1. Spirit Fanfics >
  2. Vulneráveis (hiatus) >
  3. Jai Ho! (Boa sorte!)

História Vulneráveis (hiatus) - Jai Ho! (Boa sorte!)


Escrita por: Okaasan

Notas do Autor


Oi, pessoal. Mais uma vez, perdoem-me por não responder os comentários. Estou com trocentas notificações aqui no site e tempo curtíssimo... Mas, me aguardem! Vou responder a todos com carinho. ;-)

Resumo de hoje: todo mundo OOC. Hehehe...

Sem tempo para postar link por link das canções do capítulo, então as escreverei aqui (recomendo que você, leitor, as ouça e se divirta):

La Noche Ta' Buena (Don Omar)
Single Ladies (Beyoncé)
Metal Bucetation (Massacration)
Bailando (Enrique Iglesias)
Let's Twist Again (Chubby Checker)
Jai Ho (A. R. Rahman)
Chop Suey (System of a Down)

E é isso... Boa leitura. ;-)

Capítulo 44 - Jai Ho! (Boa sorte!)


Fanfic / Fanfiction Vulneráveis (hiatus) - Jai Ho! (Boa sorte!)

ѼѼѼ

 

Kagome, cansada dos assédios indiscretos de seu hanyou, se escondera na casa de Sango por algum tempo. A exterminadora, mais bem disposta, lhe oferecia um chá de melissa.

— Kagome-chan, não fique assim. A cerimônia foi tão linda.

A sacerdotisa massageava as têmporas, deitada na cama do casal.

— Sango-chan, não posso ignorar certas coisas... Como você se sentiria se Miroku-sama chegasse ao próprio casamento drogado ou bêbado?

— Talvez eles estejam apenas alegres demais, Kagome... Inuyasha e Sesshoumaru não fazem o tipo de indivíduos que tomam coisas para ficarem altos.

— Você está brincando, não é? Sesshoumaru quase te matou na hora do cha cha cha, Sango! Sem contar que ele estava praticamente comendo a pobre Rin com os olhos lá na casa de vovó Kaede. E o Inu... – suspirou, irritada. – Ele tirou justo o dia de hoje para me fazer passar vergonha...

Sango tentou sufocar uma risada. A outra a olhou de soslaio, séria.

— Não fique rindo da desgraça alheia, Sango-chan. Miroku-sama nunca se esfregou em você em público.

— Ora, como não? Já se esqueceu de todas as vezes que ele me bolinava na frente de vocês?

— Mas, Sango... Isso ainda é menos pior do que chegar por trás da gente, já agarrando...

— O que foi mesmo que ele falou, Kah?

— Ele disse: “Deixa eu sarrar um pouco nessa minha mulherzona... Boazuda e poderosa!”. Na frente de todo mundo.

— E ele... Estava? – Sango apontou o indicador para cima.

— Sim, estava duro e armado. Se eu não corresse, acho que ele iria baixar as calças ali mesmo, do lado do Buda, e me agarrar!

Sango suspirou, contendo a vontade de rir.

— Seja lá o que for que eles tenham tomado, queiram os deuses que Miroku nunca tome. Ele já é tarado sóbrio... Que dirá bêbado ou drogado. Mas, quanto a isso, até que não me preocupo muito.

— Por quê?

— Porque ele não bebe. Miroku detesta beber.

 

ѼѼѼ

 

O sol começava a se pôr sobre as montanhas quando os aldeões mais jovens se reuniram em volta de Inuyasha, que estava mais ébrio do que antes e dançava alucinado. Tudo começou quando o velho Ogawara apareceu com duas garrafas de shoshu¹, dizendo que era um presente para os noivos.

O hanyou, entretanto, havia tomado muito saquê depois que sua esposa se ausentara do local da festa; estava bastante embriagado, apesar de seu organismo ter boa resistência ao álcool. Ele se mostrava firme e altivo em seus movimentos, voz e expressões faciais; apenas seus olhos continuavam avermelhados e irritados. Miroku, ainda com suas roupas de dança, se aproximou curioso da turba. Seus olhos cresceram nas órbitas ao ver o amigo enlouquecido.

— Inuyasha?!

— MIROKU! – berrou ele, saltando em sua direção e o abraçando com força. Soltou o aturdido monge e o olhou de alto a baixo, exclamando: — é playboy, hein?

— Sou o quê?

playboy! — gritou Inuyasha, passando o braço pela cintura de Miroku e o trazendo consigo para o centro da roda. — Vem, deixa eu dividir meu presente de casamento com meu melhor amigo, meu irmão!

E o hanyou exibiu a garrafa de shoshu, sorridente.

— Mas, Inu, eu não bebo. Você sabe disso...

— Só um golinhozinho, onii-san! Hoje é o dia mais feliz da minha vida...

— Eu sei, mas você não deveria beber assim, cachorrão tarado. Está bêbado...

— Bêbado o c******, p****! – Inuyasha ergueu os braços para o alto, fazendo um gesto de comemoração. – Eu me casei! P****! Minha mulher é uma miko linda, gostosa pra cacete, e enfim vou ter uma família! UM BRINDE À FAMÍLIA QUE VOU TER COM KAGOME!

— Inuyasha... – fez o monge em tom de alerta, mas foi agarrado pelo outro, que deslizou o gargalo da garrafa por seus lábios. – Eu NÃO quero. Na verdade, nunca tomei shoshu. É muito forte...

— Vamos, meu irmãozinho, só um gole e um reggaeton bem f*** para a gente dançar e deixar esses humanos com inveja...!

— Ah, mas Sango pode não gostar. Escuta, Inu, eu danço com você, mas sem o shoshu... – replicou ele, inseguro. O hanyou se voltou para os demais aldeões curiosos e risonhos, gritando:

— QUEM QUER QUE ELE VIRE A GARRAFA?! GRITEM “VIIIIIIIIIIIRA”!

— VIIIIIIIIRA! – disseram os mais jovens. Inuyasha sacudiu seu rabo-de-cavalo, descontente.

— FRACO! DE NOVO... VIIIIIIIIRA! – e empurrou o shoshu nas mãos do monge que, vendo a gritaria dos homens, decidiu-se, e sorveu a bebida.

— OOOOOOOOOOOOH! – fizeram os convivas. Miroku, meio constrangido, afirmou:

— Não é muito ruim... Inu... Mas...

— ELE QUER MAIS! VAMOS LÁ, BANDO DE CURIOSOS! ESSE MONGE FILHO DA P*** VAI VIRAR DE NOVO ...

— VIRA! VIRA! VIRA!

O monge revirou os olhos, incomodado. Tomou mais um gole de shoshu, sob ovação de Inuyasha e seus amigos. Esse negócio não vai dar certo, pensou ele.

 

ѼѼѼ

 

Na fazenda, Rin desistiu de acordar seu esposo daiyoukai e foi se lavar. Entrou no ofurô cuidando para não estragar seu penteado e, cansada, cerrou os olhos. Deu um breve sorriso. Afinal, a cerimônia fora realmente linda, apesar do comportamento bizarro de seu Sesshoumaru e do cunhado.

No quarto, porém, o youkai despertava. Estava confuso, sedento e não totalmente sóbrio. Sentiu o cheiro dos fluidos de Rin impregnado em sua pele, misturado ao seu próprio, e se levantou de um salto, o que o excitou instantaneamente. Meio desorientado, Sesshoumaru saiu do cômodo sem se lembrar de se vestir; não havia visto sua Rin saindo de perto de si, e isso o incomodou. Ouviu um cantarolar baixo oriundo do banheiro e, sem pestanejar, seguiu para lá e abriu a porta de supetão. Rin deu um grito por causa do susto.

— S-Sesshoumaru !?

O youkai adentrou o cômodo ostentando uma ereção vigorosa e fogo nos olhos âmbares. Havia rubor no rosto másculo, malícia nos lábios entreabertos. Ombros largos, músculos perfeitamente talhados sob a pele alva, os mamilos rosados e rijos, as coxas fortes e, além do membro teso exposto, as marcas magentas nas costelas de Sesshoumaru compunham uma figura alvoroçadora e sexy para uma jovem humana que mal descobrira ao certo o que era o universo da satisfação carnal.

Rin estava boquiaberta diante da beleza exótica de seu Sesshoumaru.

— Hora de voltar a me presentear com sua meiga voz em gemidos de prazer, Rin — murmurou ele.

— M-mas... A gente não acabou de... De...

— De nos perdermos no corpo um do outro? Sim, doce consorte. Só que você deve ter em mente a seguinte informação...

Ligeiro como um raio, o youkai se aproximou da moça e a retirou de dentro da tina de água pelas axilas. Ela corou, fazendo com que Sesshoumaru desse um largo sorriso e lhe mordesse o queixo com ternura, enquanto a acomodava em volta de sua cintura.

— Eu perdi minha vida inteira fugindo do amor e, agora que o encontrei... Não me esquivarei de vivê-lo. Venha receber o amor que você merece...

— Sesshoumaru...

— Eu a amo tanto, tanto...

Os lábios se encontraram numa autêntica demonstração de paixão e entrega.

 

ѼѼѼ

 

Sango terminava de colorir os lábios com um batom. Ela não era acostumada a usar aquilo, mas, vendo que o item caíra bem no rosto da amiga, decidiu por utiliza-lo.

Ela estava deslumbrante num ousado vestido de dança vermelho, de uma única manga e mais curto, que havia ganhado antes de casar. A jovem o mantinha guardado em seus pertences e, inclusive, censurara Kagome pela indecência da indumentária. Contudo, aquele era um dia épico. Sango também sentia que não era mais a mesma pessoa de dois meses atrás.

Além da satisfação de se ver bela e feliz consigo mesma, a exterminadora queria presentear os olhos do homem que tanto amava. Sorriu.

— Kagome-chan – chamou. – O sapato coube em seus... Kagome-chan?! Que aconteceu?!

A sacerdotisa, não menos bela, se livrara da quente e desconfortável roupa nupcial e vestiu uma roupa de sua era: um vestido retrô roxo, sem mangas, estampado com bolinhas. Tentando calçar o par de sapatos de dança de Sango, ela estranhou o inchaço em ambos os pés.

— Eu não sei, Sango, não havia notado que meus pés incharam.

— Mas você está bem?

— É claro — sorriu ela. — Estou bem mais tranquila depois que a cerimônia acabou... Só espero que o Inu não tenha aprontado nenhuma confusão.

As duas terminaram de se produzir e a exterminadora deu um giro em torno de si mesma, rindo em seguida.

— Ora, que bobagem estou fazendo... — comentou ela, coçando o rosto.

— Não é bobagem, Sango-chan. Você está feliz porque descobriu que é uma mulher muito bonita — respondeu a sacerdotisa, sinceramente. A mais velha a abraçou.

— Puxa... Kagome-chan, obrigada. Estou tão feliz por ver que tudo tem dado certo para vocês...

— Eu digo o mesmo. Você e Miroku-sama fazem um par maravilhoso.

Sorridentes, as duas fecharam a casa e desceram a colina. O som de reggaeton enchia o ambiente. Vinte minutos de caminhada descontraída e avistaram Miroku sentado com Kohaku, um pouco distantes do quiosque; o taijiya estava um tanto alterado. O rapazinho, crescido e bastante desenvolvido para seus dezessete anos, estava rubro e conversava em alta voz. Sango aproximou-se dos dois, indignada, sendo seguida por Kagome.

— Kohaku, você... Você bebeu?!

Aneue, você está tão linda... Kagome-sama, você também — afirmou o garoto, excessivamente veemente. — Quando é que eu vou arrumar uma esposa bonita para mim, hein, Miroku-onii-sama? — perguntou ele, manhoso, puxando a manga da camisa de seda do monge, que parecia desolado, e apontando o polegar para o quiosque:

— Foi o idiota do Inuyasha que deu saquê para ele — acusou.

— Inuyasha deu saquê para Kohaku?! — indagou Kagome, alarmada. Sango fechou as mãos, com raiva:

— E por que você deixou, Miroku?! Pelos deuses, você é um adulto responsável, não deveria ter deixado o Inu, que já estava meio doido, dar bebida para o meu irmão!

Miroku a encarou, com a mesma expressão de desalento.

— Sango, não acredito que você não percebeu que eu NÃO sou o Miroku.

— Sango-chan... — fez Kagome, com as mãos no peito, olhando fixamente para a turba de aldeões que festejavam a alguns metros de distância deles.

— Espera, Kagome-chan. Que negócio é esse, Miroku?! Quero que se explique. Não é hora para brincadeiras.

— Meu Kami-sama... — gemeu a sacerdotisa, apavorada. Kohaku olhou para trás e riu:

— Miroku-onii-sama, que cauda bonitinha... Hahaha... Peludinha...

Instantaneamente, a exterminadora arregalou os olhos e avistou uma cauda de farta pelugem alaranjada saindo do cós da calça preta do seu suposto marido, que agora franzia o cenho:

— Eu só vim aqui para alertar vocês que a coisa ali está pior do que imaginam. Tomei a aparência do Miroku e trouxe Kohaku para cá, antes que eles o deixassem ainda mais bêbado...

— Sango-chan... — choramingou Kagome, lívida, apontando para a frente. A outra jovem, enfim, ergueu os olhos e os fixou na mesma direção que o dedo de Kagome mostrava. Shippou, ainda com a aparência do monge, meneou a cabeça.

Inuyasha e Miroku dançavam loucamente no centro da roda, um de costas para o outro.

Nas mãos do monge, a garrafa vazia de shoshu. No rosto, a expressão alegre e confiante de um ébrio.

— MIROKU!!! — explodiu a exterminadora, furiosa, correndo até eles.

Alguns dos rapazes se afastaram rapidamente para que Sango não os empurrasse. O monge ria e se requebrava, logo se virando para a jovem e a admirando com expressão lasciva. A intensidade do olhar de Miroku sobre Sango fez com que ela se sentisse nua.

— Minha doce tennyo...

— Miroku – começou Sango a ralhar, ligeiramente insegura diante da expressão fogosa do marido. – Quero que me explique o que significa iss-

Em segundos ele a tomou nos braços e dançou, de olhos fechados, entregue à volúpia de La Noche ‘Ta Buena. Sob palmas e gritos de alguns entusiastas de sua dança, Miroku cochichou ao ouvido da esposa:

Perreo²...

— O quê?! Está louco?! Não podemos dançar isso aqui, amor!

Perreo é a dança perfeita para nós dois... Vestidos, aqui, e pelados lá em casa...

Ignorando a negativa de Sango, o monge se colocou atrás dela, impulsionando os quadris contra os seus, extremamente sensual. A exterminadora sentiu o rosto queimar, sensação esta que se agravou quando ouviu um Inuyasha também bastante alterado dizendo:

— Kah... Vem, deixar eu sarrar em você do que jeito que Miroku está fazendo...

— Inu, pelos deuses... — choramingou Kagome, tentando escapar de seus braços; contudo, mesmo bêbado, Inuyasha era bem mais ágil que ela. — Você está estragando tudo...

Estragando?! Eu estou é feliz, maldita, feliz... E todos também estão. Até agora não houve uma briga sequer aqui... Todos esses humanos se entupiram de comida, bebida, e estão dançando alegres... Sesshoumaru não chegou ainda, mas com certeza deve estar transando com a pirralhinha pela terceira ou quarta vez...

— Hein?!

O hanyou abriu um largo sorriso.

— Não tem nada estragado aqui, a não ser essa sua cara de quem chupou limão... E, por falar em chupar... — puxou a esposa pelo braço, abraçando-a por trás e colando sua ereção às nádegas da jovem, dizendo em tom insinuante, sem se importar se estava sendo ouvido ou não. — Eu sei como consertar isso. Vamos lá para casa dar uma trepada, já que você não quer dançar... Lá eu te deixo maluquinha...

— Inuyasha, pare... — pediu ela, corando até a raiz dos cabelos.

— Quero ver você gozando na minha boca e, depois, colocar você para sentar com vontade no meu...

— Cale essa boca, não me mate de vergonha!

Contudo, ao contrário do que Kagome supunha, as pessoas não estavam olhando para eles no momento. E a dança prosseguia. Alguns casais mais desinibidos começaram a imitar os passos de Miroku, que mesclava a sensualidade do reggaeton com a complexidade da salsa. Ainda muito constrangida, a exterminadora o acompanhou na dança, mas aguardava ansiosa uma oportunidade de fugir do marido tarado.

Imerso no mundo paralelo da embriaguez e terrivelmente excitado, Inuyasha se pôs a acariciar o pescoço e nuca de Kagome com a ponta de seu nariz, enquanto requebrava os quadris, abraçado a ela. A sacerdotisa sentia seu rosto em chamas, morta de vergonha. Súbito, Ayame apareceu diante deles, também rubra. Mas não de vergonha.

— Kagome-chan? — fez ela, com olhos pesados. A jovem a encarou, surpresa, e constatou que a lobinha também estava embriagada. — Kagome-chan, Kagome-chan... Me ajude...

E Ayame se debulhou em lágrimas. A sacerdotisa aproveitou a momentânea distração do marido e o empurrou, indo até a outra, que soluçava desconsolada.

— Ayame-chan, fique calma... — a lobinha a agarrou num forte abraço. Inuyasha cruzou os braços, zangado. — Vamos, pare de chorar e me conte o que...

— KOUGA! Sempre ele... — gritou ela, assustando os dois. — Ele... Me deixou... E sumiu em uma copa dessas árvores... Eu queria dançar... — e Ayame chorou alto. Nervosa, Kagome ia se retirando, quando o hanyou a segurou pelo braço.

— Não, amor, quem vai sou eu.

— Melhor não, Inu... Você está bêb-

— LOBO IDIOTA, DEIXOU A ESPOSA SOZINHA! EU VOU DAR UMA LIÇÃO NELE!

Kagome arregalou os olhos.

— Sim, Inuyasha... Por favor, traz ele para mim... — pediu a ébria lobinha, enxugando as lágrimas. — Eu pedi, mas ele...

Kohaku se aproximou, rindo à toa.

— Ayame, dança comigo — pediu ele. Nesse instante a música mudava do reggaeton para Single Ladies. Os rapazes e as raras moças presentes começaram a pular, ao ver o monge sair saltando no meio deles, deixando enfim Sango respirar aliviada.

E a loba do norte se pôs a dançar com Kohaku, desajeitadamente.

 

ѼѼѼ

 

Na fazenda, a outra recém-casada tentava se vestir, sendo impedida pelo seu youkai, que ainda não se recuperara totalmente da dose cavalar de cannabis que tragara no narguilé, pela manhã. No momento, Sesshoumaru estava de joelhos diante de uma vermelha Rin, que lutava para conseguir fechar o quimono; ele, porém, mantinha as mãos dela presas entre as suas, enquanto lambia e mordiscava o ventre e o monte-de-vênus descoberto da jovem. Instigou-a até que separasse ligeiramente as coxas, permitindo a ele que a estimulasse intimamente com os lábios. Ela se contorceu de prazer, enquanto uma lágrima descia por seu rosto:

— S-Sesshoumaru... De novo, não... Eu não aguento mais...

— Quem não aguenta mais sou eu, minha Rin, permita-me entrar nesse lugarzinho apertado... — e dois dedos de Sesshoumaru deslizaram para dentro do canal vaginal da jovem, que gritou; o youkai sabia exatamente como desarmá-la e fazê-la se render à sua luxúria. Logo Sesshoumaru virava a esposa desvairada de costas para si e a preenchia pela terceira vez naquele sábado. As proporções modestas de seu pênis permitiam-no investir contra o corpo menor com ferocidade, sem contudo machucá-la.

E assim o casal se amou enlouquecidamente no corredor da casa grande, que era por onde Rin havia tentado escapar do youkai que, excepcionalmente, estava despudorado e sem controle. Gozaram quase que ao mesmo tempo e Sesshoumaru se largou no chão de madeira, trazendo a jovem consigo.

Ele afagou o rosto suado de Rin com sua mão; dessa vez, fora ela a dormir imediatamente após o coito. Com um sorriso enorme e não-usual no rosto afogueado, o youkai a tomou nos braços e a deitou sobre o futon em seu quarto. Depois, foi se lavar e estranhou que o sol já estivesse se pondo no horizonte. Mergulhado na água fria do ofurô, Sesshoumaru franziu o cenho, confuso.

— Que sede dos diabos... — murmurou. — E que fome! Eu seria capaz de comer vinte pães ázimos com mel agora mesmo!

 

ѼѼѼ

 

Sob o pé de manga da casa de Kaede, Inuyasha berrava a plenos pulmões. Kouga havia subido para lá ainda antes que a cerimônia terminasse e ali permaneceu, envolvido com A Casa do Penhasco. Ayame, a princípio, não dera por falta dele; mas, conforme fora se servindo de amazake e saquê sem reservas, a agora ébria e lastimosa lobinha não se conformava por estar sozinha.

— YASE OOKAMI! VEM AQUI AGORA, SEU ARROMBADO FILHO DA P***!

— O que é, Inukoro? — replicou o príncipe dos youkais lobos, irritado. A leitura havia capturado cem por cento de sua atenção e sua mente estava a mil, ansiosa por descobrir quem seria o misterioso indivíduo que estava tentando matar a jovem humana Nick Buckley. — Estou ocupado, p****... Pare de berrar como uma p*** velha! Está me atrapalhando!

— Kouga-kun! — chamava uma ofegante Kagome, que viera atrás de seu hanyou, antecipando confusões. — Por que não vem ficar com a gente? Apesar dos excessos de certas pessoas, a festa está divertida, sim. Poxa, é o meu casamento!

— Espera aí, Kagome, eles acabaram de encontrar o corpo de Maggie com o xale vermelho.

A sacerdotisa piscou, confusa, mas logo seu rosto se desanuviou, ao entender do que ele estava falando. Kouga mantinha os olhos fitos no volume, enquanto Inuyasha continuava a xingá-lo.

— Aposto que foi a vadia da Frederica que matou a garota — comentou o youkai lobo, inconformado. — Eles não percebem isso?! Humanos burros...

— Desça, Kouga-kun, por favor. Por mim. Só para ele parar de gritar — suplicou Kagome.

— DESÇA DAÍ, SEU LOBO FEDORENTO! — bradou o hanyou. — VAI SUBIR EM ÁRVORE O C*****, P****!

— E não foi a Frederica que matou a Maggie — acrescentou a sacerdotisa, já agastada com o escândalo do marido. — Mas só posso lhe dizer isso, senão estragaria sua leitura. Odeio spoilers...

Impaciente, Kouga enfim desceu da árvore, com A Casa do Penhasco e o dicionário. Todavia, mal teve tempo de endireitar suas vestes de pele; Inuyasha o agarrou e o jogou sobre o ombro. O youkai tentou se libertar, mas o hanyou estava tremendamente resoluto e tinha uma força descomunal, desencadeada pela embriaguez. Kagome sentiu o sangue lhe fugir do rosto com a cena.

— Inuyasha, por Kami-sama... SOLTE ELE! — gritou a jovem, tentando alcançar os dois.

— ME PÕE NO CHÃO, CACHORRO DESGRAÇADO! — berrava Kouga, enfurecido, socando-o. Inuyasha, contudo, seguiu correndo em direção aos aldeões que dançavam.

— LOBO FILHO DA P***... VAI FICAR AQUI JUNTO DA SUA... — o hanyou olhou para os lados, procurando Ayame. — CADÊ A LOBA MALDITA QUE ME PEDIU PARA TE BUSCAR...?

Kouga, enfim, conseguiu derrubar Inuyasha e se livrar de seu aperto. Levou um susto ao avistar sua loba dançando Metal Bucetation com o exterminador mais novo. Largou o hanyou no chão e se foi como um raio, indignado, vendo os dois esfregando os pés no chão, numa coreografia que ele julgou bizarra.

— Kooooouga! — exclamou Kohaku, risonho. — ‘Bora dançar?

— Sai daqui, taijiya! — retrucou ele, furioso, segurando o braço da esposa, que parecia surpresa ao notá-lo ali. — Ayame, como você se atreve a...

Ayame, porém, ergueu o rosto em desafio, enquanto levantava o dedo em riste para Kouga.

— QUEM VOCÊ PENSA QUE É PARA ME DIZER O QUE FAZER OU NÃO...? SEU...

— Ayame, para! — sibilou ele, desesperado. Kohaku franziu o cenho ao ver o youkai terrivelmente lívido e suando frio, com os olhos a saltarem das órbitas, envolvendo a lobinha num abraço nervoso.

— Parar... Parar de quê?

— Eu faço o que você quiser, mas abaixa-esse-dedo! — murmurou ele, em franco pavor, olhando para o indicador da youkai. Ébria como estava, Ayame poderia dar com a língua nos dentes naquela comemoração e dizer a todos o que ela fizera com aquele dedo no dia anterior.

Ela mesma, porém, nem se lembrava do fato. Olhou, confusa, para o marido, e abriu um largo sorriso.

— Eu quero dançar com você, amor! — afirmou, logo olhando para o humano ao lado deles. — Kohaku, foi um prazer. Depois a gente dança mais!

— Está louca? Você é a minha fêmea, loba do norte, e... — um olhar atravessado da esposa o calou instantaneamente. Por sua vez, Kohaku corria até sua irmã e a tomava dos braços de um Miroku bastante amassado.

Aneue, dança comigo!

Longe da balbúrdia, estavam os funcionários de Sesshoumaru, confusos por não encontrarem seu mestre em nenhum lugar. Kaede se aproximava junto com Rikishi, o chefe do vilarejo, e chá com bolinhos.

— Jaken-sama — começou o aldeão. — Soube que vocês criam porcos chineses. Por quanto Sesshoumaru-sama me venderia uma leitoa?

— Meu mestre negocia seus animais por arroba, humano — respondeu o verdinho, pomposo.

— Porcos estão baratos hoje em dia, mas o gado está caro demais — afirmou o velho youkai Tokumaru, sem pose alguma. — Sabe, na região de Honshu um touro pode custar até...

— Ei, miko, foi você que preparou as tortinhas? — indagou Honami a Kaede.

— Não, fiz o pão — respondeu a idosa.

— Você usa leite de cabra no pão? — questionou Yuu, observando o movimento em volta do Microsystem. — Que estranho, o irmão hanyou de Sesshoumaru-sama está... Girando a cabeça como um louco...

— Mas Inuyasha não é normal... — comentou Kaede, rindo discretamente, olhando para Inuyasha, que decidiu extravasar sua alegria extrema com um fantástico headbang.

— Aquele híbrido é uma verdadeira vergonha para a memória do progenitor de Sesshoumaru-sama! Uma afronta, um...

— Chega, Jaken — cortou-o Tokumaru. —Miko, como vocês fazem requeijão aqui?

Logo todos discursavam acaloradamente sobre animais, o preço de cereais e qualidades de leite.

 

ѼѼѼ

 

— Sesshoumaru, por favor... — pedia Rin, já devidamente limpa e arrumada. O youkai tinha ido para a cozinha e devorava toda a comida pronta que havia ali. — Precisamos voltar!

— Voltar? Voltar para onde, amor?

— Para a festa! — respondeu a morena, já perdendo a paciência. Estava totalmente exaurida devido ao desatino sensual do seu agora esposo, que parecia não entender o que ela dizia.

— Festa? Que festa? — indagou Sesshoumaru, sentado sobre um banquinho, mordendo com avidez uma coxa de galinha. A menina respirou fundo antes de dizer:

— A festa do NOSSO casamento, Sesshoumaru.

O youkai franziu o cenho, compenetrado, sem parar de mastigar. Súbito, seu rosto se iluminou.

— Oh... Que cabeça a minha. É claro... Creio que a felicidade deixou a este Sesshoumaru ligeiramente idiota por instantes — sorriu. — Nós nos casamos hoje, você e eu... Meu irmão e a humana dele... E havia uma cerimônia, velas vermelhas, olhos cintilantes...

— Ah, meu Kami-sama, que bom que você se lembrou...

— Isto é bom, muito bom. Significa que podemos sentir prazer um com o outro sempre que quisermos... Como agora.

A expressão de Sesshoumaru passou de contemplativa a maliciosa. Seu olhar se demorou sobre o busto de Rin, que, notando aquilo, logo deu alguns passos para trás, revoltada.

— Pode parar de me olhar assim, Sesshoumaru-sama! — bateu o pequeno pé no chão. — NÓS VAMOS VOLTAR PARA A FESTA!

O youkai, surpreso, a analisou com nítida confusão nos olhos âmbares:

— Rin, seu comportamento está estranho demais. O que você tem?

A jovem suspirou, coçando a cabeça. Ansiava para que seu esposo voltasse a ter o comportamento “sesshoumarístico” de sempre.

 

ѼѼѼ

 

Depois de empurrões, safanões e uma rasteira violenta, Sango obrigava o marido a ingerir um copo de café amargo. Aos poucos, a mente do monge clareou e ele estava bastante aborrecido consigo mesmo. E não era para menos: Miroku bolinou a esposa de todas as formas inimagináveis durante as poucas músicas que dançaram juntos e, por fim, tentou tocar seu bumbum por baixo do vestido, o que fê-la se irritar sobremaneira e derrubá-lo no chão.

Vendo seu arrependimento, a exterminadora se condoeu dele e desistiu de brigar.

— Melhor agora, amor? — indagou ela. Miroku, constrangido, baixou a cabeça.

— Mais ou menos. Ah, Sango... Que vexame. E que raiva! Não acredito que Inuyasha me fez tomar shoshu... E é bom ficarmos de olho nele. Kagome-sama deve estar cansada de tanto segui-lo.

A jovem assentiu, sentada ao lado do monge. Ainda havia muita empolgação no ar; os aldeões dançavam a toda. Inuyasha, bem distante do casal, tentava prender o rabo-de-cavalo de novo, se atrapalhando. Então, os primeiros acordes de Bailando soaram sob o quiosque. O hanyou abandonou a fita preta e começou a dançar sem reservas, como se estivesse sozinho. O casal, que o observava, não resistiu e riu. Mesmo depois de todos os vexames que Inuyasha fazia e provocava, eles o amavam e acharam por bem desculpá-lo naquele dia tão especial.

— INUYASHA! CACHORRÃO P****-LOUCA! FIQUE ESPERTO, POIS C* DE BÊBADO NÃO TEM DONO! — gritou o monge para o amigo descabelado, que bradou em resposta:

— VÁ SE F****, SEU ARROMBADO DO C******! — o casal riu mais uma vez.

A música em questão era uma das favoritas de Sango, que, mais animada, pegou a mão direita de Miroku (que não abandonava a luva e o nenju) subitamente, fazendo com que este a olhasse imediata e profundamente. O pedido para irem dançar juntos ficou paralisado na mente da exterminadora, que se surpreendeu ao notar que a sensação de enlevo e encantamento entre eles não havia arrefecido; a prova estava ali, na face corada do marido que a envolvia num redemoinho de ternura apenas com um olhar.

— Miroku... Você ficou tão vermelhinho...

— É porque me sinto tão amado quando você me olha dessa maneira, minha deusa... — murmurou ele, pousando a mão no rosto de Sango, que sentia o coração disparar em seu peito. — Isso é tão bom, me faz sentir tão... Único! — o monge se inclinou em direção à orelha dela e falou, não tão baixo devido à música muito alta: — Não é exatamente uma novidade, mas... Você é o meu primeiro amor, Sango.

— E você, o meu... — respondeu a exterminadora, comovida e apaixonada. — Eu te amo de qualquer jeito, houshi-sama. Até mesmo quando você fica bêbado e me faz passar vergonha... — riu. Miroku fez uma careta exagerada, rindo em seguida, sem desviar o olhar do de Sango.

— Mesmo um discípulo do Dharma está sujeito a fazer burrices, meu anjo. Mas você iria me dizer algo, não é?

— Quero dançar essa música com você. Sem perreo, óbvio.

— Pois seu desejo é uma ordem, Sango — afirmou Miroku, se erguendo de onde estavam sentados e tomando a mão dela com delicadeza. Logo o casal dançava apaixonadamente, sem apartar os olhares de paixão e intimidade. Alguns outros casais aproveitavam o momento para trocar discretos beijos.

— Sango... E em casa, você topa?

— Topo o quê?

— Dançar um perreo duro na nossa sala...

— Amor... Você sabe que eu não vou conseguir dançar desse jeito com você. Em menos de um minuto, eu começaria a tirar a sua roupa... — murmurou ela, insinuante. O rapaz não escondeu sua surpresa.

— Sango, está falando sério?!

— S-sim, estou... — respondeu Sango, corada e risonha. Os dois se requebravam sensualmente.

— Adorei saber disso, safada. E, como você bem sabe, quando a gente começar a dançar o perreo, muito provavelmente eu vá meter em você antes mesmo de tirarmos as roupas...

— Hummm... Que delícia... Eu acho que quero dançar o perreo lá em casa agora mesmo...

— De quatro na minha frente?

— De quatro na sua frente.

A música chegava ao fim, mas o casal não se afastou, nem parou de dançar.

— Onde está Kagome? — indagou a exterminadora, olhando para os lados.

— Deve ter se escondido do Inu de novo... Ou de Kohaku, que cismou de querer dançar com todo mundo.

— Que loucura essa festa. Kouga está fugindo de Ayame também.

— Kouga está tão esquisito! Parece estar com medo da gente...

— E Sesshoumaru, amor? Desapareceu com Rin...

— Ninguém desapareceu, taijiya — soou a voz do daiyoukai perto deles, que pularam com o susto.

Sesshoumaru continuava impecavelmente arrumado e seus olhos estavam menos irritados do que antes. Rin, porém, ao seu lado, era a imagem viva do cansaço e da sonolência, e sorriu suavemente para o casal. O youkai, olhando diretamente para Sango, anunciou:

— Quero saber como dançar esta canção! — a música em questão era Let’s Twist Again. Antecipando-se à pergunta do monge assustado, Sesshoumaru disse: — Antes que me pergunte, este Sesshoumaru não está interessado em nada além de dançar, monge.

— Mas por que ela? Por que eu não posso ensinar a você, Sesshoumaru? — questionou Miroku, inconformado.

— Eu não danço com machos. Rin, querida, depois é a nossa vez.

— Eu posso pedir a Miroku-sama que me ensine também, Sesshoumaru-sama? — pediu ela. Um olhar ambarino e homicida do youkai para o rapaz fê-lo exclamar com veemente convicção:

— Eu juro por Siddharta Gautama, o Iluminado, que não vou sequer encostar um dedo nela!

— Rin — afirmou o youkai à morena, com olhar afável e absolutamente diferente do que dirigira para o monge. — Pode, claro. Eu e a taijiya estaremos aqui ao lado. Se ele ousar tentar alguma gracinha, estará morto. Quanto a você, Sango, não se aflija. Já entendi que você tem medo de altura. Aproxime-se.

Um tanto receosa, Sango o encarou, dizendo:

— Não há segredo... Basta agitar e flexionar seus joelhos dessa forma... — e começou a dançar, sendo imediatamente imitada pelo altivo Sesshoumaru. Rin e Miroku se encararam.

— Estou tão cansada, Miroku-sama, acho que não vou conseguir fazer de conta que estamos dançando...

— Siga meus passos, vou dançar de um jeito simples que não vai te sobrecarregar, Rin-chan — respondeu o monge, fazendo passinhos simples de cha cha cha. Os dois saíram esfregando os pés pelo chão, observando que Sesshoumaru exigia de Sango passos mais complexos a cada momento. Miroku imaginou como os pés de sua esposa ficariam ao fim da festa e se condoeu, resignado.

— Rin-chan, me conta. O que foi que ele bebeu, fumou, ou...?

— Eu não sei, Miroku-sama... Só sei que, seja lá o que ele e Inuyasha-sama tenham usado, o efeito já está diminuindo. Ele não deu um sorriso sequer desde que chegamos.

— Então, é o velho Sesshoumaru que está voltando — sorriu Miroku.

— Sem dúvidas. Agora, nós temos algo a conversar sobre os deuses...

— Sou todo ouvidos.

Procurando ser a mais sucinta possível, Rin relatou ao monge os estranhos acontecimentos na fazenda, enfatizando o que ouvira dos guardiões. Para alívio de ambos, Sesshoumaru estava entusiasmado demais com o rock anos 50 para prestar atenção na conversa. Pela forma como ele girava e se requebrava ao som de Tutti Frutti, Rin intuiu que ele ainda estava consideravelmente entorpecido pela maconha, mesmo não sorrindo a esmo como antes. Do outro lado, Inuyasha dançava em roda com Kohaku e mais alguns jovens, todos bêbados.

Kagome reaparecia vindo da casa de Kaede com Ayame pendurada em seu ombro. Com algum esforço, a sacerdotisa pôde se desvencilhar da lobinha e correu até Rin e Miroku, que optaram por mudar de assunto. Ela era a expressão do cansaço em pessoa, o que fez o monge se perguntar se aquelas duas conseguiriam se levantar da cama antes de, pelo menos, doze horas de sono.

Então, a canção mudou; a voz de Allah Rakha Rahman, em conjunto com as batidas de Jai Ho, despertou um frêmito de empolgação nos presentes.

— Puxa, que música legal! — comentou Rin, ignorando a fadiga e se movendo com animação.

— Legal é apelido, Rin-chan... Essa música é vida! — gritou a sacerdotisa. A roda de Inuyasha e os rapazes foi crescendo, de forma que as duas recém-casadas e Miroku, de braços dados, foram envolvidos naquela profusão de dança.

O jovem monge olhou para a direção onde estavam os youkais de Sesshoumaru e avistou apenas Kaede, que batia palmas sentada, e Kouga, de cócoras no chão, fissurado no livro e comendo doces. Riu, ao notar que Kohaku havia arrastado Jaken para a roda. O verdinho, contudo, não demonstrava um mínimo de desagrado, muito pelo contrário. Ayame, junto à cozinheira do daiyoukai, dançava e ria a toda, também, como há muito tempo não se alegrava.

À sua frente, Sango sorria para o marido, tendo à esquerda Inuyasha e à direita, Sesshoumaru, que parecia estar satisfeito demais para reclamar do braço de Miroku enlaçado ao de Rin. A pequena garota ao seu lado gargalhava de alguma coisa; Kagome, do outro lado, mantinha o olhar fixo nos olhos dourados de seu hanyou descabelado, que também a encarava com puro e perfeito fascínio.

Miroku olhou para sua esposa, para seu melhor amigo e para os demais festejantes, vagarosamente. O cintilar de felicidade em cada olhar era evidente e palpável; todavia, a maneira como ele agora estava sendo observado por Inuyasha o intrigou.

Era uma expressão diferente... Especial. Os olhos âmbares agora eram castanhos, seus cabelos fartos eram tão negros quanto a escuridão da noite e seu corpo emanava a centelha de um ser divino. Os lábios do hanyou se moveram sutilmente, enquanto Miroku entendia a frase sussurrada de forma inaudível:

— Não tema o seu destino. Eu acredito em sua força... Rei Yasha.

Meu destino?!

O monge teve plena certeza de que, por breves segundos, o espírito de Brahma se revelara em seu melhor amigo, que estava totalmente normal aos seus olhos no momento. Enquanto a música mudava mais uma vez, Miroku sentiu-se sendo puxado para fora da roda por Kagome.

— Ei, onde vão? – indagou Rin, estranhando a saída de ambos. Kagome respondeu que já voltariam. Sentou-se com o amigo em um tronco enfeitado, estudando-o e fazendo-o ficar confuso.

— Miroku-sama, você pode se abrir comigo, se quiser.

— Do que... Do que está falando, Kagome?!

— Você teve alguma experiência mística, não teve?

— N-não é bem assim, eu...

— Seus olhos ficaram desfocados... E você curou minha dor nas pernas durante a dança, não percebeu?

— E-eu...

A sacerdotisa apertou a mão da Kazaana.

— Miroku-sama – murmurou. – Você VAI me contar o que está acontecendo com seu houriki. Não aceito um “não” como resposta. Combinado?

O monge suspirou profundamente, se vendo sem saída.

— Promete me entender?

— Prometo não te julgar, se é o que quer saber, Miroku.

Chop Suey tocava no Microsystem. Miroku apertou a mão de Kagome de volta.

— Amanhã, depois que descansar, me encontre, querida Kagome-sama.

Ambos sorriram, olhando para o hanyou, que voltara a girar seus longos cabelos. Sesshoumaru, interessado, se aproximava do irmão.

— Ele não vai fazer isso... Não acredito! – comentou Kagome, abismada com o cunhado. Miroku deu uma gostosa gargalhada:

— Já está fazendo... – e apontou para a segunda massa de cabelos prateados que viam girar no ar. O monge e a sacerdotisa se encararam e riram às lágrimas, principalmente ao notarem a face escandalizada dos funcionários de Sesshoumaru.

As preocupações poderiam esperar até o dia seguinte.

 

ѼѼѼ

 

¹ — Shoshu: Bebida alcoólica tradicional japonesa com teor alcoólico mais elevado do que o saquê.

² — Perreo: Forma de dançar o reggaeton que consiste na imitação da posição sexual dos cães, em que o homem posiciona-se atrás da mulher, onde esta inclina-se com as mãos nos joelhos e esfrega suas nádegas na púbis masculina (convenhamos que, para o Miroku, isto não é nada apelativo).

 

 


Notas Finais


O que é o perreo? Veja o vídeo e morra de rir!
https://www.youtube.com/watch?v=Hmq1zhqerHs
AHUHAUAHUAHAUHAUHAUHAU

Volto em breve para editar corretamente estas notas... Postando às pressas XD

Obrigada, amigos e amigas! Saindo da fase leve de Vulneráveis... Já-já chegaremos na parte mais intensa, onde haverão guerras e rompimentos... </3

~Okaasan


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...