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História Voz de Anjo - Capítulo 02 - "Senhor Byun"


Escrita por: basohr

Capítulo 3 - Capítulo 02 - "Senhor Byun"


CAPÍTULO DOIS

Quarta-Feira, 09h52min

Após a cortina da janela da casa vizinha ser fechada e levar junto ao garoto, minha inspiração, voltei a sentar – novamente – no banquinho e me pus a observar o esboço do quadro. E fora assim, questionando e criando algumas hipóteses de o que o levava a ficar naquele telhado que acabei caindo no sono. 

Acordei com minha mãe me chamando para à janta. O dia já havia escurecido e eu me sentia todo dolorido por conta da posição em que eu havia adormecido. Antes de finalmente descer para jantar, enrolei o quadro em um pano fino e o coloquei em baixo de minha cama, já que não tinha um bom local para guardá-lo ainda.

Enquanto jantávamos meu pai mostrou-se animado em relação a seu novo cargo. A todo momento ele encontrava um novo assunto para, assim, manter o diálogo durante a refeição. Vê-lo tão entusiasmado e comunicativo não era algo cotidiano, era até contraditório, já que, o mesmo sempre ingeria sua comida quieto. E havia momentos em que as trocas de palavras durante o jantar o incomodava, o que fazia-o resmungar e uma vez e outra, repreender o falatório.  

A comida que havia sido feita por minha mãe tinha levemente o sabor de nossa antiga casa – se é que isso realmente seria possível. Talvez por eu estar comendo algo que sempre costumava comer nas noites de sábados eu tivesse essa sensação de “casa”. Lembro-me também que eram nesses sábados que logo após me retirar da mesa, sentado ao lado da janela de meu quarto, eu esperava o sinal de James para que saíssemos as escondidas.

E assim se seguiu o jantar, com meu pai conversando com minha mãe sobre os lugares em que iriamos visitar, MinSeok tomando todo o suco da jarra de vidro, e eu lembrando das fugas aos sábados. 

 

Voz de Anjo

 

Quinta-Feira, 13h35min

Antes mesmo de nos mudarmos para Busan, minha mãe havia me matriculado em um colégio da região. O primeiro dia de aula estendeu-se de forma tranquila. Minha mente insistia em manter-me ocupado lembrando do garoto de cabelo preto durante as aulas, fazendo com que o tempo voasse durante o período da manhã.

Ao chegar em casa cumprimentei MinSeok que brincava na varanda de casa. Já meus pais aparentemente conversavam com alguém na cozinha.

Subi até meu quarto trocando de roupa e dando uma conferida na janela. Ele não estava lá. Quando cheguei na cozinha me deparei com meus pais conversando com o mesmo homem do dia anterior. Ele me encarou da cabeça até os pés assim que adentrei a cozinha, fazendo com que eu me arrepiasse e meu coração palpitasse em temor. 

E se caso ele realmente tivesse me visto observar o movimento de sua casa ? Ahhhhhhh, com toda a certeza eu estaria ferrado. 

— ChanYeol, comprimente o senhor Byun, o nosso vizinho. – exigiu entre dentes meu pai. Talvez ele tenha percebido que eu ficaria em pé e calado no meio da cozinha igual um retardado caso ele não resolvesse pronunciar-se. E talvez eu realmente ficasse. Quem sabe eles me ignorariam e eu pudesse sair de fininho, não é mesmo ?

Ohh. Olá senhor Byun, é um prazer conhecê-lo. – reverenciei enquanto sorria amarelo. O Byun apenas movimentou a cabeça em resposta.

— Sentisse e coma alguns dos biscoitos, ChanYeol. – pediu minha mãe.

Durante toda a conversa do senhor Byun com meus pais esse olhava-me de soslaio. Me mante calado ao longo da conversa, ocupando-me em comer os petiscos que minha mãe havia posto na mesa.

— Bom... Tenho que ir. – disse o Byun erguendo-se. Suspirei aliviado e dei um sorrisinho contido em comemoração enquanto enchia minha boca de mais biscoitos.

Ohh, claro, claro. – ergueu-se também meu pai — Até qualquer dia senhor Byun. ChanYeol, leve-o até a porta e chame MinSeok para dentro. – mandou, por fim.

Me levantei com mal vontade não disfarçando minha cara de desagrado em cumprir o que havia sido mandado. O senhor Byun me seguiu em meu encalço enquanto eu andava em direção a saída da casa.

— Min, papai mandou entrar. – com um bico nos lábios o pequeno recolheu seus brinquedo e entrou — Até mais senhor Byun. – me despedi tentando sorrir e brevemente falhando.

— Era você que encarava minha casa ontem. Estou certo ? – questionou.

— Sua casa ? – me faço de desentendido e até dou um a jogadinha de cabeça para o lado.

— Sim, minha casa. – aponta para a casa ao lado com o cenho franzido, me fazendo engolir em seco.

Ahhh... Eu pinto quadros, e ontem eu estava a pintar o céu, ele estava realmente deslumbrante, não acha ? Onde eu morava não tinha mucontinuouores, e o céu era normalmente cortado pelos edifícios imensos, então achei que pintar a amplitude do local fosse uma boa. – tento falar o mais natural possível. O homem continuou encarando meu rosto por longos segundos, eu cheguei a cogitar a possível ideia de fechar a porta e voltar para o meu quarto quanto o senhor Byun virou-se e caminhou calmamente para sua casa sem dizer uma palavra sequer.

Talvez eu devesse ter mais cuidado da próxima vez. 



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