E finalmente aquele dia monótono na escola teve fim, Hoseok se levantou de sua carteira, recolheu suas coisas de cima da mesa e se direcionou aos armários no fundo da sala, guardou seus livros e saiu da sala carregando sua mochila na mão. Passou pelos corredores acenando para alguns amigos que encontrava no caminho e seguiu em direção a saída da escola.
O garoto ainda se sentia mal pelo ocorrido daquele dia, mas iria seguir o conselho de seu amigo e esquecer aquilo.
Hoseok chegou em casa, jogou suas coisas na cama, retirou seu uniforme e foi para o banheiro tomar um banho antes de começar seu turno de entregador das comidas do restaurante de sua avó, o restaurante era simples e pequeno, ficava abaixo da casa da família, só haviam 3 funcionários, ele que entregava os pedidos, a avó que era a cozinheira e Jun que ajudava vez ou outra, mas sua Vó insistia em querer outro funcionário para ajuda-la na cozinha, o problema estava sendo achar alguém responsável para isso.
Após seu banho, Hoseok colocou uma roupa simples e desceu para ajudar sua avó, o restaurante estava com o movimento de sempre, o casal de sempre estava lá, a garota que era afim dele também estava, sentada em uma mesa sozinha perto da entrada do lugar. Hoseok olhou de relance para a garota que sorriu animada e acenou para o rapaz, ele apenas sorriu de volta e foi para a cozinha, encontrando sua avó atarefada.
- Harmonie*, não pode fazer tudo sozinha, Por que não me chamou? – disse pegando a caixa cheia de verduras que a senhora carregava.
- Não, pode deixar, estou velha, mas ainda sou forte! – a senhora de 62 anos disse com um sorriso no rosto.
Hoseok sorriu para a avó, sua única família...
Hoseok tinha os pais vivos, ao contrario do que deve ter pensado, porém seu pai morava na América e nem ligava para o garoto, e a mãe o abandonou quando criança sem explicação alguma, então, o pequeno Hoseok de apenas 4 anos foi criado pela avó paterna que o criou e educou com carinho e atenção, como uma mãe que o garoto não teve.
Após ajudar sua avó com a louça da cozinha, o primeiro pedido de entrega chegou, para uma cliente da casa, sempre pedia o mesmo, sempre no mesmo horário, o garoto já até conhecia bem a família Kim depois de tanto tempo fazendo entregas para eles.
Alguns minutos se passaram, sua avó entregou a sacola com a entrega e ele se despediu, saindo do restaurante e montando em sua pequena scooter vermelha e seguindo em direção ao endereço da família Kim.
Não demorou para chegar, entregou o pedido, recebeu o dinheiro, trocou algumas palavras com Taehyung, filho da família Kim, e depois foi embora, refazendo seu caminho para o restaurante.
Ele estava em uma velocidade normal, a permitida para aquela rua, olhou para o lado vendo algo insignificante que chamou sua atencão. Não notou o garoto que atravessava a rua. Assim que o viu, tentou desviar, porém perdeu o controle da moto que derrapou de lado indo em direção ao jovem que permaneceu parado na faixa de pedestres.
Como mágica o tempo foi parado, o anjo apareceu de uma leve névoa, olhou para a cena entediado e puxou o rapaz que estava em pé levemente para que ele desse apenas um passo para trás, assim a moto não o atingiria.
- Tão idiota, não é sua hora ainda. – O anjo disse e sumiu. Fazendo com que o tempo voltasse ao normal.
Hoseok freiou a moto e encarou o rapaz que o fez quase sofrer um acidente.
- Ta louco Jimin? – Hoseok disse tirando o capacete.
Jimin tirou os fones e apenas encarou Hoseok com indiferença.
- Não fui eu quem estava olhando para o lado enquanto pilotava uma moto. – disse, colocou seus fones novamente e seguiu seu caminho.
Deixando Hoseok indignado.
×××
Obviamente o adolescente não contou para sua avó o ocorrido do “quase acidente” ou a senhora teria um chilique com o neto. Ele apenas continuou seu trabalho, ajudando a avó sempre que não tinha uma entrega.
No dia seguinte, voltou a monotonia da escola, mais aulas chatas, mais alunas dando em cima dele, mas brigas entre a professora de ética e o Jimin, Hoseok por algum motivo sentia que é havia alguma coisa entre a professora e o Jimin... ele não era o único que desconfiava até de um “romance” entre professora e aluno.
A aula de história começou, o professor desligou as luzes e colocou um filme chato para os alunos assistirem e fazerem um relatório, a maior parte da sala dormiu durante o filme. Hoseok estava entediado queria fazer alguma coisa, olhou para o lado e viu que uma parte da cortina da sala deixava um pequeno feixe de luz solar entrar, ele pegou seu celular e usou como um espelho, colocando-o no feixe de luz e direcionando para o professor que dormia quase caindo de sua cadeira na frente da sala.
- Jung Hoseok! Mais uma gracinha e vai para a diretoria! – o professor disse assustado, por ter sido acordado tão de repente.
- Desculpa professor, só queria avisar que seu sono estava tão bom que o senhor estava quase caindo da cadeira! – a sala caiu na gargalhada.
O professor ficou envergonhado, se sentando novamente na cadeira e olhando para o lado, se levantando repentinamente.
- Se-senhora Choi! O-o que a trás aqui? – ele perguntou a uma mulher elegante que entrou na sala sem nem mesmo olhar para o professor.
- Quem é Jung Hoseok? – ela perguntou.
Hoseok estranhou isso, mas levantou sua mão indicando ser ele quem a mulher procurava.
A mulher, seguiu em direção a carteira que o jovem se encontrava, ele se levantou por respeito, porém foi surpreendido com um tapa em seu rosto.
- Isso é por seduzir a minha filha! – a mulher disse.
Todos da sala permaneciam em silêncio.
- Mãe! Mãe por que? – Choi DaHe disse desacreditada.
- Você acha que vou deixar minha filha, uma futura doutora, se misturar com um garoto como você? – a mulher disse com desprezo. – Não fale com ela, não olhe para ela! Sabe... acho que é melhor você mudar de escola! Não quero gente como você perto da minha DaHe!
A garota saiu correndo da sala aos prantos, se sentindo humilhada pelo que sua mãe acabara de fazer com o garoto que ela tanto amava.
Hoseok permanecia em pé de frente para a mulher, agora com uma mão em seu rosto dolorido pelo tapa.
A mulher deu um sorriso cínico e saiu da sala sem dizer mais nada, todos da sala ficavam olhando para o garoto que ainda estava atônito a tudo o que acabara de acontecer.
Do outro lado da cidade o anjo estava sentado em um banco no centro da cidade olhando o movimento das pessoas apressadas na rua, quando seu livro brilhou.
Choi DaHe
18 anos
Ele revirou os olhos e em instantes encontrava-se sentado na beirada de um prédio escolar, observando a garota que estava chorando e olhando para baixo na beirada do prédio, pro tá para pular.
- Vamos, acaba com isso logo! – o anjo disse impaciente e observou o tempo. – Se você não pular, vai levar um raio na cabeça!
A tempestade que se formava sobre eles estava um tanto quanto assustadora.
- Ya! DaHe! – ouviu-se alguém gritar de longe. – Não faça isso! – Hoseok correu até a garota.
- Não! Não aguento mais! Sabe como é ser humilhada na frente da sala? Na frente de quem você ama? – a garota disse aos prantos.
- Não faz sentido fazer isso! – Hoseok foi até ela já ponta do prédio, segurando ela pelo braço.
O livro do anjo começou a brilhar e piscar de forma estranha, ele chacoalhou o livro e pode ler, além do nome da garota o nome “Jung Hoseok” também aparecia agora, porém se misturando ao da menina, como se não desse para saber qual dos dois iria morrer naquele momento.
- Livro idiota! – O anjo chacoalhou o livro com mais força, porém o livro escorregou de sua mão e caiu do prédio.
Antes de acertar o chão, o anjo se materializou lá embaixo e o pegou no ar, mas não notou algo a mais que também caia.
Ao olhar para cima, se assustou e com seus poderes segurou o garoto que caia no ar por alguns segundos, mas logo seu poder falhou e o jovem caiu sobre ele.
E ambos desmaiaram...
Como um anjo desmaiou? Bom...
Ao salvar a vida do jovem que deveria ter morrido na queda, o que o mantinha como anjo foi quebrado, e assim ele se transformou em um humano...
*pra quem não sabe, Harmonie é avó em coreano ;)
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.