- Meu filho! - disse ela, segurando o bebê. - Seu nome será Miguel! Miguel Alfonso! - afirmou. Poncho sorriu com a última palavra.
- Miguel Alfonso? - Poncho repetiu, orgulhoso. Anny assentiu.
- Miguel, que significa humilde perante à Deus. - Anny explicou. - E Alfonso em homenagem à você.
- Obrigado, meu amor! - Poncho agradeceu com um selinho rápido. - Lindo nome.
*****
Dulce e Christopher se arrumavam para ir ao julgamento do Michael e do Felipe que, por incrível que pareça, seria no mesmo dia, horário e local.
- Dulce, já está pronta? O Ferreira me ligou, dizendo que já devíamos ter saído daqui.
- Espera, estou pegando minha bolsa! - disse ela, saindo do seu quarto. - Vamos?
- Até que enfim, mulher maravilha. - eles riram.
- Que foi, super man? Ainda temos que passar no bar. A May e o Chris vão conosco. Eles, assim como o Eddy e a Zora são as principais testemunhas. - Dulce afirmou.
- Amor, seu carro não tem... - ela o interrompeu.
- Não se preocupe! Apenas a May e o Chris estão indo com a gente. Com certeza, a Zora e o Eddy já estão lá. - explicou. O celular de Dulce vibrou em seu bolso. - É uma mensagem, Ucker.
- Então? O que diz? - ele perguntou, curioso.
- É o Poncho! - disse ela.
- Me diz, Dul! É algo sobre meu sobrinho ou sobrinha? - ela assentiu, começando a ler.
- "Estou muito feliz, Dulce! Meu filho é um lindo menino, se chama Miguel Alfonso! Depois nos falamos. Um grande abraço, Poncho". - eles estavam com um grande sorriso estampado em seus rostos. A alegria parecia ser contagiante, deixando a casa mais alegre.
- É um menino! Que lindo, meu amor. - Ucker respondeu, abraçando Dulce. Trancaram o apartamento e seguiram para o bar. Chegaram alguns instantes mais tarde.
- Espere aqui! Vou chamá-los. - Dulce deu um selinho demorado em Christopher e adentrou o bar. - Oi May! - disse ela, cumprimentando-a com um abraço.
- Achei que já tinham saído! - disse Maite. - Vamos, Chris! A Dulce já chegou. - May gritou Christian.
- Como vai, Dulce? - Chris perguntou, cumprimentando -a.
- Estou um pouco apreensiva! Vamos logo, não temos muito tempo, o Ferreira já ligou. - Eles entraram no carro e foram para o tribunal. Cerca de meia hora depois, chegaram. Ferreira estava ansioso, esperando-os em frente ao tribunal de júri.
- Vamos entrar! O julgamento irá começar daqui cinco minutos. Eles já trouxeram o Michael e o Felipe. - Ferreira afirmou. Entraram na sala de júri, descansaram um pouco, tomaram uma água e, logo, Michael e Felipe entraram, acompanhados de mais quatro policiais. Michael fitou Dulce por alguns segundos, com um olhar sanguinário e se sentou na cadeira de réus. Logo em seguida, o juíz, de aproximadamente setenta anos, se sentou em sua cadeira, entre os jurados e o promotor.
- Estou dando início ao julgamento do réu Michael Leandro Gurfinkell Korngold, acusado de tráfico e distribuição ilegal de armas e drogas em todo o país, bem como de torturas mental, física e espiritual de pessoas incapazes, de homicídios dolosos, quando há intenção de matar, entre diversas outras acusações que fere a constituição mexicana de direitos humanos, criada em 5 de fevereiro de 1917, que visa a proteção de todo e qualquer ser humano, que estiver, sobre diferentes situações, sendo escravizado em seu ambiente de trabalho, torturado de todas as maneiras possíveis e, principalmente, assassinado. Passo a palavra para o advogado de defesa para que ele apresente suas alegações orais pelo tempo de dez minutos.
- Obrigado pela palavra, meritíssimo juíz! - disse o advogado do Michael. - Quero deixar claro para todos os jurados e testemunhas aqui presentes neste tribunal, que o meu cliente, Michael Leandro Gurfinkell, está sendo acusado por crimes que o mesmo não cometeu. Michael é um homem trabalhador, honesto, digno e lutador, assim como todo cidadão. Michael está sendo acusado injustamente por pessoas que não sabem a dor que ele passou quando perdeu sua família, que foi brutalmente morta por traficantes locais.
- Como é cínico este advogado! - Dulce sussurrou para Christopher. - Sabe que nenhum dos argumentos dele me convenceu?
- À mim, não convenceu nem um pouco! - Ucker respondeu.
- Eu exijo silêncio neste tribunal! - disse o juíz. - Passo a palavra para o promotor de acusação.
- Se me permite, senhor juíz, quero fazer algumas perguntas para o advogado de defesa do réu. - o promotor pediu. - Como pode provar que seu cliente tem tanta qualidade positiva, diante das inúmeras acusações? Por que afirma com convicção que o réu não cometeu nenhum dos crimes citados pelo meritíssimo juíz? Tem algumas provas concretas, materiais ou de testemunhas, principalmente, que possam confirmar o que você disse? - Por um momento, aquele imenso tribunal ficou completamente calado.
- Já gostei desse promotor! - Dulce afirmou, sorrindo. - Conseguiu colocar esse advogado de meia tigela contra a parede.
- Faz silêncio! - Ucker respondeu, sorrindo. - Não quero ser reclamado de novo.
- O que houve com a defesa? Não vai me responder ou tem medo de dizer algo que não possa ajudar seu cliente? - o promotor perguntou novamente.
- Não tenho medo das suas acusações! Estou convicto de que tudo o que eu disse é a mais pura verdade. - disse ele. - O Michael sofreu sim durante toda a vida. Trabalhou duro, juntamente com toda a família que, como eu disse anteriormente, foi brutalmente assassinada.
- É verdade! Não estou duvidando do lado honesto de seu cliente. Senhor juíz, me permite fazer uma pergunta ao advogado de defesa do réu?
- Pedido deferido! - disse o juíz. - Que seja o último. Os dez minutos da defesa está no fim.
- Muito obrigado pela palavra, excelência! - agradeceu. - Como você disse, a família do seu cliente foi brutalmente assassinada. Como o seu cliente sustentava sua família? Qual o motivo pelo qual os traficantes deram um fim à família dele? Dívidas de mercadorias? O seu cliente estava devendo algum dinheiro de drogas ou armas para esses traficantes?
- Senhor juíz, o promotor afirmou diante de todos aqui presentes que iria me fazer apenas uma pergunta.
- Está com medo de responder? Não tem argumentos suficientes para se assegurar, diante de tantas acusações?
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