- O Eddy? Como... como ficou sabendo? Quem te contou? - Felipe perguntou.
- Eu tenho uma bola de cristal e vi! - Ucker ironizou. - Não vai me responder por que soltou o Eddy?
- Ucker, vocês não tinham nem uma prova contra ele! - respondeu. - Só o que sabiam é que ele era um membro.
- É um membro, você quer dizer! Uma vez membro, sempre membro. - respondeu, fitando-o. - Não é este o lema dos Gurfinkell? Não é este seu lema?
- Eu realmente não estou te entendendo, Christopher!
- Vocês são engraçados, sabia? Quando algum tiro acerta no ponto fraco dos membros, respondem as mesmas coisas : não sei de nada; não sei do que você está falando; não lembro de nada; ou simplesmente, não estou te entendendo; - debochou. - O que foi, delegado? Que bicho te mordeu? O Aedes Ae Michael?
- Cuidado com o que está dizendo, Christopher Uckermann! Você não sabe o que diz. - Felipe apontou o dedo indicador para a frente, demonstrando autoridade.
- O que quer agora? Vai me bater?
- Algum problema, Felipe? - um policial perguntou.
- Não! Problema nenhum. - respondeu. - Vamos voltar pra minha sala, vou te explicar melhor. - Ucker assentiu com a cabeça, acompanhando-o.
- Então, Felipe! Por que soltou o Eddy? - Ucker perguntou, assim que adentraram a sala do delegado.
- O Michael ordenou, Christopher! O Eddy é um dos membros principais, eu não tive outra escolha.
- Você não presta mesmo! - disse, perplexo. - A Dulce terá que saber de tudo.
- Não, por favor, Ucker! A Dulce não precisa saber de nada disso. - implorou.
- Por que não quer que eu conte pra ela? Tem medo de alguma coisa?
- Pelo simples fato de ela ter sido namorada do Rodrigo! O Michael jurou se vingar do Rodrigo e a Dulce é a única ligação, a única pessoa que pode ter algum laço afetivo com ele.
- Como? Tá maluco, Felipe? Não sei se lembra, mas o desgraçado do Rodrigo está morto. - Ucker lembrou.
- Eu sei, mas não podemos arriscar, Christopher! - respondeu.
- Como não? Já estamos com a corda no pescoço! O próprio Michael matou o Rodrigo, não foi? - Felipe arregalou os olhos. - Ou será que foi você?
****
- Zora, quer dizer que o Eddy foi solto um dia depois que foi preso, é? - Dulce perguntou.
- Depois que o Michael soube que ele estava preso, o cara enlouqueceu para soltá-lo. - explicou.
- Por quê? Tem alguma coisa que ele faz de muito importante para a família Gurfinkell?
- Meu marido monitora a chegada e saída das drogas! Eu não gosto disso, é por este motivo que estamos colaborando com vocês, não é, May?
- Verdade, Dul! Eu não vejo a hora de me ver livre de tudo isso. Quero ir embora deste lugar com o Chris e podermos viver em paz, com nossos futuros filhos. - May respondeu.
- Falando em filhos, por que será que o Michael libertou o Poncho, quando soube que ele seria pai? Vocês sabem? - Dulce perguntou, curiosa. May e Zora se entreolharam e pareciam se comunicar em pensamentos. - O que foi? Algum problema?
- É que... bom... é uma longa história! - May explicou, encarando Dulce, que estava à sua frente.
- Tudo bem, Maite! Eu não me importo! Vocês sabem de algo? - perguntou novamente.
- Conta pra ela, May! - Zora pediu. - Foi bom te ver, Dul! Infelizmente, tenho que ir. - se levantou da cadeira, se despediu delas e saiu.
- E aí, Maite Perroni? Vai me contar porque o Michael não gosta que falamos em filhos, pais, família?
- É que... é que não é... não é tão simples quanto... quanto está imaginando! - disse ela, tropeçando nas palavras.
- Então não vai me contar?
- Claro! Como eu disse, quero me livrar de tudo isso! - respondeu. - O Michael, antes de ser o monstro que é hoje, era um grande amigo, uma pessoa incrível e inacreditável. Era amigo de colégio, mas isso mudou quando ele começou a vender drogas na nossa escola. No início, ele fazia ótimas vendas, obtia um grande lucro. Depois, muitos clientes desistiram de comprar, já que estávamos todos em um colégio. Com o fracasso das vendas das mercadorias, os traficantes começaram a ameaçá-lo e ameaçar toda a família dele e...
- E mataram seus pais, irmãos... - Dulce tentou adivinhar.
- Não! - negou. - Ele teria que desistir do colégio e entrar definitivamente para o mundo do tráfico. Ele continuou entrando em contato com o Chris, mas eu reprovei, pois tinha medo que algo acontecesse com meu marido. Quando percebi, o Michael já era o chefe do tráfico de armas e drogas. Em poucos meses, já era considerado o maior traficante da América Latina. A partir daí, é toda aquela história chata e sangrenta que você já sabe.
- Você não me respondeu, May! - Dulce cobrou. - Por que o Michael sempre age de forma estranha quando tocamos no assunto filho? Ele tem algum filho, Maite?
- Então, Dul! Depois de tudo isso, os traficantes voltaram pra pegar a parte deles. O Michael ainda não era tão conhecido como hoje. A maioria das pessoas não viram o rosto dele, já que a mídia ainda não divulgou sua verdadeira face. - disse ela, fitando-a. - Quando viram o sucesso que o Michael estava conseguindo com as vendas e encomendas de mercadorias traficadas, vieram atrás dele, alegando que estavam atrás do que era deles por direito. O Michael, nada respondeu, mas seguiram-no até sua casa, onde ele vivia com sua esposa, que estava grávida de nove meses de um menino, e um filho de dois anos. Eles arrombaram a casa, matando a mulher e seus filhos.
- É muito triste esta história, May! - Dulce ficou chocada com tudo o que ouviu Maite dizer. - Mas este era um grande motivo para acabar com o tráfico e o Michael desistir de tudo isso, de toda esta história e seguir em frente, não é?!
- Sim, mas ele é o tipo de homem que não deixa acontecer sem fazer alguma coisa. Ele jurou vingança! - ela afirmou.
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