1. Spirit Fanfics >
  2. Vulneráveis (hiatus) >
  3. A saia justa de Sesshoumaru

História Vulneráveis (hiatus) - A saia justa de Sesshoumaru


Escrita por: Okaasan

Notas do Autor


Oi, pessoal.

Capítulo de hoje leve e simplório. A semana foi corrida e perdemos um amigo querido em um trágico acidente de carro. Não estou inspirada, contudo, espero ter elaborado um bom texto.
Apesar de o capítulo se passar no mundo celestial, o foco é Sesshoumaru e Rin, que estão sendo observados por Kuuya e mais um casal de guerreiros, Hyuuga e Renge (lê-se "Lengue"). O que será que vai acontecer?

Perdoem eventuais erros, minha internet está horrível.

Boa leitura.

Capítulo 22 - A saia justa de Sesshoumaru


Fanfic / Fanfiction Vulneráveis (hiatus) - A saia justa de Sesshoumaru

ѼѼѼ

 

A noite brilhante de estrelas do Tenkuukai tinha temperatura agradável.

Kuuya estava sentado à porta da pequena casa onde vivia com seus quatro irmãos menores. Parecia distante e contemplativo. As crianças brincavam de pique ao redor da moradia até que a pequena Lebi, a única menina da casa, tropeçou e caiu, ralando o braço. Veio aos prantos até o guerreiro, que a acolheu no colo.

— Mano, sara o meu machucado? — soluçou ela.

— Eu já disse para não brincarem desse jeito — replicou ele, porém, com mansidão. — Vocês não param de correr e trombar uns nos outros. Acabam se ferindo. Dê o braço.

Então, o homem espalmou a mão reluzente de sohma e a pousou cuidadosamente sobre o ferimento da criança, que, como seus irmãos que os rodeavam, assistia a tudo de olhos arregalados — aquela magia sempre os fascinava, independentemente de quantas vezes eles presenciassem seu irmão mais velho e os demais guardiões celestiais realizando pequenos (e grandes) ritos curativos. Em breves instantes, a dor havia passado; a pele esfolada já dava mostras de cicatrização.

— Muito obrigada, Kuuya-onii-chan! — gritou ela, já correndo de volta para o quintal, para continuar com a brincadeira.

— Lebi, não comece de novo! Ora... — resmungou o guerreiro, ao ver que fora desobedecido. — Daqui a pouco você me aparece com outro arranhão.

Entretido com as crianças, Kuuya não havia reparado que um de seus companheiros de missão, Hyuuga, estava se aproximando dele.

— Quanta vivacidade — comentou o jovem Rei Celeste.

— Até demais, meu caro — suspirou o outro. — Vou colocar a turma para dormir em breve.

Hyuuga se sentou ao seu lado.

— E então... O que tem planejado sobre os youkais de Edo, Kuuya?

— Tenho observado uma diferença no proceder daquele Sesshoumaru — comentou o Rei Dappa. — Não o vejo sequer se queixando de humanos...

— Isso é bom, então — ia dizendo o mais novo, sendo interrompido por Kuuya.

— Porém os youkais inferiores continuam a fazer atrocidades. E... Algo tem me afligido muito em relação a Edo. Sabe, Hyuuga, você já parou para pensar que estamos vivendo algo como... a calmaria que precede a tempestade?

— Nossa, Kuuya, por quê? Não sinto nada disso. Estamos em paz aqui no Tenkuukai. Shiva foi derrotada, o espírito de nossa deusa Vishnu-sama vive em Lakshu. Tudo está bem.

— Não consigo evitar a apreensão. É como se eu pudesse sentir a presença de...

Um ruído vindo do céu atraiu a atenção dos dois Hachibushu e das crianças. Uma mulher de cabelos verde-escuros, rosto delicado e corpo bem feito acabava de chegar em seu shakti. Renge, a Rainha Nahla, guardiã bela e temperamental, descia do seu veículo místico, sendo muito bem recebida pelos pequenos irmãos de Kuuya, que a abraçavam.

Um brilho cintilou nos olhos castanhos de Hyuuga, o que não passou despercebido ao outro guardião, que sorriu discretamente. Kuuya era introvertido, mas muito observador; já percebera que os olhares entre os amigos eram mais demorados e intensos. E a esperta Lakshu, ultimamente, andava delegando várias missões exclusivas para Hyuuga e Renge, como se estivesse tentando deixá-los a sós, por diversas vezes.

Quando houve a traição contra a deusa Vishnu, Renge se recusara a crer que Indra, o conselheiro de guerra da divindade, era o responsável por todo aquele mal e lutou ferozmente contra Hyuuga, levando o jovem a matá-la e encerrá-la em um esquife de cristal. Contudo, com a derrota de Indra e o salvamento de Vishnu, Renge recebeu nova vida. O Rei Celeste nunca se perdoara por aquilo e procurou estabelecer um forte laço de amizade com a Rainha Nahla. E, em pouco tempo, os sentimentos de ambos já eram inequívocos, porém, inconfessos.

— Também quero saber qual é a fofoca — disse Renge, sorridente.

— Renge! — exclamou Hyuuga, encantado por ver a moça se aproximando deles.

— Boa noite, Renge — cumprimentou Kuuya, gentil. — Estava à procura do moço aqui?

— Boa noite... Ah, Kuuya, que bobagem — respondeu Renge, corando. — Eu... Resolvi dar uma volta, só isso. O céu está bonito hoje.

— Sim, o céu está bonito hoje — ecoou Hyuuga, sem despregar os olhos da jovem que, mesmo rubra, também não parava de olhá-lo. Kuuya disfarçou o riso sob uma falsa tosse.

— Realmente, o Tenkuukai emana beleza de todos os lugares, inclusive do céu — comentou ele, enquanto se virava para o quintal. — Meninos, já chega de brincar! É hora de criança ir dormir.

— Mas já, Kuuya-onii-chan? — reclamou a menina, suada de tanto correr, como os demais meninos. — Eu queria ficar aqui vendo o tio Hyuuga ficar vermelhinho quando olha para tia Renge!

— LEBI! — exclamou os dois tímidos, enquanto Kuuya se rendia a uma de suas raras gargalhadas.

— Lebi-chan, isso não é coisa que se diga — aparteou o guerreiro, sem conseguir parar de rir. — Vamos, vamos, todos para dentro. E vocês dois, espero que não levem a mal a minha irmã. Ela é terrível...

— T-tudo bem, Kuuya — respondeu Renge, atrapalhada. — Já conhecemos Lebi e sua língua solta...

— C-crianças s-são assim mesmo — gaguejou Hyuuga.

— Com licença, amigos, volto logo — afirmou o dono da casa, entrando com as crianças, com ar divertido no rosto. — Fiquem bem à vontade.

— Ora, seu... O que está insinuando? — protestou a moça, enquanto se virava para o companheiro. — Hyuuga, você não vai dizer nada? Kuuya está zombando da nossa car-

Renge se esqueceu do que ia dizendo ao ver a intensidade do olhar do rapaz para ela. Engoliu em seco; suspirou e baixou o olhar para os pés. Por sua vez, Hyuuga parecia se sufocar com as borboletas no próprio estômago.

Que droga, eu preciso dizer logo a ela o que eu sinto, mas... não consigo!

— Hyuuga? Você... Parece preocupado... — arriscou Renge, também constrangida.

— Err... Eu? Não, não, é impressão sua, Renge... — desconversou ele, corado. — Então... bem... Por que não se senta aqui? — indicou o banco de madeira onde estava.

Será que Hyuuga sente algo por mim? Eu... Ficaria tão feliz se ele me amasse... Mas ele não diz nada, deve ser apenas impressão minha.

A jovem se sentou devagar ao lado do Rei Celeste, que ficou muito interessado na grama que estava sob seus pés. Se torturava, por não conseguir agir de forma natural sempre que ela estava por perto. Ouviu a voz melodiosa ao seu lado:

— Sobre o que estavam falando antes de eu chegar?

— Oh... Errr... Ah, sim! A gente estava falando sobre as criaturas sobrenaturais que vivem em certa era no mundo dos homens e que Kuuya pretendia purificar, já que eles são assassinos e maus.

— Mas isso é perigoso. Veja o que aconteceu com Lakshu naquele dia. Ela foi imprudente demais ao sair daqui sem avisar. Eu mesma estaria disposta a ir no lugar dela, se ela ordenasse, mas... Que teimosa essa nossa nova deusa, hein? — reclamou Renge.

— Lakshu é um pouco imatura, realmente, mas é corajosa — comentou Hyuuga, já bem mais à vontade por causa do assunto que não tinha a ver consigo. — Arriscou a própria vida pelo menino que estava em perigo.

— Mas isso não é função dela! Nós somos os guardiões, e a função dela é manter a paz do mundo celestial. Quem luta somos nós!

— Eu sei, mas...

— Nada de mas, Hyuuga! — retrucou ela. — Lakshu errou! Ela poderia ter me enviado!

— A você sozinha?

— Claro! Eu não tenho medo de nada. Mataria o tal bicho sem problemas — disse ela, altiva. Hyuuga sorriu: aquela era a Renge que ele conhecia, destemida e cheia de si.

— Mas, e quem iria te proteger, caso algo desse errado? — inquiriu ele.

— Não seja idiota! Eu sei me defender sozinha, Hyuuga!

— Mas eu... — ia dizendo ele, quando Kuuya reapareceu com sua esfera de cristal reluzente nas mãos, atraindo a atenção do casal. A expressão do rosto geralmente sério do Rei Dappa era de quem estava se divertindo.

— O que foi, Kuuya? Está olhando a Terra? — indagou Renge.

— Vejam por si mesmos, meus amigos — disse ele, indicando a imagem que se formava no objeto místico. Ambos se aproximaram e vislumbraram uma cena inusitada que provocou novos rubores em seus rostos.

Ignorando que estava sendo observado por guerreiros divinos de tempo e era totalmente diferentes da sua, o daiyoukai Sesshoumaru se encontrava absorto ao observar Rin, que lia uma apostila de citologia e eventualmente tomava notas em um caderno, concentrada, no começo da manhã. O silêncio no cômodo era absoluto, até que Sesshoumaru ergueu a mão grande e, meio vacilante, tocou as pontas dos cabelos da moça, que o olhou imediatamente, corada. Engolindo em seco, o youkai disse em voz baixa enquanto retirava a mão:

— Este Sesshoumaru não pretendia incomodá-la. Pode... Continuar seus estudos, Rin.

— O senhor não me incomodou... — disse a jovenzinha, com os olhos brilhantes. — Não sabia que gostava do meu cabelo, Sesshoumaru-sama.

— Adoro esta negra maravilha da natureza que a deixa ainda mais bela.

— Gente, que criatura engraçada e cheia de pompa... — murmurou Renge, rindo e achando bonitas aquelas pequenas demonstrações de carinho. Os três agora estavam sentados no chão, em volta da esfera. — Não era ele o assassino de humanos mais perigoso de Edo?

— Parece que não é mais — comentou Hyuuga, inspirado. — Ele foi derrotado pela poderosa força do amor!

­— O amor é a força mais voraz e poderosa do universo, não acha, Hyuuga? — afirmou Renge, cheia de entusiasmo.

— Sem dúvida, Renge! — disse ele, acenando com a cabeça, enquanto Kuuya tentava disfarçar o riso. — Olha, ele está falando outra coisa...! Pediu um... pente?

Voltaram a atenção para a esfera. Rin pegou um pente e ofereceu-o ao youkai branco que, mantendo a expressão impassível no rosto, tomou-o e deslizou-o pelas negras madeixas. A jovem, satisfeita e se sentindo querida, voltou a atenção para seus estudos. Em instantes, a face de Sesshoumaru demonstrava algo que beirava a veneração. Sem conseguir se conter, ele acabou por largar o pente no chão e virou Rin para si, enchendo seu rosto de beijos. A mocinha riu, surpresa, até que seus lábios foram calados e tomados pelos beijos carinhosos e sutis do youkai.

— Noooooooooossa! — exclamou Renge, encantada. — Vocês têm certeza de que é esse aí que odiava humanos? Que monstro decidido e romântico! É assim que a coisa funciona!

— Também acho, Renge — disse Kuuya, olhando de forma inquisidora para o tímido e emudecido Hyuuga, que parecia impressionado, tanto pelas cenas de carinho que via quanto por aquela pequena afirmação da jovem que ele amava. Então, ela gostava de homens decididos e românticos? Mas ele era tão vergonhoso. E agora...?

Por fim, Sesshoumaru fazia cessar o beijo, admirando os olhos ainda fechados da jovem que parecia inebriada por seu gosto. Ele encostou sua meia-lua à testa dela que, ainda sem querer abrir os olhos, murmurou:

— Seu beijo é o beijo mais gostoso do mundo, Sesshoumaru-sama.

— Mas você não conhece o beijo de mais ninguém, minha Rin. Como pode dizer isso do meu? — argumentou ele, sem porém esconder que se sentia seu ego arrebentar de satisfação ao ouvir aquele elogio da sua sincera protegida.

— Não preciso conhecer outros beijos, nem quero. É o senhor que eu amo. O beijo de outro não me interessa.

— Ah, Rin... — o youkai já não conseguia mais manter sua máscara de impassível perante aquela jovem garota humana. Da mesma maneira que Hyuuga, o estômago de Sesshoumaru se revolvia de borboletas. Pegou delicadamente no rosto de Rin com as duas mãos. — Não sabe o quanto seu amor tem feito bem a este Sesshoumaru.

— E o senhor, me ama? — perguntou ela, de chofre, fazendo o youkai levar um choque. Ele ainda não havia dito a ela que a amava. Era algo além de sua capacidade.

Sentiu um frio na barriga.

— O-ora, Rin... Que pergunta tola...

— A única pergunta tola é aquela que nunca é feita, e foi o senhor quem me ensinou isso — disparou ela, firme, porém gentil, e Sesshoumaru se sentiu tão desconfortável como se tivesse sido esmurrado. — A gente namora, o senhor é carinhoso e me faz feliz, mas nunca disse que me ama.

— Isso é tão óbvio, menina...

— Se é óbvio, diga, Sesshoumaru-sama. Eu adoraria ouvir o senhor dizendo isso para mim abertamente.

— Mas meus sentimentos transbordam por sua existência... Por que você quer tanto que eu diga isso?

— Por Vishnu, que cara mais enrolado! — resmungou Hyuuga, já meio impaciente.

— É um lerdo! Eu já teria perdido a paciência se fosse essa garota! — exclamou Renge. Kuuya continha, a duras penas, a vontade de rir das reações dos amigos. Afinal, ambos se encontravam na mesmíssima situação do youkai e não davam o braço a torcer...

— Porque Kagome-chan me disse que, lá na era dela, o que mais tem são rapazes que paqueram as moças sem intenção de ter um compromisso, namorando com uma e com outra, aqui e ali — afirmou Rin, séria, se afastando ligeiramente do youkai e fazendo os guardiões ficarem de queixo caído pela sua assertividade. — O senhor ainda não me disse se quer um compromisso comigo, Sesshoumaru-sama. Quer ser meu de verdade ou pretende me enganar?

— Como assim, ser seu de verdade? — inquiriu ele, parecendo um tanto chocado e furioso pela dica daquela maldita sacerdotisa à sua menina, que agora lhe colocava em uma saia justa.

— Veja, Inuyasha-sama é meio moleque e atrapalhado, mas pediu Kagome-chan em casamento. Por que o senhor, que é bem mais adulto do que ele, também não me pede, Sesshoumaru-sama?

Novo soco no estômago do youkai.

— C-casamento...?

— Sim, senhor — respondeu a jovem, com o rosto esfuziante de expectativa. — Eu quero ser sua esposa. Só assim vou entender que o senhor é meu de verdade.

— … — o youkai estava catatônico. Rin, vendo o extremo silêncio de seu mestre, ergueu-se do futon onde ambos estavam sentados e puxou o youkai para cima, indicando que o queria de pé. Ainda aparvalhado, Sesshoumaru se levantou, com os olhos âmbares pregados aos dela.

— O senhor não vai dizer nada?

— Err... Bem, eu... Eu... Rin... Você... — tartamudeou o youkai branco. — Eu...

Rin piscou os grandes olhos castanhos, parecendo condoída. Seu Sesshoumaru realmente era uma negação para coisas do coração. Decidiu não forçar mais a barra:

— Já que é assim, Sesshoumaru-sama, vamos fazer um acordo?

— Acordo...?! — indagou o vergonhoso youkai.

— Eu vou fazer a pergunta pelo senhor, já que o senhor não está conseguindo — disse ela, tentando fazer cara séria e pigarreando. — Sesshoumaru-sama, o senhor aceita se casar com esta sua protegida Rin?

— Wow, essa Rin é fantástica! — aplaudiu Renge, satisfeita. — Quisera eu ter tanta coragem — acrescentou em voz baixa, momentaneamente esquecida da presença do rubro Hyuuga ali.

— Mas... Mas, Rin, sou eu quem deve lhe fazer o pedido! — reclamou Sesshoumaru, incomodado.

— Mas o senhor fica me enrolando, ué! — retrucou ela. O youkai enxugou o suor da testa com a mão. — Aceita ou não, Sesshoumaru-sama?

— Maldição! — exclamou ele, irritado consigo mesmo e suas inseguranças. — É o que este Sesshoumaru mais quer, menina! Eu a estimo... Eu a venero! Eu... Eu...

— O senhor me ama — afirmou Rin, emocionada.

— Sim... Eu a amo! — concordou Sesshoumaru, se sentindo subitamente mais leve. Um peso se lhe foi tirado dos ombros e a jovem morena agora o abraçava com toda a força que tinha. Iniciaram novos beijos.

No Tenkuukai, outro casal comemorava e aplaudia.

— Até que enfim! — dizia Kuuya, sem deixar de achar graça em tudo aquilo.

— Ele se declarou! Tomou uma atitude! — exclamava Hyuuga.

— O youkai criou coragem! Gostei de ver! — afirmava Renge. Súbito, eles se encararam e toda a expansividade desapareceu. O dono da casa se sentiu sobrando; por fim, teve uma ideia.

— Pois bem, Hyuuga, Renge... Preciso de um favor. Como eu dizia mais cedo, algo novo me preocupa em relação a Edo e preciso ir meditar. Vocês poderiam ficar aqui por um instante? Não gosto de deixar a criançada sozinha. Garanto que não vou demorar muito.

— Pode deixar conosco — disse a jovem guardiã. — A gente olha as crianças para você.

— Vamos cuidar deles — completou o Rei Celeste.

— Obrigado, amigos. A casa é de vocês — disse o mais velho, saindo e deixando a esfera mística nas mãos de Hyuuga. — Boa sorte.

— Sorte? Por que, Kuuya? — indagou a moça, curiosa, sem entender o que ele quisera dizer. Mas, tão repentino quanto um piscar de olhos, o guerreiro sumiu.

Hyuuga e Renge ficaram sozinhos com a esfera, mas o resto do diálogo entre o youkai branco e sua protegida humana já não lhes interessava mais.

Se olharam em silêncio, trêmulos de ansiedade e expectativa. Renge tomou a palavra, meio hesitante:

— Ei... Hyuuga...

— Fale, Renge — murmurou o outro.

— Você... Você tem algo... a me dizer?

Hyuuga respirou fundo. Agora era a hora!

— T-tenho — gaguejou ele, enquanto as borboletas o torturavam por dentro. — Veja, Renge... A lua cheia, tão linda... — os olhos dela brilharam; esperava ouvir algo poético. — É linda, parece um... Um queijo. E um queijo, para ser apreciado, deve ser comido com doce... Doce de goiaba. É, isso. Com doce de goiaba... E...

A moça ficou estupefata com a súbita mudança no discurso.

— Os doces ficam mais gostosos com nata, sabe... E... E voltando ao queijo, quando fomos em missão para a Terra, eu adorava a lasanha que você servia no restaurante — continuou ele, agora sentado bem ao lado dela. — Tinha bastante queijo... e molho branco com uma pitada de noz moscada. Branco como a lua está hoje.

— Hyuuga, que bobagens são essas?! — fez Renge, aparvalhada com aquele palavrório sem sentido.

— Espere, ainda não terminei. Falando em coisas brancas, eu adoro sorvete de flocos. E de limão também, azedinho... Agora, nada como um bom vinho para acompanhar a lasanha, não concorda? Lasanha quatro queijos e um vinho, a combinação perfeita... Perfeita como nós dois; eu... estou apaixonado por você... Renge.

E, subitamente, Hyuuga a tomou nos braços e a beijou com fervor. Foi empurrado.

— O... O que foi, Renge? — gaguejou ele, ofegante como ela, que o olhava intensamente.

— Hyuuga... Eu... Eu não concordo!

O coração do guerreiro gelou no peito.

— Com o que v-você não concorda?

— A combinação perfeita é a de pizza portuguesa com Coca-Cola — respondeu ela, puxando-o para si e dizendo antes de iniciar um novo beijo: — Eu também estou apaixonada por você, Hyuuga.

E, muito distante dali, Rin empurrava Sesshoumaru delicadamente para fora do seu quarto. O youkai estava aborrecido; a garota parecia mandar e desmandar nele sem o mínimo pudor. Contudo, tentou não transparecer a momentânea perda de autoridade:

— Rin, eu garanto que não vou mais incomodá-la.

— Ah, não, Sesshoumaru-sama. O senhor disse isso mais cedo duas vezes e, passamos mais de vinte minutos nos beijando. Eu preciso estudar. Na hora do almoço a gente se vê novamente.

— Mas, Rin... Por que eu não posso ficar aqui e vê-la estudar?

— Porque o senhor me interrompe o tempo todo com seus beijos, meu mestre. Até mais, Sesshoumaru-sama — disse ela, fechando a porta de correr.

O youkai olhou contrariado para a porta fechada e saiu, pisando duro. Ela poderia até ter tomado seu coração de assalto, mas ele era Sesshoumaru. Aquilo não ficaria assim.

— Me aguarde, Rin — rosnou ele para si mesmo. — Vou me vingar.

Então, seu olhar se iluminou e ele sorriu, malicioso. Rin tinha facilidade de se esquivar dele porque ainda não sabia o que era desejo. E, isso, ele poderia ensiná-la... Instigá-la, pervertê-la. Deslizou a língua pelos lábios finos.

— Quero ver se você será capaz de fugir da sedução deste Sesshoumaru.

 

ѼѼѼ


Notas Finais


Volto depois para editar corretamente estas notas finais! Obrigada a quem tem acompanhado.

~Okaasan


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...