História Vondy : uma história policial - Visita ao ferro velho

- Por que não? Tem algo contra ele? - Dulce questionou, cheia de dúvidas.

- O Felipe faz parte dos Gurfinkell! - Alex respondeu, como se fosse óbvio. - Achei que sabiam.

- Até onde eu sei, o Felipe não é mais um membro deles! - Ucker respondeu.

- Uma vez membro, sempre membro! - explicou. - Por mais que o delegado não presta mais serviços pra eles, sempre será um Gurfinkell.

- Acha que ele ainda faz alguma coisa em prol deles? - Dulce perguntou, desconfiada.

- Como eu disse, um membro deles nunca deixará de ser membro!  Somente se forem assassinados. Infelizmente, eu não posso afirmar nada, só o que sei é que o Michael não perdoa traidores. - disse, convicto.

- Então o Felipe ainda deve fazer algum serviço pra eles, não acha? - disse ela.

- Isso eu não posso te afirmar, Dulce! - Alex respondeu.

- Obrigado, Alex, mas temos que ir! - Ucker se despediu dele com um aperto de mão.

- Depois, trazemos os salgados! - Dulce afirmou e saíram.

- Onde vamos agora? - Ucker perguntou, curioso.

- Para a delegacia! - ela respondeu e ele assentiu. Chegaram lá e foram direto para a sala do Felipe. - Bom dia, Felipe! - Dulce o cumprimentou.

- Bom dia, Dulce! - ele respondeu. - E você, Ucker? Como está?

- Estou melhor, recuperei minha memória! - disse ele, com um sorriso no rosto.

- E os resultados? Saíram? - Felipe perguntou.

- Sim! - Dulce confirmou. - É exatamente o que eu imaginava : Cannabis sativa e cocaína.

- Eu já sabia! - Felipe afirmou, sorridente. 

- Como? Você já sabia? - Dulce perguntou, desconfiada. - Mas os resultados ainda não tinham saído.

- Eu quero dizer que eu já imaginava! - ele explicou. - É que a maconha e a cocaína sempre estão presentes no tráfico de drogas.

- Vamos, Dul! Ainda temos o resto do dia de folga e não estou querendo sair hoje! - Ucker chamou e ela assentiu.

- Até amanhã, delegado! - Dulce estendeu a mão direita em forma de cumprimento.

- Até amanhã, Dulce! - ele recebeu os cumprimentos e foram embora.

- Eu vou te levar em sua casa, Dul! - Ucker falou.

- Amor, você não achou estranho o jeito que o delegado falou sobre as drogas? - ela perguntou, estranhando. -  Parecia que ele escondia algo!

- Impressão sua, Dul! Pode ser que ele saiba de algo pelo simples fato de ter sido um membro. - disse ele.

- Pelo simples fato de ser um membro! - Dulce corrigiu. - Esqueceu o que o Alex disse?

- Verdade! - assentiu. Seguiram para o apartamento da Dulce e chegaram instantes depois. - Vou te pegar às seis da manhã, combinado?

- É muito cedo, Ucker! - ela falou, manhosa.

- Quanto mais cedo, melhor, meu anjo! - ele respondeu.

- Tá, tudo bem! - falou, se dando por vencida. - Te espero às seis.

No dia seguinte, Dulce acordou bem cedo, fez suas higienes matinais e tomou um banho de água morna. Foi para seu quarto, vestiu um vestido preto e calçou suas botas de mesma cor e deixou seus cabelos presos em um coque. Pegou sua bolsa e o revólver e foi para a sala assistir TV, esperando o Christopher, quando a campainha tocou. Dulce se levantou e foi atender, sendo surpreendida pelos carinhos de seu namorado.

- Que cheiro maravilhoso, Dul! - disse ele, beijando o pescoço dela.

- Vamos, já estou pronta! - ela o ignorou, pegou sua bolsa em cima do sofá e saíram. - Vamos voltar ao ferro velho, tudo bem?

- Tudo bem! - respondeu. Minutos mais tarde, eles chegaram e guardaram o carro no mato, que ficava uns trezentos metros de onde um  caminhão estava estacionado, em uma grande área de terra. Foram em direção onde o veículo estava e o cenário se repetia : dois homens descarregavam o caminhão, que estava cheio de diferentes tipos de drogas.

- O que vamos fazer agora? - Dulce perguntou.

- Temos que esperar eles descarregarem todas essas drogas! - Ucker respondeu.

- Quanto tempo você acha que eles gastam para descarregar? - Dulce perguntou, pensativa.

- Como é só eles dois e tem muitas toneladas de drogas, acho que gastam cerca de uma hora e meia. - disse, checando o relógio de pulso. Christopher estava certo, pouco mais de uma hora e meia, Tony e Patrício terminaram de descarregar o caminhão, que partiu logo em seguida, passando a poucos centímetros de onde estavam, mas não perceberam que estavam alí. Os homens saíram minutos depois, em um carro pequeno, passando próximos ao local onde Dulce e Christopher estavam escondidos. 

- Agora, vamos ver o que tem lá dentro! - Dulce afirmou.