciência e raivosa.

  — Mamãe? – Sehun chamou abrindo a porta do quarto que por um descuido não foi trancada pelo pai ao sair de casa para ir ao escritório rapidamente.

  “Olha quem está ali seu monstrinho”

  — CALA A BOCA! – gritou assustando seu filho.

  “Vai assustá-lo desse jeito Jiwoo, se controle”

  — Sai daqui Sehun! – ordenou ficando o mais longe possível do filho.

  — Estou sentindo sua falta omma. – disse com os olhos marejados.

  “Oh que bonitinho, ele está sentindo falta de um monstro”

  — Por favor, omma deixa eu te abraçar.

  “Nem abraçar seu próprio filho você consegue”

  Todas aquelas vozes estavam deixando-a nervosa. Sua cabeça latejava e começou a bater na mesma constantemente.

  — Omma para! – Sehun disse se aproximando.

  Nada adiantou. As pancadas só ficavam mais fortes.

  — Para, por favor! – pediu chorando.

  Jiwoo desligou o pouco de racionalidade que tinha em si.

  — OMMA PARA! – Sehun agarrou-se nas pernas da mãe.

  — Não encosta em mim! – afastou-se do filho puxando seus próprios cabelos.

  — Sehun começou a chorar compulsivamente a poucos metros da mãe implorando para que a mesma parasse de se mutilar.

  “Olha só, o coitadinho está chorando por sua culpa”.

  — Não fala mais nada! – virou-se para trás e no lugar de seu pequeno filho visualizou uma versão boa de si – Se afaste de mim! – ordenou.

  — Omma o que está acontecendo? – perguntou choroso.

  “Ela vai machucar sua família”

  Sehun não sabia que aquela mulher a sua frente não era sua mãe e sim um próprio monstro que a mente doentia dela criou.

  — Ele não fazia ideia do quanto podia se machucar ao entrar naquele quarto, porém ele iria sair sabendo da gravidade de seus atos.

 

[Na mesma hora no andar de baixo]

 

  — Na cheguei! – informou a cozinheira.

  — Boa tarde Chan.

  Chanyeol subiu animado para ver o irmão já que no dia anterior não tinha conseguido curtir muito seu pequeno. Estranhou o fato da TV está ligada e ninguém estar assistindo, mas ver seu irmão era a prioridade.

  — Sehuuuuunie – chamou Chanyeol assim que entrou no quarto do menor.

  Nada.

  Foi até seu quarto.

  Nada.

  Desceu rapidamente as escadas indo em direção à cozinha.

  — Na, cadê meu pai? – indagou com preocupação em seu olhar.

  — Foi até o escritório.

  — E o Sehun foi com ele, né?

  — Não Chan, está ali na sala assistindo desenho. – respondeu casualmente.

  — Ele não está aqui nem nos quartos! – gritou enquanto corria até o único quarto que não olhou rezando para que tenha o mesmo resultado que os outros.

.

.

.

 

  Chegou até a porta e se deparou com a pior visão de sua vida. Seu irmão estava encolhido em um canto chorando compulsivamente enquanto recebia golpes em todo seu corpo.

  — Você não vai fazer mal a minha família – a mãe dizia, contudo Chanyeol nada ouvia só queria tirar seu irmão das mãos daquela mulher que um dia chamou de mãe. No fundo sabia que não era ela ali, mas nenhuma desculpa era o suficiente para aquela visão.

  Empurrou sua mãe e enquanto a mesma tentava reconstruir o equilíbrio pegou o irmão em seus braços. Ele estava fraco, tremendo bastante por causa do choro que agora era baixo.

  Sehun agarrou-se a blusa do irmão.

  — F-finalmente você chegou. – murmurou baixinho.

  “Ele vai fazer mal a ele também” – a voz ecoou na cabeça de Jiwoo.

  — Sai de perto dele filho! Ele vai te fazer mal! – falou a mãe tentando arrancar Sehun dos braços do irmão e acabando por arranhar o mais velho.

  — O único mal que tem aqui é você! – rosnou afastando-se.

  — Não fala assim comigo Chan, eu só estou te protegendo.

  — Olha o que você fez com seu próprio filho!

  — Filho? – perguntou assustada.

  — Chanyeol o que está acontecendo aqui? – o pai finalmente apareceu – Sehun? O que aconteceu com ele? – indagou preocupado ao ver as marcas roxas no braço do filho.

  — Ele entrou aqui antes de eu chegar.

  — Como você pôde fazer isso Jiwoo? – perguntou incrédulo.

  Então a realidade caiu sobre as costas da genitora. Sua visão ficou mais clara e ela conseguiu ver seu filho encolhido nos braços do mais velho. Suas pernas fraquejaram e seu corpo foi ao chão junto com as lágrimas grossas que desciam por seu rosto.

  — D-d-desculpe! Filho por favor me perdoa. – implorou ainda de joelhos.

  — Leva seu irmão para o quarto ok? – dirigiu-se o pai ao irmão mais velho.

  — Chanwon não foi minha culpa, eu não queria. – indagou a mulher para o marido.

  Chanwon caminhou até sua mulher.

  A situação estava fora do controle, contudo sabia como a mente da mulher era perigosa e que não adiantaria tentar conversar agora.

  — Eu sei, eu sei. Está tudo bem.  – falou abraçando sua esposa e acariciando seus cabelos.

  — E-ele vai me perdoar?

  — Não sei Jiwoo.

  Tudo desabou mais uma vez em sua vida.

 

.*.*.*.*.

 

  Sehun chorava muito no colo de Chanyeol.

  Chorava pela dor e pelo susto, pela mãe e por si mesmo.

  Agradecia a qualquer tipo de força superior pelo irmão ter aparecido.

  Chanyeol chorava abraçando o irmão.

  A mãe nunca tinha ido tão longe e ele se sentia apavorado.

  Apesar do tamanho ainda era uma criança que tentava proteger seu irmão de tudo, mas infelizmente não tinha super poderes e saber que não poderia protegê-lo sempre era demais para si.

  — D-desculpe por não ter chegado mais cedo. – murmurou entre soluços.

  — Você me salvou Channie.

  — Não salvei não Sehun. Eu deveria ter faltado na aula para ficar com você, mas eu não sabia que isso iria acontecer.

  — Está tudo bem agora. – Sehun tentou confortá-lo.

  — Quando foi que você começou a cuidar de mim? – riu um pouco entre as lágrimas.

  — Estou crescendo igual a você hyung. – sorriu.

  — Estou vendo – acariciou as madeixas do menor – agora porque você não dorme um pouco?

  — Estou assustado.

  — Eu sei, mas nada de ruim vai acontecer enquanto eu estiver aqui.

  — Você vai estar aqui quando eu acordar? – perguntou Sehun com os olhos marejados.

  — Vou. Sempre. – respondeu agora em voz alta.

  Assim os irmãos dormiram.

  A partir daquele dia a família Park nunca mais seria a mesma.

  Porém enquanto aqueles irmãos tiverem um ao outro tudo ficaria bem.

  Afinal – sendo em suas camas ou no quarto ao lado – Chanyeol sempre estaria lá quando Sehun acordasse.

 

 


Notas Finais


AVISO: a mãe mãe tem transtorno de bipolaridade e esquizofrenia.

Então gente... cap leves né?
gnt desculpa, mas eu realmente não podia deixar a família "perfeitinha" pq nenhuma família é. ~ a mãe e o pai são super importantes, ta?
E o Kyung fazendo ciúmes no Channie! Já disse que amo ele né? Foi para descontrair um pouco :3

Alguém achou que ia rolar beijinho?????
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Obrg por todos os favoritos e comentários, eu realmente não achava que iria dar metade disso :))) vcs são demais!
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Como sempre me digam oq acharam, ok?
Será que o Sehun vai crescer revoltado ou inocente como agr??? E o Chan, como vai se comportar? Será que o romance vai conseguir se desenvolver com novas personalidades? Bom eu não sei ( 3:) ) mas deixo vcs tentarem saber!

Até a próxima little loves ♥♥♥


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