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História Volte para Dezembro - Oito


Escrita por: kirasren

Notas do Autor


Eu estou tentando manter esse ritmo de postar semanalmente. Então, aqui está mais um capítulo! ♥ Espero que vocês gostem!

Capítulo 8 - Oito


Seu sonho mais parecia um flashback do que realmente um sonho. Era o mesmo que tivera em várias noites, antes mesmo de chegar naquele lugar em que estava. Era o mais simples, porém o mais aterrorizante possível.

Loba do Deserto mirando para o carro onde Malia e sua família estavam e puxando o gatilho. Malia estando tão, tão assustada que, n'um ataque de pânico, perdeu o controle n'uma lua cheia e assassinou sua mãe e sua irmã. E tudo tão vívido, repetido várias vezes pela noite. Com certeza, era aterrorizante.

Malia, então, acordou n'um pulo e em um segundo estava sentada na cama. Tentou acalmar sua respiração e passou a mão pelos cabelos, exausta. Arrepiou-se com o sentimento de uma mão em sua coxa. Virou-se e viu Theo acordando sonolento e olhando para ela.

— Tudo bem? — ele perguntou.

Ela respirou fundo e olhou para baixo. Mordeu a bochecha interna e balançou a cabeça, negando a pergunta. Ela suspirou e Theo abriu um fraco sorriso triste. Quando ela olhou para ele novamente, ele balançou a cabeça, insinuando para que ela deitasse.

— Okay, venha pra cá. — ele sussurrou e, quando ela deitou em seu lado, ele aproximou-a d'ele e a abraçou.

Ela certamente não gostava da posição. Era muito melhor de ser a pessoa abraçando do que ser abraçada. Mas ela não disse nada e se acomodou nos braços de Theo como se fossem lar. Malia levantou o rosto para encara-lo quando sentiu sua mão acariciando seu rosto. Ele a olhava com ternura e ela tinha quase certeza de que ele iria beijá-la.

Mas ele não a beijou. Apenas um leve beijo em sua cabeça para depois abraçá-la mais uma vez, fechar os olhos e voltar a dormir. Malia apoiou sua cabeça no peito nu de Theo e o apertou, retribuindo o abraço. Suspirou e voltou a dormir.

∞∞

Malia acordou de manhã com uma respiração quente em seu pescoço e uma mão gentilmente colocando a manga de sua camiseta para baixo, tocando seu ombro. Ela se arrepiou com o toque, mas fechou os olhos novamente, antecipando-se para o que iria acontecer.

Os lábios dele encostaram-se a sua pele, quente, delicado, gentil.

Sua mão estava agora em seu braço, delicadamente acariciando-o. Um calafrio desceu por sua espinha e ela dificilmente conseguia se concentrar na entrada lenta de ar em seu pulmão enquanto ela inspirava, pausava, e expirava completamente. O que ele estava fazendo? Malia quase se vira, quase lhe pede uma explicação, mas quando ele colocou um segundo e depois um terceiro beijo em seu ombro, ela nem sequer queria se incomodar. Era calmo, relaxante. E foi aí que ela decidiu que Theo poderia beijar seu ombro. Ele poderia beijar sua pele. E se ele quisesse...

Ele poderia beijar seus lábios, em vez disso.

Subiu seus beijos para o pescoço dela, sutilmente mordendo em seu ponto de pulso. Ela sorriu com o ato. Pensou em virar para encará-lo – provavelmente no meio da noite, ela deve ter se virado d'ele –, mas desistiu da ideia.

— Theo. — ela o chamou, quebrando sua fala e arfando quando ele mordeu o lóbulo de sua orelha.

— Hm? — ele sussurrou em seu ouvido.

Quando ela iria respondê-lo, ele colocou sua mão por embaixo da camiseta, em seu quadril e a virou para ele. Malia abriu os olhos bem a tempo se ficar de frente para ele. Nesse momento, ela decidiu que aquilo não era justo. Não era justo ela ter que se reter, não com aqueles olhos azuis a fitando dos pés a cabeça. Não com aquele sorriso estúpido dele que fazia seus joelhos perderem as forças.

Então, juntando toda sua coragem, colocou suas mãos ao redor do rosto dele e prensou seus lábios juntos.

Ela sabia que não deveria fazer aquilo, mas também não queria parar. Já tinha cometido um erro após o outro, já tinha cedido ao seu desejo e se entregado, então... Qual era o problema de cometer só mais um errinho? Só mais um! Sua situação não poderia ficar pior, então qual seria o problema de ceder só mais um pouco?

Theo não hesitou em retribuir o beijo.  Enquanto aumentava a intensidade do beijo, apertou ainda mais suas mãos nos quadris da garota, a trazendo mais para perto. N'um minuto, ela estava em cima d'ele. Ele rapidamente começou a colocar a camiseta de Malia para cima, como se estivesse realmente o machucando vê-la vestida.

Mas, antes que ele pudesse completar o ato, ela o interrompeu:

— Theo, espere. — ela disse descolando seus lábios dos dele. Ele grunhiu com a ação dela e abriu os olhos para encará-la.

— O que foi? Tudo bem?

— Sim, tudo bem. Eu... Eu não quero parar. — falou divertidamente brincando com os cabelos morenos de Theo. Desviou seu olhar d'ele e olhou para a porta, que – apesar de fechada – encontrava-se destrancada. — Espere um pouco.

Antes de sair do colo dele, Malia deu um selinho em seus lábios. Theo sorriu com a atitude da garota e observou ir até a porta para trancá-la. Ela dedilhou a maçaneta e a chave na fechadura, pensado no que iria fazer naquele momento. Suspirou e tentou não pensar nas consequências naquele momento. Ela iria consertar tudo depois. Ela iria voltar para Beacon Hills e tudo iria voltar ao normal.

Mas enquanto ela não estava em Beacon Hills, Malia não viu problema em aproveitar um pouco suas férias. Girou a chave na fechadura, trancando o quarto e impedindo Katherine ou qualquer outra pessoa de atrapalha-los.

Virou-se para Theo e o observou por um momento. Tomando coragem, talvez.

— Vamos, volte aqui. — ele disse sorridente. — Já sinto sua falta.

Malia riu e ela pôde jurar que nunca tinha visto algo tão bonito quanto o sorriso de Theo naquele momento.

∞∞

Katherine tentou abrir a porta do quarto de seus pais. Tentou, tentou, tentou até desistir. Suspirou e sentou-se com os braços em volta de seus joelhos, de frente á porta. Ela estava com fome e estava quase decidindo ir para o refeitório do hotel sozinha. Mas decidiu esperar seus pais saírem d'o quarto – fosse lá qual o motivo de ainda estarem lá.

Depois de alguns minutos esperando, esperando e esperando, Katherine avistou Claudia saindo de seu quarto no final do corredor. Gritou o nome da amiga e ela se virou para Katherine e sorriu, aproximando-se d'ela.

— Hey, Kath. — Claudia disse. Analisou a situação da amiga e perguntou: — O que está fazendo?

— Esperando meus pais saírem para eu poder tomar café da manhã.

— Oh — Claudia, então, sentou-se d'o lado de Katherine e cruzou as pernas. —, então vou esperar com você. Mas o que eles estão fazendo lá dentro? Já tentou entrar?

— Já. — ela respondeu. — Eles trancaram a porta, não faço ideia o que 'tão fazendo.

A menina ruiva virou-se para a amiga e deu-lhe um sorriso travesso. Levantou-se e ofereceu apoio para a outra levantar também. Quando Katherine arqueou as sobrancelhas, ela disse:

— Vamos espionar pela fechadura! 

Katherine riu e suspirou, mas decidiu seguir a ideia dela e pegou a mão como apoio e levantou-se. Ergueu-se para conseguir olhar melhor, já que a fechadura era um pouco mais alta que ela. Fechou o olho direito e com o outro olho tentou enxergar o que tinha dentro do quarto, mas – para a decepção dela e de Claudia – só havia um preto no fechadura.

Katherine suspirou, ajeitou-se e virou para a amiga d'o seu lado.

— Não dá pra ver nada, a chave ainda tá na fechadura.

— Oh, okay...  — Claudia forçou um sorriso de lado. — Então que tal você vir tomar café da manhã comigo? Meus pais pagam pra você.

— Por favor! Estou morta de fome.

As duas meninas riram e começaram a andar em direção ao elevador para irem para o refeitório.

∞∞

Os dois jovens ainda encontravam-se ofegantes, corpos entrelaçados e bem posicionados na cama do hotel. Theo apoiava sua cabeça na altura de sua clavícula, seus lábios ainda pressionados próximos de seu pescoço. Sua respiração quente encostando-se a sua pele, causando-a arrepios por todo o seu corpo.

Ele atreveu-se levantar o olhar para procurar o dela e saber o que estava passando por sua cabeça. Ele precisava saber. A primeira coisa que ele percebeu foi seus cabelos castanho-claros caindo pelo seu rosto. Seus lábios estavam fechados pelos dentes em única linha que ele deixou-se acreditar ser um discreto sorriso, assim como seus olhos – que também se encontravam fechados.

Antes de dizer qualquer coisa, Theo deixou seus olhos admirarem uma última vez o corpo da mulher em sua frente. Uma mulher daquelas nascera para ser contemplada. Respirou fundo e voltou seu olhar para o rosto de Malia.

— Malia?

No auge de seu prazer, Malia havia até esquecido que ele era ele, e sua voz rouca funcionou como uma espécie de despertador para sua mente. Com isso, ela abriu os olhos bruscamente para encontrar a cor azul-esverdeada dos olhos de Theo. Ele assistiu a luxúria deixar pouco a pouco os olhos escuro de Malia e seu brilho ser substituído por algo que ele temia que viesse. Culpa.

— Ai, meu Deus. — ela saiu rapidamente d'o colo dele e se distanciou o mais rápido possível. Passou a mão pelos cabelos como sinal de frustração. — Aconteceu. Aconteceu. Ai, meu Deus, não era pra acontecer.

— Malia...

Ela levantou o olhar para ele, vendo a expressão preocupada de Theo. Respirou fundo e fechou os olhos. Não teria como consertar isso. Sua mente gritava novamente com incontáveis pensamentos – da maioria, nada bons. Ela abriu os olhos novamente e foi para o banheiro, para tentar tirar aqueles pensamentos de sua mente e aquele cheiro de sua pele.

∞∞

Theo, sem ver outra alternativa, vestiu-se e desceu para tomar o café da manhã. Encontrou, lá no refeitório, Katherine já se servindo, junto de Claudia e seus pais. Ele juntou-se d'o casal e suas filhas e sentou-se.

Observando sua filha conversar com a amiga, Theo comentou:

— Sinceramente, você não parece nada com seus pais, Claudia.

— Claro que pareço, tio Theo! Eu sou linda que nem a mamãe. — a pequenininha respondeu, sorrindo para sua mãe. Lydia sorriu de volta e fez um “aw”, olhando para o marido. Stiles sorriu abertamente e passou o braço por volta d'a loira morango. Claudia estreou os olhos e olhou para o pai. — Mas eu não sou boba que nem o papai.

A mesa riu com o comentário da menina e Stiles colocou a mão em seu peito e abriu a boca, fingindo estar ofendido. Lydia se aconchegou nos braços dele e sorriu para ele. Theo sorriu com a cena e começou a tomar o café da manhã. Tentou ignorar todas as vezes que se virou para a porta esperando que alguém entrasse.

∞∞

Kira sugeriu para todos irem para a praia e todos concordaram. Malia pegou um dos biquínis que havia comprado no dia anterior e o vestiu. Quando terminou que vesti-lo, olhou-se no espelho. Enquanto ajeitava os cabelos, percebeu que seu pescoço encontrava-se com várias marcas roxas. Um lembrete temporário do que havia feito. 

Ela passou uma mão por um dos chupões e suspirou. Caminhou para o banheiro e pegou uma maleta de maquiagem para esconder aquilo.

Quando terminou, guardou tudo e vestiu-se com uma camiseta transparente e um shorts. Saiu do quarto e do hotel para encontrar todos do lado de fora da recepção esperando-a. Como a praia era perto do hotel, eles foram andando até lá. Chegando lá, eles se ajeitaram com cadeiras e tapetes.

— Mãe, posso ir pro mar? — Katherine perguntou empolgada e Malia assentiu em silêncio.

— Lia, 'tá tudo bem? — Lydia, que estava em um dos tapetes bronzeando-se, perguntou.

— Sim, tudo bem.

— Ah, é porque você 'tá com uma cara tão triste. Tem certeza? Se quiser falar alguma coisa, eu 'to aqui.

Malia forçou um sorriso para a amiga e balançou a cabeça, afirmando:

— Não, tudo bem mesmo.

Nesse momento, Scott levantou de sua cadeira com Kira em seus braços. Eles se aproximaram de todos e pediram a atenção deles. Lydia virou-se e sentou-se na areia e os outros olharam para o casal. Kira olhava para cima, para Scott, e sorria abertamente.

— Já que estamos todos reunidos aqui, eu e Kira gostaríamos de anunciar uma coisa. — Scott disse e, depois de um momento em silêncio, concluiu: — Nós vamos nos casar!

Lydia deu um gritinho de alegria e o resto d'os amigos batiam palmas e desejavam suas felicidades para o casal. Malia, no começo, não entendeu direito. Ela tinha certeza que Theo tinha a dito em algum ponto que todos ali eram casados. Mas então ignorou o pensamento e também começou a desejar todo seu apoio a seus amigos.

— Está em cima da hora, mas estamos planejando o casamento para o final do mês que vem! Todos aqui estão convidados e contamos com a presença de cada um de vocês. — Kira falou sorridente.

Scott se virou para ela e a beijou. Malia sorriu e ficou feliz que pelo menos seus amigos estavam aproveitando suas férias.

∞∞

 Eles ficaram a tarde inteira na praia. Mas foi até então umas oito da noite, em que Katherine estava cansada e ficou enchendo para ir embora para dormir, que eles decidiram voltar para o hotel. Malia certamente não queria ir, porque sabia que lá não teria mais como evitar o que fez ou com quem fez. Mas atendeu ao pedido de sua filha e voltou para seus quartos.

Depois de colocar Katherine para dormir, ela trocou de roupa e tirou a maquiagem – de seu rosto e pescoço. Deitou em sua cama e, logo após ela se ajeitar, Theo entrou no quarto. Ela o encarou e ele fazia o mesmo. O silêncio tornava-se desconfortável, então ele finalmente se pronunciou:

— Eu não entendo uma coisa. Você disse que estava tudo bem com aquilo. Por que cada vez que algo acontece com nós dois você tem que me afastar logo depois?

— Porque nada que aconteceu deveria ter acontecido.

Theo olhou para ela com confusão e indignação nos olhos. Balançou a cabeça e começou a afastar-se d'ela. Malia abaixou o olhar e esperou que ele não notasse suas maçãs do rosto ruborizadas.

— Seja o que você quiser, coiote. — ele disse rígido e entrou no banheiro.

Ela suspirou. Desligou as luzes do quarto e deitou de lado, forçando-se a dormir. E, naquele momento, o que ela mais queria era acordar no outro dia e perceber que tudo aquilo fora um sonho estranho. Mas ela sabia que não era.


Notas Finais


Espero que tenham gostado! Comentários serão sempre bem-vindos e respondidos! ♥


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