- Ucker, olha aquilo! - Dulce apontou. - Estou louca ou é o...
- Você não está louca ! - Ucker segurou na mão dela e se agacharam para observar melhor. Estavam próximos da ponte, quando o caminhão do Christian passa perto de onde eles estavam. - É o Christian!
- Dulce, Christopher! Entra aqui, por favor! - ele gritou, abrindo a porta pra que eles entrassem.
- O que aconteceu, Chris? - Dulce perguntou. - Achei que não trabalhasse com seu caminhão.
- Desde o dia que ajudei vocês, o Michael praticamente me obrigou a fazer isso pra provar minha lealdade à eles! - explicou.
- Mas o que você faz exatamente? - Dulce quis saber.
- Se abaixem, por favor! - Chris ordenou e eles abaixaram na cabine do caminhão.
- O que houve? - Ucker perguntou. - O Michael está aí! Ele está olhando em direção à nós! - respondeu. - Agora será o meu fim.
- Calma, ele não vai nos ver! - Dulce afirmou.
- Como não? O Michael fez sinal para parar! Eu não posso desobedecer! - disse ele.
- Então, para! - ela respondeu, como se fosse simples.
- Se eu parar, vou morrer, Dulce!
- Que diferença faz? Se você seguir, vai morrer, se parar, vai morrer!
- Também não é assim, Dul! - Ucker corrigiu. - Se você conversar com ele... Caramba, ele está seguindo o caminhão.
- Eu já tive uma ideia! - Dulce se pronunciou. - Acelera isso aí!
- O quê? Tá maluca, Dulce?
- Quem mandou você praticamente nos obrigar a entrar aqui? Anda logo, Christian! Acelera! - Sem entender o que ela pretendia, o que restou para ele foi obedecê-la. Começou a acelerar aquele veículo, atingindo uma velocidade alta em apenas alguns poucos segundos. Instantes depois de alcançar uma grande distância entre eles e o Michael, Dulce pede para ele parar o caminhão rapidamente e descem do mesmo. Christian fingiu ter perdido o controle e simulou uma batida, atingindo devagar uma árvore alí perto. Enquanto isso, o casal de policiais observavam Michael chegar e chamar a atenção do rapaz.
- Agora, vamos sair daqui! - Christopher sussurrou.
- Não, não quero sair! Eu vou conversar com ele. - se levantou, mas Ucker foi mais rápido e puxou a namorada, que caiu sobre ele.
- O que pensa que ia fazer, Dul? - ele perguntou.
- Como o que pensa que ia fazer? Eu iria falar com o Michael! - disse, irritada, se sentando no chão.
- Não, você não pode fazer isso, Dulce Maria! Quer morrer, mulher?
- Claro que não, sem noção, mas eu preciso falar com ele, Ucker! Quero esclarecer muitas coisas.
- E eu que sou o sem noção dessa história toda! - brincou. - Dul, temos que tomar o maior cuidado! Não temos quem nos protege, portanto, se ousarmos chegar perto dele, vamos dormir pra sempre.
- Eu sei, não vou insistir nisso, não agora, que temos muito o que fazer e descobrir. - ficaram escondidos por longos minutos, até Chris e Michael irem embora.
- Vamos embora desse lugar horrível! Já não aguento esse cheiro insuportável desse esgoto! - Ucker pediu. - Só queria saber como o tráfico de armas e drogas é tão facilitado!
- Ucker, apesar de ter muito pratulhamento, fiscalização e segurança, muitos aspectos ajudam. Até parece que você é um novato. Como sabe, temos muitas matas, que facilitam o ingresso de armas e drogas no país. As buscas, nem sempre, são eficazes e é por essa razão que não conseguimos prender os traficantes.
- Também tem a questão dos policiais corruptos, que facilitam um pouco, com o objetivo de obter lucros com as mercadorias. - Ucker lembrou. - E agora? Vamos embora ou vamos ficar mais um pouco?
- Quero ficar só mais alguns minutos! - ela respondeu. Seguiram com cautela até onde o carro estava e ficaram observando por longos minutos, até alguém sussurrar o nome deles.
- Ucker, Dul! - disse uma voz, que parecia demonstrar medo.
- May? O que faz aqui? - Dulce perguntou.
- Aqui é a fronteira com Guatemala! - May afirmou. - Estamos ao sul do país, onde o clima e a vegetação formada por uma grande floresta tropical ajudam na ação do descarregamento de materiais traficados. Daqui, tudo o que é recebido vai para o ferro velho, lugar que vocês já sabem onde fica.
- May, por que está nos dizendo tudo isso? - Dulce perguntou, estranhando.
- Eu sei que vocês tem mil e um motivos pra desconfiarem de mim, mas essa é a verdade! Tudo o que o Michael vende, vêm daqui, Dul! - Maite confessou. - Estou te dizendo isso porque quero acabar logo com isso, já estou cansada de guardar todas essas informações, que podem acabar com minha vida!
- Não estamos desconfiando de você, May! - Dulce segurou na mão da moça. - Você e o Christian se tornaram dois grandes amigos.
- E grandes informantes também! - Ucker completou.
- O pior disso tudo é que o meu Chris é um amigo do Michael, se conhecem desde os tempos do colégio. Estudamos juntos e eram grandes parceiros, sempre estavam juntos! O Eddy e a Zora também estudaram conosco. - May contou.
- Que legal, May! Você se lembra de quando tudo isso começou?
- Bem... puxando pela memória, me lembro que o Michael começou a vender suas drogas no colégio mesmo. Isso já faz uns quinze anos, talvez! Antes disso, o Chris e ele já eram amigos, mas deu no que deu! O Christian é a única pessoa em quem o Michael ainda confia de verdade. Muitos traíram a confiança dele e acabaram pagando com a própria vida! Não queremos morrer agora, eu quero mudar de país!
- Não, vocês não podem mudar de país, não agora! Temos muito o que fazer e você precisa nos ajudar! - Dulce pediu.
- Eu preciso sair daqui! Não quero que o Chris me veja! - disse, claramente apavorada.
- Por que está assim, May? Alguém te fez algum mal?
- Não, é que eu resolvi vir até aqui para ajudar vocês! - ela respondeu.
- Dul, acho melhor a gente ir! - Ucker afirmou e elas assentiram, entrando no carro. Maite explicou um caminho para não terem que cruzar a ponte.
- Como sabe de tudo isso, Maite? - Dulce perguntou.
- É uma longa história! Como eu já disse, o Michael começou a vender suas drogas no colégio, mas, com o tempo, passou a comprar de outros países e ter diversos clientes. - começou. - A partir daí, os inimigos começaram a surgir, fazendo surgir assassinatos inexplicáveis e diferentes. Depois, quando acordei, percebi que ele era o maior traficante da América Latina.
- Ninguém nunca conseguiu pegá-lo? - Ucker perguntou.
- Não, Ucker! Os Gurfinkell's têm muitos contatos policiais, que sempre o mantém informado de tudo o que acontece.
- Inclusive, o delegado Felipe! - Dulce afirmou.
- Aquele corrupto e idiota? Eu odeio aquele homem, ele é falso e assassino. Vocês não devem confiar nele. Tudo o que ouve, corre e conta para o Michael! - disse ela.
- Eu não sei o que fazer, May! Já tivemos mil oportunidades diferentes para prendê-lo, mas sempre saímos como vítimas! - Dulce reclamou.
- Essa é a especialidade dele : fazer vítimas. - Maite ficou em frente ao bar e eles seguiram para o apartamento de Dulce. Christopher não saiu de lá, ficou até Alfonso chegar para o almoço, pois não queria deixar Dulce sozinha, ainda que a mesma dissesse que ficaria tudo bem.
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