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História Vulneráveis (hiatus) - Tímida e nova amizade


Escrita por: Okaasan

Notas do Autor


Oi, pessoal.

No capítulo anterior, Inuyasha e Kagome discutem e, baqueados, são amparados por Sesshoumaru, à sua maneira. Lakshu debate com os Hachibushu sobre os novos guerreiros que estão na Terra e Inuyasha descobre que, se envenenar Kagome com seu sangue youkai, pode impedir que ela morra ao engravidar dele.

A imagem suuuuuper OOC de Sesshoutãozinho e Miroró não me pertencem. Créditos ao fanartista. A propósito, tem um link especial com uma canção que tem tudo a ver com a fanart <3 Link nas notas finais!

Perdoem eventuais erros. Não tenho beta reader.

Boa leitura!

Capítulo 30 - Tímida e nova amizade


Fanfic / Fanfiction Vulneráveis (hiatus) - Tímida e nova amizade

ѼѼѼ

 

Miroku e seis rapazes lutavam para cortar um dos galhos mais grossos de um angelim amargoso, na antiga floresta de Inuyasha. A madeira era bem dura e, como os sete eram humanos, o esforço era quase inútil. Dois garotos estavam trepados no galho, tentando cortá-lo, enquanto o monge e os outros quatro puxavam-lhe pelo meio com cordas. Machados e facões apenas cortavam superficialmente o cerne rijo. O sol estava já bem quente e eles suavam, desconfortáveis e fatigados.

Então, uma voz masculina e autoritária ressoou nas alturas, sobressaltando a todos:

— Monge, acompanhe-me.

— Quem está aí? — respondeu ele, pois não viu quem o chamava. Os demais jovens se entreolhavam, confusos.

— Quem você acha que lhe chama, humano idiota?

— Ah... — sorriu ele, enxugando o suor do rosto e se dirigindo aos rapazes. — Pessoal, podem ficar despreocupados. Tatsuya, Akira, desçam. O noivo vai cortar para nós!

— Quem, houshi-sama? Inuyasha voltou? — perguntou Tatsuya.

— Vou cortar o que, Miroku? — perguntou Sesshoumaru, se materializando perto dele e assustando os outros. O monge sorriu mais abertamente, ignorando a carranca do youkai.

— O galho desse angelim. Está duro demais.

— Por que acha que eu faria isso?

— Porque os ventos mudaram e eu temo que possa chover no dia do casamento. Você não quer se molhar com Rin-chan, não é? — respondeu Miroku, destemido e bem-humorado, enquanto os rapazes se afastavam pouco a pouco, dada a expressão de raiva do youkai, que não gostava da intimidade com que o monge o tratava.

— E para que você quer o tal galho?

— Vamos fazer um quiosque de piaçava bem largo. Assim não ficaremos expostos, como foi no dia da minha cerimônia. Pode nos dar a honra de tirar o galho, Sesshoumaru? Sabemos que, para você, um daiyoukai, isso não é esforço alg-

— Você está tentando me manipular com bajulações, humano?

— Que nada, estou apenas te pedindo um favor — piscou o monge, encarando os 1,89m de daiyoukai impaciente.

Os dois se encararam e, enfim, Sesshoumaru acabou declinando. Afinal, aquilo era também por ele e por sua Rin. Não fazia sentido manter a pose de destruidor de vidas e recusar a ajudar os jovens. Sem quase abrir os lábios, disse:

— Saiam.

O monge se pôs a correr, gritando para que os outros o acompanhassem. Assim que eles chegaram a um ponto mais seguro da floresta, escutaram um violento estrondo — Sesshoumaru derrubara o angelim de três metros e meio com o chicote.

Miroku correu até o local onde estivera e, vendo a árvore no chão, coçou a cabeça:

— Poxa, Sesshoumaru, a gente só queria um galho.

— Você quer que eu faça o que, estúpido? Quer que eu enfie esse maldito tronco de volta, é? — rosnou o youkai branco.

— Não, não quero que enfie nada, pelo menos não em mim... — respondeu ele, apressadamente. — Pelo contrário, nós agradecemos muito pela sua ajuda — acrescentou, enquanto se curvava fazendo uma pequena reverência. — Você nos poupou um esforço gigantesco.

Nós, quem?

— Nós, ora. Meus seis amigos e... — o monge olhou para trás e se viu sozinho. — Ué... Cadê todo mundo?

— Aqueles humanos mequetrefes exalavam medo por cada poro do corpo, desde que este Sesshoumaru pisou os pés aqui — falou Sesshoumaru, altivo, arqueando uma das sobrancelhas. Miroku parecia estranhar algo e seus olhos azuis eram o retrato da dúvida.

— O que é agora, monge idiota? Por que me olha com essa cara?

— O que é metrequefes?

— Mequetrefes são criaturas reles, covardes e insignificantes como você e esses seus companheiros.

— Alto lá, meu amigo. Covarde eu não sou! — retrucou o monge. — Posso até ser um mefetreque, mas covarde, jamais!

— Como você é burro... — afirmou o youkai, entediado.

— É, devo ser — rebateu Miroku. — Mas nem tanto. Gostaria de pedir a você que levasse o angelim para a oficina do Inu para mim, pois nem se eu fosse um youkai conseguiria arrastar todo esse peso. Depois então poderemos conversar, Sesshoumaru.

Ainda meio reticente por se ver lidando pacificamente com um humano que não fosse sua Rin, o youkai estendeu o braço e fez com que o pesadíssimo tronco flutuasse acima da copa das árvores, sob o olhar maravilhado de Miroku, cuja boca agora formava um perfeito “O”.

— Feche a boca, seu pateta, e me diga onde é a maldita oficina — rosnou o youkai, impaciente.

— S-sim, sim... Você verá um comprido galpão coberto de taipa que está quase debaixo de um pinheiro negro. Eu já chego lá... — respondeu o monge, um tanto aturdido. Não imaginava que Sesshoumaru tinha aquela habilidade. E se pôs a andar, apressadamente, para fora da antiga floresta de Inuyasha.

O rapaz correu como pôde, já que estava com o corpo dolorido, e chegou à oficina do seu melhor amigo, se deparando com Sesshoumaru de pé sobre o tronco. Miroku suava sob a túnica preta, ofegante, e foi olhado com desprezo.

— Vendo-o assim, até parece que quem carregou esta árvore foi você, monge.

— Sou um humano limitado, Sesshoumaru — replicou ele, sereno. — Por favor, espere eu me recompor por um momento. Estou arregaçado.

— Bem se vê que é um humano limitado — zombou Sesshoumaru. — Você se cansou de correr por menos de quinze minutos?

— Dá um desconto, Sesshoumaru. Sou um humano que gasta muita energia, principalmente na cama, entre os braços e as pernas da minha Sango.

O youkai disfarçou muito bem seu constrangimento, mas Miroku notou um abanar de orelhas levíssimo e conteve o riso. Era o mesmo tique de Inuyasha quando ficava envergonhado por algum motivo.

— Quero que me diga como funciona a cerimônia matrimonial.

— Bem, é exatamente o que você viu acontecer em nosso casamento. São uma sequência de ritos simples para que Buda abençoe o casal.

— Quem é esse Buda, afinal? — indagou Sesshoumaru. Miroku passou por ele e se sentou no tronco do angelim.

Buda, na verdade, é como nós chamamos o sábio príncipe Siddhārtha Gautama, o Śākyamuni¹. Ele foi apenas um humano, mas alcançou a iluminação espiritual.

— E o que isto quer dizer?

— Quer dizer que o Śākyamuni experimentou o despertar da verdadeira natureza do universo. Ele enfim foi liberto do círculo do samsara, que é o fluxo contínuo da vida e de seus sofrimentos.

— Ele morreu?

— Não, foi iluminado. É diferente.

— Diferente como?

— Isso significa que o príncipe Siddhārtha compreendeu as causas do sofrimento e os caminhos necessários para eliminá-lo, se tornando então em um Buda.

— Quais caminhos são estes?

Será que é o Sesshoumaru mesmo?, pensou Miroku, se divertindo com a curiosidade nada usual do youkai. Ambos conversaram por mais alguns instantes acerca do assunto sobre o qual o monge amava discursar. Por fim, Miroku se dirigiu até o galpão e de lá trouxe um facão para desgalhar o tronco, sem pressa.

— Então, esse humano a quem você segue não tinha nenhum poder específico e sim uma filosofia... — considerou Sesshoumaru, cenho franzido. — Isso me soa como uma tremenda perda de tempo.

— Mas não é uma perda de tempo, é um estilo de vida, Sesshoumaru.

— Que lógica existe em viver sem poder dominar e conquistar?

— E que lógica existe em viver dominando, mas sem compreender os mais profundos mistérios do existir? — indagou Miroku, com os olhos brilhantes, empolgado, com um galhinho entre os dedos. — Por que você quer dominar e conquistar?

— Nasci para isso — replicou o youkai.

— E você já pensou em qual seria o propósito do universo em fazer com que você nascesse como um daiyoukai poderoso?

— Não vejo necessidade em gastar energia pensando nisto.

— Mas há necessidade, meu amigo. Não faz sentido você perseguir um objetivo sem entender o seu significado.

— Ah, é? E qual é o objetivo que você persegue? — disparou o outro.

— Eu quero ser um guerreiro iluminado.

— Só isso?

Miroku sorriu.

— Você parece ter se esquecido do que disse há pouco, Sesshoumaru. Sou um humano limitado. Mesmo minhas ambições acabam sendo limitadas, menores que as suas. Você já nasceu guerreiro, então não tem como entender que, para mim, esse é um caminho batalhado e sofrido.

— E não lhe incomoda saber de suas muitas limitações?

— De jeito nenhum. Assim eu sei exatamente até onde devo pisar. Quantos anos de idade você tem, Sesshoumaru?

— Tenho 485, mas o que isso tem a ver? — o rapaz assobiou, impressionado.

— Nossa! É quase o dobro da idade do Inu. Enfim, sendo tão vivido, você deve saber exatamente quais são suas limitações e pontos fracos, não?

Sesshoumaru baixou o olhar, incomodado. Odiava constatar que não era perfeito.

— Sou mortal... — resmungou. Não iria se expor àquele humano que, de certa forma, o colocava contra a parede.

— Quem me dera ter apenas a mortalidade como limitação... — sorriu o monge. Sabia que Sesshoumaru tinha mais limitações e jamais as admitira, mas aquele diálogo o faria refletir, e isso já era algo bom. Todavia, o youkai se traiu, deixando transparecer que estava um tanto acuado, e optou por alfinetar o jovem.

— Realmente. Você é um humano inútil, uma reles criatura absurdamente defeituosa.

— Estou certo disso.

Sesshoumaru olhou intrigado para Miroku, que prosseguiu cortando galhos finos.

— Isto não o incomoda?

— Não. Miyatsu-sama, meu pai, foi um monge que morreu cedo por causa da maldição do buraco do vento. Era um bom homem, de poucas palavras, mas atencioso e cordato, principalmente com as mulheres. Ele adorava mulheres, como meu avô também.

— Isso explica muita coisa — afirmou o youkai, sarcástico.

— O fato é que ele sempre me aconselhava e me instruía a ter uma visão mais otimista sobre a vida. Um dia antes de morrer, meu saudoso Miyatsu-sama me disse: “Miroku-chan, nunca deixe que lhe digam que não vale a pena acreditar no sonho que se tem, ou que seus planos nunca vão dar certo, ou que você nunca vai ser alguém²”.

Sesshoumaru pareceu ligeiramente impressionado. Ambos ficaram alguns longos instantes em silêncio, o youkai olhando a revoada dos pássaros, até que Miroku foi surpreendido por um murmúrio de seu interlocutor, que agora estava do outro lado do tronco, quebrando os galhos que ele não pudera retirar.

— Meu pai também me dizia uma coisa, mas até hoje não a pude compreender totalmente.

— O quê?

— Uma vez eu o repreendi por sua excessiva proximidade com os humanos e lhe falei o quanto isso poderia enfraquecê-lo. Ele sorriu e falou: “Disciplina é liberdade, compaixão é fortaleza, ter bondade é ter coragem³”.

O monge deu uma risada baixa.

— Do que está rindo?

— Sesshoumaru, creio que Rin-chan entende mais dos mistérios da vida do que você... Por que não conversa com ela sobre isso? Aquela mocinha é bem perspicaz, você sabe.

— Não mais do que este Sesshoumaru, monge.

— Não digo que seja mais perspicaz do que você. Mas são sensibilidades diferentes. Rin é apenas uma garota jovem, porém eu percebo nela uma estabilidade de espírito muito grande — e, olhando para o youkai, concluiu: — Rin é uma rocha resiliente.

O youkai se aproximou dele, quebrando facilmente com a mão um galho mais grosso, no qual Miroku estava já há alguns minutos tentando desmembrar do angelim.

— Você acha que ela tem algo a me ensinar? A mim, que sou Sesshoumaru?

Acho, não; tenho certeza — respondeu Miroku. — A vida é assim mesmo, nenhum de nós pode compreender tudo. Você, por exemplo, compreende o que é a compaixão da qual seu pai lhe falou?

— Não sei explicar.

— Faça essa mesma pergunta a Rin-chan e se surpreenda, Sesshoumaru.

— Você crê que ela, com apenas quinze anos de vida, saberia disso?

— Tenho uma forte impressão de que sim.

O youkai ficou quieto por uns instantes, pensativo.

— Há algo que ela sabe, e eu não... — murmurou, chamando a atenção do monge, que olhou para ele instantaneamente e flagrou a orelha pontuda se agitando levemente.

— Sério?

— Sim — disse ele, meio sem jeito. — Ela sabe exprimir seus sentimentos por mim com a mesma naturalidade que explica a síntese proteica feita pelo retículo endoplasmático granuloso. É inadmissível para um daiyoukai como eu se ver tolhido pela simples presença de uma humana frágil como ela.

— Ah, então você é tímido? — disparou Miroku, ganhando um olhar atravessado. Porém, diferente de Inuyasha, o monge não riu, levando Sesshoumaru a se sentir levemente aliviado. — É a sua personalidade, ora. Inadmissível seria você fingir ser o que não é. E... — o rapaz franziu o cenho.

Sesshoumaru ficou na expectativa de ouvir algo mais contundente, mas se irritou com a pergunta do monge:

— E o que seria esse... Esse ridículo antidramático cabuloso?

— Monge burro! Como você é burro! Que absurdo! Você fala de uma maneira burra! — rebateu o youkai, revirando os olhos.

— Não sou obrigado a saber tudo... — replicou o monge, ignorando a ofensa. — Voltando ao nosso assunto, isso não o torna menos especial aos olhos dela, nem menos digno de receber seu verdadeiro sentimento. Aprenda a aceitar o amor de Rin-chan e você verá o quanto as coisas se tornarão mais fáceis entre vocês.

As faces do youkai estavam meio rosadas e ele sentiu as borboletas incômodas farfalhando em seu ventre mais uma vez. Piscou, incomodado, pensando em seus sentimentos pela jovem noiva, e achou por bem mudar de assunto.

— Você não me disse como será a cerimônia.

— Ah, claro — sorriu o rapaz. — Bem, primeiro você precisa de uma vela vermelha e... — um ruído peculiar de redemoinho o interrompeu, fazendo com que ele e Sesshoumaru se pusessem alertas. O youkai franziu o nariz, parecendo enojado.

— Esse fedor de lobo...

— Hein? — fez o monge. Um torvelinho de poeira vinha subindo a ruela e se revelou no príncipe dos youkais lobos, parando diante da dupla.

— Kouga... — disse Miroku, desanimado.

— Lobo... — resmungou o youkai branco.

— Ora, ora... — fez Kouga, zombeteiro. — Boa tarde para vocês também. Para que esse angelim?

— É para o casamento — respondeu Miroku, apressadamente, enquanto olhava temeroso para a expressão zangada de Sesshoumaru, que não gostava do outro youkai. — A propósito, Kouga, por que você não vai pedir a Kagome-sama para ela te mostrar como dobrar os grous de papel? Ela vai ficar muito feliz.

— Kagome vai ter um senbazuru também? — indagou ele, parecendo interessado.

— Sim, vai. As pessoas do vilarejo estão dobrando desde ontem, pelo que Sango me disse.

— Eu vou dobrar todos hoje mesmo! — exclamou Kouga, se preparando para sair. — Até mais, comadres.

E ele se foi, deixando um Sesshoumaru intrigado:

Comadres? Lobo estúpido. Somos dois machos! O que ele quis dizer?

— Eu não sei... — mentiu o monge, agradecendo aos céus por Sesshoumaru não ter, milagrosamente, detectado a ofensa. — Enfim, parece que tiramos quase todos os galhos! Agora faltam só aqueles ali e...

— Eu os corto — soou a voz grave de Sesshoumaru, autoritária como sempre. — Para que serve a vela vermelha?

Escondendo o sorriso, Miroku passou a explicar o passo-a-passo do casamento budista ao youkai que, enquanto ouvia, pensava consigo mesmo:

Monge, você me provou que não é somente um humano tarado imbecil. Por consideração à minha Rin, que muito lhe estima, este Sesshoumaru garante estender a você e à sua mulher a mesma proteção que estende ao imprestável Inuyasha e à miko que, apesar de tudo, são da família.

 

ѼѼѼ

 

Naraku, a despeito da imensa nuvem de poeira que o rodeara, respirava confortavelmente dentro de sua barreira. A deusa da destruição julgou-o pronto para obedecê-la e o deixou por um instante. O olho de Shiva em sua testa se manteve aberto, mas o olhar de Naraku recuperou o brilho.

O hanyou voou acima da montanha destruída e pousou em uma clareira que distava quase meia légua depois. Saiu andando a esmo, ainda bem confuso com tudo o que estava acontecendo, quando um trinado lhe fez parar imediatamente.

Ele olhou para as alturas e avistou um minúsculo pontinho cinzento com um detalhe alaranjado.

— Avezinha?

O pisco-do-peito-ruivo cantava meio que assustado, voando vacilante, captando a total atenção de Naraku. Então, ele ouviu passos atrás de si.

Um imenso oni de um único olho e chifres bovinos carregava duas mulheres desmaiadas sob cada braço. O pequeno pássaro agora estava agoniado, pipilando sem parar. O medo do pequenino trouxe raiva a Naraku, que andou rapidamente até onde estava o monstro que, então, o notou.

— Sai da frente, humano! — tonitruou o youkai. O hanyou simplesmente sorriu.

— Sair? Claro... Assim que você tombar morto perante mim. Eu, Naraku, não pretendo perder tempo por aqui.

— Você não pode contra mim. Meu hálito entontece e nocauteia qualquer um!

E o oni abriu a boca, expelindo um gás tóxico. Não se comparava ao miasma de Naraku; porém, o pisco ainda estava ali por perto e o hanyou, inconscientemente, usou um dos tentáculos numa velocidade sobre humana para resgatar o passarinho atrapalhado e o pôs sobre seu ombro, recriando a barreira.

Um dos braços de Naraku se alongou, alcançando a cabeça do oni e decapitando-a. Ele caiu pesadamente, sem ao menos sentir a morte. As duas humanas caíram, mas não chegaram a se ferir. Naraku percebeu que elas estavam vivas e tratou de se retirar daquele lugar.

O pisco trinou baixinho perto de seu ouvido como quem conta um segredo. O hanyou olhou para o ombro, ainda um tanto intrigado com aquela estranha aparição do pássaro.

— Você estava pedindo minha ajuda, não é? — disse ele. — Pois bem, creio que devemos nos separar por aqui. Eu não sou uma boa companhia. Ficar perto de mim pode ser bem perigoso para você, bichinho.

Ignorando Naraku, o pisco andou por seu braço, até chegar a sua mão direita, abrindo as asinhas e cantando satisfeito. Foi impossível não sorrir. Logo, ambos chegavam às proximidades de um vilarejo. Sentado agora sob uma sombra de árvore, Naraku tentava não rir; agora a ave voava a seu redor, pousava no chão, para lá e para cá, como se dançasse. Por fim, bicou a ponta de um dos cachos do hanyou, erguendo-o à sua frente, vencendo a resistência do mesmo, que deu um riso franco e aberto.

— Estou ficando louco — disse ele a si mesmo, sem porém demonstrar que se incomodava com sua suposta loucura.

Um vento moderado soprou no local, levantando algumas folhas secas do solo. Naraku observava satisfeito as peripécias do pisco-do-peito-ruivo, quando seu rosto se iluminou. Pôs-se de pé e saiu andando pelo matagal, apressadamente:

— Creio que devo achar sementes para você, avezinha. Chegou a minha vez de lhe matar a fome.

 

ѼѼѼ

 

¹ — Śākyamuni: termo em sânscrito que significa “o sábio de Shakya”. Masami Kurumada se inspirou neste termo para dar nome ao ‘homem mais próximo de Deus’, o cavaleiro budista de Virgem, Shaka, em Saint Seiya (eu sou shaketeee!)

² — Frase da canção “Mais uma vez”, de Renato Russo.

³ — Frase da canção “Há tempos”, do mesmo. *-*

 

ѼѼѼ

 

 

 


Notas Finais


O Mi sabe ser sério às vezes, e o #SesshyFazendeiro também pode gostar de conversar com um humano metrequefe... mefetreque... Ah, vocês entenderam.

Música para o capítulo: https://www.youtube.com/watch?v=0tNoul6GWrM Simplesmente perfeita! <3

Obrigada, povo lindo!

~Okaasan


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