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História Volte para Dezembro - Quatro


Escrita por: kirasren

Notas do Autor


Olá, eu ainda estou viva! Eu sei que eu demoro muito, mas agora estou de férias! Então eu juro que vou - tentar - atualizar mais! <3 Por enquanto, só espero que vocês gostem do capítulo! ♥

Capítulo 4 - Quatro


Scott tinha atendido o celular – finalmente – e Malia tinha o convencido a lhe contar onde Deaton estava. (mesmo que ele tivesse estranhado o comportamento da garota). E, como Theo tinha suspeitado, ele era apenas um veterinário comum. Não que Malia acreditasse nisso, mas era o que eles sabiam. 

Então, eles pegaram o carro novamente e partiram para a clínica veterinária. 

Theo não estava totalmente convencido a ir lá. Principalmente com sendo quase três horas. Katherine iria se aborrecer se eles se atrasassem para buscá-la. Mas Malia o disse para esquecer daquilo no momento, para apenas focar em sair dali.

Ele também não estava totalmente convencido disso. 

Ding dong, a campainha fez, afastando os pensamentos de Theo. Malia se afastou da porta do veterinário, com dedos entrelaçados, com um nervosismo aparente. 

Um, dois, três minutos se passaram e nada de Doutor Deaton. 

Ding dong, tocou a campainha novamente. 

Ding dong, ding dong, ding dong. 

— Malia — Theo segurou seu braço, a fazendo olhar para ele. —, está tudo bem. Calma. 

— Eu sei, é só que... — ela suspirou. — Eu quero voltar para casa.

Ele sabia que ela não estava falando de casa, o apartamento onde eles moravam naquele momento. Ela falava de casa, Beacon Hills. Onde sua família, seus amigos e Stiles estavam. 

Ele deu um sorriso triste para ela, dizendo:

— Eu sei, nós vamos voltar. Eu prometo. 

Ela forçou um pequeno sorriso. Foi quando Theo percebeu três coisas. Um, ele ainda estava segurando o pulso de Malia. Dois, ela não havia feito um movimento para se afastar dele. E três, eles estavam um pouco mais que próximos um do outro. Ela alternava seu olhar entre os olhos de Theo e seus lábios. 

Ele agarrou a mão dela mais forte.

— Eu sinto muito. — ele deixou escapar, sem pensar no que tinha dito.

Malia levantou o olhar para os olhos de Theo, quase com medo. Era um olhar de surpresa que seus olhos castanhos carregavam. 

— Eu sinto muito. — ele repetiu. — Por tudo que eu fiz que te machucou.

Ela ficou em silêncio, ainda processando as palavras do outro. Ele sentia muito? Alguma coisa estava errada. Theo Raeken não sentia muito. Ele era apenas um sociopata, mentiroso, arrogante, orgulhoso–... Ela conseguia continuar a lista até se cansar. 

E, com todas essas qualidades, ela aprendeu a duvidar de cada coisa que saía da boca suja de Theo Raeken. 

Ela o viu engolir em seco e limpar a garganta. Seus olhos continham uma mistura de arrependimento, culpa e algo mais que ela não conseguiu identificar. Mas ela se recusava a acreditar neles. 

Ela se afastou bruscamente das mãos de Theo. 

— Não diga isso como se mudasse tudo que você já fez! Porque não muda! Não aja como se você se importasse. 

Malia tinha um olhar duro, machucado nos olhos. Ugh, ela foi tão tola em acreditar nele! O que ela estava pensando? Que ele simplesmente a ajudaria, sem nada em troca? Estúpida. 

Estúpida. Garota estúpida.

— Malia, por favor. — Theo se aproximou d'ela. — Olha, seja honest-.

Ele nunca conseguiu terminar a fala. Malia foi mais rápida e soltou uma risada raivosa, o interrompendo:

— Ser honesta? — ela repetiu a fala do outro, seu rosto se contorcendo em desgosto. — Eu, ser honesta com você?

Sua barriga se torceu e sua garganta apertou. Ele realmente acreditava que ela poderia dizer algo honesto para ele? Ele, Theo, Rei dos Mentirosos. Rei da Traição. Com toda a dor que ele causou para ela e para sua alcateia... Ela mal conseguia olhá-lo. Muito menos dizer algo honesto para ele. 

Mas ela iria falar assim mesmo, não vai?

Talvez fosse por causa do rancor, talvez fosse por causa do orgulho. Talvez fosse porque, em algum lugar no fundo dela, ela ainda queria acreditar nele. De qualquer jeito, Malia estreou os olhos e apertou os lábios. Observou Theo enquanto ficava parada, rígida.

— Sim, eu estou com muita raiva de você! Estou com raiva de cada coisinha que você fez. Eu não gosto de confiar nas pessoas, Theo, e você trabalhou bastante tentando ganhar minha confiança. Então você a quebrou, me esfaqueou por trás — Mais como atirou em seu estômago... — e tentou matar todo mundo que eu amo. Você acha que eu vou levar isso de um jeito bom? Então, não, eu não vou só ficar parada aqui e conversar com você. Eu não tenho motivo nenhum para falar com você ou ouvir qualquer coisa que você disser. Então eu sugiro que você me deixe em paz.

Virou-se para encarar a porta novamente. Ela podia senti-lo a encarando, e isso a deixava ligeiramente desconfortável. Ele tinha um olhar quebrado, quase magoado. Mas Malia aprendeu que psicopatas não se magoam. Ele estava a manipulando de novo, claro! 

Aquele bastardo.

Ele suspirou.

— Malia-.

Theo não conseguiu terminar a frase, pois a porta finalmente tinha aberto. Nela, estava Deaton. Ele usava seu uniforme e tirava suas luvas descartáveis, logo depois as jogando no lixo. Ele deu um sorriso amigável para eles e disse:

— Mil desculpas pela demora, tive que ajudar o cachorro de uma garotinha. 

Malia forçou um sorriso.

— Sem problemas.

∞∞

Deaton arqueou as sobrancelhas, com o esboço de um sorriso. 

— Vocês estão me dizendo que são de outro universo e acabaram ficando presos aqui?

— É... — Malia corou, desviando seu olhar para o chão. — Acredito que sim. Achei que você pudesse nos ajudar.

Deaton olhou para Malia e depois para Theo. Sim, ele estava notando uma diferença neles. Não estavam mais tão próximos quanto antes, e não pareciam estar brincando. Ele suspirou.

— Tudo bem. Tudo bem, vou ajudá-los. O que eu posso fazer?

Malia voltou seu olhar para Theo, atrás dela, e depois para Deaton novamente. Aproximou-se do médico e perguntou:

— Bem, o que você sabe sobre os Cavaleiros Fantasmas?

∞∞

Malia entrou no carro e fechou a porta.

Deaton, surpreendentemente, sabia bastantes coisas sobre os Cavaleiros Fantasmas. Mas não muito do que eles já não soubessem. Eles se alimentavam de almas e faziam você ser esquecido, apagado da história. Mas Deaton mencionou o Sluagh. O Sluagh, um trocador de formas, também se alimentava de almas e sentimentos negativos. Deaton acreditava que os dois poderiam ter se juntado. E quem estava em Beacon Hills seria o Sluagh tomando suas formas, até que fossem esquecidos.

Malia suspirou. Tanta coisa passando por sua cabeça e apenas três dias tinham se passado. 

Theo a olhava do banco do motorista. E, hesitando, pegou sua mão e entrelaçou seus dedos. Ela o olhou confusa. Ele apertou suavemente sua mão.

— Eu sinto muito. Eu prometo que a gente vai sair daqui.

— Eu sei que vamos. 

— Malia-.

Ela finalmente entrelaçou seus dedos, também. Apertou a mão do outro e desviou o olhar. 

— Por favor, não diga nada. 

Então ele não disse. Com um último carinho em suas mãos, ele largou sua mão da dela e ligou o carro. Começaram a andar, até que Theo viu as horas. 15:40.

Ele sorriu. Katherine já estava furiosa naquele momento.

∞∞

Theo estava certo. Chegando ao colégio, eles encontraram uma Katherine de braços cruzados e uma cara emburrada. Malia sinceramente achava isso a coisa mais fofa. Então, depois que se entreolharam, os dois sorriram, quase rindo.

— Vocês estão, tipo, uma hora atrasados. — Katherine disse, mal-humorada. — Sabem disso, não é? 

— Sabemos. — Malia se ajoelhou para sua filha. — Desculpa, Kath.

— Vamos pra casa logo! Eu não vou falar com vocês! 

— Você é muito fofa, sabia disso? 

Katherine engasgou e abriu a boca, surpresa. Ficou ainda mais brava e gritou:

— O quê? Eu não sou fofa! Eu deixei de ser fofa há muito tempo. Eu cresci. Eu era fofa há, tipo, dois anos atrás.

Malia não conseguiu deixar de sorrir divertidamente. Deu um cafuné na cabeça da criança enquanto levantava.

— Claro que sim.

— Isso foi sarcasmo? Eu estou muito ofendida, pra você saber!

— Desculpa.

Theo abriu um sorriso e riu enquanto abria a porta do carro para Katherine. A pequena deu-lhe um olhar duro e disse:

— Você, cale a boca!

— Olha a boca, Katherine.

Ela bufou e entrou no carro. Jogou sua mochila no outro lado do banco com raiva e cruzou os braços, não falando mais nada pelo resto da viagem. Malia teve que se controlar para não rir e apenas apertar a pequenina. 

∞∞

Theo estava ajudando Katherine na lição de casa de matemática no sofá, quando Malia chegou e se sentou. Ela pegou o controle e ligou a televisão. Ela trocou de canal até chegar na Warner, onde estava passando Friends. Theo olhou para a TV e arqueou as sobrancelhas. Virou-se para Malia e perguntou:

— É sério?

— Hm, sim. Quem não gosta de Friends? — ela respondeu.

— Eu não gosto de Friends. 

— Como assim você não gosta de Friends? Todo mundo gosta de Friends.

Katherine revirou os olhos.

— Dá pra vocês calarem a boca? Eu 'to tentando ganhar nota pra passar de ano aqui.

Eles se olharam uma última vez e se voltaram para a TV, parando de falar. Katherine suspirou e continuou a fazer a lição de casa. Quando terminou o último exercício – o que não era nada difícil, como ela insistia em dizer –, ela fechou o caderno e olhou para seus pais. Acomodou-se mais no sofá e cruzou as pernas.

— Vocês 'tão bravos com alguma coisa?

— Por quê? — Theo perguntou.

Katherine olhou para ele.

— Eu acho que a mamãe 'tá brava com você.

Ele olhou para Malia, que também o olhava. Ah, sim, ela estava brava. Bem brava. E – mesmo que ele não quisesse admitir –, ele queria muito que ela não estivesse. Mas ele sabia que não conseguiria se desculpar por um bom tempo. E não seria bom falar daquilo perto de Katherine.

— Por quê? — ela perguntou. Virou-se para Malia e perguntou: — Por que você 'tá brava com ele?

— E-eu não 'to brava com ele, Kath. Deixe isso pra lá. 

Ela revirou os olhos. 

— Eu não sou burra, 'tá? Dá pra ver que você 'tá chateada com ele. Eu sei que ele parece não se importar ás vezes, mas, acredita em mim, ele se importa. Ele se importa com você. Ele se importa com você mais do que qualquer coisa. 

Malia voltou seu olhar para Theo novamente, que tinha olhos arregalados e maçãs do rosto avermelhadas. 

— Kath-.

— Nem vem dar bronca em mim que eu 'to te ajudando! — ela voltou a olhar para a mãe e sorriu. — Eu não sei o que ele fez pra te deixar assim, mas eu consigo ver que ele não queria ter feito. Dá pra ver isso! 'Tá, tipo, estampado na cara dele. Eu 'to com saudade dos meus pais que se amavam. Dói ver que vocês assim e eu quero que isso acabe. 

Malia suspirou e não se atreveu olhar de novo para Theo. Já ele, estava a olhando e pedindo mentalmente para que ela só levantasse o olhar. Katherine sorriu para sua mãe.

— Eu vou deixar vocês sozinhos. Acho que vocês têm bastante pra conversar.

∞∞

Exatos quatro minutos haviam se passado, mas nenhum deles tinha falado nada. A TV estava já desligada, mas Malia insistia em continuar a olhá-la. Em sua mente, era melhor do que olhar para Theo. Até que Theo tomou coragem, e perguntou:

— Você realmente pensa aquilo?

Malia já foi ferida, ela já foi machucada, mas nunca em sua vida ela se sentiu mais traída. Talvez ela tivesse encontrado conforto no garoto que parecia preencher algum tipo de espaço quando seu namorado (ou... ex-namorado) não podia. Ou talvez ela tivesse se tornado muito gentil e deixado mais pessoas se aproximarem do que ela estava acostumada. Mas ela confiou em Theo. Confiou nele com sua vida. Ele se tornou seu amigo, seu confidente, e a traição atingiu-a com tanta força. Ela foi cega e acabou jogada para o chão – literalmente.

Aquilo doía. Ainda.

— Sim. Eu te odeio. 

Ela se levantou e saiu da sala. Ele suspirou.

∞∞

Depois de colocar Katherine para dormir e tomar um banho, Malia percebeu que ainda teria que dividir a cama com Theo. Ela não queria dormir no sofá de novo. E ela se odiou por um segundo por causa disso. 

Ela saiu do banheiro já vestida, mas Theo não estava deitado. Onde ele estava? Ela ignorou o pensamento e honestamente achou mais fácil dormir assim. 

Ela se deitou, se cobriu, fechou os olhos e adormeceu. 


Notas Finais


Espero que tenham gostado! Comentários serão sempre bem-vindos e respondidos! ♥


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