História Garota Rosa Choque! - 08: Chamem de Instinto ou Chamem de Ciúmes

Garota Rosa Choque

Cap. 08 Chamem de Instinto, ou Chamem de Ciúme.

A M A R O

A rosada ficou de pé, olhou para a janela de forma inquieta, colocou as duas mãos na cintura e depois voltou-se para Sasuke, precisava de uma explicação cabível e com ares de crível. Como assim eles já se conheciam? Será que ela só estava sendo um simples joguete numa disputa que há muito tempo já existia? E só com esse pensamento já era capaz de se sentir humilhada.

Horrível! Muitas coisas vinham em sua mente quando imaginava isso e estava com muita raiva, como eles puderam manter isso até aqui sem nem dizer nada? Sasuke deveria ter falado desde o começo, antes do primeiro beijo. Talvez tenha sido por isso que ele quis tanto, estava querendo mostrar para Sasori que ele era melhor e marcar mais um ponto naquela disputa boba que havia entre os dois. Ela se sentiu péssima, ele havia tido tantas oportunidades para falar, mas não, ficou de bico fechado o tempo todo achando que talvez ela nem fosse descobrir.

Talvez Sasuke nem gostasse dela de verdade, só mantivesse aquilo porque sabia que deixava Sasori com raiva.

– Pode começar pelo começo. – disse ela, já esperando pela explicação de Sasuke – E não omita nada.

O moreno se endireitou na cama, sentiu que as costelas doíam um pouco por ter batido na mesa, mas nada que uns dois dias não pudessem resolver. Olhou diretamente para Sakura e se preparou para contar a sua versão da história. Na verdade, ele nem precisava ficar se explicando para ela, entre os dois não havia nenhuma espécie de relação. Mas sabia que se não contasse logo de uma vez, perderia qualquer chance que pudesse ter com ela.

– Nós éramos amigos desde criança, morávamos na mesma rua e praticamente não nos desgrudávamos... Mas isso só durou até o colegial, quando eu e ele... – Sasuke estava um pouco receoso de falar aquilo, talvez Sakura entendesse da maneira errada.

– Quando você e ele... – ela o encorajou.

Sasuke suspirou pesadamente. Parecia uma daquelas histórias difíceis de contar e que ele não havia repetido muito. Era uma história chata e ele não queria contar muito, ele não achou mesmo que um dia iria precisar falar. Pra falar a verdade ele preferia sim ter deixado o que aconteceu entre ele e Sasori no passado, não achava que aquele assunto fosse deixar Sakura tão chateada. Mas é claro, ele não pensava como ela, a cabeça dela era completamente diferente e ele não devia ter pensado assim.

Sentiu-se mal com a ideia de magoar Sakura, aquilo parecia tão errado.

– Nos apaixonamos pela mesma garota. – ele completou – A disputa acabou fazendo com que a nossa amizade, que já estava abalada, acabasse de vez. Não era pra ter sido assim, nós brigamos por ela como se ela fosse a última garota da face da Terra e não deveria ter sido assim, foi um erro de adolescente, mas que nunca conseguiu ser consertado. Tem sido assim desde então, nunca conseguimos recuperar a nossa amizade e eu nem quero isso, ele mudou muito e não é mais o amigo que eu conheci um dia. Virou um imbecil.

Ela era obrigada a concordar que Sasori havia mesmo se tornado um imbecil, pelo menos foi o que viu depois de alguns anos com ele, era uma pessoa muito volúvel e que mudava bastante dependendo do humor. Ele havia mudado com Sakura e ela imaginava que ele havia mudado muito com Sasuke também. Sasori em breve se tornaria uma espécie de inimigo para ela também? Não tinha uma lista de ex namorados tão longa assim para ter muitas comparações para fazer.

Então era isso? Uma garota foi o motivo de tudo. Então a história só estava começando a se repetir. Aquela briga mais cedo não havia sido só por sua causa, aquela briga já havia começado há muitos anos atrás e agora eles só estavam dando continuação.

Como uma parte 2 de um filme clichê que vemos na sessão da tarde.

–  Sasuke, eu acho melhor você ir embora. – Sakura estava tentando parecer normal ao pedir para ele sair dali, não queria entrar no meio daquela briga, aquilo não lhe faria bem.

– Sakura, por favor, deixa eu terminar de falar. – o moreno pediu quase que implorando, agora sim ele sentia que era o fim para eles dois, Sakura nunca mais iria querer nem olhar na cara dele – Não é isso que você está pensando, eu não tô te colocando nesse meio e nem comparando você com a outra garota, aquilo foi lance de adolescente, é diferente agora, não pensamos mais da mesma maneira, pelo menos, eu não penso mais daquele jeito.

Tinha que fazer alguma coisa.

– Eu não quero me meter na briga de vocês dois. – ela desviou a atenção dele, ficando de costas para o moreno. – Sasuke, não quero que isso se torne um problema pra mim, não quero ter mais dor de cabeça e nem ter nada a ver com algo que envolva o Sasori, já tive problemas demais com eles.  

Sasuke se aproximou devagar, e por fim abraçou a rosada por trás e beijou seu ombro. Sabia que ela se derreteria naquele toque, mas mesmo estando arrepiada da cabeça aos pés, Sakura queria que ele fosse embora, queria se ver longe de problemas. Sasuke cheirara problema.

– Vai embora. – ela pediu, mas sua voz estava fraca, como se no fundo implorasse para ele ficar. – Por favor, Sasuke, vá embora.

– E se eu não quiser ir embora? – ele sussurrou em seu ouvido, fazendo ela se derreter mais ainda. Se é que isso era possível – E se eu quiser ficar aqui com você?

Ele começou a beijar seu pescoço lentamente, era impossível resistir aos seus toques sedutores. Ele era perfeito! Era como se conhecesse cada ponto sensível do corpo de Sakura, detalhe por detalhe. Ela estava ficando cada vez mais perdida nele. Como ele conseguia fazer aquilo? Por que ele a enlouquecia daquela maneira tão simples e descabida?

– Por favor, eu não quero me meter na briga entre vocês dois. – ela pediu mais uma vez enquanto arfava – Não quero ficar no meio disso, por favor, já pedi muitas vezes pra ir.

– Mas você já se meteu, é tarde demais para falar isso.

E na verdade era, ela já estava mais do que metida naquela história, e agora tinha que ir até o final e completar o que havia começado. E Sasuke era... Era insuportavelmente irresistível! Ele sabia ser bom em tudo, sabia como fazê-la se sentir bem em qualquer situação. Aquilo era um saco! Ela sabia que estava prestes a arrumar para si mesma um problema dos grandes, mas mesmo assim sentia vontade de continuar ali naquele meio.

Mas e se os problemas até valessem a pena? Sasuke tinha um jeitinho tão único e ela gostava dele, precisava admitir isso, ele fazia com que ela se sentisse bem. Mas era complicado e ela era indecisa, queria e ao mesmo tempo não queria. Ele já havia cometido o primeiro vacilo e teria que fosse uma porta aberta para que viesse a cometer outros num futuro bem próximo.

– E se nós saíssemos para dar uma volta? – ele sugeriu assim que a girou para que ela ficasse de frente para ele, mas ainda com os braços em redor de sua cintura – Nos divertirmos nesse dia de folga?

– E pra onde você quer me levar? – ela perguntou – Nós já tomamos café, não vale me levar para uma dessas lanchonetes, pagar um lanche qualquer e depois querer me levar num motel. – ela estava brincando.

– Ah, você estragou minha surpresa! – ele riu, também estava entrando no clima da brincadeira – Então nós podemos pular logo para a parte do motel.

Ela lhe deu um selinho rápido e logo depois o encarou com aquela velha expressão de quem estava esperando uma “nova tentativa” da parte dele. Ou que, pelo menos, Sasuke começasse a falar sério.

– Quero te fazer uma surpresa. – ele disse, e logo depois se soltou dela. O moreno começou a procurar por algo, e rapidamente achou, já que o casaco que ele procurava estava encima de uma cadeira – Vamos, você vai gostar.

O que esperar de Sasuke Uchiha? Tudo, simplesmente tudo! Ele podia a levar num lugar legal, mas podia também leva-la em um matagal e “fazer o que vocês pensaram”. Mas mesmo assim ela foi com ele. Fazer o que né? Se ele quisesse lhe fazer “mal”, já teria feito, oportunidade ele teve.

E durante todo o trajeto, Sakura só conseguia pensar em como mesmo se negando a ficar perto de Sasuke, ela sempre acabava estando mais perto ainda dele. era impressionante, quanto mais longe queria estar, mais grudada ela ficava. Mas o que iria fazer? Era como se o moreno a puxasse cada vez para mais perto, e ela sentia como se já o conhecesse de uma vida toda.

Será que era isso que ficou faltando em sua relação com Sasori? Empatia?

Ela nem se deu conta de que o carro já havia parado. E quando percebeu Sasuke já havia estacionado o carro e aberto a porta para que ela saísse. Sakura acabou agradecendo e saindo assim que se deu conta de que estava completamente perdida em pensamentos.

– Cinema? – ela perguntou, não imaginava que fosse ser algo assim – Gostei.

– E tem mais! – ele disse – Vou deixar você escolher o filme mais bobo e meloso que você quiser.

– Você está me saindo melhor do que o encomendado! – ela riu e meio que involuntariamente lhe mais um selinho rápido, até mesmo ficou vermelha ao perceber que havia feito aquilo, não pelo beijo em si, mas por estar começando a sentir que beijá-lo era comum como se estivesse beijando seu namorado – Vamos entrar.

Ela foi indo na frente, enquanto Sasuke a acompanhava a observando pelas costas. Sakura parecia uma menina, era doce e gentil, ao mesmo em tempo que também era chata e mandona. Ela era um conjunto complexo de coisas complicadas. Afinal, que mulher não é?

Já dentro cinema, Sakura estava escolhendo o filme que queria ver. Estava um pouco indecisa, mas assim que viu que “Como se fosse a primeira vez” seria exibido em dez minutos, se animou, adorava aquele filme, e Sasuke havia prometido que eles assistiriam o que ela quisesse.

O moreno não pareceu muito animado com a escolha do filme. Mas mesmo assim pagou as duas entradas e comprou a pipoca. Era bom ver que Sakura estava animada com o filme, que estava feliz em ter saído. Por mais que não se conhecessem há muito, ele gostava de saber que ela estava bem.

Gostava dela, não era um simples desejo, ele realmente queria vê-la bem.

Mas como tudo o que é bom dura pouco, a felicidade de Sakura logo sofreu um grande “baque”. Sasori estava ali, e estava com uma garota. E por mais que Sakura quisesse dizer que já havia esquecido completamente de Sasori, isso era impossível, ela ainda sofria pela dor de um rompimento inesperado, ela ainda sentia algo por ele, por mais que soubesse que não era mais amor.

Ao vê-la parada olhando para o ruivo, institivamente Sasuke segurou sua mão e beijou seus lábios na procura de fazê-la se desviar do olhar de Sasori. A rosada percebeu o que o moreno havia feito, e sorriu retribuindo seu beijo. Por fim, o abraçou, e os dois seguiram juntos para a sala onde o filme seria exibido.

Sakura escolheu onde sentariam, agora estava mais calma, pelo menos, sabia que podia contar com Sasuke para fazê-la se sentir melhor.

– E pra completar eles vêm assistir o mesmo filme que nós. – ela sussurrou olhando para o balde de pipoca.

– Ei! – o moreno segurou seu queijo para que ela olhasse para ele – Eu tô aqui com você, e esse babaca não vai mais te fazer sofrer.

Ela sorriu e se aconchegou ao peito dele. Sasuke era o que ela precisava, era a companhia certa, o tipo de cara que não se aproveita da situação a seu próprio fazer, mas fazia com que ela se sentisse bem. Ele era... Era aquilo que Sasori nunca conseguiu ser!

– Obrigada, Sasuke. – ela sussurrou, e ele beijou seus cabelos rosados.

– Ta tudo bem, minha pequena.