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História Vulneráveis (hiatus) - Divindades muito humanas


Escrita por: Okaasan

Notas do Autor


Oi, pessoal.

No capítulo anterior, num plano espiritual do Tenkuukai, acontece o encontro inesperado dos guardiões celestiais, Shurato e Gai, com os dois amigos Inuyasha e Miroku, onde é revelado que estes últimos são almas irmãs. Na Terra, Sesshoumaru assusta Kagome com o pedido-quase-ordem de realizar o casamento dos quatro juntos.

O capítulo de hoje é super light. Pouquíssima ação. Espero que gostem mesmo assim.

A imagem de Sesshoumaru e Rin foi retirada de um recorte de doujinshi do Google e não me pertence; créditos ao fanartista.

Boa leitura!

Capítulo 27 - Divindades muito humanas


Fanfic / Fanfiction Vulneráveis (hiatus) - Divindades muito humanas

ѼѼѼ

 

Sesshoumaru voava insatisfeito pelos céus, após ter buscado o irmão por todos os lados e só ter encontrado Kagome, cujo cheiro estava diferente desde que estivera na fazenda. Não para humanos, evidentemente. Mas, para ele, como um daiyoukai canídeo, não era difícil sentir o cheiro de Inuyasha entranhado naquele corpo esguio de mulher recém-saída da adolescência. Quando Sesshoumaru planejou mandar os dois sozinhos para as cerejeiras, não esperava exatamente que ambos chegassem às vias de fato, mas não ficou surpreso. Ele sabia o quanto certos impulsos físicos poderiam ser fortes e tinha consciência do amor entre o irmão e a humana de outra era. No lugar do caçula, teria se rendido também.

Por que será que, para Inuyasha, relacionar-se parecia tão mais fácil? Enquanto que ele, Sesshoumaru, ainda se sentia paralisado diante de sua humana Rin, às vezes?

Estreitou os olhos, lembrando-se dos momentos que tivera com a moreninha naquela mesma tarde.

Após ambos terem lido as páginas do livro e do caderno dela e revisado o conteúdo, Rin se cansou e disse que gostaria de ver Luna e o potrinho Estrela.

— Sesshoumaru-sama, o senhor gosta de andar a cavalo?

Ele torcera o nariz afilado arrogantemente.

— Que ideia, Rin... Você crê mesmo que este Sesshoumaru precisa se deslocar sobre o lombo de um animal?

— Bem... — fez ela, sem graça. — Não, eu não acho que o senhor precise. Só gostaria de passear com Luna... junto contigo.

Sesshoumaru, ignóbil, o que fez? Os olhos dela ficaram tristes por sua causa, recriminou-se ele.

— Você monta em Luna e eu as observo.

— É que... Eu queria que o senhor estivesse comigo.

— Estarei com você — disse ele. — Está pronta para ir?

— Vou colocar uma roupa mais leve — respondeu Rin, já um pouco mais animada.

Alguns minutos depois, o casal subia a colina em direção à estrebaria. Yuu, o cocheiro, ao ver a jovem, sorriu discretamente e fez uma reverência a ambos.

Rin, entretanto, mal respondera ao cumprimento, indo em direção ao pequeno potro branco.

— Estrela! Sentiu falta de mim? — disse ela, acariciando a cabeça do bichinho e se virando para a égua dosanko, que a observava serenamente, já familiarizada com a doce menina. — Luna! Viemos passear com você! Oh, que falta de educação a minha... Yuu-sama, boa tarde! Estava com tanta saudade deles que me esqueci de te cumprimentar — sorriu.

— Não precisa se desculpar, Rin-sama — afirmou o youkai cocheiro. — Luna vai adorar passear contigo.

Na entrada da estrebaria, o daiyoukai disfarçava um sorriso. Rin era tão afável, tão meiga, com todos. O cocheiro já estava perto da baia de Luna, e a retirava para que a jovem a montasse. Esta abraçou o pescoço do animal, enquanto encarava desejosa o seu mestre, que subitamente fechou a cara. Sentira os grandes olhos pidões de Rin o convencendo a acatar seus pedidos, e isso não o agradou.

— Yuu — disse ele, austero. — Deixe-nos a sós.

— Yuu-sama, tem doce de casca de melancia na casa grande — afirmou Rin, num tom de voz totalmente diferente da de Sesshoumaru, que não desviou o olhar do dela. O cocheiro, que não era bobo, tratou de se ausentar o mais rápido possível.

— Por que faz essa cara, senhor? — indagou ela, intrigada.

O youkai branco pareceu pestanejar por alguns instantes antes de responder.

— Eu não vou montar com você.

— Mas eu não disse nada!

— Seus olhos disseram!

A cabeça da moça se inclinou ligeiramente para um lado.

— Sesshoumaru-sama... Por favor... Eu acho tão meigo. O senhor é tão bonito como um príncipe, ficaria ainda mais bonito montado na Luna, que é a égua mais linda que temos.

O ego de Sesshoumaru agradeceu por aquele elogio, mas ele não demonstrou.

— Não sou um príncipe, sou um youkai. Então você me acha bonito, Rin? — volveu ele, tentando parecer indiferente.

— Claro que é. Sua pele é macia como a de um pêssego, seus olhos têm o brilho de pedras preciosas e sua boca é suave como junquilhos cor-de-rosa. O seu andar é majestoso como o de um soberano e, quando luta, parece o mais poderoso dos samurais. Ah, e o seu cabelo é tão sedoso, e emoldura tão bem o seu rosto como se fosse o brilho da própria lua. Dentre humanos e youkais, o senhor é o mais lindo, Sesshoumaru-sama.

Malditas borboletas, por que foram aparecer agora?, amaldiçoou ele internamente, lívido. Elas torturavam seu estômago por dentro. As palavras de Rin, que ele sabia que eram sinceras, fizeram-lhe um estrago nas emoções e sua postura inabalável quase estremeceu.

Quase. Não deixaria ninguém notar aquilo, nem mesmo sua amada moreninha, que o olhava com carinho. Em segundos, já estava diante dela, tomando-lhe os lábios e beijando-os, ouvindo satisfeito o ribombar agitado do coração humano.

— Você não vai me dar sossego enquanto eu não montar nesse animal com você, não é, Rin? — sussurrou ele no ouvido da jovem, que sentiu um arrepio.

— Por favor — respondeu Rin, no mesmo tom. — Vamos passear juntos como dois namorados, esqueça um pouquinho só que o senhor é youkai...

— Não me peça o impossível — retrucou Sesshoumaru, incomodado. Não soube o porquê, mas aquilo de “esquecer que era youkai” não lhe fez bem. Buscou se ater à jovem que abraçava, diante do olhar curioso da égua Luna. Rin o soltou devagar e foi até o potrinho.

— Estrela, vamos dar uma voltinha com a sua mãe e já voltamos — afirmou ela para o animalzinho, alegre, já voltando para junto do seu mestre e da égua.

— Luna, agora nós! — e Rin montou habilmente, já que usava um yukata de tecido mais rodado, que facilitou sua subida ao lombo do animal. — Sesshoum-

E, surpresa, a jovem olhou para trás de si e viu Sesshoumaru sentado no ar, flutuando, um pouco distante de Luna.

— Sesshoumaru-sama! O que está fazendo aí?

— Vou acompanhá-la, ora.

— Mas... Aí não, eu o quero aqui comigo!

— Eu não preciso montar em um cavalo para me deslocar, sua teimosa.

— É uma égua. E eu também não preciso, tenho duas pernas — retrucou ela, direta como sempre. — Ah, Sesshoumaru-sama, custa vir montado comigo? A gente passeia abraçados e já volta para casa...

— … — Sesshoumaru piscou, ignorando a pequena resposta malcriada da jovem.

Então era para ir abraçado com ela?

E Rin sorriu, sentindo os longos braços do youkai envolvendo-lhe os ombros, após ele flutuar até o lombo da égua e a montar suavemente. Luna se pôs a trotar sem pressa carregando o casal.

A jovem fechara os olhos e recostara a cabeça no peito de Sesshoumaru, cujo estômago, mais do que nunca, se revolcava de ansiedade. O corpo pequeno de Rin, tão próximo ao seu, causava-lhe pequenos arrepios de satisfação e timidez. Nem se lembrava ele que estava humilhantemente montado em uma égua. Ele, Sesshoumaru, o daiyoukai poderoso e temível, se dobrava ao olhar intenso e amoroso de uma jovem humana de pequena estatura.

Agora, nada daquilo mais importava a ele, cujos lábios agora se arriscavam a tocar a lateral do pescoço de Rin, lentamente. Era um carinho novo para ambos e os olhos dela agora estavam muito abertos, surpresa pelo afago. Um dos braços de Sesshoumaru agora lhe circundava a cintura, trazendo-a mais para perto dele.

Rin se sentiu corar ao ver o quanto estava próxima de seu mestre, as coxas dele rodeando as suas, aquele braço a segurando com firmeza e os lábios dele, que beijavam seu pescoço enquanto sua mão afastava seus cabelos da nuca. Logo ela fechava os olhos de novo; os beijos agora eram em sua orelha e um murmúrio de Sesshoumaru despertou uma sensação nova e estranha em seu corpo, como se correntes elétricas a percorressem por completo e um leve pulsar nas partes íntimas a surpreendeu, enquanto seu coração batia a mil por hora. A égua trotava devagar pelo pasto.

— Linda c-como uma princesa — gaguejou ele, deixando a mão afagar o abdome da moça, mas sem exageros. Não queria desrespeitar o tempo de Rin. Sesshoumaru estava fascinado por ela e, engolindo a custo sua timidez, se declarou de novo, apaixonado. — E-eu... Eu a amo, Rin.

E a ponta da língua do youkai percorreu gentilmente o pescoço da jovem, que não reteve um pequeno ofego. Rin parecia atônita. O que estava acontecendo com ela? Um novo toque da língua de Sesshoumaru em seu pescoço e ela se arrepiou. De repente, o corpo de seu mestre lhe parecera agora que imprescindível à sua vida, e ela se reclinou mais para trás, ansiando por aumentar aquele contato do abraço.

Sesshoumaru, por sua vez, comemorava consigo mesmo, excitado, o fato inédito de ter trazido à sua noiva uma dose de deleite, ainda que sutil e tímida. O cheiro de desejo estava ali, presente e inebriante ao seu olfato sensível.

Contudo, ainda não era momento de ir além — o youkai não queria ter algo a mais com ela enquanto ela não o quisesse de verdade, consciente do que era o ato e suas consequências..

— Vamos voltar, meu amor? — indagou ele, levando a jovem a quase dar um pulinho. Como ela ainda não entendera ao certo o que houvera entre eles, concordou, sem deixar de sentir uma pontada de desalento. Aquele abraço diferente do seu querido era tão... agradável. E ela se sentia um pouco estranha, é verdade, mas adoraria ficar mais tempo com ele.

— S-sim, senhor, vamos... Luna, hora de voltar...

Então a égua voltou para a estrebaria. Contudo, antes que Rin descesse, o youkai branco a tomou nos braços e voou para a casa grande. Ouvira ruídos de passos apressados abaixo de si, mas não deu atenção. Sesshoumaru não havia notado que o cocheiro fizera alarde na casa grande, dizendo que o daiyoukai iria montar na égua dosanko; logo, ele, o verdinho Jaken e as youkais Reina e Honami se postaram em uma das janelas, observando curiosos o imponente fazendeiro, cavalgando abraçado à jovenzinha. Como o passeio durara pouco, logo viram-no voltar com ela e todos correram para seus afazeres.

Logo estavam os dois à porta do quarto de Rin, mãos dadas, sem ter o que dizer um ao outro. Ela nunca parecera ao youkai tão sem jeito; por sua vez, era possível ver as maçãs do rosto pálido e austero de Sesshoumaru nitidamente rosadas. Ele, entretanto, só se permitia corar diante de uma única pessoa — a morena à sua frente.

— Sesshoumaru-sama...

— Diga, Rin.

— Quero passear mais vezes com o senhor... Depois dos estudos, claro — murmurou a mocinha.

— Você tem a permissão deste Sesshoumaru para passear a hora que quiser.

— Mas prefiro estudar antes.

Ele sorriu abertamente, exibindo os dentes perfeitos.

— Gosto de ver sua dedicação, Rin. Você será uma esposa perfeita.

Os olhos dela brilharam.

— O senhor acha, Sesshoumaru-sama? — indagou ela, alegre. — Que bom! E quando iremos nos casar?

— Errr... — ele não havia pensado nisso ainda.

— Veja só... Miroku-sama e Sango-sama já se casaram, aquele casal de lobos também. Inuyasha-sama e Kagome-sama estão quase se casando. O senhor ainda não pensou em uma data para nós dois?

— Bem, eu...

— Porque eu quero um casamento bonito como o de Sango-sama, com aquelas músicas, aquelas comidas gostosas, a chuva de balinhas do Shippou-chan, aquela cerimônia com a bênção de Buda... — afirmou Rin, com os olhos brilhando. — E as danças... Sim, as danças! Vamos dançar depois da cerimônia! Eu sei que o senhor andou treinando com Inuyasha-sama, já não vai mais pisar no meu pé. Nosso casamento vai ser daquele tipo, não vai, Sesshoumaru-sama?

O youkai branco ficou de boca aberta, sem conseguir articular uma resposta. Por fim, franziu o cenho e, altivo como sempre, respondeu seriamente a ela:

— Nosso casamento será ainda melhor, Rin. Vou já cuidar disso!

— Ei, onde o senhor vai? — perguntou ela, vendo o noivo já voando.

— Vou providenciar os preparativos!

À menina, só restou voltar para seu quarto e ficar a sós com seus pensamentos.

— Então ela quer um ritual de casamento igual ao do monge... — dizia Sesshoumaru consigo mesmo, enquanto voltava do vilarejo da velha Kaede. Para ele, como youkai, era estranho pensar em divindades que abençoavam humanos; cria que os deuses eram invenções de mentes férteis. Porém, respeitava o desejo e a fé de sua Rin. E, se ela queria um casamento grandioso, ele o providenciaria.

— Um casamento para a noiva de um daiyoukai perfeito não deve ser menos que inigualável — murmurou ele.

 

ѼѼѼ

 

Mushin permanecia atento às reações das almas de Miroku e Inuyasha. Seu pupilo emanava uma energia espiritual intensa, mas, ao contrário das outras vezes, não estava sofrendo dano algum, a despeito de suar com profusão e estar terrivelmente pálido. Quanto ao hanyou prostrado, suas batidas cardíacas estavam muito lentas e ele respirava superficialmente. Não lhe faria bem ficar naquele estado por muito tempo.

O monge gordo havia feito a Inuyasha o mesmo que Kikyou lhe fizera há cinquenta e três anos atrás, com a diferença de que, agora, a alma dele não estava adormecida.

A alma de Inuyasha estava agora sentada sob uma jabuticabeira ao lado da de Gai, este último se divertindo ao ver a gula do outro, cujas mãos, rosto e túnica estavam lambuzados de caldo de jabuticaba. A cisma do hanyou havia passado após diversas explicações acerca de quem eram ele e Shurato e de que lugar era aquele.

— Ei, Gai, por que você também não come? — perguntou Inuyasha, de boca cheia.

— Não sinto fome, meu amigo. Fique à vontade.

— Essas jabuticabas são perfeitas!

— Eu sei — sorriu Gai. — Mas ainda prefiro acerolas.

— Tem acerolas aqui?

— Tem todo e qualquer tipo de fruta, Inuyasha.

— Então eu estou no paraíso! — gritou ele, os olhos brilhantes se destacando na expressão quase infantil. Gai riu de novo. Era hilário conhecer alguém tão parecido com Shurato.

Então, Inuyasha ficou sério novamente.

— Você não fica triste por ter morrido?

— Até que não. Como Shurato sempre vem aqui, não me sinto sozinho.

— Mas aquele idiota não está morto também?

— Não, somente eu. Shurato está vivo e é um guardião divino, como você também é.

— Como é possível? — inquiriu o hanyou. — Eu... Nunca soube disso.

— Pelo que pude entender, sua forma humana vem à tona apenas por doze horas a cada mês, não é?

— Sim.

— Eis um dos motivos pelos quais você não sabia — afirmou Gai. — Mas não se preocupe. Shurato vai treinar você.

— Mas por que justo ele? Ele é um chato, estúpido e mal educado.

— Você é o antecessor dele! Não há como trocarmos. Eu sou responsável pelo treinamento de Miroku. E eu achei que você não gostasse de mim, Inuyasha.

— É que... É que você tem a cara do idiota do meu irmão mais velho... — afirmou ele, corado. Já não conseguia se referir a Sesshoumaru como meio-irmão há algum tempo.

— Irmãos mais velhos podem ser chatos mesmo — sorriu o outro. — Mas você parece gostar mesmo é da companhia do meu antecessor, não?

— Ele é um irmão de verdade para mim — disse o hanyou, coçando a cabeça depois de encarar o outro. — Até que, tirando certo detalhe, você se parece bastante com aquele monge idiota. Me mostra onde estão as acerolas?

— Mostro — disse o rapaz, gentil, se levantando. — Me pergunto onde estarão Miroku e Shurato...

— Keh! Aquele pervertido deve estar falando indecências com Shurato, pode apostar!

Gai olhou meio confuso para o hanyou.

Indecências?

— Claro! Miroku é o homem mais tarado que já conheci na vida, e olhe que eu tenho 281 anos de idade!

— Não parece... Ele tem um olhar puro e inocente.

— Keh! Não se engane. Ele agora mesmo deve estar ensinando todas as sacanagens do mundo para aquele palerma com esse mesmo olhar puro e inocente! E eu vou provar isso a você. Vamos atrás deles.

Do outro lado do pomar, Miroku tinha uma expressão pura e inocente enquanto perguntava a um Shurato vermelhíssimo:

— Você nunca deu uma chupada nela?

— Err... N-não, eu... Ora... — gaguejava o outro rapaz.

Ambos estavam sentados diante de um pequeno regato de águas refrescantes. A conversa estivera muito boa; Shurato se sentia íntimo de Miroku, que lhe parecera tão maduro quanto seu companheiro Gai Kuroki. O monge lhe falara sobre os mistérios do universo, da paz interior e das virtudes de um budista.

Tudo estava indo muito bem, até que saiu o assunto mulheres. O Rei Shura estava mortificado de constrangimento.

— Meu amigo, você não sabe o que está perdendo. Mulheres adoram ganhar uma chupada, mesmo as divindades, como é o caso da sua honorável esposa... — dizia Miroku, com tom professoral.

— Err...

— Elas também gostam de cavalgar, sabe?

— Cavalgar...?

— Isso. Primeiro, elas sobem sobre você, encaixam e depois rebolam em cima do seu...

— J-já entendi, não precisa entrar em detalhes! — explodiu o outro, já roxo. — Escuta, Miroku, que espécie de religioso sem-vergonha é você?

— Ora, eu sou um humilde servo de Buda, meu querido. E não sou um sem-vergonha, apenas reconheço que o sexo é uma dádiva divina dada a nós, mortais, e sei aproveitar isso o máximo possível. De preferência, todos os dias, várias vezes ao dia. A propósito, eu vou te ensinar uma coisa que vai fazer a honorável Lakshu ficar honoravelmente tarada por você eternidade afora. Já ouviu falar no Kama Shatra¹?

— Miroku! — gritou o hanyou, chegando ao regato acompanhado pelo Rei Yasha. — O que você está dizendo aí?

— Inuyasha! Gai-sama! Que bom que chegaram. Posso ensinar sobre o Kama Shatra para vocês também.

Kama Shatra? — perguntou Gai, meio duvidoso.

— Melhor não! — retrucou Inuyasha, de cenho franzido, e se dirigindo a Shurato. — Ei, cara, não sei o que ele andou te dizendo, mas já adianto que não deve ter sido nada de útil.

Miroku fez uma expressão falsamente ofendida.

— Não acredito que você disse isso de mim, Inuyasha! Acaso algum conselho meu já foi inútil para você?

— N-não é bem assim, é que você é um pervertido!

O monge sorriu largamente, arqueando uma sobrancelha.

— Inuyasha... Você perdeu o direito de me chamar de pervertido desde que fez Kagome-sama goz-

— CHEGA! Tá bom, retiro o que disse! — berrou ele, apavorado. — Não lhe disse, Gai? Ainda bem que você não herdou isso dele!

Gai, pela primeira vez, pareceu deslocado no meio dos outros jovens. Passou a mão pela franja antes de dizer:

— Acho bom começarmos a meditar para despertar o sohma...

Porém, Miroku, que já se sentia mais à vontade com ele, aproximou-se.

— Já-já iremos meditar, Gai-sama. Mas, antes me conte, você deve ter feito farra com muitas gostosas quando era vivo, não?

— E-eu... — gaguejou o jovem de cabelos brancos.

— Cala a boca e dá um tempo nessa safadeza, Miroku. Eu precisava era da minha Tessaiga agora, vocês iam ver o que é poder! — afirmou o hanyou.

— Tessaiga? — perguntou Shurato.

— Sim, é a espada que herdei do meu pai!

— Ora essa, uma espada com nome? Quem precisa de espada quando se tem o Punho da Destruição de Shura²? — desdenhou Shurato, se gabando, enquanto Inuyasha fechava a cara.

— As Ondas Lunares das Trevas³ da minha Tessaiga são mais fortes, seu metido! — gritou Inuyasha.

— Isso lá é nome de golpe? Não mete medo em ninguém, otário!

— Esse seu... seu... Shura da Destruição do Punho muito menos, seu babaca!

— Isso é inveja! INVEJA! Eu sou um Deva[4], imbecil, e a sua forma original tem orelhas de gato!

— São de cachorro! Eu sou um youkai, um demônio, seu retardado! E o youki da minha Tessaiga é muito mais forte do que qualquer poder que você tenha!

— Nunca serão! — berrou o outro, já avançando para ele. Rolaram no chão, aos socos e xingamentos.

— Shurato! Inuyasha! De novo não! — exclamou Gai, tentando apartar a briga, mas foi seguido pelo monge.

— Não mude de assunto, Gai-sama. Vamos, não se acanhe! Compartilhe suas experiências com seu antecessor aqui — insistiu o monge, malicioso. — Vou adorar aprender coisas novas com um espírito iluminado para agradar minha Sango-chan.

— Miroku! Eu morri com dezesseis anos! — exclamou Gai, muito constrangido e já preocupado com a violência da luta entre os dois brigões.

— E o que tem isso? Com doze eu já sabia fazer muita coisa com as filhas dos aldeões que moravam perto do templo do meu mestre — piscou ele. E, pela primeira vez depois de morto, Gai Kuroki conseguiu corar de vergonha.

— Ora... V-vá acudir o seu Rei Shura, enquanto eu cuido do meu, que é melhor!

 

ѼѼѼ

 

¹ — O nome do Kama Sutra na época em que foi escrito.

² — Shura Mahaken, ou O Poder de Shura na dublagem brasileira: o golpe do Shurato.

³ — Meidō Zangetsuha.

4 — Deva é uma espécie de deidade no budismo. No anime, Deva se refere às “forças do bem”, enquanto que Asura se refere às “forças do mal”.

 

 

 


Notas Finais


Miroku conseguiu fazer um espírito ficar corado, mds '-'

E o #SesshyFazendeiro com vergonha de montar na égua? Tsc, tsc. O cara não aprendeu as manhas de ser um proprietário rural ainda. kkkkkkkk

Por hoje é só, pessoal. Agradeço de coração a cada um que tem lido e acompanhado essa saga que, já-já, vai ficar MUITO sombria.

Beijos e boa quinta-feira.

~Okaasan


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