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História Voodoo Doll - Capítulo 1


Escrita por: blackvipx e Projeto_KHS

Capítulo 1 - Capítulo 1


A luz fraca das velas aromatizadas deixavam a pequena gruta, no meio da floresta, com uma aparência sombria. O barulho do fogo estalando na fogueira era o único som que preenchia o local, já que os três homens que ocupavam o espaço estavam em profundo silêncio, imersos em suas meditações. Lá fora, a lua cheia brilhava alto no céu escuro, indicando o quão tarde na madrugada era. Mas aqueles caras não ligavam, seus objetivos eram muito mais importantes do que qualquer outra coisa naquele momento.

-Temos que decidir se vamos fazer isso. -a voz séria de Jiyong quebrou a quietude da gruta. Sentado no meio dos três, o líder do Clã respirou fundo, deixando o cheiro das brasas queimando e o aroma de canela das velas preencher seus pulmões. -É algo arriscado e um tanto brutal. Estamos realmente dispostos a fazer isso?

-Sim, estamos. Sei que sim. -Daesung, o moço mais novo, olhou para o líder com uma expressão firme. -Não é algo tão difícil.

-Esse ritual é quase nada, se pensarmos no poder que isso nos trará, o ritual é algo pequeno. Quero dizer, poder de controlar a mente humana, não é...? -Seunghyun, ou Seungri, como o chamavam, é o mais decidido no grupo. Sua ganância por poder falava mais alto que sua racionalidade, algo que assustava Jiyong um pouco.

-Vocês estão cientes de todas as etapas disso, né? -ele perguntou, como modo de confirmar o compromisso deles com o Clã. Ambos assentiram, e ele deu um pequeno sorriso. -Ótimo. Então podemos selar nosso destino com o ritual de zihin kontrolü *.

De dentro da túnica negra que vestia, Jiyong tirou uma bela e prateada adaga, esta que fora o maior e mais poderoso legado do Red Dragon, o milenar Clã de magia negra. A faca era decorada com pedras preciosas e e desenhos de dragões em seu cabo, tornando o objeto ritualístico valiosíssimo. Era guardado apenas pelo líder, que deveria cuidar do punhal com sua própria vida. Jiyong pegou a lâmina e a deslizou lentamente por sua mão esquerda, fazendo seu sangue escuro manchar sua pele clara. Ele passou a adaga para o lado, e cada um dos outros dois fez o mesmo. Não sentiam mais dor com isso, já estavam acostumados.

Como é de costume, eles se levantaram do chão e se aproximaram da fogueira, estendendo suas mãos sangrentas para o fogo, apertando aas feridas, fazendo o sangue pingar no calor das brasas. E, juntos, eles começaram a entoar o cântico do pacto.

“Atalarımızı, güçlerini ve bilgilerini, adlarımızı onurlandırarak taahhüt ediyoruz. Nimetinizle zihin kontrol ritüelini uygulayacağız ve daha da iyi olacağız. Amin.” **

Repetiram as frases algumas vezes, até que o fogo tomou uma coloração vermelho sangue. Então recolheram os braços e ajoelharam no chão, de cabeça baixa, em um silêncio profundo. Uma ventania invade a gruta, apagando as velas e fazendo as chamas da fogueira dançarem na escuridão. Eles já sabiam, a esse ponto, que o canto funcionara.

-Concedemos-lhes vossas bênçãos para o ritual e ampararemos teu sucesso. Tens que realizar tudo do modo tão antigamente descrito e sem desvios, ou não terão o que desejam. -as vozes grossas e profundas dos anciãos entoaran por toda a gruta, forçando os três a olharem para o fogo, da onde o som forte vinha. -A carne para o banquete deve ser sabiamente selecionada. O dom só virá junto da carne de um descendente de linhagem do nosso mestre. Caso contrário, não funcionará. Desejamos sorte em sua missão.

-Nós agradecemos a sua benção e juramos cumprir nosso compromisso para convosco. -os três dizem juntos, em uníssono.

Com as despedidas, o fogo volta ao normal, os três levantaram do chão, se entreolhando. Claramente, eles já sabiam do que os ancestrais estavam falando sobre a carne a ser selecionada para o ritual, mas ao mesmo tempo tinham suas dúvidas de que aquela exigência fosse realmente séria.

-Um descendente de nosso mestre? -Daesung indagou, deixando em evidência a dúvida de todos. -A linhagem existe até hoje?

-Bem, parece que sim. -apesar de sua resposta positiva, Seungri também tinha suas desconfianças. -Quero dizer, se até os ancestrais confirmaram... Não podem estar mentindo, não acha, Jiyong?

-Eu espero que esteja certo, Seungri. -o líder suspirou fundo, tirando o capuz da manta cor de vinho que utilizava, de sua cabeça. Os outros dois seguiram o gesto, e logo os três rostos foram iluminados com a fraca luz do fogo. -Agora, temos que ir atrás desse cara. Precisamos descobrir quem ele é, o que faz. Precisamos dele, conosco.

-Sim. -os outros disseram ao mesmo tempo, e então Jiyong apagou o fogo, com um estalar de dedos.

-Então, vamos voltar a cidade, e procurar pelo herdeiro do sangue Choi.

E com um último aceno de cabeça em concordância, os três saíram da gruta, indo atrás de seu ingrediente final para o tão almejado ritual de poder, que os tornariam os três magos negros mais poderosos da atualidade.



Era um fim de tarde agradável. Dentro do simpático e confortável café, Seunghyun e Yongbae (ou simplesmente Taeyang) estavam reunidos em uma mesa ao fundo do estabelecimento. Ambos tinham acabado de sair do trabalho, e agora estavam relaxando. Era bom parar um pouco na rotina, principalmente quando tinham a companhia um do outro, já que são melhores amigos desde... Bem, desde sempre.

-E então, um aluno perguntou sobre como fabricar metafetamina. -Seunghyun começou a rir da própria lembrança, ao passo que Taeyang também gargalhava da narrativa do amigo. -É sério! Eu nem soube o que dizer. Sorte que o sinal do final da aula tocou no mesmo instante.

-Quem diria que dar aula de química na faculdade de medicina iria ser tão difícil, ein? -Taeyang sorriu, dando um último gole em sua bebida quente. -As vezes fico feliz de ser empresário.

-Não... Não trocaria a sala por nada. -o primeiro concluiu, também acabando seu café. Ele olhou para os copos vazios, e depois para seu amigo. -Vou pegar mais para mim. Quer também?

-Não, estou bem, obrigado. -ele respondeu, dando de ombros. -Vai lá, eu te espero.

-Lógico que espera, você não vai a lugar nenhum sem mim, Taeyang.

-Seu maldito convencido, Seunghyun. Vai logo.

Com uma última risada, ele levantou da mesa e começou a caminhar até o balcão. No percurso, um moço esbarrou em si, mas logo se desculpou. Hyun achou meio estranho, mas nada disse. Apenas se aproximou novamente da bancada, com um sorriso no rosto.

-Com licença, quero mais um americano.

-Claro, Sr. Choi. São 2000₩.

-Sim, só um instante... -ao apalpar os bolsos da calça, o coração dele parou por um instante. Onde estava sua... Ah, meu Deus. Aquele moço... Ele tinha pegado. -Me desculpe, não consigo achar minha carteira. Eu vou ali falar com meu amigo e...

-Eu pago o café dele.

Uma voz desconhecida apareceu do lado de Seunghyun, e o dono da mesma estava apoiado no balcão, oferecendo algumas notas para a moça do caixa, sorrindo. Ele era atraente, ele não deixoude reparar. Aparentava ser da mesma idade que Hyun, mesmo sendo um pouco mais baixo. Tinha curtos cabelos escuros, em contraste com a pele branca, marcada com algumas tatuagens. Seu sorriso era meigo, e a forma como seus olhos apertavam quando sorria era encantadora. Ele ficou longos segundos o encarando, até que o desconhecido percebeu e o olhou de volta. Seunghyun desviou na hora, com o rosto rubro.

-O-obrigado. -ele pigarreou, tentando se concentrar novamente. -Não precisava.

-Imagina. -ele continuava sorrindo, enquanto pegava o troco, e permaneceu ali parado, apoiado perto de Hyun. -E também, ninguém disse que foi um favor de graça.

-O que?! -Seunghyun o encarou, surpreso. O outro apenas riu. Até sua risada era bonita, como o dono dela.

-Calma! -ele disse, estendendo uma das mãos. -Aliás, sou Kwon Jiyong.

-Seunghyung Choi. -ele apertou a mão de Jiyong, mesmo que ainda estivesse meio vermelho. -Mas isso sobre o favor...?

-Eu meio que estava só brincando. -o outro sorriu, e suas bochechas ficaram mais vermelhas. Ele coçou a nuca, como se estivesse nervoso, e Hyun continuava o olhar, confuso. -Mas se estiver afim de tomar um café comigo para compensar...

-Ah, bem... -claro que ele queria, era mais do que óbvio o seu súbito interesse pelo moço, mas por outro lado, não queria deixar Taeyang sozinho... -Eu realmente adoraria, mas o meu amigo...

-Tudo bem, tudo bem. Eu entendo. -Jiyong riu, e suspirou em seguida. -Bem, eu passo por aqui todo dia nesse horário. Se estiver disponível, sei lá...

-A gente se vê amanhã, Jiyong. -Hyun sorriu para ele, pegando o seu café do balcão, sumindo da porta para fora do lugar.

Hyun acompanhou a saída dele com o olhar, e quando já estava na rua, Jiyong percebeu e se virou, dando um aceno e um sorriso. Seunghyun acenou de volta, antes do outro desaparecer de fato de vista.

-Você não perde uma chance, não é? -Taeyang surgiu atrás do amigo, o dando um susto que quase o fez derramar o café, mas logo que se recuperou, ele riu.

-Vê se não me enche, cara. -ele resmungou, bebendo seu café. -E aí, vamos sentar?

-Claro, vamos... -apesar da brincadeira de antes, Taeyang parecia nervoso e pensativo. Ao reparar nisso, Hyun o encarou feio, enquanto se sentavam novamente.

-Está tudo bem, Taeyang? -ele perguntou, preocupado. O outro somente deu de ombros.

-Apenas cansado, sabe como é. -ele estava mentindo, era óbvio, Seunghyun conhecia bem seu tom de mentira. Mas se ele estava se esquivando do assunto, é porquê não queria falar disso no momento, e ele respeitava isso.

-Sei, claro... -Hyun suspirou, tomando sua bebida. Ele mesmo ainda estava meio aéreo, com a mente nos minutos anteriores e no belo moço desconhecido que pagara seu café. Lembrando de seu sorriso, e que o veria novamente no dia seguinte, ele sorriu e sentiu o rosto arder. O seu amigo o encarou, com um olhar sugestivo.

-Isso é por causa daquele cara?

-Não é da sua conta.

-Ah, quer dizer que gostou dele...?

-Taeyang, cala a boca.

-Quando é o casamento?

-Taeyang!

O amigo de Hyun começou a rir alto, enquanto o outro apenas sentia que ia morrer de vergonha. Deus, o que tinha feito para merecer uma coisa dessas...?

-Aliás, acho que o conheço de algum lugar. -Taeyang suspirou, parecendo se lembrar de seu passado. -É Jiyong, não é? Kwon Jiyong?

-Sim? -Hyun o encarou, um tanto impressionado. Como podia? O mundo era pequeno mesmo. -Da onde o conhece?

-Nossos pais eram de um mesmo grupo... de trabalho. É um lance hereditário, então nós também entramos, mas eu sai um tempinho depois, era muito trabalho pra mim. -ele brincava com o copo vazio enquanto falava, soando apreensivo. -Jiyong deve continuar lá, assim como os outros dois, Daesung e Seungri. Me pergunto o que andam fazendo.

-Hm, engraçado isso. -Hyun parecia interessado na conversa do amigo. -Que tipo de trabalho era?

Taeyang parou, arregalou os olhos. Não, não iria contar sobre o clã, obviamente não, pelo menos não agora. Mas, também não sabia como desviar do assunto. Ele conhecia bem o seu ouvinte, sabia que este o pressionaria até que acabasse contando a verdade. Então, como ele...

-Sim? -a vooz do amigo atendendo o celular despertou Taeyang de seus pensamentos. Salvo pelo gongo, literalmente. -Claro, reposição... Não, tudo bem, posso sim. Certo, estarei aí logo. Tchau.

-É da faculdade? -o outro perguntou, assim que Hyun desligou e guardou o aparelho.

-Sim, eles precisam que eu vá agora repor a aula de uma turma... Argh, estou tão cansado. -ele riu, e terminou seu café. Logo se levantou, ajeitando o casacão que vestia, olhando para o amigo. -Tenho que ir, mas vai ficar de me contar o resto da história depois, ta?

-É justo. Nos vemos depois então, Seunghyun. Tenha uma boa aula.

-Obrigado. E boa sorte pra você no escritório também!

-Obrigado. Até mais, Seunghyun.

-Até, Taeyang!

Com um último aceno, Hyun sumiu pela saída do café, e o outro continuou lá sentado, sozinho e preocupado com o amigo. Taeyang vira tudo que aconteceu antes. O moço que esbarrara nele era daesung, que ele também conhecia, e que de fato furtou a carteira de Hyun, mas o deixou de volta no bolso do casaco enquanto ele conversava com Jiyong. Se aqueles dois tinham feito todo aquele esquema, não era um bom sinal. Eles estavam planejando algo, Taeyang tinha certeza.

Só estava com medo de saber o porquê do plano incluir Seunghyun.


Notas Finais


Traduções

* : Controle da Mente
** : "Nós nos comprometemos com nossos antepassados, seu poder e seus conhecimentos, honrando vossos nomes. Com vossa benção, iremos realizar o ritual de controle da mente, e nos tornaremos ainda melhores. Amém"


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