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História Vulneráveis (hiatus) - Sesshoumaru e o amor


Escrita por: Okaasan

Notas do Autor


Olá, pessoal! 😁

No episódio anterior, Sango e Miroku iniciam uma relação íntima, mas algo trava a exterminadora, frustrando-a e levando-a às lágrimas. Enquanto isso, Inuyasha e Kagome começam a perceber a força da atração física entre eles.

Peço desculpas pelo enorme atraso... Percebi que tá meio impossível atualizar todos os dias.
Espero que gostem e perdoem por eventuais defeitos na formatação, pois tô upando pelo celular!

Desde já, Feliz 2016 pra vocês! ❤

[ATUALIZADO EM 30/04/2023.]
Arte nova da capa: Sesshoumaru e Rin, do mangá Hanyou no Hashahime. Desenho de Takashi Shiina.

Capítulo 5 - Sesshoumaru e o amor


Fanfic / Fanfiction Vulneráveis (hiatus) - Sesshoumaru e o amor

ѼѼѼ

 

— Rin! Pare de arrastar os pés e ande mais depressa! — reclamou Jaken, notando que mais uma vez a jovenzinha ficava para trás. O dia estava amanhecendo, um vento frio bagunçava os cabelos de Rin, pálida e meio ofegante.

— Me perdoe, Jaken-sama — disse ela, tristonha. — Meus pés doem. Dancei muito ontem no casamento...

— E nós com isso? Ninguém mandou você danç-

Sesshoumaru interrompeu a resposta grosseira do pequeno youkai com um cascudo e voltou-se para onde Rin estava. A menina arregalou os olhos. Sem dizer uma palavra sequer, o youkai branco a tomou nos braços e alçou voo. Jaken, vendo que era deixado para trás, começou a correr e a gritar:

— Sesshoumaru-sama! Sesshoumaru-sama! Me espere! — e, com algum sacrifício, o pequeno conseguiu alcançar a estola de seu mestre e os três seguiram pelos céus em silêncio.

Rin, muito bem acomodada naquele colo, pensava o quanto era feliz desde que seu caminho se encontrou com o daquele altivo e poderoso youkai, que parecia incapaz de ser malvado consigo. Fechou os olhos, fungou e se deliciou com o pensamento de que ele sentia algo especial por si.

No entanto, Sesshoumaru se sentia angustiado ao ver que, a cada momento, amava mais aquela jovem humana. Aquilo era um golpe terrível na sua companheira de sempre, a soberba, que o fez desprezar o pai por causa da princesa Izayoi e o irmão por causa de Kagome.

Enfim, chegaram à bela fazenda que Sesshoumaru havia comprado há alguns meses para dar conforto à sua protegida. Pousou suavemente no chão para não incomodá-la, já que dormira em seu colo. Mas Jaken não pensava assim e exclamou:

— Esses humanos são tão fracos, como pode? A pirralha já dorm-

Um novo cascudo e Jaken se calou imediatamente, indo abrir as portas para seu senhor o mais rápido que suas perninhas permitiam. O imponente youkai caminhou pelos corredores até chegar ao quarto de Rin. Entrando, deitou-a com cuidado sobre o futon e a agasalhou bem com uma coberta, pois as mãos e o rosto dela estavam frios.

Olhou demoradamente para aquela bonita jovem que, inexplicavelmente, lhe tomara o coração de assalto. Percebera que os olhares dela para ele estavam, aos poucos, mudando. Havia respeito e admiração no passado, nunca temor.

Agora havia... Bem querer? Seria isso mesmo?

Ninguém direcionava aquele tipo de olhar para Sesshoumaru. Muitos o olhavam com medo; outros, com ódio; alguns, com subserviência. E o fato de Rin jamais ter demonstrado medo dele, um youkai egocêntrico, sanguinário e sedento de poder, ia bem além de sua compreensão.

Deslizou a ponta dos dedos pelo rostinho pálido antes de se afastar. Já fora do cômodo, chamou o youkai verde em voz baixa:

— Jaken?

Quase que imediatamente, o pequeno se materializou à sua frente.

— Sim, Sesshoumaru-sama! Eu já dei ordens às criadas para prepararem o seu banho e limparem o quarto onde o senhor vai colocar as estantes que o Inuyasha está fazendo e...

— Sopa de galinha.

— Senhor? — fez ele, confuso.

— Prepare aquela sopa de galinha com nabo, batatas e repolho para Rin. Acho que ela vai ficar resfriada.

— Sim, Sesshoumaru-sama, eu vou falar com a cozinh-

— VOCÊ é quem vai fazer, inútil. E vai também levar o desjejum dela em seu quarto. Frutas, os bolinhos que ela gosta e chá de melissa — cortou-o o youkai branco, já se afastando para o banho.

Jaken baixou a cabeça, derrotado. Odiava cozinhar para Rin, pois, por determinação de Sesshoumaru, ela deveria comer pratos saudáveis, bem elaborados e variados diariamente — sem contar que ele, Sesshoumaru, inspecionava cada um. O dia em que Jaken era mandado para a cozinha era o dia em que ele mais ouvia xingamentos e levava cascudos do seu mestre.

— Sim, senhor, Sesshoumaru-sama.

De longe, o youkai branco ainda disse:

— Tome conta dela, pois depois que eu me banhar, vou sair de novo. Não quero ser incomodado.

Entrando no quarto de banho, ele se despiu devagar e inconscientemente levou o quimono ao nariz, sentindo um pouco do cheiro dos cabelos de Rin. Em seguida, nu, já mergulhado no ofurô e imerso em seus pensamentos, Sesshoumaru penteava sua cabeleira prateada de forma automática.

O youkai tinha um corpo forte, um tanto pálido e de um tom de pele homogêneo, esbelto e jovem, a despeito de seus 485 anos. Peitoral definido, marcas desenhadas nas costelas, o braço renascido pelo poder de Bakusaiga, coxas musculosas, glúteos pequenos bem branquinhos e — a única parte do corpo que ele realmente detestava — um genital "igual ao de um humano", que era menor do que o dos demais inuyoukais. A insegurança de Sesshoumaru em relação às suas partes íntimas o fizera matar todas as quatro meretrizes youkais com quem teve relações, ao longo de sua vida, temendo que elas pudessem espalhar seu segredo e envergonhá-lo. Se pegou pensando, durante seu banho, qual seria a reação de sua protegida se o visse sem roupas... Meneou a cabeça, incomodado.

"Que tolice. Eu pensando nesses absurdos sem ao menos saber se ela sente algo a mais por mim... E se ela não... Não, eu devo descobrir, e logo!". E o youkai imergiu totalmente no ofurô, angustiado e encolhido, seus cabelos se movendo lentamente dentro d'água, ao notar que seus sentimentos por Rin estavam mais intensos que seu orgulho.

Seu pai jogou fora esse mesmo orgulho ao se entregar de corpo e alma àquela princesa humana, a tal ponto que morreu ao defendê-la.

Seu meio-irmão, um hanyou, seguia pelo mesmíssimo caminho. Amara uma sacerdotisa que o lacrou durante meio século e agora amava outra, a tal ponto que desistiu de evoluir para youkai puro-sangue através da Shikon no Tama, simplesmente porque aquela garota estranha o queria como híbrido.

Agora, era a vez dele de se rebaixar, se entregando aos encantos da jovem Rin, que o seguia desde pequenina e não abria mão de sua companhia. Levantou-se da água, lembrando dos olhos castanhos sorridentes que pareciam joias, enquanto ele tropeçava nos próprios pés ao acompanhá-la em uma dança...!

"Entre meu orgulho e minha oportunidade de ser feliz... Já sei o que meu chichi-ue me diria."

Limpo, vestido e devidamente perfumado, Sesshoumaru optou por esperar a sua protegida acordar e inspecionar a feitura da sua sopa antes de sair, para desgosto do verdinho. Aceitou de bom grado conversar algumas poucas trivialidades com Rin, que falava a todo instante o quanto tinha gostado das músicas, da comida, das balinhas de Shippou, enfim, da festa de casamento de Sango e Miroku. Rin adorava conversar e ele adorava ouvi-la, apesar da expressão neutra e entediada.

— Sesshoumaru-sama, é verdade que o senhor vai fazer aquele quarto menor de biblioteca?

— Sim, vou — respondeu ele. A ideia de montar uma biblioteca na fazenda era puramente por causa de Rin, mas ele não contou esse detalhe. Ambos estavam sentados na varanda da casa.

— Que bom! — exclamou ela, radiante. — Agora que eu já sei ler e escrever, o senhor vai deixar eu ler seus livros?

— Não. Você terá livros só seus. Os meus são herança de meu chichi-ue, que era um general. Não lhe acrescentarão nada.

— Por quê? — questionou, sentindo que ia espirrar a qualquer momento.

— Você está perto de completar 16 anos. Creio que já está na hora de aprender algo, não acha, Rin? Costurar, pintar... Diga o quer e este Sesshoumaru vai conseguir uma professora para ensiná-la. O que acha? — inquiriu o youkai, ignorando a pergunta.

— Eu quero ser médica! — respondeu Rin. Sesshoumaru se conteve para não arregalar os olhos, surpreso. — Acho tão maravilhoso! Cuidar de ferimentos, curar doenças, ver as pessoas saudáveis... — espirrou. — Desculpe.

— Rin, você não acha que isso é muito complicado?

— Não acho não... Já pensou, Sesshoumaru-sama? Eu trato dos doentes e, se eles morrerem, o senhor os traz de volta com a Tenseiga!

O youkai meneou a cabeça com aquele pensamento infantil.

— Não é bem assim que isso funciona, Rin...

— Não? — fez ela, os olhos brilhantes e confusos. — Pois eu ficaria tão feliz se isso desse certo. O senhor e eu, trazendo alegria para as pessoas.

— Ei, desde quando você me inclui nesses seus sonhos... diferentes? — Sonhos bizarros, na opinião dele.

— Ué, o senhor está em todos os meus sonhos, Sesshoumaru-sama! — disparou ela, corando logo em seguida, ao ver que tinha falado demais.

Sesshoumaru olhou diretamente nos olhos dela, que estava sentada ao seu lado, acanhada. Sentiu que algo crescia dentro de seu coração; ele estava em todos os seus sonhos? Então, ela... Ela o amava?

"Maldição, estou agindo como um moleque apaixonado. Eu sou Sesshoumaru, filho de Toga, o grande inuyoukai que... amava uma humana! Que círculo vicioso do inferno!"

— Não perco meu tempo com sonhos, Rin. Isso é para humanos ingênuos.

— …

— Eu faço planos concretos do que quero e não descanso até que consiga minhas realizações. E, se quer saber...

Ele suspirou antes de completar a frase:

— Você está em todos os meus planos, minha doce Rin.

A menina ficou extasiada com aquelas palavras e sentiu seu coração palpitar fortemente no peito. Conteve-se para não soltar um gritinho quando seu protetor segurou-lhe o rosto subitamente, fitando com vagar os traços delicados e rubros, como que gravando na memória a sua beleza.

— S-Sesshoumaru-sama... Eu estou resfriada... Melhor não chegar tão perto...

— Isso não importa. Prefiro a morte a ficar longe de você!

Decidido, Sesshoumaru aproximou seu rosto do dela, beijando-lhe a testa. Em seguida, parou para olhá-la mais uma vez, antes de tocar seus lábios com os dele... O que aconteceria, se Jaken não tivesse aparecido no cômodo, fazendo um escândalo ao ver seu mestre e a "pirralha" com os rostos tão perigosamente próximos.

— Sesshoumaru-sama, a geleia de amoras da Rin já está pr... Aaaaaaaaaaah!

— Aaaaaaaaah! — gritou Rin, se assustando com aquela aparição e pulando para longe de Sesshoumaru.

— Seu grandessíssimo idiota! — berrou o youkai branco, lhe dando uma saraivada de cascudos por ter estragado seu momento romântico.

 

ѼѼѼ

 

Em um lugar e era totalmente diferentes, Kuuya se aproximava respeitoso de uma jovem de olhos e cabelos azuis celestes e expressão inocente. Ajoelhou-se diante dela.

— Obrigado por me receber, honorável Lakshu¹.

A mocinha fez um gesto despreocupado com a mão.

— Deixe essa formalidade para lá, Kuuya. Somos amigos, não somos? — disse ela, dando uma piscadela.

— Mas você é a sucessora de Vishnu, eu devo reverenciá-la e...

— Eu prefiro ver você me chamando pelo nome e me dando um abraço, seu bobão.

Intimado daquela forma, a Kuuya só restou dar um abraço rápido e meio tímido em Lakshu. Ela o encarou.

— Então, Kuuya... Você me pediu autorização para ir ao século XV no Japão, onde estão acontecendo inúmeras guerras provocadas por criaturas chamadas youkais e alguns bandidos humanos... E você também pretende neutralizar o sohma negro dessas criaturas... É isso?

— Exato, Lakshu. Na verdade eles não têm sohma e sim youki. É uma energia diferente, demoníaca mesmo.

— Isso não é perigoso?

— Eu sou um Hachibushu², não devo ter medo de nada. E me sinto no dever de garantir a paz no mundo, ou pelo menos tentar.

Lakshu parecia duvidosa, mas acabou cedendo. Kuuya era o seu guardião mais centrado e devoto. Aquela ideia dele lhe soava perigosa e com chances de ser malsucedida; contudo, diferente de seu marido, Shurato, Kuuya era maduro e ponderado. Com certeza, ele deve ter ficado meses arquitetando esse plano, pensou ela.

— De quanto tempo você precisa?

— No máximo, três dias —respondeu ele, já satisfeito por notar que ela estava quase convencida.

Lakshu respirou fundo.

— Eu deixo você ir, com uma condição...

— Qual?

— Iremos juntos. Tenho que saber em que exatamente você está se metendo...

— Não, Lakshu! — exclamou Kuuya, aflito. — O Tenkuukai³ precisa de você! Não pode se ausentar daqui.

— Já decidi! Eu vou e pronto, Kuuya. Realmente, não posso me ausentar daqui, mas é só por duas ou três horas! Depois você volta para cá sozinho!

“Ela pode ser uma divindade, mas continua tão teimosa e inconsequente como antes...”, pensou Kuuya, incomodado.

— Mas e Shurato, Lakshu? Ele não vai gostar disso...

— Ele foi com Renge e Hyuuga resolver o problema de um incêndio estranho e complicado lá perto do Monte Tekki, nem sei se vão conseguir voltar hoje. De qualquer forma, Kuuya, zelar pela paz também é um dever meu. Isso não será um passeio.

E, dizendo isso, Lakshu se dirigiu até uma coluna de ouro e tocou em uma grande esfera de cristal. O guardião se aproximou dela, adivinhando o que queria, e pôs a mão no objeto também; ambos mentalizaram Edo e direcionaram sohma para aquilo. O guardião usou suas habilidades para garantir que Lakshu também enxergasse através das eras. Uma luz intensa se espalhou pelo salão do templo de Vishnu.

Para infelicidade de Lakshu, a primeira visão que teve de Edo foi de um grupo de youkais atacando covardemente uma mulher com quatro crianças. Ela teve seus pedidos de socorro ignorados e foi brutalmente assassinada e devorada pelas pérfidas criaturas, juntamente de seus filhos. A jovem interrompeu a conexão com a esfera e se afastou apavorada, chorando. Kuuya, chocado e arrependido, se afastou também, fazendo cessar aquela visão tétrica, e se perguntando se seria punido por perturbar sua deusa.

— Oh, Lakshu, me desculpe! Eu não imaginava que veríamos isso. Mil perdões por te mostrar uma cena macabra como aquela.

Ainda chorando, Lakshu respondeu:

— Não me peça perdão, a culpa não é sua, Kuuya... Que horror! Monstros amaldiçoados, a morte é muito pouco para eles! — explodiu ela.

— Entende agora por que eu preciso fazer algo, Lakshu? É para o bem daquele povo.

Ela enxugava as lágrimas enquanto ouvia Kuuya.

— Eu também preciso fazer alguma coisa! Mesmo que não me seja possível transmigrar para esse país e ficar por mais de duas horas...

— Com o seu poder, você poderia neutralizar muitos youkais, Lakshu. Mas, sinceramente, eu prefiro que você apenas me ajude com o seu sohma sagrado.

A jovem concordou.

— Iremos amanhã ao nascer do sol, Kuuya! Vou precisar de um jejum preparatório antes. Se não fosse por isso, a gente iria agora mesmo!

Muito sério, Kuuya fez uma reverência.

— Te agradeço muito por isso, honorável Lakshu.

 

ѼѼѼ



¹- Rakesh, na dublagem brasileira.
²- Hachibushu: Guardião Celestial. 
³- Tenkuukai: Mundo Celestial.


Notas Finais


Jaken sendo Jaken ¬¬'

Espero que tenham gostado... rsrs
Não se preocupem, o Sesshouvergonhinha vai beijar a Rin já-já. Calma, gente!
@Okaasan


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