História Madly Mad In Seul (HIATUS) - Nine

Capítulo 09

— Jung-soo, eu posso te levar á enfermaria se quiser... - falei colocando minha mão em sua bochecha praticamente inchada -.

Jungkook, por quê fez isso? Por quê uma hora é uma pessoa, e outra hora é completamente diferente? Agressão física... Isso foi inapropriado de mais.

Por quê bateu nele? Por quê implica tanto com ele?

— Não Jimin - ele pega seu casaco pendurado na cadeira e coloca sobre seu corpo - muito obrigado, mas não tem necessidade disso... Pode terminar de comer, okay? Coma tudo!

Ele se preocupou comigo mesmo estando nesse estado? Ainda não acredito que Jeon foi capaz de machucá-lo involuntariamente...

Isso, de alguma forma, me magoou, me machucou também...

Dizer para ele sair me feriu do lado inferior, o jeito que me olhou, o jeito que ficou depois de o pedir para ir... Corrói por dentro, acaba comigo, isso é estranho.

Me arrependi de mandá-lo sair dali, mesmo que ele tenha feito uma coisa que não devia, eu não queria ele longe, ele disse que queria me proteger, mas não estou em apuros, o máximo que estou agora, é desnorteado. A culpa é dele, por quê estou me importando com isso? Por que estou me importando com ele?

Jeongguk volte, e, por favor, não saía mais. Fica do meu lado e me proteja de... Me proteja de você mesmo.

— Tudo bem - falo baixo -.

— Te vejo por aí! - ele diz animado -.

— Sim... Me vê sim... - respondi sem muito ânimo -.

— Jimin-ssi, não fique assim... - ele se aproxima de mim - Jungkook deve estar tendo um mal dia e descontou na primeira pessoa que viu... Não se preocupe, ele não vai tocar em você.

Como você...?

— Ele nunca tocaria em mim, Hyng Jung-soo - me levanto da cadeira - ele não é uma pessoa má, ele é doce. Não me faria nenhum mal, nunca mesmo!

— Eu não colocaria tanto minha mão no fogo como você, Jimin... - começou a dar passos para trás - Não confie nele, ele é um tolo.

— Tolo é você, seu babaca! - um dos amigos de Jeon, Yoongi, se pronúncia no assunto - Agora mete o pé daqui antes que eu faça o mesmo que o Jungkook, só que na outra bochecha.

— Você não faria isso... - Jung-soo diz um tanto inocente -.

— Paga pra ver então.

O de bochecha roxeada sai com um sorriso sádico nos lábios, isso não parece ele.

— Tae, Jimin! - Hoseok nos chama - Venham, sentem-se conosco!

— Acho melhor não Tae... - sussurrei no ouvido dele -.

— Quê isso Jimin, vamos sim.

Praticamente obrigado, fui puxado pelo pulso até a mesa daqueles que nos chamaram. 

— Taehyung, eu não me sinto confortável aqui - sussurrei em seu ouvido, em um tom baixo o suficiente para que apenas ele me escutasse -. 

— Hope, o Jimin tá tímido porque ainda não conhece todos vocês.

PORRA TAEHYUNG. 

— Oh, é mesmo! - o garoto fez uma cara de surpreso - Prazer, eu me chamo Jung Hoseok! 

O sorriso de Hoseok era bonito, em minha mente parecia até ter o formato semelhante ao de um coração. Ao sorrir, covinhas eram formadas nas laterais de sua boca. 

— Bem, você já deve me conhecer, mas já que o Hobi faz tanta questão... - Yoongi pigarreia - Eu sou o rei da porra toda, mais conhecido como Yoongi; o cara mais swag que você conhecerá na vida.

O sorriso que Yoongi tinha agora em seus lábios esbanjava puro orgulho próprio e, como o mesmo dissera antes, swag. 

— Eu sou Namjoon - o garoto da extremidade esquerda da mesa se pronunciou - e esse ali é o Seokjin, mais conhecido como Jin.

Namjoon tinha apontado para o garoto que estava no outro lado extremo da mesa, os dois pareciam ser os mais velhos e, aparentemente, os mais "comportados". 

— Eu acho esses dois ali muito "os pais" do grupo - sussurrou Taehyung - o Jin é a omma e o Nam é o appa, são um casal fofo, não acha?

Minhas bochechas coraram automaticamente quando Taehyung disse aquilo em meu ouvido. Como poderia falar assim do grupo sendo que nem é tão íntimo assim dos mesmos?! 

— Cale a boca! - reprimiu o garoto sentado ao seu lado, lhe dando um tapa fraco em seu braço -.

— Não doeu! - Taehyung mostrou a língua, rindo -. 

— Não era pra doer, seu idiota! 

Nós dois caímos na gargalhada, esquecendo por instantes que não estávamos em companhia, recebendo olhares curiosos dos outros enquanto ainda recuperávamos o ar e ríamos das expressões engraçadas que estávamos fazendo um para o outro. 

— Hey, Jimin - Jin direcionou sua voz à mim pela primeira vez - você e o Jungkook têm um lance? Alguma coisa?

Abri a boca para respondê-lo, mas nada saía. 

— E-eu... - droga Jimin, respire fundo - Eu realmente não sei o que temos, Jin-hyung. 

O silêncio reinou naquela mesa. 

— É, tá bem óbvio que eles têm um lance. - Yoongi quebrou o silêncio - Escuta, Jimin, se você estiver gostando, apaixonado ou qualquer outra coisa assim pelo Jungkook... Espere ele demonstrar primeiro. 

— Mas... E se ele não demonstrar? 

— Não se deixe iludir por Jungkook. - Yoongi respirou fundo - Se ele não demonstrar, simplesmente afogue tudo o que sente por ele e siga em frente.

Eu não entendia o porquê, mas as palavras do loiro eram profundas, como se fosse um aviso, e não um conselho. 

Será que Jungkook já havia iludido alguém? 

Bem, isso não é algo que deveria ser perguntado... Jungkook é meu amigo, e isso é relevante apenas para si. 

Não quero ser o intrometido chato da história. 

— Obrigado, Yoongi - disse, finalizando aquela conversa que havia deixado o clima tenso -. 

— E então Tae... - Hoseok se pronuncia - Já tem uma ideia de onde possa ser o próximo lugar para irmos?

— Não, nenhuma. Yoongi? - Kim responde  dando a vez para o loiro -.

— Tenho! - diz sorridente -.

— Se você já tinha um lugar em mente porque não falou antes? - pergunta Hoseok -.

— Porque ninguém me perguntou, oras!

— Tá, tá. Tanto faz... - o de cabelo alaranjado revira os olhos - Aonde então?

Yoongi olhou para os dois lados, olhou para Jin, olhou para Namjoon, olhou para mim... Quê foi?

— Eu tenho cara de palhaço? - Yoongi diz -.

— Se eu falar a verdade vou apanhar? - Heseok diz meio receoso, talvez o medo de levar uma garfada na testa, vindo de Min -.

— Se for o que eu não quero ouvir, sim. - curto e rápido -.

Ele é tão cheio de si!

— Então deixa quieto...

— Anda, diz logo o porquê de não ter falado antes, agora até eu fiquei curioso!

— Simples, caro Namjoon... Se eu falasse o lugar, vocês preguiçosos iriam lá também só para se pouparem de procurar na internet ou até mesmo livros locais turísticos, seus sedentários.

— Falou o ativão do dia a dia! - Jin fala -.

— Com certeza.

— Você não cansa de se achar o "bambambam" não?

— Mas eu não me acho... - ele se apoia na cadeira jogando seu corpo para trás e cruzando os braços - Eu sou.

— Vai se... - Hoseok respira fundo para não dizer o que não deve - Okay, vamos voltar ao assunto, aonde você pensou para nós três irmos?

— Já disse que não vou falar nada na frente deles.

— AH VAI TOMAR NO-

— Hobi! - Tae o chama - Não cara!

— Me desculpem, mas ele me tira do sério de um jeito que... *Aish*.

— Like you too - Yoongi, abaixa a bola meu chapa -.

— Son of a bitch...

— Onde será que Jeon foi? - involuntariamente falei -.

O quê? Por quê? Eu disse isso tão aleatoriamente... NÃO ME INTERESSA CACETE!

Até porque eu mandei ele sair...

— Sei lá - Yoongi deu de ombros - Vai lá procurar seu amor.

Todos olharam para ele com aquela cara de nojo. 

Yoongi, vai à merda. 

— Cala a boca, cara! - Hoseok disse -.

O loiro olhou de forma maliciosa para o mesmo. 

— Vem calar - mordeu o lábio inferior -.

QUE PORRA É ESSA? 

— Ah... Então galera... - receoso, fui me retirando - Vou pra casa, tchau!

Nem me despedi adequadamente, só me concentrei em sair de lá de forma rápida. 

Parte de mim queria encontrar Jungkook, enquanto outra parte queria distância dele. 

Talvez eu sinta algo por ele... 

Acho que é raiva mesmo. 

Peguei minhas coisas e me direcionei à saída da escola. Jeon não estava nos corredores principais... 

Não estou com paciência para esperar um ônibus, quero ir logo pra casa e pensar no que Yoongi disse...

Jeongguk seria capaz de iludir tanto alguém ao ponto de seus amigos darem conselhos sobre ter um relacionamento com o mesmo? Credo... 

Jimin, para casa, okay? Pensa nisso depois...

[...]

As ruas estão completamente desertas, será possível que todos estejam dormindo? Todos foram se deitar no mesmo horário?

Eu até entendo que não tenha muita movimentação na rua por conta do tempo úmido e gelado, mas, mesmo assim, deveria ter pelo menos adultos voltando de seus trabalhos ou faculdades.

Paro para sentar em um ponto de ônibus descascar os pés cansados, o mesmo também estava vazio e não apresentava passar nenhum ônibus no momento.

Confesso que me dá um certo desconforto, sabe? Sozinho, rua deserta, temporal fechado...

Me preparo para levantar-me mas acabo me deparando com um vulto virando á esquina, parecia também ir ao mesmo lugar que eu estava; ponto de ônibus.

Seu rosto estava tampado por uma sombra escura, culpa da falta de iluminação. Notei que usava uma blusa preta com uma camiseta branca um pouco suja por baixo, calça clara com rasgos aparentemente feito pelo dono, de tão mal feitos que estavam. Ele andava de um jeito estranho, como se estivesse com algo lhe incomodando no corpo, na cintura talvez.

Jimin, isso tá estranho... Ande, talvez ele só esteja indo ao ponto esperar o ônibus mesmo, apenas volte a andar...

Me levantei do banquinho e arrumei minha mochila nas costas para andar com facilidade, ajeitei minha blusa de frio e alonguei o pescoço para dar uma certa aliviada, eu precisava, estava um pouco receoso com o homem misterioso.

Dei uma última olhada para o lado que o homem vinha, ele continua andando para essa direção, agora está com as duas mãos no bolso, e mesmo assim caminha com certa dificuldade.

— Nunca mais pense em cortar caminho Park Jimin, nunca mais - disse baixinho para apenas eu ouvir -.

Comecei a dar passos normalmente para o caminho que iria, cabeça baixa, mãos soltas ao vento, coração um pouco acelerado, meu corpo estava gelado e tremendo, de duas, uma; frio, ou medo.

Olhei para trás na esperança de ver o homem no ponto de ônibus a espera de um, mas para meu azar, ele não estava.

Ele vinha atrás de mim com passos no mesmo ritmo que o meu, postura torta, cabeça levantada... O mais macabro possível.

O jeito era acelerar os passos, e foi o que fiz, mas pude ouvir eco de passos além dos meus, a sola dos sapatos de outra pessoa batia com força no cimento molhado.

— Droga! - murmurei -.

Minha próxima e última escolha é correr, mesmo que isso de na cara que estou fugindo "dele", eu preciso correr, e, se ele também correr, sei que o negócio que ele quer é comigo...

Corri, quanto mais eu corria, mais sentia a sensação de ser perseguido, eu podia ouvi-lo correr também, isso é frustante e ameaçador.

Na tentativa de me livrar dele, virei em um beco totalmente desconhecido por mim, com certeza aqui dê passagem para vários lugares, ou talvez tenha pessoas na rua, isso me ajudaria bastante.

O quê eu não esperava com isso? Paredes pixadas, lixos espalhado no chão, um poste com uma luz que insistia em falhar a todo momento.

— Rua sem saída... - disse mordiscando meus lábios com força -.

— Olá.

Uma voz grossa e um pouco falhada invade a área fechada.

— Por quê está me seguindo? - falei, dando passos para trás, olhando para os lados na esperança de achar algum objeto e usá-lo como arma caso o homem tente algo contra mim - O que você quer? 

— O quê eu quero? - perguntou com certa ironia - Oras... Nada! - sorriu um tanto sádico - Apenas...

Ele se aproximou de mim, foi aí quando eu finalmente vi seu rosto, ele era pálido, apresentava arranhões e manchas roxas no rosto, denominei serem causadas por possíveis brigas.

— Se afasta de mim... - falei - Se afasta do Jimin...

— Jimin? Você se chama Jimin? - nada respondo -.

Eu só quero sair daqui e ir pra minha casa.

— Jimin... Nome bonito assim como o rosto, a voz e o corpo do dono - soltou -.

Corpo? Reparou em meu corpo?

— Jimin já disse pra sair daqui.

— E o quê vai fazer caso eu não saía? Hum? Você está sozinho, não tem ajuda.

— Sai, por favor, sai de perto do Jimin - falei choramingando -.

Ele gargalhou como se essa fosse sua resposta. Uma gargalhada vinda de um psicopata.

— Hey gracinha, não se preocupe, não farei nada de mal a você... Não ao meu ver - riu mais uma vez - Vem cá, se aproxime de mim.

Não o respondo, permaneci em meu lugar, estou completamente paralisado, é quase impossível me mover.

— Você é teimoso, isso vai te dar prejuízo. Eu vou causar seu prejuízo.

Ele veio para perto de mim, e me segurou com as duas mãos.

— SOCOR-

Uma mãos involuntária tapa minha boca.

— *Shiiu*, não grite, ninguém vai te ouvir hoje, apenas eu, e vai ser da melhor maneira para mim, e, conseqüentemente, a pior pra você.

Sinto um tecido invadir minha boca que antes era calada por uma mão. Ele tapou minha boca com um pano.

— Eu queria que fosse num lugar mais reservado, sabe? - me debato contra ele, mas ele me segura mais forte que antes - Mas estou com um incômodo muito grande aqui em baixo, então...

Vejo ele tentando me segurar apenas com uma mão, e levando sua mão livre até meu cinto da calça, a forçando para baixo, conseguindo assim, arrancá-la de mim. Jogou o cinto longe e voltou a me olhar.

— Agora vamos ver se é gostoso por dentro assim como é por fora.

Ele coloca sua boca em meu pescoço dando mordidas fortes e doloridas, um jeito que me dava - se possível - mais medo. Eu me debatia mais e mais contra ele, o que fazia dar mordidas mais fortes, arrancando de mim gemidos sôfrego e chorosos.

— Chega de enrolação - disse - vou acabar com isso logo.

Me jogou com força no chão, me fazendo bater com a cabeça não tão forte contra o mesmo.

Olho para cima e me deparo com ele prestes a tirar a própria roupa.

— Ah, vê se não grita muito alto.

— Eu quem lhe digo isso.

Essa voz...

— Quem é você? - o que se aproveitava de mim perguntou - O que faz aqui? Dá o fora agora!

O que apareceu do nada se aproxima do homem, revelando sua face que antes era coberta graças a pouca iluminação.

Sim, é ele. Ele saiu, mas voltou, voltou para mim, voltou por mim.

— Eu sou o cara que vai fazer da sua vida um inferno caso toque nele, seu filho da puta.