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História Volte para Dezembro - Dez


Escrita por: kirasren

Notas do Autor


não consegui escrever o capítulo no mesmo fim de semana que o outro, mas aqui ele está!
eu notei que a história chegou aos 100 comentários e eu agradeço muito. obrigada, obrigada mesmo! eu amo o apoio que essa fic tem recebido e eu não poderia ser mais grata.
bem, espero que gostem do capítulo!

Capítulo 10 - Dez


— Você vai ficar brava comigo para sempre?

Três dias já haviam se passado. Malia não tinha melhorado nada sua opinião sobre o que havia acontecido entre ela e Theo. Não que ela tivesse uma opinião formada – e esse era exatamente o problema, ela não sabia como se sentir com isso. Ela estava confusa e ele, mais ainda.

Era cedo, Malia estava se arrumando depois de ter tomado um banho. Theo também tinha acabado de tomar banho, com uma toalha em volta de seu quadril e gotículas de água por todo o seu corpo, apoiado na porta do banheiro. Malia ouviu a voz rouca ecoar pelo quarto e suspirou, deixou a camiseta que pretendia vestir em cima da cama e virou-se para ele, apenas com um sutiã preto e jeans.

— Já não tínhamos falado sobre isso?

— Eu não quero mais discutir, Mal.

— Então, ótimo! Não vamos discutir.

Theo suspirou. Malia virou-se para cama novamente para se trocar. Ele se aproximou, ficando logo atrás d'ela, colocando as mãos ao redor de sua cintura e causando arrepios em seu corpo. Ele tinha se acostumado a isso, a essa aproximação. Ela tinha certeza que isso não poderia ser algo bom.

— Se isso vai fazer você voltar a falar comigo — ele começou, fazendo Malia inclinar o rosto para o lado para vê-lo. —, eu sinto muito.

Malia arqueou as sobrancelhas, apesar de ter um sorriso nos lábios com a ação do outro.

— Mas você não sente muito.

— Nem um pouco. — ele sorriu para ela, que deu uma risada fraca. — Mas não quero que continuemos assim. Eu entendo o que passa na sua cabeça e acredito que você saiba o que passa na minha.

— O quê?

Ela virou-se, deixando a camiseta que segurava na cama, ficando cara a cara com Theo. Como ela não era tão mais alta que ele, a diferença entre seus rostos também não era muita. Ele abriu um sorriso enquanto a examinava por inteiro. Malia balançou a cabeça, chamando a atenção dele para seu rosto novamente.

— Eu te... admiro. — ele finalmente disse. — Você é destemida, forte, leal. Você traz uma parte boa em mim, que eu nem sabia que existia até te conhecer.

Ele colocou uma mecha do cabelo dela atrás de sua orelha, fazendo-a parar para encará-lo por um instante. Ele desceu novamente sua mão para a cintura da outra, a puxando para mais perto – mas não perto o bastante.

— E eu quero isso. Eu quero você.

Malia permitiu-se sorrir.

— Então esse é seu jeito enrolado de dizer que quer transar comigo?

— Não. — ele disse rindo divertidamente. — Quero dizer, eu quero transar com você. Muito. Mas não era isso que eu queria dizer. Você entendeu.

Malia riu junto d'ele. Parou de rir e sorriu para ele. De repente, ela percebeu o quanto ele estava a colocando para mais perto e mais perto e como a força de suas mãos em sua cintura tinha aumentado. E então aquilo parecia sexual demais para ela e ela olhou para ele:

— Eu aceito suas “desculpas”. Mas não é porque estamos seminus que vamos fazer sexo.

— Tecnicamente eu estou nu.

Ela arqueou as sobrancelhas e colocou as mãos em seus ombros, e falou, antes de voltar a tentar colocar alguma roupa:

— Então vá se trocar.

Theo abriu um sorriso para ela e ela sorriu de volta. Afastou-se das mãos dele, virando-se para a cama novamente e finalmente vestindo sua camiseta. Theo dirigiu-se até o armário e então Malia aproveitou para sair do quarto.

Andou até o final do corredor e apertou o botão do elevador. Ainda esperando o elevador, ela ouviu alguém chegando mais perto d'ela e então ela virou-se para ver quem era. Katherine saia de seu quarto com um caderno em suas mãos e um lápis, parecendo bem focada naquele objeto. Parou ao lado de sua mãe, que a olhava divertidamente. Olhou para cima e a avistou, então exclamou um:

— Bom dia.

— Bom dia. O que está fazendo?

— Eu decidi o que eu vou ser quando crescer. — ela virou seu caderno para Malia ver. Nele, estava um desenho dela mesma. — Eu vou ser uma desenhista.

Malia sorriu com a fala da pequena.

— Tenho certeza que você me disse semana passada que queria ser policial.

— Eu vou! Eu vou ser uma policial dançarina desenhista!

Malia riu com a empolgação de sua filha. Katherine iria continuar a falar sobre sua brilhante futura carreira de policial dançarina desenhista, mas sua fala foi cortada por um grito quando Theo chegou – vestido – atrás d'ela e a deu um susto, pegando-a no colo. O elevador finalmente chegou ao andar deles e Malia segurou a porta para os outros dois.

— Você me assustou! — Katherine disse, batendo o caderno no ombro de Theo.

— Acho que essa era a intenção. — ele disse rindo entrando no elevador.

Katherine continuava reclamando e reclamando, mas isso só fazia seus pais sorrirem mais com a fofura da garota. Malia finalmente entrou no elevador. E, por um momento, ela conseguia se ver feliz naquele lugar.

∞∞

O que você viu?!

— Malia. — Lydia respondeu. — Mas não era realmente ela. Era o Sluagh. Deaton disse que ele poderia vir junto da Caçada Selvagem.

Scott não sabia o que fazer. Tudo parecia estar de cabeça para baixo. Ele não sabia o que fazer e, pela primeira vez em bastante tempo, ele realmente estava preocupado que eles não iriam conseguir sair daquilo a salvo. Ele apoiou a cabeça em suas mãos, abaixando-se em seus joelhos. Lydia aproximou-se mais d'ele.

— Scott. — ela o chamou.

Ele levantou a cabeça para vê-la, olhos vermelhos por causa do choro. Lydia viu o estado que seu melhor amigo estava e então levou os braços em volta de seu pescoço, o puxando para o abraço mais que necessitado. Scott soluçou em seu ombro e retribuiu o abraço da ruiva.

— Eu não vou conseguir. Não vou conseguir salvá-los, Lydia. Não vou conseguir te salvar ou nem me salvar, eu não sei o que fazer.

Lydia apertou mais seus braços em volta de Scott, tentando da melhor maneira possível acalmá-lo e confortá-lo. Ela também não tinha muita esperança sobrando, mas ela sabia que desistir não seria a melhor escolha a se fazer. Saiu dos braços do amigo e colocou suas mãos em volta do rosto dele, dizendo:

— Você vai conseguir, você sempre consegue. Eu acredito em você. Eu te amo. Nós vamos tirar os três daquelas prisões e vamos matar o Sluagh. E ninguém vai sair ferido.

Scott não ficou surpreso com o “Eu te amo” de Lydia, pois ele sabia que ela o amava apenas como um amigo. Então ele forçou um sorriso para a ruiva em sua frente e limpou seu rosto, tentando impedir que mais lágrimas voltassem. Lydia sorriu para Scott e deu um último abraço, conseguindo resgatar sua última pontada de esperança.

∞∞

Como era o último dia de viagem – já que no dia seguinte eles só teriam metade do dia para aproveitar, por causa da viagem de cinco horas de volta para casa –, todos que estavam lá decidiram sair juntos para algum lugar. Depois de tentar decidir aonde queriam ir, os amigos passaram o resto do dia no shopping, fazendo compras, indo ao cinema e comendo fast-food.

Quando chegaram ao hotel novamente, Katherine saiu correndo para seu quarto carregando três sacolas gigantes cheias de roupas e brinquedos para seu quarto, junto de Claudia. Malia foi para o quarto também para guardar suas compras. Guardando-as no armário, ela aproveitou de onde estava e tirou seus jeans. Tirou o sutiã por debaixo da camiseta e a largou para dentro do guarda-roupa. Decidiu que, mesmo que não fosse tão tarde, ficaria no quarto. Ela provavelmente pediria o jantar pelo interfone.

Afastando-a de seus pensamentos, Malia ouviu a porta do quarto sendo aberta enquanto ainda guardava as roupas novas no armário. E, rapidamente, aquele toque que já se tornava tão familiar em sua cintura. Não se incomodou com a proximidade de Theo e simplesmente continuou a guardar as compras no guarda-roupa. 

Notou, então, uma das mãos dele subirem para afastar seu cabelo de seus ombros e pescoço. Sentiu a respiração quente na pele entre o ombro e o pescoço, fazendo-a parar o que estava fazendo e fechar os olhos, antecipando-se para o que sabia que iria acontecer.  Logo, reconheceu os lábios de Theo em seu pescoço, explorando o sabor já conhecido de sua pele.

Mordeu o lábio inferior, deixando-se por um momento apreciar daquela sensação tão boa que sentia toda vez que ele fazia aquilo.

— Theo — ela gemeu quando ele mordeu o lóbulo de sua orelha, fazendo com que fosse difícil de ela poder se concentrar. —, o que está fazendo?

— Me divertindo um pouco. — ele disse e observou a mulher em sua frente. — Por quê? Você quer que eu pare?

Ah, ela não queria que ele parasse. Ela sabia que não queria e se odiava por isso. E o pior; ele também sabia. Ele disse aquela frase com tanta ironia, tanta malícia, Malia tinha certeza que ele sabia exatamente como ela estava sentindo, mesmo sem quimiosinais. E ela não tinha dito nada, mas fora tão audível quanto um “não”. Então Theo sorriu e decidiu como queria que aquilo funcionasse.

— Beije-me. Você sabe que quer.

Ele não era bom.

Ah, ela sabia que ele não era bom. Ele não podia ser confiado – toda vez que ela pensou que podia confiar nele, algo fazia com que ela tropeçasse e caísse de volta para a desconfiança, e era frustrante. Ele era frustrante e manipulador e carismático e encantador e...

Ele não era bom.

Mas ficando tão perto d'ela, respirando por cima de seu ombro do jeito que ele estava fazendo, a provocando... Malia estava paralisada por o quão enervante ele era. Ela não podia evitar – era um erro, ela sabia, mas ele também estava certo. Ela queria beijá-lo. E se isso aconteceu, foi por causa de um coquetel complicado de emoções que ela não conseguia – e não tinha tempo para – desvendar. Então Malia se virou para ele, seus narizes apenas por centímetros de distância, e procurou em seu olhar aparentemente verdadeiro para alguma razão para ela não beijá-lo. Foi mais um breve momento com sua expressão consistente até que suas ações disputaram com sua pausa. Ela virou a cabeço para cima e colou seus lábios nos dele, respirando fundo, para depois aprofundar o beijo.

Malia se arrependeu quase imediatamente do beijo, quase no momento em que seus lábios encostaram-se aos do dele, ela conseguia reconhecer o que havia feito. Ela havia feito a única coisa que ela sabia que não queria, mas agora ela queria. Mas aquilo era um desafio, que não havia como espaçar, ela havia aceitado e agora realmente não havia mais uma saída. E a pior parte? Os lábios dele eram tóxicos. Como ambrosia para mortais, eles queimavam, e ela queria mais.

Ela se afastou dos lábios de Theo, tentando acalmar sua respiração. Ela abriu os olhos lentamente para olhar para ele e seu sorriso malicioso.

— Pronto. — Malia soltou. — Satisfeito?

— Na verdade, não. E, se você for honesta consigo mesma, eu acho que você também não está satisfeita. — ele murmurou suavemente antes de fechar a distância entre eles um pouco mais, mas ainda não a beijando.

Suas mãos voltaram para a cintura da garota, dedos dançando sobre a pele revelada por aquela nova posição. Seus olhos foram para os dela, para seus lábios, e para cima de novo – antes de ele a aproximar e prensar seus lábios nos dela novamente.


Notas Finais


espero que tenham gostado! comentários serão sempre bem-vindos e respondidos! ♥


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