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História Volta ao Mundo em 80 Histórias - Breath of life - Por Queen Of Desaster


Escrita por: MichelyMaia

Notas do Autor


Bom, quando eu terminei de ler esta one, a primeira coisa que fiz foi falar com a autora imediatamente...agora, se querendo socá-la ou abraçá-la, vocês me dirão no final.

A autora é uma amiga muito querida, alguém que amo muito e sem o apoio eu não teria começado a postar minha primeira fic aqui, pois ela que ficou de cima dizendo que "Desde que você chegou" era boa e que o pessoal iria gostar.
Obrigada por isso, Dai...através da fic que conheci a minha linda, então nada mais certo e lógico do que você ter sido escolhida para minha madrinha de casamento.

Meninas, logo no início do capítulo segue o link do perfil dela, para que continuem acompanhando as fics que ela escreve e ela também pediu para alertá-las sobre spoilers do livro "Dançando sobre cacos de vidro". Então leiam sabendo que ela conta aqui o final do livro, hein.
Ah, em breve lerão uma história nossa, em parceria.

Ótima leitura!

Capítulo 3 - Breath of life - Por Queen Of Desaster


Perfil da Queen Of Desaster (http://fanfiction.com.br/u/405783/)

***********

 

E lá estava Emma Swan, novamente presa a uma cama de hospital, pela terceira vez em dois meses, só que desta vez ela se encontrava na UTI á exatamente uma semana. Sozinha, sem família; e se não fosse por sua única amiga, Ruby, estaria abandonada no mundo. Ela e a amiga aguardavam a volta do médico, para que ele fizesse a aplicação dos antibióticos dos quais ela precisava diariamente. Aquilo havia virado rotina em sua vida, era como se fosse um karma, ela havia passado por todas as maiores dificuldades sua vida inteira, e quando finalmente achou que conseguira vencer os obstáculos que a vida colocava em seu caminho, eis que surge o maior deles. Uma doença, Septicemia, praticamente incurável, levando em conta o estado avançado em que se encontrava. Mas ela nunca havia perdido as esperanças, lutava cada dia por mais e mais tempo em sua vida, ela só precisa de um sopro de vida, para ter forças de enfrentar tudo todo dia, de novo e de novo.

- Obrigada por estar aqui Ruby. – A amiga segurava sua mão, repousada sobre o colchão de seu leito.

- Não tem outro lugar no qual eu gostaria de estar agora. – Oferece um sorriso doce á loira.

- Pode não ter um no qual você gostaria de estar. Mas definitivamente tem um no qual você precisa estar. – Ela se referia à universidade. Elas haviam se conhecido na universidade de Nova Iorque, eram colegas de quarto e ambas estudavam direito. Ruby gostaria de trabalhar na vara da infância e juventude, enquanto Emma sonhava em ser juíza. Mesmo com a notícia de sua doença, ela nunca havia desistido de seu sonho um dia sequer.

- Eu sei, mas ainda não está na hora. Vou esperar o médico vir.

- Tô começando a pensar que você tá apaixonada por mim, senhorita Lucas. – Emma brinca.

- E se eu dissesse que estou, o que você faria? – A morena questiona, entrando na brincadeira.

- Eu diria para você fugir para as colinas.

- E por que eu fugiria?

- Ah, qual é Ruby, quem em sã consciência se apaixonada por uma pessoa que pode morrer a qualquer instante?

- Ninguém escolhe essas coisas Emma, elas simplesmente acontecem.

- Eu sei, mas a pessoa é quem escolhe se investe ou não, e por isso que se você estivesse apaixonada por mim você deveria fugir imediatamente para as colinas. – Conclui fazendo ambas sorrirem. – Você está apaixonada? – A loira finge um ar sério, mas não consegue manter por muito tempo, pois a cara de Ruby havia sido inédita. – Tô brincando.

Nesse momento, enquanto elas riam de suas brincadeiras, a porta ao fim do longo corredor de camas se abre, indicando que o médico havia finalmente chegado.

- Ai, ele já vai me expulsar daqui, passou do horário permitido a tempos. – Ruby diz com ar de culpa, mas não estava realmente se importando.

Elas ouvem som de saltos alto batendo contra o chão, se aproximando de onde estavam e então uma voz rouca maravilhosa, aos ouvidos de Emma, preenche o local. O que era estranho, pois desde que havia sido internada ali não havia visto nenhuma médica por aqueles lados.

- Onde está a paciente Emma Swan? – O som dos saltos cessa e elas ouvem o nome da loira ser pronunciado pela linda voz.

- Dois leitos à frente, doutora Mills. – Provavelmente um enfermeiro lhe dá a informação. Os saltos voltam a bater firmes contra o chão, Emma não percebe que estava segurando a respiração e que seu coração palpitava forte contra seu peito. Os saltos param, e finalmente a voz tem um rosto.

– Emma Swan? – Depois de algum silêncio, a loira simplesmente confirma com um aceno de cabeça, sem nem conseguir piscar. – Olá, sou Regina Mills, estou substituindo o doutor Whale que teve uma emergência, então sou eu quem vai cuidar de você hoje. – A médica diz num fôlego só, enquanto Emma não sabia por que, mas ainda estava prendendo o ar, e simplesmente não conseguia desviar o olhar daquela bela mulher a sua frente.

A morena se movia próximo à loira e ela acompanhava cada movimento com os olhos, estava mesmo concentrada nessa tarefa, tanto que havia se esquecido de Ruby ali e só se lembra da amiga quando ela faz um som limpando a garganta, então a loira parece despertar de seus devaneios e sorri para Ruby, que a olhava com uma sobrancelha levantada e um pequeno sorriso de lado.

- Prontinho, senhorita Swan. – A médica checa o monitor cardíaco e sorri para a loira. – Qualquer coisa que precisar é só pedir que me chamem ok? – Ela da uma piscadinha para Emma, que só confirmava com a cabeça. – Terei que pedir que a senhorita me acompanhe. – Ela se dirige a Ruby agora.

- Oh, sim claro. Bom, Emma eu já vou indo, volto amanhã. – Ela se inclina e deixa um beijo na testa da amiga.

- Obrigada, Ruby. – A loira sorri da forma mais sincera.

- Não há de quê, senhorita Swan. – A amiga provoca, pois havia percebido os olhares de Emma para a médica bonitona. A loira entende na mesma hora e não contem o riso. Ruby vira as costas e acompanha a médica, mas antes de sair completamente do lugar, acena um tchau para a amiga, que retribui o gesto.

Agora devidamente medicada e sozinha, não havia o que Emma pudesse fazer, não havia com quem conversar, já que todos os outros pacientes ali estavam em piores condições que ela. Ela enfia a mão para debaixo do travesseiro e pega um livro que Ruby havia trazido para ela se distrair. Já havia terminado de ler, mas a história era tão perfeita que ela não se importava em ler novamente. A história era exatamente como ela queria que acontecesse consigo mesma, um romance emocionante e sofrido. “Dançando sobre cacos de vidros”, definitivamente havia se tornado um de seus livros preferidos e a loira tinha completa admiração pela principal personagem feminina do livro, que havia abandonado sua única chance de sobreviver a um câncer agressivo, por saber que estava grávida, ela havia feito uma troca, sua vida pela de sua filha e Emma achava essa uma forma maravilhosa de se partir. Tão envolvida que estava em sua leitura, não presta atenção em mais nada a sua volta, logo sendo embalada pelas palavras do autor Ka Hancock que giravam em sua mente.

***

Algumas horas mais tarde Emma acorda, um pouco dolorida pela posição em que havia pegado no sono, seu livro repousava sobre a mesinha ao lado da cama. Espera aí, mas como ele havia ido parar lá? Lembrava-se muito bem de dormir com o livro em mãos. Será que Ruby havia estado ali enquanto ela dormia? Não, ela estaria em aula. Então quem havia estado ali enquanto ela dormia? Ela se move para sentar-se direito, esquecendo-se da agulha que estava em seu braço para a passagem de medicamentos. Faz uma careta de dor, pois sentira a agulha mexer-se dentro de seu braço, provavelmente ultrapassando sua veia. Ela alcança o bip que deixavam ao lado de sua cama e aperta o botão, e para sua surpresa, dessa vez não foi um enfermeiro que foi até ela, mas sim a médica de voz sexy.

- Algum problema, senhorita Swan? – Ela pergunta com um tom preocupado.

- Hm, é que eu fui me sentar e esqueci-me da agulha. - A loira aponta para o braço.

- Oh sim, vamos ver isso. – A morena se aproxima e pega o braço da loira, analisando. – É, parece que a senhorita espoleta atravessou a agulha na veia. – Ela diz dando um sorriso ao mesmo tempo em que tinha um olhar de repreensão.

- Ai, que sorte a minha. – Emma faz uma careta engraçada, que faz a médica sorrir, causando na loira certa euforia.

- Vamos cuidar disso, só um instante. – A médica sai do campo de visão de Emma por alguns minutos, mas logo retorna. Enquanto ela colocava as luvas, os olhos de Emma analisava todo o conteúdo da morena, os pés elevados em uma sandália vermelha de salto, as curvas que ainda eram visíveis apesar do jaleco, até os cabelos pretos, bem escovados. Enquanto ela corria os olhos pela morena, sem se dar conta de que também era analisada pela mesma. Regina olhava fixamente para o belo rosto da loira, que apesar de estar mais pálida que o normal, continuava estonteantemente linda. Por um momento ambos os olhares se encontram, firmando uma batalha de qual seria o mais penetrante. Não se sabe por quanto tempo elas ficaram assim, mas é Regina quem quebra o contato, desviando o olhar e limpando a garganta.

- Posso? – A morena aponta para braço de Emma.

- Oh sim, claro. –A loira estica o braço para facilitar o acesso e a morena o segura puxando devagar a agulha pra fora, arrancando um pequeno gemido de dor da loira, que vira o rosto para o outro lado.

- Pronto querida. – “Querida, ela me chamou de querida” “Para, Emma, tá louca?” a loira se repreendia em sua própria mente, enquanto Regina segurava um algodão na região. –Eu vou ter que furar de novo, se preferir posso fazer isso no outro braço.

- Tudo bem. – Ela estica o outro braço, enquanto a médica dá a volta na cama, levando consigo o suporte do soro.

A médica prepara a agulha e passa algodão sobre a pele de Emma. – Vai ser só uma picadinha, não vai doer nada. – Ela diz já enfiando a agulha, Emma que estava tão concentrada na voz da morena, nem se dá conta de que já havia terminado. Enquanto Regina juntava os materiais, Emma fica observando em silêncio. – Estive estudando sobre sua doença, senhorita Swan. – Regina quebra o silêncio que havia se instalado.

- Oh, é mesmo? – A loira responde prontamente.

- Sim e se não se importar, gostaria de perguntar se sabe como contraiu isso.

- Ah uns tempos atrás eu fiquei internada num hospital desses de pobre. –Ela sorri. – Devo ter pegado por lá, era tudo muito mal cuidado.

- E por qual motivo ficou internada?

- Eu tive uma pneumonia.

- Ah, entendi. – A médica parecia realmente interessada no caso de Emma. – Sua doença não é rara, mas também não é muito comum sabe.

- Whale me disse uma vez. Presumo que isso é ruim, não é? – O olhar de Emma recai.

- Não exatamente, tem muita gente estudando seu caso aqui sabia? – Levanta uma sobrancelha e cruza os braços em frente ao peito.

- Sério? – Saber disso chama a atenção de Emma.  

- Sim, eu inclusive.

- Agora tô surpresa. Eu sou tão importante assim? – Emma diz já sentindo suas pálpebras pesarem de sono.

- Todos os pacientes são importantes para nós, senhorita Swan. – Emma não sabia explicar, mas sentiu um desconforto em seu interior ao ouvir isso. – Digamos que a sua doença é meio que uma novidade e confesso estar muito interessada em saber mais sobre ela.

- Por que, qual é a diferença? Eu vou morrer de qualquer jeito, não vou? – Por mais que Emma não quisesse aceitar, esse era um fato.

- Não pense assim, senhorita Swan, todos aqui estão fazendo tudo que podem para achar uma maneira de cura-lá. – A voz da morena era calma.

- Espero que achem então.

- Vamos nos esforçar pra isso. – A médica já tinha todos os materiais em suas mãos. – Uma pena não poder receber vizitas a noite, não é? Ter que ficar sozinha até o sono vir.

- Eu até gosto. – A loira sorri de leve. – E esses remédios não me deixam acordada por muito tempo.

- Ah, é verdade. Realmente, são extremamente potentes. – A morena arregala os olhos dando ênfase a sua frase e Emma não se conteve de sorrir. Aquela médica era tão adorável. – Bom, vou deixar a senhorita descansar então. – A morena mal conclui e já começa a caminhar para longe, mas a loira se apressa dizendo.

- NÃO. – Seu tom de voz sai um pouco exagerado, desesperado ela diria. – É... eu gostaria de saber mais sobre esses estudos que você disse, se você não tiver nada pra fazer. – Emma diz fazendo a morena parar e virar-se para ela. Levanta os ombros, meio tímida.

- Num hospital sempre se tem coisas para fazer, senhorita Swan. – Emma se chuta mentalmente por ter falado tamanha besteira “claro que ela tem o que fazer, Emma, ela é médica daqui” vira os olhos pra cima mesma. – Mas eu posso ficar aqui mais alguns minutos. – A morena conclui com um pequeno sorriso nos lábios, coisa que Emma não deixara passar. Ela vai até o final do corredor e pega uma cadeira, sentando-se quase de frente para Emma. – Eu ficarei, senhorita Swan, mas com a condição de que falaremos sobre você, sobre a sua vida, seus gostos, essas coisas.

- Ta bom, mas só se você parar de me chamar assim e me chamar de Emma. – A loira se ajeita na cama.

- Ok Emma, você precisa de ajuda? – A morena pergunta, já em pé, ao lado da cama da loira.

- Não, tudo bem, obrigada. – Emma diz, tentando ajeitar o travesseiro atrás da sua cabeça, sem sucesso. Regina que observava a luta da loira sorri e se aproxima mais.

- Deixa que eu arrumo isso. – Ela se inclina sobre Emma, fazendo com que seu jaleco, que tinha o primeiro botão aberto, não cobrisse a sua pele, dando a Emma a bela visão do decote do seu vestido. Ao se deparar com aquilo, Emma engole em seco e tenta olhar para o outro lado, mas o braço da médica impedia o movimento, ela só consegue pensar que aquilo só poderia ser um teste, para ver o quanto seu coração aguentava. Por sinal seus batimentos haviam aumentado e quando a médica volta à posição normal encara o monitor cardíaco. – Está se sentindo bem, senhori ... Emma? –A morena tinha um olhar preocupado, mas tudo que Emma precisava era que ela se afastasse um pouco.

- Eu tô sim. – Emma apoia a cabeça no travesseiro, fechando os olhos alguns segundos. ”O que foi isso meu Deus?” ela aproveita alguns segundos para se recuperar e então abre os olhos e encontra os da morena, que estavam sobre ela, preocupados. – Eu estou bem, de verdade. – Ela força um sorriso.

- Mesmo assim me deixe examinar você. –A médica diz, tirando o estetoscópio do pescoço e colocando no ouvido.

- Não precisa, doutora, eu estou bem. – A loira queria evitar o contato.

- Quero me certificar disso. – A morena diz já com o objeto sobre o peito da loira. – Nossa, seu coração está num ritmo acelerado. – “E vai acelerar ainda mais.” A loira pensa, torcendo mentalmente para que a morena se afastasse logo, antes que sua morte fosse antecipada. – Nada com que precisemos nos preocupar. – A morena livra seus ouvidos do objeto, colocando-o em volta do pescoço novamente. – Acho melhor deixar você descansar, Emma. Conversamos amanhã.

- Tudo bem, o remédio está mesmo me deixando com sono. – Era verdade, mas Emma força um pouco mais, precisava se recuperar de sua quase morte. 

- Até amanhã, Emma.

- Até amanhã, doutora.

- Regina, você pode me chamar de Regina. – A morena lança um último sorriso e caminha em direção a saída.

Emma não demora muito a pegar no sono, ela adormece com a imagem do belo sorriso da morena em sua mente.

 

 

Na manhã seguinte Emma desperta com um leve incômodo no braço do qual havia feito arte no dia anterior. Ela mal abre os olhos e já vê o grande sorriso da amiga.

- Boooom dia. – Ruby sorri animada.

- Bom dia, Ruby. – A loira sorri de leve se ajeitando na cama.

- Como se sente hoje, senhorita Swan. – A morena não havia se esquecido do ocorrido com a médica no dia anterior.

- Estou bem senhorita Lucas e você, com a sua paixão por mim?

- Não paro de pensar em ti um só segundo. – A morena faz uma falsa cara de sofrimento. – Mas já sei que perdi você para sempre.

- O quê? Por quê? – A loira diz sorrindo.

- Porque perdi você pra médica bonitona. – A morena não consegue manter a interpretação e cai no riso.

- De onde você tira essas coisas, Ruby? – Emma pergunta balançando a cabeça e rindo.

- Você que apronta e eu que invento, qual é Swan!?

- Não sei do que está falando. – Emma estava se fingindo de desentendida.

- Emma, pare! Você acha que eu não vi o seu olhar pra doutora Mills ontem?

- Olhei normal ué.

- Ah claro, e eu sou a Madre Tereza de Calcutá. – Ruby zomba.

- Tá, tá, ela é linda não é? – A loira sorri lindamente ao falar da doutora.

- Rá, eu sabia. Mas sim, ela é realmente muito linda.

- Ela me fez companhia ontem à noite.

- Ah é, já está me trocando por um rabo de saia?- A morena cruza os braços e faz um bico.

- Para de bobeira Ruby.

- Eu tô brincando. – A morena descruza os braços e se senta na cadeira ao lado de Emma. – Me conta mais.

- Ai, não muita coisa. Ela só veio concertar a arte que eu tinha feito e eu pedi que ela ficasse.

- Você pediu?

- Pedi sim.

- E ela? – Ruby queria todos os detalhes.

- Ela puxou essa cadeira ai e pediu que eu falasse de mim pra ela.

- Ai, meu Deus. Ela pediu é? E ai?

- E ai que antes de eu contar, eu quase antecipo minha morte.

- Como assim? Você passou mal? – Ruby pergunta um pouco assustada.

- Digamos que sim. – Emma sorri para si mesma, lembrando-se da cena.

- Ai Emma, conta isso direito.

- Eu precisei de ajuda para arrumar meu travesseiro e ela veio fazer isso para mim, mas praticamente deitou sobre mim pra isso e enfiou os peitos na minha cara. – Emma faz uma pausa passando a mão pelo rosto. – Ruby, eu quase morri. – A loira conclui, fazendo Ruby soltar uma gargalhada e em seguida tapar a boca com a mão.

- Não acredito numa coisa dessas, Emma. – A morena diz quando consegue controlar o riso. – E você não fez nada?

- O que você queria que eu fizesse, Ruby?

- Ué Emma, você está visivelmente afim dela. Porque não a beijou?

- Ruby, ela é minha médica e é uma “mulher” – Emma olha para Ruby como se fosse a coisa mais obvia do mundo a resposta para sua pergunta.

- E daí que ela é uma mulher? Você já ficou com mulheres antes, Emma.

- Eu sei, mas foi só na curtição mesmo. E a mulher é minha médica.

- Continuo não vendo problema. – A morena levanta o ombro.

- Você faz parecer tão fácil.

- É fácil, Emma, se você está afim, parte logo pro ataque.

- Senhorita Swan, está apaixonada? – Ambas olham em direção à médica, que estava sorrindo parada atrás de Ruby.

- Eu... é... hmm. – Emma não encontrava as palavras.

- Me desculpe, Emma, não queria deixa-la envergonhada. – A morena se aproxima da cama. – Olá, senhorita Lucas. – Ela cumprimenta Ruby.

- Olá, doutora. – Ruby responde e olha para Emma com os olhos arregalados e pronuncia muda “Emma?”. Como quem questiona o motivo da médica a estar chamando pelo primeiro nome.

- Como se sente hoje, Emma? – Regina pergunta.

- Estou bem, só senti uma dor chatinha no braço. – A loira aponta para seu braço esquerdo, enquanto a morena aplicava o médico do outro lado.

- Hm, vamos ver isso. – A morena diz ao terminar de injetar no soro o antibiótico de Emma.

- Não precisa, mesmo, foi só uma dorzinha.

- Nada disso, enquanto estiver sob meus cuidados, não irá sentir dor alguma. –Regina dá a volta a cama e pega o braço direito da loira, retirando o curativo que ela havia feito e aproximando os olhos do local. Com esse movimento seus cabelos ficaram próximos do nariz de Emma, que sente o cheiro doce de maçã que ela tinha. Tão inebriada que se sentira, ela fecha os olhos para absorver um pouco mais daquele cheiro tão bom. Ruby que havia levantado da cadeira, só observava a forma da amiga se comportar perto da médica. – Não tem possibilidade de a agulha ter se quebrado lá dentro, então esse desconforto é por que a agulha atravessou, é normal. – A morena diz tirando Emma de seu momento no paraíso.

- Ah ta, tudo bem.

- Mais tarde eu volto para ver como você está. – Regina diz e se vira para Ruby fazendo sinal com o dedo de que ela deveria ir embora.

- Ah sim, já estou indo. – Ela diz e a médica caminha se afastando. – Emma. – Ela sussurra chegando perto da amiga. – O que foi isso?

- Ah meu Deus, Ruby, eu vou morrer antes da hora. – A loira coloca o braço livre sobre os olhos.

- Emma, você tem que partir pro ataque, amiga. Para de perder tempo.

- Eu não sei, Ruby.

- Eu não queria dizer isso, mas você sabe da sua condição e ... – A morena é interrompida pela loira.

- Eu sei, eu sei. Mas ela deve ter um marido, namorado, sei lá.

-Nunca vai saber se não perguntar.

- Vou tentar.

- Tentar nada, Swan, honre suas calças.

- Ok. – A morena sorri e beija a testa da amiga, saindo saltitante da sala.

Emma é deixada sozinha, presa em seus próprios pensamentos.

 

 

Ao longo do dia Emma esperou por Regina, mas ela simplesmente não apareceu, frustrando os planos da loira que ficara ensaiando a tarde toda como faria à pergunta a médica. A noite chega e nada da médica aparecer, Emma já havia desistido de esperar por ela, se ajeita na cama completamente irritada e fecha os olhos, mas não consegue dormir.

Regina por outro lado estava se sentindo exausta, fora obrigada a participar de uma palestra chatíssima da secretária da saúde. Por um lado havia sido bom ela ter ficado longe da UTI, não saberia explicar nem em um milhão de anos, mas estar na presença de Emma a deixava completamente nervosa. Mesmo sabendo que já era tarde e que provavelmente a moça já estivesse dormindo, ela resolve passar para ver como ela estava. Ela entra na sala pisando leve para que seus saltos não fizessem tanto barulho e caminha até o leito de Emma, parando próxima a cama dela, ela fica observando a loira dormir por alguns minutos, e poderia até estar ficando louca, mas sentia um leve revirar no estômago e uma leve corrente elétrica dentro de seu peito só pelo fato de estar ali parada, velando pelo sono da garota.

Garota esta que estava com seus olhos fechados, mas não dormia, não havia conseguido fazer isso, ainda mais depois de ouvir o som dos saltos de Regina entrando na sala. Manteve os olhos fechados esperando para saber o que a médica havia ido fazer ali tão tarde. Ela podia sentir o peso do olhar da outra sobre si, mas continua sem se atrever a abrir os olhos, até que ela ouve o som dos saltos de afastar, ela abre os olhos e respira fundo, só conseguindo pensar no quanto estava ferrada.

 

 

Na manhã seguinte quando Regina vai aplicar os antibióticos de Emma, fica surpresa ao chegar ao leito da garota e não encontrar a amiga dela por ali.

- Bom dia, Emma. – Ela diz já fazendo a volta na cama, fazendo o que fora fazer.

- Bom dia. – Emma responde meio mal humorada.

- Como passou a noite? – Regina percebe o tom da garota e tenta entender o motivo.

- Muito bem, obrigada. –A loira diz, ela estava com o rosto virado para o outro lado, queria evitar o máximo olhar para Regina.

-Sua amiga não veio hoje, está tudo bem com ela?

- Semanas de prova da universidade, sabe como é né. – Dessa vez Emma encontra o olhar da morena que estava em pé ao seu lado. Elas sustentam o olhar por um longo tempo, até ser Emma a quebrar o contato. – Você sumiu ontem. – Ela diz fazendo a morena voltar a si.

- Oh, é verdade, eu estava numa maldita palestra. – A morena revira os olhos e Emma não pode deixar de sorrir do gesto da mulher.

- Pelo seu jeito de falar, não é lá uma coisa muito legal pra se fazer. – A loira já tinha abandonado o bico que carregava na cara.

- E não é mesmo, passei a tarde querendo morrer. – Ela diz, mas logo se detém. – Oh, me desculpe.

- Não se preocupe. – Emma diz sendo sincera.

- Então, tenho um tempo livre agora, se quiser continuar aquela conversa. – A morena não sabia por que fazia isso, ela simplesmente achava que era certo.

- Claro. – Emma não esconde a empolgação e Regina não deixa isso passar. Ela puxa a cadeira para mais perto da loira, se senta e cruza as pernas, o que faz com que suas pernas fiquem a mostra, pois o jaleco não era tão comprido, e ela usava uma saia de cintura alta. Por um instante o olhar de Emma recai sobre aquela área do corpo da mulher, mas logo ela se força a desviar os olhos.

- Então, Emma, me conte a sua história. – Regina pede e a loira começa contando desde sua infância no orfanato, as duas vezes que fora adotada e voltara para o orfanato por não se encaixar no perfil que os pais queriam, até os tempos mais atuais, a universidade, como ela havia conseguido uma bolsa 100 por cento para estudar direito e conta também sobre seu sonho em ser juíza. O tempo passava e elas nem se importavam com isso, Emma já havia contado toda sua vida para a morena e então chega a vez dela contar a sua, ela começa contando que adorava dançar balé quando era pequena e quando ficou um pouco mais velha, conta como sua mãe era rígida com ela e sempre cobrava dela seguir o mesmo caminho do pai, que também era médico e como ela havia conseguido o emprego no maior hospital de Nova Iorque.

Após todas essas perguntas e respostas, Regina se arrisca em perguntar qual era o maior sonho de Emma, que responde prontamente:

- Meu maior sonho é morrer por algo que valha a pena sabe?! Eu sei que estando onde eu estou fica complicado, mas eu ainda procuro por algo que me faça esquecer que tenho uma doença que pode me matar a qualquer momento, que me faça acreditar que ainda posso morrer de uma forma mais “digna”, ou melhor, que eu ainda posso viver de uma forma mais “digna” o pouco tempo que eu sei que me resta. Por mais que venham até mim e me digam que eu tenho poucos dias ou coisa do tipo, eu sempre vou buscar algo maior pelo qual valha a pena gastar os meus últimos dias.

- E como você imagina que possa ser esse algo bom que você procura? – Regina pergunta já imaginando a resposta.

- Amor, o amor é a forma mais digna que se existe para viver e morrer também, eu não poderia ser mais feliz em partir desse mundo, sabendo que eu amei e fui amada. Sei que pode soar egoísta da minha parte isso, por que a pessoa que fica é que mais sofre. Mas sinceramente? A vida tá aí pra ser vivida da melhor forma possível, pessoas vem e vão o tempo todo, e pra uma pessoa que tem um conjunto limitado de números como eu tenho, isso é algo com o qual eu não acho que deva me preocupar. – Regina percebe que mesmo depois de tudo aquilo, a garota não tinha um olhar triste, ela tinha um olhar de esperança.

- Concordo plenamente com você. – É tudo que Regina consegue dizer depois de tudo o que ouviu.

- Sei que pode parecer coisa de romântico apaixonado, clichê e tudo o mais, mas é realmente como eu penso.

- Pode até ser clichê e coisa de romântico apaixonado, mas eu concordo com cada palavra.  – Mais uma vez seus olhares se encontram, só que dessa vez nenhuma delas quebra o momento, elas são interrompidas pelo bip de Regina, que mesmo assim demora alguns segundos para desliga-lo. – Eu preciso ir. – Ela se levanta e vira de costas para Emma, respira fundo e depois se vira para a garota de novo. – Volto mais tarde pra te examinar.

- Ok. – Emma responde enquanto a médica já se afastava dela. – Hm, Regina? – A loira chama antes que a morena saia completamente, fazendo-a parar e olhar para ela. – Você é casada? Ou algo do tipo? – A médica não pode deixar de sorrir da pergunta despropositada da garota. Emma pensou que ela não fosse responder, mas se surpreende com a resposta.

- Não, Emma, não tenho ninguém. – Regina responde com um meio sorriso, se virando e saindo da sala em seguida.   

E mais uma vez Emma fica sozinha com seus pensamentos, mas dessa vez ela não poderia se sentir mais feliz. Mas como podia uma coisa dessas, uma mulher daquela sozinha chegava a ser um pecado. “Ponto para Emma Swan” ela pensa consigo mesma.

 

 

Regina passa toda a tarde pensando na pergunta de Emma, “porque ela queria saber isso?” sua mente estava a mil, mas ela queria terminar tudo o quanto antes para que pudesse ir fazer companhia para a garota.

Quando a noite chega Regina caminha rapidamente para a UTI, tivera que ficar do outro lado do hospital o dia todo, pois outro paciente do doutor Whale precisou de sua atenção.  Ela caminha firme pelos corredores e quando entra pela porta de acesso restrito, vê um médico se afastando de onde Emma estava. Ela estranha, pois havia pedido para que qualquer coisa que acontecesse com a garota, ela fosse avisada imediatamente, mas seu sentimento de confusão logo é substituído pelo medo, medo do porque aquele outro médico havia estado ali. Ela caminha rapidamente até o leito de Emma e quando chega perto vê a garota toda intubada.

- Hey. – Ela se apressa em falar com o médico. – O que aconteceu? Eu pedi que eu fosse avisada sobre qualquer piora dela.

- A doutora estava ocupada do outro lado, então pediram que eu viesse atendê-la. – O homem explica. – Ela teve febre alta e não conseguia respirar, por isso a intubação. – Regina se aproxima da garota que estava sedada e sente uma pontada de culpa. “Talvez se eu tivesse ficado aqui com ela, eu teria conseguido controlar a situação”, a morena pensa consigo mesma, mas sabia muito bem que ela não poderia fazer outra coisa, que já não havia sido feita.

Ela espera o médico sair, e se senta na cama, ao lado de Emma e fica observando o corpo inerte da garota, sentindo um peso no coração. Olhar para aquele rosto sempre tão sorridente, sem nenhuma expressão como estava naquele momento a deixava completamente entristecida. Ela não contêm o impulso de pegar a mão da garota e acariciar levemente enquanto olhava fixamente para o belo rosto dela, parte do seu rosto estava coberto pela mascara de oxigênio, mas podia enxergar a palidez, os lábios ressequidos e sem cor, porém continuava extremamente bela. E na mente de Regina, se naquele momento Emma abrisse os olhos, ela ainda conseguiria ver aquele brilho tão característico daquelas íris cor de esmeralda. Ela sorri com seu pensamento.

 

 

 

Boa parte daquela noite Regina passa sentada na cadeira ao lado de Emma, só olhando para as suaves curvas do rosto da garota. Ela adormece ainda com a mão segurando a da garota e com a cabeça apoiada na perna da mesma.

Emma desperta sentindo sua perna formigar, mas completamente sem forças para mover qualquer membro de seu corpo. Depois de muito esforço ela consegue mover minimamente a perna, sentindo um peso sobre ela, sendo aliviado logo em seguida. Não sabia se estava delirando ou sonhando, mas ela vê Regina levantar a cabeça de sua perna, como se houvesse dormido ali.

 

A morena acorda com o mover da perna de Emma, levanta a cabeça meio confusa, e dolorida no pescoço pela posição desconfortável. Ela ajeita a postura e passa mão livre pelos cabelos, só então percebe que Emma havia acordado, mas ainda sem se dar conta de que ainda segurava a mão da garota.

– Emma. – Ela levanta-se, solta agora a mão de Emma, e para ao lado da garota.– Como se sente? – Ela retira a mascara de oxigênio para que a loira falasse.

- Me sinto sonolenta ainda, sem forças. - A voz de Emma era só um sussurro.

- Isso é normal, querida, você foi sedada ontem. – Regina tinha o rosto mais próximo do da garota.

- Eu... eu não me lembro. – Emma torce os lábios.

- Normal também, querida. Mas já esta tudo sob controle.

- Você dormiu aqui? – Emma pergunta olhando-a nos olhos, pegando-a meio desprevenida.

- Sim. - Ela se resume em dizer, retribuindo o pequeno sorriso que recebia. – Eu vou ir ao vestiário pegar algumas coisas e depois volto para ficar com você, tudo bem?

- Tudo ótimo. – Emma até se anima um pouco.

Antes de sair, Regina recoloca a mascara no rosto de Emma prometendo não demorar a voltar.  

Quando Regina sai, Emma passa a ponta dos dedos no lugar onde a mão da morena estava sobre a dela e sorri involuntariamente.

Quando Regina retorna, elas passam quase a tarde toda conversando mentalmente, pois Emma ainda não conseguia respirar sem a máscara e falar com ela, era ruim também, então a maior parte do tempo tudo que se ouvia era o som do riso gostoso de Regina e o som abafado do riso de Emma.

No fim da tarde Ruby aparece para visitar a amiga e ao chegar se depara com a cena da amiga rindo com a médica bonitona. Ela fica com dó, mas teria que interromper alguns minutos.

- Olá. – Ruby cumprimenta.

- Senhorita Lucas. – Regina sorri para ela.

- Fiquei sabendo do que houve ontem, amiga. – Ela para ao lado de Emma, que levanta o braço para afastar a mascara dos lábios.

- Tá tudo bem agora. – Ela sorri para a amiga.

-Vou deixa-las a sós. Emma, não fique muito tempo sem a máscara. – Regina avisa e se afasta. 

- Hmm, vejo que arrumou uma companhia melhor do que a minha. – Ruby provoca

- Claro que não. – Emma revira os olhos.

- E o que a médica bonitona tava fazendo aqui?

- O trabalho dela. – Emma sorri.

- Para, me conta.

- Eu perguntei a ela o que você me disse pra perguntar e ontem conversamos um tempão.

- E o que mais?

- Como assim e o que mais, Ruby? – A voz de Emma ficava mais fraca a cada instante.

- Só conversaram? Nada mais?

- Mas é claro.

- Ai, Emma. – Ruby balança a cabeça.

- Ela dormiu aqui essa noite.

- Jura? – Agora sim a amiga parecia estar impressionada.

- Sim. Ruby, se não se importa, agora eu vou só te ouvir, preciso disso aqui. – Ela diz recolocando a máscara no rosto.

- Tá bom. Acho que ela tá na sua, loira. – Ruby dá um pulinho batendo palmas. – O jeito que ela falou com você, o jeito como ela olhou pra você, ai meu Deus. – Ruby só faltava soltar fogos, enquanto Emma só podia sorrir do jeito maluco da amiga. Ruby fica tagarelando mais alguns minutos, até outro médico ir expulsa-lá de lá, ela sempre passava do horário permitido.

- Te vejo amanhã, Swan. – Ela se inclina e beija a testa da amiga, como de costume. – Eu amo você.

- Amo você também. – Emma diz por debaixo da máscara. Ruby sorri e sente seus olhos ficarem marejados, não era agradável para ela ver a amiga naquelas condições, mas ela fazia o possível pra não desanimar, e mais, pra não deixar Emma desanimar. Ela aperta a mão de Emma e deixa a sala com o coração doendo, por ter que deixar a amiga sozinha.

 

Já era começo da noite, Regina estava no vestiário, deitada sobre o banco olhando para o teto. Fazia exatamente quatro dias que ela conhecia Emma, mas sentia uma necessidade tão grande de cuidar da garota. “Não é possível, Regina”, ela negava a si mesma que estava sim fortemente atraída pela garota, e por que não apaixonada? “Olha onde você está se metendo, Regina”. Ela joga as pernas para o lado e senta-se sobre o banco. Regina estava se apaixonando por ela, mas não parecia uma boa ideia.

- Chega disso. – Ela finalmente levanta-se e caminha pelos corredores até a UTI. Chegando lá, ela ouve uma conversa entre nos médicos que estavam de plantão.

- Ela não vai aguentar muito tempo mais. Os batimentos estão muito baixos e o pulmão não está funcionando direito também. Eles podem parar a qualquer instante – Um deles dizia.

- Precisamos procurar o contato de algum parente.

- Que eu saiba ela não tem nenhum.

- Coitada. – Ambos olham em direção a Emma.

Regina ao ouvir isso sente como um soco na boca do estômago, ela tinha plena consciência de que Emma estava muito doente, mas nunca tinha parado pra pensar no fato como um todo e em como isso a atingiria. Ela caminha até onde estava Emma e se aproxima da cama, a garotinha tinha os olhos fechados, numa expressão leve e tranquila, Regina pensou que ela estivesse dormindo, leva sua mão até os cachos dourados da loira e acaricia levemente.

- Isso é muito bom. – Ela se assusta com a voz de Emma.

- Pensei que estivesse dormindo. – Ela nem pensa em retirar a mão dos cabelos da garota.

- Estava esperando você.

- A mim? Por quê? – Regina pergunta curiosa.

- Quero te fazer uma proposta. – Emma pega a outra mão da médica que estava próxima a sua apoiada sobre a cama.

- Uma proposta. – Regina pondera. – Pois faça.

- Se eu sair daqui, ou melhorar um pouquinho que seja, você sai comigo? – Emma olhava dentro dos olhos cor de chocolate da médica. Regina fica séria, lembrando-se das palavras dos médicos quando ela chegara à sala. Apesar disso, negar estava fora de questão e Emma poderia sim melhorar, ela já havia visto isso acontecer muitas vezes.

-Sim. – Ela se ouve dizendo.

-Sim? – Emma abre o maior sorriso que consegue.

-Sim. – Regina sorri de volta e elas ficam ali sustentando o olhar uma da outra por um longo minuto, quando involuntariamente Regina retira a mascara de Emma e aproxima seu rosto do da garota. Seus olhares fixados um no outro, as respirações entrecortadas, o calor gostoso dentro do peito. Tudo parecia extremamente ridículo se ela fosse pensar na situação em que se encontrava e por um momento Emma pensa “A chance de ter Regina, magoá-la, assustá-la, perdê-la, tudo isto a devastava”, pelo único e simples fato de que estava perdidamente apaixonada por ela. “Eu poderia poupá-la de todo o sofrimento, mas e aquelas coisas todas das quais eu acreditava?” Mas ela não se importava, mesmo que todas as forças ao seu redor gritassem “não”, ela continuaria dizendo “sim”, então ela detém os pensamentos e abre um enorme sorriso para a mulher a sua frente, levando uma mão ao pescoço dela e encurtando ainda mais o espaço entre elas. Agora podiam sentir a respiração uma da outra batendo contra suas peles. Nenhuma palavra mais foi dita, elas não precisavam disso, então Emma puxa Regina para enfim tocar seus lábios aos dela, sentindo a maciez e delicadeza que eles tinham e todas as melhores sensações do universo atingirem seu corpo como uma bala.

Regina se afasta alguns centímetros, ainda com os olhos fechados e sorri, fazendo Emma sorrir também. A morena desfaz o contato de suas mãos, e a leva até o rosto de Emma, acariciando sua pele levemente, ela deixa seu polegar passear pelos lábios de Emma, para depois segurar o rosto dela com as duas mãos e lhe beijar novamente, dessa vez o beijo era mais profundo, mais forte, mas ainda assim delicado. Emma deixa suas mãos irem até os fios macios dos cabelos de Regina, enquanto seus lábios continuavam selados. Alguma coisa no jeito como as línguas dançavam e os dentes se chocavam parecia familiar. “Era delicioso”, Emma pensou. “E não seria eu a dar um fim aquilo”.

Depois de um longo minuto, Regina afasta os lábios novamente e ambas se veem em busca de ar, Emma muito mais, porém sorrindo uma para a outra. Regina volta a sua postura e devolve a mascara ao rosto da garota.

- Você precisa disso. – Regina diz enquanto ajeita o elástico da mascada ao rosto da garota.

- Definitivamente. – Emma sorri, respirando pesadamente. Emma levanta o braço e coloca uma mecha de cabelo para trás da orelha de Regina.

- Vou dormir aqui com você. – Regina sussurra.

- Eu vou achar ótimo. – Emma se meche na cama, indo mais para o lado, dando espaço para que a morena coubesse na cama com ela.

Regina sabia que aquilo era completamente inapropriado, mas naquele momento nada mais importava, a não ser o fato de estar perto de Emma o tempo todo. Ela sobe na cama e se ajeita ao lado da loira.

- Eu gosto de você. – Emma diz quando seu braço passa em torno na cintura de Regina.

- Eu também, gosto muito de você. – Regina diz beijando sua bochecha, e apoiando a cabeça da garota em seu peito. – Você precisa descansar agora. – Ela completa e Emma simplesmente balança a cabeça.

 

Elas adormecem abraçadas, Regina tinha os braços protetores em volta de Emma, enquanto Emma adormece ouvindo o som das batidas do coração de Regina.

 

Naquela noite Emma teve uma falência múltipla de órgãos, não teve nenhuma chance de despedir-se, mas ela não precisava disso, ela estava onde gostaria de estar, abraçada ao corpo daquela que ela sonhava em ser sua um dia, infelizmente, lá estavam os coros do universo lhe dizendo “não” mais uma vez. Emma não achava justo morrer por alguma coisa tão odiada quanto uma doença, é claro, quem poderia amar estar doente? Mas em sua vida toda Emma pensou que morreria por alguma coisa realmente válida, alguma coisa que realmente importasse em sua vida e não em função de uma maldita doença. Sonhava com o dia em que conheceria a pessoa a quem ela amaria, com quem ela construiria uma família e passaria o resto de sua vida. Ela finalmente encontrou uma maneira pela qual valia a pena viver e morrer, ela encontrou o amor da sua vida e mesmo não estando fisicamente ao lado daquela mulher, ela sempre estaria presente em sua vida, como a pessoa que lhe trouxe esperança. Para Emma o sorriso de Regina seria sempre o arco íris e seu toque o paraíso, onde quer que ela estivesse.

 

Regina acorda no meio da noite, com o som constante do monitor cardíaco, ela sabia muito bem que era o de Emma, mas ela não se permitia se afastar daquele corpo ainda tão quente e aconchegante, então ela escolhe continuar ali na mesma posição enquanto permite que sua dor escorra pelos seus olhos.

Regina não era o tipo de mulher que se envolve facilmente, mas o que aconteceu com Emma, ela não saberia explicar se lhe perguntassem. Sabia muito bem que ela não deveria se envolver emocionalmente com qualquer paciente, mas desde quando seus olhos encontraram aquelas íris verdes, ela se viu dependente deles. Infelizmente Regina Mills havia chegado tarde demais na vida de Emma Swan. Mas uma coisa nenhuma delas poderia negar, estejam onde estiverem, lembrariam sempre uma da outra e todos os segundos preciosos que passaram uma ao lado da outra.


Notas Finais


E então, gostaram?
O que acham que eu quis fazer com a Queen Of Desaster ao terminar de ler o esboço que ela me enviou?

É, acertou quem disse "socá-la". Mas claro que eu gostei da estória e logo logo já volto com mais uma one fantástica de uma das minhas autoras favoritas daqui (Veronica), com certeza muitas de vocês a conhecem também.

E se você quiser indicar sua autora favorita pra gente, só falar in box e eu faço um convite a ela.

Bjão.


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