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História Volte para Dezembro - Quatorze


Escrita por: kirasren

Notas do Autor


eu sei, /eu sei/. três meses completos e certinhos é um tempo terrivelmente longo e eu sinto muito. eu estou com vários outros projetos na mente e estou tentando trabalhar em todos eles. mas vou tentar meu máximo para não tirar meu foco nessa história.
vou responder os comentários do último capítulo e eu espero que vocês gostem deste daqui! de novo, eu sinto muito.

Capítulo 14 - Quatorze


Isaac bateu na porta – de novo.  Uma, duas, três vezes. Revirou os olhos quando ainda não tinha nenhuma resposta.

Ele, então sem paciência, abriu a porta do quarto onde estavam Theo e Malia, não aguentando mais esperá-los para chamá-los para o café da manhã. Olhou a situação em que eles estavam, nus – com as roupas espalhadas pelo quarto inteiro –, Malia abraçando o tronco de Theo e os dois adormecidos.

— Eu não acredito em vocês! — ele gritou, fazendo os dois abrirem os olhos dormentes. Isaac pegou uma peça de roupa do chão e jogou n'eles. — Não na minha casa, não na minha cama, seus nojentos!

Malia e Theo se entreolharam e riram, enquanto Isaac rolava os olhos. Ele começou a se perguntar por que ele tinha mesmo convidado eles para lá. Mas ignorou e voltou para porta, não saindo antes de avisá-los:

— Agora se troquem e vão tomar o café da manhã com o resto da família. Não demorem mais ainda! Só faltam vocês lá. — ele suspirou. — Vocês são nojentos.

Então Isaac fechou a porta e saiu do quarto, ainda irritado com os dois. Malia suspirou e não se moveu, fechando os olhos mais uma vez e se aconchegando ainda mais nos braços de Theo. Ele olhou para ela e sorriu, avisando-a:

— Nós temos que acordar alguma hora.

— Temos mesmo? — ela murmurou sonolenta. Levantou o olhar para os olhos hipnotizantes e cansados dele.  — Eu 'to com sono.

— Bem, isso só aconteceu porque não dormiu a noite inteira.

— Bem, você queria ter dormido a noite inteira? — Malia deu um sorriso, o fazendo rir fraco.

— Não, não queria. — ele tirou seus braços dela, se sentando na cama. — Mas vamos lá.

Malia bufou e esfregou os olhos antes de sentar-se na cama também. Levantou-se, procurando sua bolsa para se vestir e ir para fora do quarto com o resto da família. Então, quando os dois já tinham se vestido, saíram do quarto e foram para a sala onde todos estavam para ir logo tomar o café da manhã.

Theo avistou, no canto da sala, Isaac e Cora conversando e abriu um sorriso com a imagem – mas resolveu não interferir. Sentou-se ao lado de Katherine, que estava irritando Dimitri montando teorias de quem seria seu pai. Coitado, ele pensou. Porque, apesar de tudo, ninguém merecia ter que ficar aguentando Katherine, em qualquer circunstância. Crianças de sete anos conseguem muito bem ser irritantes quando querem e se esforçam.

Ele comeu um pouco de seu café da manhã – algo que Isaac havia cozinhado, ele não podia muito bem distinguir o que era – e moveu os olhos pelo resto da sala. Peter estava tagarelando com Derek – que não parecia dar a mínima –, algumas pessoas que Theo não sabia exatamente quem eram também conversavam no outro lado da mesa, Isaac flertava descaradamente com Cora, Malia estava no canto da sala, falando ao telefone. Theo notou que ela parecia preocupada, e logo depois ela sussurrou um “okay” para o celular e se dirigiu para ele.

— É urgente — ela disse quando chegou ao seu lado, o fazendo ficar tenso. —, era Deaton. Alguma coisa está acontecendo e ele disse pra irmos lá. Agora.

Theo concordou com a cabeça. Levantou-se, passando as mãos pelas costas de Malia – numa tentativa rápida de conforto – e foi em direção de Isaac. Tentou ignorar que tinha interrompido um possível momento entre ele e Cora, e o pediu:

— Isaac, eu e a Mal vamos ter que ir agora. A gente vai voltar, mas acha que consegue ficar de olho em Katherine – caso ela bote fogo em algo ou coisa do tipo?

— Uh, sim, claro. — Isaac respondeu confuso. — Tudo bem?

— Não sei. — Theo respondeu hesitante. — Mas nós vamos voltar, okay? Só cuida da Kath.

Isaac deu os ombros e se virou para Cora, então Theo revirou os olhos e se virou para Malia. Os dois foram para fora da casa, dando rápidos “tchau”s e “até logo”s para o resto da família, e entraram no carro. Dirigiram até o consultório de Deaton, e entrando lá, tudo estava uma bagunça.

Um pequeno portal estava no meio na sala. Havia um forte vento, que tornava até difícil de se concentrar, com todas as coisas nas mesas caindo. Deaton estava no canto da sala, segurando algumas coisas em uma prateleira para tentar fazê-las não caírem. Os cabelos de Malia caíam sobre sua expressão totalmente confusa, até que ela então perguntou:

— O que diabos está acontecendo aqui?!

— Eu acredito que seus amigos tenham conseguido um jeito de levá-los de volta. — Deaton respondeu. — Um de vocês deve ir antes que o portal se feche!

— O quê?!

Malia arregalou os olhos. Como eles tinham conseguido fazer aquilo? Ela olhou para o portal novamente, o assistindo ficar a cada minuto um pouco menor. Ela tinha que fazer alguma coisa – qualquer coisa. Olhou para Theo ao seu lado, os dois com uma expressão preocupada.

Aproximou-se dele, pegando suas mãos por um instante.

— Eu tenho que ir. — quando não teve resposta, suspirou, entreolhando entre o portal e ele. — Theo, eu tenho que ir, entendeu?

Ela o sentiu apertar suas mãos. Theo mordeu os lábios, fitando-a com ansiedade nos olhos. Ela sabia o que ele queria e sabia o que ele iria falar. Mas ela não podia perder essa chance. Ela voltaria para sua família, para seus amigos, para sua cidade e sua verdadeira casa.

Malia precisava que ele entendesse.

— Por favor, não vá. — quando ela ouviu sua voz rouca falhar, ela sabia que ele não entendia. Ela abriu a boca para retrucar, mas foi interrompida. — Por favor – por favor. Você disse que não me deixaria.

Sim, ela disse. Essa fala a levou para uma memória de uma das primeiras semanas em que eles estavam ali, onde Theo acordava de um pesadelo sobre os Dread Doctors e Malia o confortou. Ela não queria deixá-lo – e ela não iria. Ela já tinha um plano; ela poderia ir para Beacon Hills e fazer um portal para ele com suas memórias. Iria funcionar.

Tinha que funcionar.

E, no momento, ela só queria fazer como ela fez na noite do pesadelo. Colocar os braços em volta de seu pescoço, abraçá-lo forte e assegurar que tudo ficaria bem e que ela estaria com ele. Que ela voltaria para buscá-lo, não importasse o quão difícil fosse. Mas não parecia ter tempo o suficiente para isso.

— Theo, por favor — ela olhou para o portal atrás dela, que estava significantemente menor agora. —, eu sei como te trazer de volta depois. Eu te falei, você sabe. Por que você quer que eu fique?

— Vão logo! Eu não acho que o portal vai segurar por muito mais tempo. — Deaton gritou do fundo da sala, fazendo os dois virarem seus olhares por ele por um instante.

Mas então eles voltaram para um ao outro. Malia tinha esse olhar ansioso em seu rosto, esperando apenas uma confirmação de Theo para que ela pudesse apenas ir logo. Mas Theo estava lá, pensando em qualquer desculpa para manter ela consigo. Mas ele não conseguia pensar em outra coisa a não ser uma frase.

— Porque eu te amo. — ele disse, sua voz falhando de novo e fazendo-o parecer fraco – também fazendo-o odiar aquilo cada vez mais. Não era assim que ele imaginou como ele a contaria isso, mas ele precisava contá-la, de um jeito ou de outro. Malia arregalou os olhos, sem saber como reagir. — E eu sou egoísta. Eu não consigo acreditar que finalmente tenho você aqui e não posso arriscar te perder. Eu não posso te perder.

Malia ficou paralisada por um instante, sem saber o que fazer ou o que falar. Ele a amava. Era a primeira vez que alguém tinha a dito isso. Pelo menos naquele sentido. Ela sabia que Stiles tinha a amado também, mas Theo dizer e ela realmente ouvir aquelas palavras era um sentimento totalmente diferente. Um sentimento bom e quente, que ela queria ter sentido n'uma situação completamente distinta em que ela não precisasse se preocupar com o tempo.

Mas então ela ignorou essa falta de tempo e fez o que quis, colocando imediatamente seus braços em volta dele, o abraçando com força o bastante para ela ficar preocupada se ele ficaria com falta de ar. Ele suspirou, retribuindo o abraço. Ele não queria soltá-la, ele não podia soltá-la.

— Você não vai me perder. Não vai. — ela sussurrou em seu ouvido. Afastou-se, mas com suas mãos agora em seu rosto. — Eu vou voltar por você, vou tentar de tudo, eu juro. Eu, eu-.

Ela se virou para observar o portal outra vez, que estava pequeno, no tamanho mínimo para ela poder passar. Separou-se totalmente dos braços deles, ignorando o olhar melancólico de Theo e os gritos de Deaton para ir mais rápido.

— Eu tenho que ir.

Andou até o portal, se virando uma última vez para observá-lo antes de entrar no portal. Seu cabelo ainda estava nos ares por causa do vento forte, fazendo que fosse quase impossível enxergar seu rosto. Mas, se Theo conseguisse ver, veria que ela estava carregando um pequeno sorriso em seus lábios e seus olhos estavam cheios de ternura quando ela disse:

— Eu também te amo.

E, então, o vento na sala acabou e Theo se viu sozinho, com suas mãos tremendo.

∞∞

Malia abriu os olhos de repente, respirando fundo e cuspindo ar que ela pegou de mau jeito em uma tosse. Ela sentou-se, olhando para os lados e tentando reconhecer onde estava. Suspirou de alívio e abriu um sorriso de orelha a orelha quando percebeu que estava em seu quarto, em sua casa. Levantou-se, saindo correndo pela porta para o andar de baixo para encontrar seu pai.

Henry estava mesmo lá, em carne em osso. Malia não conseguia acreditar. Ela correu até ele e pulou em seus braços, o assustando muito de primeiro. Mas então ele a reconheceu e, apesar de surpreso, a abraçou de volta com a mesma força. Ela sentia tanta falta dele e dali.

— Onde você estava?! Deus, eu estive tão preocupado. — ele suspirou aliviado. — Você está bem.

Malia não respondeu nada além de um soluço que escapou de sua garganta por causa das lágrimas em seus olhos. Ela estava em casa. Ela finalmente estava lá. Logo toda a alcateia foi até lá e Malia nunca se viu com um maior sorriso em seu rosto.

— Mal! — Lydia correu, mesmo com seus saltos enormes e pulou para abraçá-la. Malia riu e retribuiu o abraço, colocando seus braços por volta dela e não querendo nunca soltar. — Você ainda vai me matar, ainda bem que você 'tá bem.

 Scott, Lydia, Stiles... Todos estavam lá e eles eram reais. Seus abraços eram reais e seus sorrisos eram reais e Malia só achava que aquilo era muito – muito – bom para ser verdade. Ela só queria ter certeza de não estava sonhando, e realmente não estava.

Ela estava em casa, finalmente.

∞∞

— Bem, vocês me devem cem dólares.

— Cala a boca, Mason!


Notas Finais


de novo, eu sinto muito. mas espero que vocês tenham gostado! comentários serão sempre bem-vindos e respondidos! ♥


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