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História Wait, What!? - EPÍLOGO - Wait, Marry Me?


Escrita por: cosmichanbaek

Notas do Autor


Mil anos depois.....

Oiii gente como está a vida aqui em 2020? kkkkkkkkkk brincadeiras a parte, finalmente voltei com o epilogo de WW ;; ai que emoção agora é para valer....

Eu sempre fico sentimental qnd coloco "sim, essa fanfic está terminada" ;; uma tristeza só. Mas enfim... vou deixar as despedidas para o final.

Aqui eu só queria dizer que esse cap é dividido entre o começo que é narrado pelo Chan e o final que é narrado pelo Baek. Achei válido colocar os dois narrando nessee ultimo cap para matar saudades dos dois. Então pf não estranhem qnd ta tudo mt sentimental e fofo e depois vira tudo sarcástico e tsundere kkkkkk aiai... amo esses dois
Quero dizer tbm que nesse cap tem algumas cenas parecidas com os anteriores só para matar um pouco a saudade... duvido vcs perceberem pq faz mt tempo e a culpa é minha por isso kkkkkkkkkkk

Vou deixar aqui um agradecimente especial para a ~daraxxi e a ~PatyScarcella que são duas lindas q sempre me apoiam muito para postar <3 e é claro um agradecimento mega especial tbm para todos vcs que comentam e leem esse pedaço de doçura que é WW <3 vcs são de mais serio mesmo.

Bom... é isso, até lá em baixo.

Capítulo 11 - EPÍLOGO - Wait, Marry Me?


Fanfic / Fanfiction Wait, What!? - EPÍLOGO - Wait, Marry Me?

Sabe aquele momento que você está muito feliz? Mas felizão mesmo? Aquele tipo de alegria que faz cócegas no coração, e faz um sorriso surgir no seu rosto sem esforço?

 

Então, eu sempre fui uma pessoa muito risonha e de bem com a vida, então ficar feliz não era difícil pra mim. Mas quando o assunto era um baixinho antissocial, minha alegria duplicava e meu dia sempre se tornava melhor. Isso pode parecer bobagem de início de relacionamento, mas nós já namorávamos há exatos 3 anos e 2 meses, e eu continuava um bobo apaixonado por Byun Baekhyun. Pois é, ele me pegou direitinho.

 

E foi pensando nele, que assim que deu a hora de acabar a aula, eu levantei e saí da sala, sem sequer me importar se o professor continuava em pé falando sobre a matéria. Eu estava muito ansioso para esperar sequer mais um minuto torturante ali dentro.

 

Baekhyun estava estagiando, e como é fácil deduzir, o pobre coitado de mim foi deixado de lado, tendo todas minhas preciosas manhãs ao lado do meu namorado arrancadas de mim. E como se isso não fosse o suficiente, as tardes e as noites do baixinho eram ocupadas com o professor que o estava orientando na própria enviada do demônio, ela mesma, a monografia.

 

Já que ele era dois períodos a minha frente, e que talvez eu tenha repetido algumas matérias (hahahaha, deleta isso), ele já tinha chegado nessa parte da vida universitária, que não respirava e não tinha tempo nem pra tomar banho. Agora imagina isso, se ele não tem tempo nem pra tomar banho, vocês acham que ele tem tempo para mim? A resposta é não, na na ni na não. Nem um tiquinho sequer. Se eu conseguisse algumas mensagens por dia era muito, e só porque eu mandava umas mil mensagens por dia perguntando se ele tinha se alimentado direito. Claro, alguém tem que cuidar dele.

 

E é por esse motivo que eu estou mega hiper feliz, porque finalmente Baekhyun, aka meu namorado, tinha conseguido um tempo para mim. Vocês leram certo, namorado, por três anos já, ok? Chupa essa Sehun. Esse tempo era um mísero horário de almoço, mas já era muito, considerando a agenda lotada de trabalho dele. E eu estava literalmente saltitando pelos corredores da faculdade, enquanto ia para o estacionamento pegar meu carro. Pagando um mico de leve, como era de costume.

 

Porém, antes de chegar na saída, peguei meu celular apenas para mandar uma mensagem para o baixinho dizendo que já estava indo buscá-lo no trabalho. ~Sim eu seria seu motorista particular, o que eu não faço por ele, não é mesmo?~ Acabei me distraindo, por míseros segundos, segundos esses suficientes para um dos meus professores estar vindo em minha direção e eu não notá-lo.

 

“Boa tarde Chanyeol”, cumprimentou e eu levei um leve susto, tirando o olhar do celular e finalmente percebendo o homem mais velho ali.

 

“Boa tarde, Senhor Kim”, me curvei educadamente. “Desculpa, estava distraído”, guardei o celular rapidamente no bolso para dar-lhe mais atenção.

 

“Baekhyun?” Deduziu sorrindo, e eu apenas assenti retribuindo o sorriso.

 

Acontece que esse professor já deu aula para o Baekhyun também, e eles se davam muito bem, talvez pelo baixinho ser o melhor aluno da turma dele, e pelo professor ser gay também. Isso acabou resultando numa aproximação dos dois, e consequentemente de mim também.

 

“Ele finalmente arranjou algum horário na agenda para mim”, brinquei sorrindo.

 

“Ah, que ótimo. Fiquei muito feliz em saber que ele conseguiu a bolsa que ele queria nos Estados Unidos, imagino que ele esteja muito feliz, ele se esforçou bastante.”

 

“Ah clar...” Espera. Bolsa nos Estados Unidos?

 

“Tenho certeza que vocês vão dar um jeito de continuarem juntos nesse período que ele estiver longe... quanto tempo é mesmo? Dois anos? Torça para ele querer voltar”, riu como se fosse a piada mais engraçada do mundo, e eu apenas o olhei desesperado, porque eu não achei graça nenhuma. Afinal, que papo era aquele de bolsa nos Estados Unidos? Baekhyun não tinha me falado nada sobre aquilo. Absolutamente nada. Dois anos fora? Que tipo de brincadeira era aquela? “Bom, não vou mais tomar seu tempo, dê os meus parabéns atrasado para Baekhyun. Ainda não tive o prazer de dar pessoalmente. Até a próxima, garoto.” Se curvou e continuou seu caminho, como se tivesse acabado de falar sobre o tempo, e não sobre aquela bomba.

 

Vi sua silhueta sumir no corredor, e ainda fiquei parado ali por alguns minutos, tentando assimilar tudo o que tinha sido dito para mim. Baekhyun não iria se candidatar a uma bolsa sem contar para mim, né? Ainda mais fora do país. Não, claro que não. Ele nunca faria uma coisa dessas comigo. Afinal, eu sou seu namorado, há três fucking anos, ele conta tudo para mim, esse era um trato silencioso entre namorados, certo?

 

Levei minhas unhas direto para minha boca, e comecei a mastigar uma a uma, enquanto voltava a andar para o estacionamento. Minha cabeça me maltratava toda hora com as palavras do professor, e eu simplesmente não sabia o que fazer, não sabia em quem acreditar. Cheguei até a pegar meu celular e ver meu histórico de conversas com o Baekhyun, antes de ligar o carro, para ver se não tinha falado nada que eu não tivesse lido. Mas não tinha absolutamente nada envolvendo Estados Unidos, bolsas, ou 2 anos.

 

Suspirei fundo uma última vez, e guardei meu celular no painel do carro, o ligando logo em seguida. De repente só foi um mal entendido, ou talvez Baekhyun fosse falar alguma coisa no almoço de hoje. EU DEFINITIVAMENTE VOU MATÁ-LO SE ELE RESOLVER SÓ ME CONTAR ISSO HOJE. Ai, caralho, eu vou ter um treco.

 

Respirei fundo e liguei o rádio numa música qualquer, tentando me acalmar, mas nada estava conseguindo tirar a voz do professor falando na minha cabeça. A não ser, é claro, o próprio Baekhyun. Porque assim que eu parei o carro em frente ao prédio que ele trabalhava e o vi ali na porta com aquele sorriso quadradinho direcionado apenas para mim, minha cabeça ficou em branco de novo, e eu senti meu coração dar uma cambalhota dentro do meu peito, de felicidade e saudade.

 

Mal parei o carro e já fui tirando o cinto e abrindo a porta, só para ir até ele e o abraçar bem apertado. Enfiei minha cara nos cabelos macios, e agradeci a todas as forças superiores por ter aquele homem com cheirinho de morango nos meus braços. Só minha mãe sabe a falta que aquele calor me fazia, e sentir os braços pequenos rodeando minha cintura, e a risada fazendo cócegas no peito me fez me sentir renovado.

 

“Chanyeol, me solta, estamos em frente ao prédio do meu trabalho, está louco?” Perguntou ainda rindo, sem sequer me soltar.

 

“Eu senti tanto sua falta”, disse abafado por ainda estar com o rosto enterrado nos seus cabelos.

 

“Só foi uma semana Chanyeol.” Ele riu, finalmente me soltando e me empurrando um pouco para me afastar também, e quase desmaiei ali mesmo por ver aquele sorrisinho esmagando seus olhinhos. Baekhyun era a coisa mais maravilhosa do mundo, como ele conseguia?

 

“Foram 9 dias, 5 horas...”, chequei meu relógio no pulso, “48 minutos e 20 segundos. 21, 22, 23, 24,25...”

 

“Tá bom, tá bom”, tampou meu relógio com suas mãos, me impedindo de ver as horas. “Já entendi que foi muito tempo.”

 

“Sim, foi muito tempo. Você quer me matar, Baekhyun?” Perguntei sorrindo, e me aproximei dele pronto para beijá-lo. Mas infelizmente fui impedido no meio do caminho, pelas mesmas mãos bonitas que antes tapavam o meu relógio, e agora tapavam a minha boca.

 

“Tô vendo que você quer morrer mesmo, está louco?” Olhou para os lados, constatando que ninguém tinha visto aquela aproximação repentina, tirando as mãos, quando teve certeza de estar bem longe de mim. E eu o olhei com a cara mais triste e pidona que eu conseguia fazer, para ele entender que eu queria muito um beijinho seu, poxa... já faz tempo que sequer nos tocávamos. “No carro”, respondeu por fim, dando um sorrisinho, antes de virar para entrar no automóvel, e eu não pensei duas vezes para seguir ele, o mais rápido possível.

 

 Bendito dia que eu coloquei insulfilm preto naqueles vidros.

 

 

 

 

Engraçado como o tempo parece se arrastar quando eu estou no meio de uma aula insuportável, mas como ele parece voar quando eu estou do lado do Baekhyun. E daquela vez não foi diferente, o almoço realmente passou voando, com dois idiotas tentando contar tudo de interessante que aconteceu durante o tempo que ficamos sem nos ver, e tentando comer sem soltar as mãos conectadas. E já que sou facilmente impressionável, o assunto Estados Unidos simplesmente não conseguia voltar para a minha mente, e só fui lembrar realmente dele quando já estávamos saindo. Mais precisamente quando fui pagar a conta, e atrás do caixa tinha uma foto gigante da Estátua da Liberdade, me fazendo ficar surpreso por ter esquecido tão facilmente uma coisa tão importante. Culpa do Baekhyun e do poder que ele tem sobre mim.

 

O que me deixava mais aliviado era que nós almoçamos pelo campus mesmo, já que Baekhyun ainda iria encontrar seu professor orientador, e isso me dava alguns minutinhos de caminhada até o nosso prédio para tentar adivinhar alguma coisa.

 

“Baek, você por acaso tem alguma coisa pra me falar?” Perguntei apertando inconscientemente a mão dele que estava conectada com a minha, enquanto andávamos.

 

“Hum? Como assim?” Perguntou sem desviar o olhar do caminho.

 

“Sei lá, ué. Você não tem nada que precise me contar, ou sei lá, que você ache eu que deva saber....”, tentei mais uma vez. “Alguma coisa importante.”

 

“Chanyeol, onde você quer chegar com essa conversa?” Finalmente ele olhou para mim, com aquele olhar desconfiado e a testa franzida. Uma graça, por sinal.

 

“Em nenhum lugar, ué, Kris me disse que casais contam tudo um para o outro. Para construir um relacionamento saudável, à base da confiança...” gesticulei com a minha mão livre, tentando mostrar meu ponto de vista, disfarçado pelo meu álibi Kris. “Lealdade, entende?”

 

“Eu te conto tudo, Chanyeol”, disse por fim. “Eu não estou te traindo, se é isso que você está insinuando.”

 

“Eu não estou insinuando nada”, não consegui evitar um bico inconformado nascer nos lábios, tanto por ele achar aquilo, tanto por não conseguir arrancar nada dele. Talvez no final das contas, o professor deve ter realmente confundido os alunos, eu não sei. Só sei que Baekhyun não era do tipo que mentia. E se ele estava falando que me contava tudo, quem sou eu para não acreditar nele? “Me desculpe.”

 

“Tudo bem”, deu um sorriso mínimo e parou de andar, girando os calcanhares para ficar de frente para mim. “Eu vou ficando por aqui”, lamentou, mas deu um sorrisinho mínimo no final. Subiu a mão que não estava conectado com a minha até os cabelos da minha nuca, e fez um carinho gostoso ali.

 

“Quando vou te ver de novo?” Perguntei manhoso, fechando os olhos. Eu realmente tinha um fraco para os cafunés dele.

 

“Não sei. Eu vou apresentar a monografia semana que vem. Então finalmente estarei com tempo livre. Sinto que vou morar na sua casa pelo próximo mês.”

 

“Só se for no meu quarto, porque não vou te deixar sair de lá”, sorri, enquanto ele ria e parava com o carinho.

 

“Seu quarto até que é confortável. Talvez eu não ligue de morar lá.” Ah, eu amava aquele garoto. “Vou ter que ir agora.”

 

“Já?” Perguntei segurando mais forte a mão dele, para ele não me soltar. E apenas ganhei uma risadinha em resposta.

 

“Sim, já está na minha hora, você sabe...” Ficou na ponta dos pés e depositou um selinho nos meus lábios. “Te mando uma mensagem quando chegar em casa”, comentou por fim, me soltando e virando de costas indo em direção ao prédio, só parando uma última vez para acenar para mim.

 

Eu apenas retribui o aceno, já sentindo o vazio da sua ausência machucar meu coração.

 

 

 

 

 

Vocês acham que eu engoli aquela desculpa que o Baekhyun falou para mim? Pior que sim, eu acreditei 99% nele, mas é como já dizia o pensador contemporâneo (VAI) Safadão, Wesley: aquele 1% é uma coisa complicada, e não te faz esquecer o assunto assim tão fácil.

 

Foi por isso que quando eu desci para jantar naquela noite, quando eu cheguei na cozinha e vi mamãe sozinha, mexendo nas panelas, distraída, aquele assunto voltou do nada na minha cabeça, e ficou martelando por ali enquanto assistia ela andar para lá e para cá. E incrivelmente, me pareceu uma ótima ideia perguntar para ela se ela sabia de alguma coisa.

 

“Eu almocei com o Baekhyun hoje”, comentei primeiro.

 

“Ah é? Ele está tão ocupado ultimamente, estou com saudades.”

 

“Ele vai apresentar a monografia semana que vem, e vai finalmente ter um tempo livre, então ele poderá passar as tardes aqui de novo.” Levei minhas unhas até minha boca nervoso de novo. “Você sabia que ele conseguiu uma bolsa nos Estados Unidos?” Perguntei, e o silêncio que minha mãe fez em seguida pareceu demorar uma eternidade, e o som de alguma coisa cozinhando no fogo já estava me fazendo perder a sanidade, até que ela finalmente abriu a boca, ainda sem olhar para mim.

 

“Então ele finalmente resolveu te contar”, comentou mexendo distraidamente nas panelas.

 

E naquele momento que o silêncio voltou a reinar, e minha cabeça assimilava tudo que ela tinha dito, meu coração provou que a ciência estava muito enganada. Porque ele parou de bater, junto com a minha respiração que se tornou nula. Na minha cabeça nem um ruído se passava, e era como se tudo dentro de mim tivesse morrido. E então como em toda ferida, aqueles segundos de calma e silêncio passaram, e então veio a dor. Da forma mais dolorosa que um dia eu já senti, e ela queimava e esmagava alguma coisa entre meu peito e minha barriga, fazendo minha respiração arranhar minha garganta até doer, e meu coração bater rápido e dolorido. Era assim que uma pessoa traída se sentia?

 

“Chanyeol?” A voz suave da mamãe vagou pela minha mente, e mesmo olhando para ela, e vendo que agora ela me encarava preocupada, tão perto, a voz ainda assim parecia distante. “Tudo bem, querido?”

 

“A-a quanto tempo você sabe?” Perguntei, tentando manter minha voz firme, mas ela falhou e pareceu bem mais fanha que o normal.

 

“Ele me contou há cerca de uma semana, assim que soube que passou.” Secou as mãos no pano, e deu alguns passos em minha direção. “Ele não te contou antes porque estava com medo da sua reação, ele parecia muito preocupado...” Continuou falando sobre ele, mas eu já não ouvia mais nada. Eu nunca me senti tão sem chão quanto estava me sentindo agora. “Entendeu?” Colocou a mão no meu ombro, e eu me sobressaltei com o toque quente. Ela me olhava com aquele olhar preocupado, como se soubesse que algo estava errado, mas eu não me importei muito, a única coisa que eu queria fazer agora era ver o Baekhyun, e ouvir da própria boca dele que ele foi tão egoísta ao ponto de esconder isso de mim.

 

“Eu... eu vou dar uma saída”, sussurrei, desviando do contato dela, e indo direto para a porta principal, sem ligar de estar vestindo apenas uma calça jeans e um moletom.

 

Andei pelas ruas mornas de um dia qualquer de uma primavera, pela primeira vez sem admirar as flores que enfeitavam as árvores. Na verdade, eu andei tão rápido e tão no automático, que me assustei quando a Senhora Byun abriu a porta da casa. E só então eu percebi o quão ofegante e suado eu estava.

 

“Algum problema, querido?” Perguntou gentil, com aquela típica expressão preocupada no rosto.

 

“Preciso... preciso falar com o Baekhyun”, respondi tentando controlar minha falha respiração.

 

“Pode entrar, eu vou chamá-lo.”

 

“Não, vai ser rápido. Vou esperar aqui mesmo”, ela concordou e virou de costas, deixando a porta aberta e subindo as escadas, sumindo no andar de cima.

 

Olhei para os meus tênis surrados e suspirei fundo, sentindo mais do que nunca minha respiração machucar e meu coração apertar. Mordi meus lábios inferiores e fechei meus olhos, tentando afastar aquela sensação ruim, mas tudo isso só fez com que meu nariz ardesse e minha garganta fechasse, provando que eu choraria muito em breve.

 

“Chanyeol.” Aquela voz harmoniosa quebrou meu momento de calmaria, e eu abri os olhos, o vendo descer as escadas e vir em minha direção. “Aconteceu alguma coisa?”

 

“Quanto tempo?” Perguntei olhando diretamente em seus olhos, vendo a confusão estampada nos mesmos.

 

“Quanto tempo o quê?”

 

“Quanto tempo até você ir para os Estados Unidos?” Seus olhos se arregalaram em surpresa, e ele ficou alguns segundos assimilando o que eu disse, só para desviar o olhar para o chão.

 

“Quem te contou?” Sussurrou.

 

“Quem me contou?” Perguntei descrente, e passei as mãos no rosto e no cabelo, frustrado. “Você está brincando comigo, Baekhyun? Como você pode esconder uma coisa dessas de mim?” Minha voz subiu algumas notas, inconscientemente.

 

“Não era minha intenção, tá bom?” Rebateu, ainda sem coragem para me olhar.

 

“Não é possível, você realmente deve me odiar muito. Fica me fazendo de bobo e eu ao menos desconfio, porque no mínimo achava que você tinha um pouco de consideração por mim.”

 

“Não é assim. Chan...”

 

“Claro que é Baekhyun”, o cortei, sentindo que deveria jogar tudo que estava no meu coração para fora. “Sabe o quanto doeu eu ouvir de outras pessoas que meu namorado tem um sonho que sequer compartilhou comigo? Que passou por momentos de dificuldade para estudar, e de dúvidas, e eu sequer sabia de nada?” Ele voltou a me olhar com um semblante tristonho no rosto. “E eu, o idiota, ainda não acreditei, pensei que: poxa, meu namorado nunca faria uma coisa dessas comigo. Mas ainda assim, perguntei para você se confiava em mim, se me contava as coisas, e você teve a cara de pau de falar que sim, eu te conto tudo Chanyeol.” O olhei arrasado, passando toda a minha mágoa para ele. “Você é um egoísta que não liga para os meus sentimentos.”

 

“Mentira, eu...”

 

“É verdade”, falei alto, alterado pelos sentimentos que borbulhavam em mim, e então começaram a escorrer, em forma de lágrimas quentes pela minha bochecha, minha garganta mais seca do nunca agora, mas eu ainda tinha coisas para falar. “Você não confia em mim, Baekhyun, todo mundo sabia, todo mundo mesmo, menos eu. O trouxa, o idiota apaixonado demais... Nossa, eu te odeio.” Passei as costas das mãos nos olhos, tentando limpar inutilmente as lágrimas que despencavam sem pausa, e naqueles mínimos segundos que minha vista se clareou um pouco, eu vi que Baekhyun agora também chorava. “Você sabe o quanto está doendo aqui?” Levei o punho fechado até meu coração, deixando um soluço escapar.

 

Olhei para o garoto esperando alguma reação dele, mas ele apenas chorava baixinho, usando as mãos bonitas para tampar o rosto e secar as lágrimas que escorriam. E eu estava tão destruído por dentro, que aquela foi a única vez que vi Baekhyun chorando, e quis que chorasse mais, que ele sofresse mais, que ele sentisse o que eu estava sentindo. Era a primeira vez que eu olhava para ele e só sentia raiva, dor e tristeza. Sentimentos que eu nem sabia que existiam dentro de mim. E doía ainda mais, porque nem se explicar ele estava tentando.

 

“Você é um egoísta que só pensa em você.” Suspirei uma última vez, passando as mãos no cabelo. Eu precisava sair dali. “Eu estou te odiando, Baekhyun, muito.” Ditei por fim, virando as costas para ele, e andando o mais apressado possível de volta para minha casa, onde eu ia poder sofrer e chorar em paz.

 

E do mesmo jeito que cheguei ali de forma totalmente automática, eu cheguei em casa sem ao menos perceber. Passei pela sala tão rápido que não vi quem estava ali, e muito menos quem tentou dizer alguma coisa para mim. Apenas corri para o meu quarto, me trancando lá e me jogando na cama, deixando que toda a minha dor despencasse em forma de lágrimas e soluços altos.

 

 

 

 

 

 

Quando eu acordei, eu não sabia se era manhã ou noite, meu quarto estava todo escuro, minha cama bagunçada, e eu uma completa desordem emocional. Sentia com clareza meus olhos inchados e ardidos, resultado de poucas horas de sono e muito choro, e eles arderam ainda mais quando peguei meu telefone, e a luz branca se acendeu, sendo a única luz proveniente daquele lugar. Primeiro desliguei a música triste que ainda estava ecoando baixinha pelo fone de ouvido, agora jogado de qualquer jeito sobre o lençol, e depois chequei as notificações. Vi várias ligações e mensagens perdidas do Baekhyun, e até algumas do Sehun, mas apenas joguei o celular de volta na cama, sem me importar muito com elas.

 

Eu não estava em condições de ouvir desculpas e mais enrolações. Meu coração, além de traído, agora sofria com a perda do baixinho, porque em alguma hora da madruga eu me dei conta de que ele vai ficar dois anos longe de mim. No final das contas, eu nem sei se isso importa mais, porque pelo jeito que as coisas estavam, eu já estava me preparando para nunca mais ver ele. E isso estava me matando cada vez mais. Só de pensar no baixinho, as lágrimas já nasciam nos meus olhos e meu coração pesava, tornando quase impossível de eu sequer me mexer.

 

“Chanyeol querido, você tem que sair para comer”, mamãe bateu fraquinho na porta, não era a primeira vez que ela ia ali me chamar. Na verdade, ela ia bastante bater na minha porta, tentando fazer com que eu saísse do quarto, que eu já estava trancado há um dia. “Já é o segundo dia que você falta a faculdade também...” Um silêncio se instalou, e eu ouvi um suspiro do outro lado. “Já está na hora do jantar, desça ao menos para comer um pouco”, ouvi finalmente seus passos se distanciarem e me cobri todo com a coberta. Não queria sair dali nunca mais.

 

Não sei quanto tempo fiquei ali embaixo das cobertas, pensando na desgraça que minha vida era. Só sei que depois de um tempo, eu voltei a ouvir as batidas na minha porta de novo, mas dessa vez não foi a voz doce da mamãe que chegou nos meus ouvidos.

 

“Chanyeol, sou eu.” Baekhyun disse com a voz quebrada e fraquinha, parecia triste. “Por favor, me deixa entrar, nós precisamos conversar...” Me encolhi mais na cama, e já senti minhas lágrimas descendo de novo, só ouvir a voz dele me machuca. “Chanyeol...”, ele tentou de novo quando viu que eu não ia responder. “Eu não vou embora sem falar com você”, disse por fim, e ouvi seus passos suaves se distanciarem pelo corredor.

 

Eu não estava nem um pouco a fim de ver o Baekhyun agora, então nem liguei muito por ele estar na minha casa. Apenas fiquei no meu quarto com a mínima vontade de viver, até minhas lágrimas cessarem de novo, e isso só aconteceu por volta das duas horas da madrugada, que foi quando eu finalmente reuni forças para sair e usar o banheiro. A casa estava toda silenciosa e escura, e por isso aproveitei para descer e pegar água, porque minha garganta já estava toda seca. E quando eu desci as escadas tentando ser silencioso, acabei vendo um pingo de gente todo encolhido no sofá, que estava devidamente arrumado para lembrar uma cama.

 

Franzi o cenho e parei onde eu estava na escada, sentindo meu coração acelerar e pesar só de ver ele de novo. E continuei a descer as escadas, mais cauteloso ainda, até ficar de frente para a figura adormecida no sofá. A colcha estava jogada de qualquer jeito sobre o corpo pequeno, e sua franja caía sobre seus olhinhos fechados, que possuíam grandes bolsas arroxeadas embaixo, mostrando que ele estava tendo péssimas noites iguais as minhas.

 

“Porque você está dormindo nesse sofá desconfortável e não no quarto do Myung?” Perguntei baixinho mais para mim mesmo do que qualquer outra coisa. “Não é como se eu ligasse também”, bufei querendo não ligar e virei as costas, indo para cozinha para encher um copo de água, bebendo ele rapidamente, enquanto olhava de longe Baekhyun no sofá, se remexendo desconfortável para logo voltar a ficar parado. “Droga.” Larguei o copo na pia e voltei para sala, suspirei fundo e me abaixei logo, sem me dar tempo de desistir.

 

Peguei ele no colo, passando minhas mãos por baixo de seus joelhos e de seus ombros, com o maior cuidado do mundo para não o acordar. A última coisa que eu queria era que ele acordasse agora, e me visse carregando ele dali para ter um sono decente. Mas provavelmente pelo cansaço, ele sequer percebeu que o peguei, e apenas continuou dormindo, agora com o rosto enfiado no meu peito. Subi as escadas cuidadosamente, e andei primeiramente até o quarto do Myung, mas quando abri a porta vi que ele estava com um amiguinho dele, e apenas suspirei baixinho e levei Baekhyun para o meu quarto mesmo, o colocando com cuidado em cima da minha cama bagunçada.

 

Tirei o braço de baixo do seu corpo, e me afastei, vendo ele se remexer confortável e abraçar meu travesseiro, afundando o rosto no mesmo e voltando a dormir tranquilamente. Puxei a colcha que estava embolada em um canto e cobri seu corpo miúdo, para que não sentisse frio, e me sentei na cama ao seu lado, observando o rosto sereno respirar baixinho.

 

Eu era tão trouxa que nem conseguia deixar de me importar com o baixinho, mesmo com raiva dele, mesmo triste, mesmo despedaçado, eu não conseguia simplesmente deixar Baekhyun de lado, não conseguia realmente odiá-lo, e muito menos vê-lo sofrer por qualquer que seja o motivo. Suspirei cansado e levei a mão para os fios macios, fazendo um carinho devagar ali, e deixei que minhas lágrimas mais uma vez descessem por meu rosto. Não sabia o que mais estava me chateando: o fato de Baekhyun ter escondido uma coisa muito importante, o fato dele ficar longe por dois anos, ou o fato de ter gritado e brigado com ele. Mas de uma coisa eu tinha certeza, eu ainda o amava muito e não iria conseguir ficar muito tempo sem falar com ele.

 

 

 

 

 

 

Eu não dormi naquela noite de novo, apenas fiquei zelando o sono do menor e pensando em algumas coisas, sobre meu relacionamento com Baekhyun, e como as coisas se seguiriam a partir daquele momento. E como era de se esperar, o efeito Baekhyun ainda era gigantesco sobre mim, e mesmo que o menino estivesse dormindo, e portanto não consciente, ele ainda me acalmava de forma assustadora, o que foi bom, por que clareou bastante minha mente.

 

Quando o relógio marcou sete horas da manhã, eu levantei da cama e desci as escadas, procurando o celular do Baekhyun que estava na mesinha de centro da sala, e apenas liguei para seu chefe, avisando que ele estava doente e que não poderia ir trabalhar naquele dia. Felizmente o cara até que foi bastante complacente, e liberou o baixinho por hoje. Acontece que ele parecia bastante cansado, e eu achava que pelo menos um dia de descanso ele merecia.

 

Aproveitei que estava no andar de baixo e que ninguém tinha acordado ainda, e fui até a cozinha, enchendo uma garrafinha com suco e roubando algumas frutas.

 

Quando voltei para meu quarto, Baekhyun estava sentado na cama coçando os olhos, como se tivesse adivinhado que eu saí do lado dele, e finalmente acordado, sentindo a minha ausência.

 

“Pode voltar a dormir”, disse quando seu olhar encontrou o meu. Entrei no quarto e sentei na cama de novo, deixando as frutas na escrivaninha atrás da cama, e levando a garrafinha até a boca para tomar um pouco de suco. Seu olhar sonolento me acompanhou, e ele sequer se mexeu para voltar a dormir como eu tinha pedido.

 

“Precisamos conversar”, falou rouco por causa da falta de uso da voz.

 

“Depois”, peguei meu celular, procurando fazer qualquer coisa que não fosse olhar pra ele. Acontece que mesmo tendo clareado a minha mente e ter pensado bastante, eu ainda estava chateado com ele.

 

“Que horas são?” Perguntou depois de ter suspirado derrotado.

 

“Sete e dez”, sussurrei, vendo de esguelha os olhos do garoto se arregalarem, provavelmente lembrando do estágio. “Não se preocupe, eu liguei pro seu chefe, você não precisa ir hoje.”

 

“Obrigado”, se acalmou. “Você não dormiu?”

 

“Não estava com sono.”

 

“Chanyeol...”, chamou baixinho, puxando de leve a barra da minha camisa para chamar minha atenção, que ainda estava voltada para o celular. E pela primeira vez depois que tinha brigado com ele, eu olhei diretamente em seus olhos, sentindo meu coração se aquecer, porque querendo ou não eu ainda era muito louco por ele. “Dorme comigo, você parece com sono.”

 

E se ele achava que aquela carinha fofa e aquela voz manhosa iria me fazer ceder, ele estava completamente certo. Porque eu nem pensei duas vezes antes de colocar a garrafinha na escrivaninha e deitar na cama, fechando os olhos. Demorou alguns minutos, mas logo Baekhyun se aproximou de mim, colocando o rosto no meu pescoço, passando seu braço pelo meu peito, e se aconchegando mais ao meu corpo, cautelosamente, provavelmente com medo de eu afastá-lo. Mas muito pelo contrário, eu apenas levantei meu braço e passei por sua cintura, o abraçando, e o trazendo mais para cima de mim, como costumávamos dormir. E por incrível que pareça, não demorou nem dez minutos para eu cair no sono e dormir que nem um bebê.

 

 

 

 

 

Quando eu acordei, Baekhyun ainda estava nos meus braços. Então eu apenas bocejei, e cocei meus olhos para enxergar melhor naquele breu que estava no meu quarto, e só depois disso que ouvi os soluços baixinhos, e senti minha blusa molhada.

 

“M-me perdoa, Chanyeol”, fungou enfiando o rosto mais ainda na minha camisa. “Eu não queria ter escondido isso de você, eu...” um soluço cortou sua frase, e eu suspirei e levei minha mão para os seus cabelos, fazendo um carinho ali para ele se acalmar. Era raro ver Baekhyun chorando, eu sempre fui a parte mais sensível do nosso relacionamento e chorava à toa, mas o baixinho era forte e geralmente nunca mostrava suas fraquezas, mas quando elas apareciam, elas vinham com tudo. Eu sei disso porque teve uma vez que sua avó foi parar no hospital, e ele chorou tanto que nem eu soube lidar direito, e no final eu acabei chorando com ele, enquanto tentava o acalmar. Felizmente não foi nada muito grave, apenas um susto, e sua avó está completamente bem de novo. “Você s-s-sempre cuida de mim, mas eu... eu sempre estrago tudo. Sou um babaca que não sabe lidar com sentimentos. Me desculpe, eu... eu queria te contar, eu juro mas... eu fiquei com tanto medo, tanto medo Chanyeol. E-eu não quero ficar longe de você por dois anos, mas ao mesmo tempo é o meu sonho, m-minha carreira... eu estou tão confuso.”

 

Respirei fundo mais uma vez, ouvindo os soluços abafados do garoto, ao mesmo tempo que sentia minha garganta fechar e meus olhos arderem. Se Baekhyun não era bom com sentimentos, eu não era bom com emoções.

 

“Eu não quero que você fique”, minhas lágrimas já começaram a descer de novo. “Você tem que ir Baekhyun. Não quero que abandone sua vida por minha causa.”

 

“Você é minha vida.”

 

“E você é a minha também”, limpei minhas lágrimas com minha mão livre. “E é por isso que eu quero que você vá, a gente vai dar um jeito, certo?”

 

“Desculpa”, murmurou de novo, ainda sem levantar o rosto do meu peito.

 

“Tudo bem eu já te perdoei. Mas nunca mais faça isso de novo, por favor. Eu posso ser idiota, bobo e dramático, mas eu nunca vou fazer nada que te faça mal Baekhyun. Então por favor, não esconda mais essas coisas de mim. Eu preciso saber que você confia em mim também.”

 

“Eu confio, confio de olhos fechados. Me desculpa, Chanyeol, eu... eu te amo muito.”

 

Meu coração falhou uma batida, por mais que se passe mil anos, sempre que Baekhyun fala que me ama, é um baita tiro no meu coraçãozinho. Como o mesmo disse, ele nunca foi bom com sentimentos, e eram raras as vezes que ele se expressava dizendo que me amava. Geralmente era eu que vivia dizendo isso a ele, e no fundo o sorriso bonito que ele me dava em resposta era mais do que o suficiente para eu saber que ele me amava também, mas sempre que ele dizia em palavras eu sentia que tinha um impacto maior.

 

“Eu também te amo, vai dar tudo certo.”

 

Fiz um carinho sutil atrás da sua orelha até ele se acalmar um pouco, e quando isso aconteceu ele finalmente levantou aquele rostinho inchado e me deu um beijinho agridoce, que acalmou e derreteu meu coração, assim como o dele. E eu senti que tudo ficaria bem.

 

 

 

 

Aquele mês passou muito rápido.

Assim como Baekhyun tinha dito antes, depois que ele apresentou sua monografia e finalmente deu adeus à faculdade, ele praticamente se mudou para minha casa. Isso é claro nos primeiros dias, porque a Senhora Byun reclamou que também era os últimos dias com o baixinho, e fui eu que praticamente fiquei morando na residência dos Byun.

 

Depois de conversamos naquele dia, ele me contou tudo o que aconteceu, e tudo que estava planejando com a ajuda do Sehun. No período que ele passaria nos Estados Unidos ele moraria com o amigo e sua família, cortando assim um gasto que teria. Nem preciso falar que eu me contorci de ciúmes, né? Eu até tentei disfarçar, mas a risada do Baek mostrava que minha cara não foi das melhores quando soube da notícia. No geral ele se animou um pouco mais depois que eu soube de tudo, e ficou me mostrando onde ele iria estudar, todo orgulhosinho, falando que ele iria estudar por um ano e depois a bolsa ainda descolava um estágio para ele, por isso os dois anos fora. Me explicou que o curso era uma especialidade em identidade visual e administração de empresas, porque segundo o próprio pequeno ele queria abrir sua própria empresa, de web design, design gráfico e identidade visual. E eu me derretia todo vendo ele falando daquilo todo animadinho, mas também me causava um aperto, porque sabia que a cada dia estava mais perto dele ir embora.

 

Sobre o assunto ‘e como vai ficar nosso relacionamento’ a gente nunca tocava nele, sempre adiava ao máximo. Até que faltava menos de duas semanas para ele ir, e depois de uma fodinha gostosinha, aquele assunto finalmente foi colocado na rodinha pelo próprio Baekhyun. Ele estava todo suado, quentinho e molinho em cima de mim, e simplesmente soltou um “como a gente vai ficar quando eu for embora?” tão baixinho e entre uma respiração pesada e outra, que eu quase não ouvi. Mas infelizmente nós tínhamos que falar sobre aquilo, por bem ou por mal. E depois de uma discussãozinha aqui e ali, ficou resolvido que teríamos uma espécie de relacionamento aberto, não porque eu queria né, Baekhyun que quis que fosse assim, porque segundo ele, não era para eu me forçar a ficar sem contato com outras pessoas. Pfff, como se eu ligasse para isso, se não fosse o Baekhyun eu nem queria ninguém, mas ou era isso ou era o famoso “então vamos terminar, porque não quero ficar com a consciência pesada por ter feito você ficar na seca”, e antes um relacionamento aberto, do que nenhum relacionamento.

 

No final das contas, eu liguei pro Sehun falando que se ele tocasse no Baekhyun ele era um homem morto. Nem um pouco ciumento, é claro que não.

 

 

 

O dia que Baekhyun foi embora foi um dos dias mais tristes da minha vida. Pior até mesmo do que o dia que briguei com ele. Eu acordei chorando, e continuei assim pelo resto do dia, e quem sabe da semana. Não soltei Baekhyun uma vez sequer, e estava mil vezes mais carente que o normal. Felizmente o baixinho não reclamou, e fez de tudo para ignorar os olhares acusadores das pessoas, por ter um garoto de dois metros agarrado nele que nem carrapato. E quando ele finalmente teve que entrar no portão e me soltar, eu comecei a chorar muito mais alto, que nem um bebê, e devia estar todo catarrento, porque ele apenas riu da minha cara. Depois, é claro, me deu um beijo decente e eu voltei a agarrar ele, não querendo que ele fosse. Mas infelizmente ele tinha que ir, e eu tive que soltar ele, e mesmo com meus olhos embaçados pelas lágrimas, eu tenho certeza que quando ele virou para acenar uma última vez para a gente antes de sumir pelo corredor, ele estava chorando.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Dois anos depois...

 

 

“Como eu estou?”Perguntei pela milésima vez, nervoso demais para ficar parado em um só lugar e ficar calado. Eu já estava ali esperando por mais de uma hora e nada dele chegar.

 

“Você está lindo querido, fica calmo.” Minha mãe respondeu doce, mas sentia que ela queria me bater por eu já estar torrando a paciência dela por mais de uma hora seguida. “Senta um pouco com a gente Chanyeol. Você sabe que ele vai atrasar”, bateu no banco vazio, entre ela e a Senhora Byun.

 

“Está horrível, feio e parecendo um idiota nervoso”, Myung se intrometeu também. Aquela praga já tinha 11 anos e estava cada dia mais pirralhento e insuportável, ele também tinha crescido bastante, e provavelmente já estava da altura do Baekhyun, que era um anão de primeira.

 

“Cala a boca, Myung”, reclamei comendo ainda mais as minhas unhas, e voltando a andar de um lado para o outro, nervoso. Coloquei a mão no bolso apenas para me certificar que aquilo ainda estava ali. E suspirei fundo quando senti aquela protuberância no meu bolso, e de repente comecei achar aquilo a pior ideia que eu já tive na vida.

 

No primeiro ano que Baekhyun passou fora, a gente se falava praticamente todos os dias, nós dois só tínhamos os estudos na época, então tínhamos tempo para nos falarmos no tempo livre. E até fui com a Senhora Byun fazer uma visita a ele no Natal, conhecendo a família do Sehun, e passando um tempo realmente divertido fora do país.

 

Mas no segundo ano, Baekhyun começou a trabalhar, e eu além de começar a fazer minha monografia, ainda comecei a estagiar, assim como o pequeno quando ele ainda estava por aqui. Nosso tempo livre praticamente era nulo, e as videochamadas foram as primeiras a deixar de acontecer, depois as ligações foram ficando cada vez menores, até virarem mensagens, e essas aos poucos foram deixando de acontecer também. Eu estava atolado, cansado e sem cabeça para nada, e aposto que o pequeno também estava assim, resultando longos cinco meses que quase não nos falávamos. Nem lembrava quando tinha sido a nossa última mensagem na época, talvez há uns dois meses, e provavelmente algo bem seco e monótono, como ‘como andam as coisas?’ ‘Bem’. Pra falar a verdade eu nem tinha cabeça para lembrar de nada, estava transformando toda minha energia nos fins dos estudos e no começo da minha vida de trabalhador. E sinceramente, eu já estava começando a achar que eu e Baekhyun tínhamos nos deixado de lado.

 

Mas foi um dia antes de eu apresentar a monografia que as coisas mudaram de novo.

 

 

 

 

Flash Back on~~~~~~

 

Eu estava no meu quarto, exausto, jogado na minha cama com o notebook aberto na minha frente, dando uma última olhada naquele trabalho que eu fiquei oito meses planejando, vendo pela milésima vez se estava tudo certo para minha apresentação no dia seguinte. Já estava tarde, era por volta das onze horas da noite, e para quem tinha que acordar às sete horas no dia seguinte para trabalhar, aquilo já era quase madrugada, mas eu estava muito ansioso e nervoso para sequer pensar em dormir. E foi por eu estar acordado que eu ouvi meu celular, que estava perdido entre as cobertas, tocar.

 

“Alô”, atendi depois de procurar um pouco por ele, estranhando quando eu vi número desconhecido na tela. Mas a pessoa do outro lado não disse nada, em vez disso só ouvi uma respiração pesada e um fungar baixinho. “Alô?”

 

“C-chanyeol?” A voz suave do Baekhyun invadiu meus ouvidos, e meu coração bateu tão rápido naquele instante que por um momento eu pensei que ia infartar. Nossa... eu tinha até esquecido como era essa sensação. “Eu... eu estou morrendo de saudades”, disse baixinho com sua voz falhando.

 

“BAEKHYUN”, gritei sem querer. “Baekhyun, é você mesmo, né? Nossa eu não acredito, faz tanto tempo, desculpa por parar de mandar mensagens, eu estava tão atolado, desculpa mesmo... Eu, eu... eu estou com muita saudade também, e uau... não tinha percebido isso até agora.” Coloquei minha mão no meu coração, sentindo ele bater numa velocidade frenética.

 

“Idiota”, sussurrou rindo baixinho, fungando logo em seguida.

 

“Você está chorando?” Perguntei preocupado, fechando o notebook e o jogando para o lado, surpreendentemente sem me importar nem um pouco com o trabalho que estava lá dentro.

 

“É só que... eu realmente estou com saudades”,  ele respondeu, e eu finalmente consegui ouvir seu choro mais claramente. “De você, da vovó, da Coreia...”

 

“Nós também estamos com muita saudades de você Baek, mas não se preocupe, já está acabando, e você finalmente poderá voltar. Mas me conte, o que houve para você estar assim especialmente hoje, e porque você está me ligando de um número desconhecido?”

 

“Eu estive tão ocupado com tudo por aqui... que nem tive tempo de falar com você e a vovó direito, e agora eu sinto como se estivesse sozinho, perdido... quero dizer, o que eu estou fazendo aqui mesmo?” Perguntou baixinho. “Geralmente o Sehun me distrai desses pensamentos, mas eu estou numa viagem a trabalho, não muito longe, sabe... mas longe o suficiente para isso me assombrar. Por isso o número desconhecido, tô ligando do hotel,  meu celular está carregando.”

 

“Não fica assim, você está aí porque é seu sonho. Você está trabalhando bastante para finalmente abrir sua empresa, lembra?” Perguntei tentando animá-lo.

 

“Meu único sonho agora é estar abraçado com você, Chan.”

 

“Ai droga,... eu te amo muito.”

 

“Eu também te amo.”

 

“Você é um grandessíssimo escroto, só você para me fazer ter um infarto às onze da noite, mesmo estando a milhares de quilômetros de distância. Você sabe que eu me derreto todo quando você resolve ser fofo.” Ele deu uma risadinha.

 

“Você tá tendo um infarto? Pois eu já estou na ambulância”, respondeu divertido, e eu sorri, por conseguir animá-lo um pouco. “E você? Como estão as coisas aí?”

 

“Eu vou apresentar a monografia amanhã”, respondi. “Estou tão nervoso.”

 

“Sério que é amanhã?” Perguntou surpreso. “Você vai conseguir Chan, é só respirar fundo e fazer a melhor coisa que você faz...”

 

“Te fazer gozar?”

 

“Não, idiota”, ele riu alto do outro lado da linha, me fazendo rir também. “Falar, o que você faz de melhor é falar.”

 

“Aiai, que decepção...” fingi um desapontamento, o fazendo rir mais ainda.

 

“Me fazer gozar pode ser o segundo da lista”, ele brincou também, e eu sorri nostálgico, com saudades de tudo que era relacionado a ele.

 

“Se eu te falar que queria que você estivesse aqui amanhã, você vai voltar a chorar?” Perguntei, já sentindo minhas próprias lágrimas querendo surgir, só por lembrar de tudo que passamos e como eu realmente estava com saudades dele.

 

“Vou.”

 

“Então vamos voltar a falar de gozar”, disse limpando as lágrimas silenciosas que desceram pelo meu rosto.

 

Nós ficamos conversando por pelo menos mais duas horas, e só desligamos porque sem querer Baekhyun descobriu que eu teria que acordar cedo para trabalhar no dia seguinte, e já era comecinho da madrugada na Coreia. Mas o papo que tivemos foi bom para colocar todas as novidades em dia, que não eram poucas, e eu me senti super leve como há tempos não me sentia.

 

E quando fui apresentar a monografia no dia seguinte, de tarde, eu estava bem mais leve, mesmo que com um pouco de sono. Ainda assim, me sentia muito preparado, e meu coração estava tranquilo como há muito tempo não estava. Eu tinha chamado Kyungsoo, Kai e minha família para verem minha apresentação, e estava ansioso para orgulhar a todos. E quando finalmente entrei na sala, eu sentia que ia arrasar, e eu tive mais certeza ainda quando na cadeira onde Kyungsoo estava sentado, um computador com uma videoconferência estava ligado virado para mim, e senti o sorriso rasgando o meu rosto quando eu vi Baekhyun ali na tela. Ele estava sentado confortavelmente na sua cama do hotel, usando moletom e os óculos escorregando em seu nariz, e seu sorriso foi tudo que eu precisei para poder fazer uma boa apresentação.

 

Depois que eu dei adeus a faculdade, eu finalmente voltei a encher o saco do Baekhyun diariamente, mesmo que ele não respondesse de vez em quando, ou até demorasse um pouco para ver as coisas que eu mandava. A gente conseguiu manter contato frequente, e ele começou a me contar os planos que ele tinha quando voltasse para Coreia, como finalmente abrir sua empresa, e cada vez eu ficava mais e mais animado para poder abraçá-lo e beijá-lo de novo. E talvez eu tenha preparado minha própria surpresa dessa vez.

 

 

Flash Back off~~~~~~

 

 

 

 

Senti meu celular vibrar no meu outro bolso, e o peguei apressado, abrindo rapidamente a mensagem que tinha recebido.

 

Meu ursinhoBae~

Já estamos em solo coreano J

Acabamos de sair do avião

 

 

Gritei de felicidade, dando uns pulinhos nada héteros, assustando mamãe, papai, Myung, Kyungsoo, Kai, Senhora Byun, Kris e Tao. Pois é, estavam todos ali para receber o pequeno, e para verem o meu grande momento. Exatamente, o da minha morte.

 

Ah, se vocês que estão se perguntando porque a frase está no plural, é porque o encosto do Sehun está vindo para a Coreia também, dessa vez para ficar de vez.

 

“O que foi, desgraça?” Foi Kyungsoo que perguntou estressado que só ele, por já estar lá há muito tempo por causa do atraso do vôo do Baekhyun, e ainda ter que me aguentar gritar do nada.

 

“Eles chegaram”, disse nervoso, andando de um lado para o outro de novo, sentindo todo o nervosismo voltar redobrado. “Acho que vou vomitar.”

 

“Hey, calma cara.” Kris disse, levantando da cadeira, me entregando o buquê de flores que tinha dado para ele segurar enquanto eu estava surtando, e colocou a mão no meu ombro, me passando confiança. “Vamos esperá-lo no portão”, disse alto e sorridente, fazendo os demais se levantarem animados, e começarem a andar juntos para o portão de desembarque.

 

Meu ursinhoBae~

Acabamos de pegar as malas, só mais uns minutinhos.

Estou ansioso...

 

Olhei a mensagem no celular, e senti automaticamente minhas pernas tremerem e meu estômago se revirar, enquanto ouvia a risada do Kai que estava do meu lado, com o pescoço esticado lendo a mensagem.

 

“Cara, eu acho que realmente vou vomitar”, disse olhando para ele desesperado, o que só o fez rir mais.

 

“Relaxa, Chanyeol.”

 

“Não me manda relaxar nessa situação. Eu acho que essa que é a sensação de parir um filho... E se der tudo errado?”

 

“Não vai dar tudo errado, porque eu falei com o Baekhyun”, Kyungsoo disse do meu outro lado, e eu arregalei os olhos, e quase desmaiei ali mesmo.

 

“VOCÊ CONTOU PRA ELE?” Gritei, o fazendo me xingar e depois rir.

 

“Claro que não, seu idiota, aff, não sabe nem brincar.”

 

“Não se brinca com uma pessoa que está prestes a ter um colapso, filhote de coruja”, disse nervoso, passando a mão, que não estava segurando as flores, no cabelo.

 

“Oh, as primeiras pessoas do voo já estão saindo”, papai comentou.

 

“Abram espaço para o Chanyeol”, Senhora Byun disse, e todos de repente ficaram atrás de mim.

 

Meu coração começou a bater mais rápido ainda, se isso era possível. A cada pessoa que ia saindo da portinha e andava o mini corredor até onde nós, meras pessoas morrendo de vontade de ver nossos entes queridos estávamos, era uma reviravolta no meu estômago. As flores que estavam na minha mão balançavam suavemente com a tremedeira que minha mão e o resto do meu corpo estava, e só piorou quando eu vi aquele pingo de gente saindo finalmente daquela maldita portinha, com seus dentinhos pontudos à mostra, e um Sehun debochado (já sabendo de tudo, vale ressaltar) a tiracolo.

 

Ele passou o olhar rapidamente pela multidão até parar em mim, e quando nossos olhos se encontraram, eu parei de respirar, e lágrimas teimosas desceram sem minha permissão pelo meu rosto, quando ele sorriu mais largo ainda. Ele largou as malas que segurava no chão, sem perceber, e deu alguns passos para frente, até parar de novo quando me viu ajoelhando no chão. Uma expressão surpresa tomou seu rosto, e eu estava tremendo tanto que demorei um pouquinho para conseguir tirar a caixinha preta do bolso da calça. Mas eu guerreiramente consegui, e abri a caixinha para ele, e para todo o resto da plateia que estava ali no aeroporto, verem as minhas intenções.

 

“Baekhyun, você quer casar comigo?” Falei alto, e logo em seguida todos ficaram em silêncio, ansiosos. E eu juro que aqueles minutos foram os mais torturantes da minha vida, aquele silêncio cheio de expectativa machucava os meus ouvidos, e só me fazia tremer mais. Tremer tanto que eu não iria mais conseguir ficar ajoelhado, se ele demorasse um pouco mais para responder. “Se você disser não, a gente finge que nunca aconteceu, e eu volto para casa e jogo a minha aliança fora”, disse nervoso, fazendo referência ao dia em que o pedi em namoro, e mostrei a aliança que já estava em meu dedo.

 

Mas felizmente, eu ouvi um Amém @Deus? Ele sorriu largamente, e disse um:

 

“É claro que eu aceito, seu idiota!”, em alto e bom tom, fazendo todos ouvirem e começarem a gritar, comemorando a minha vitória. Foi difícil, mas grandes soldados sempre sobrevivem no final. Hahaha, só que não, porque sinto que vou morrer ainda.

 

Baekhyun finalmente se jogou nos meus braços, e eu larguei as flores no chão só para o abraçá-lo e o levantar junto comigo no meu colo, o rodando no ar e o esmagando entre meus braços. Ele enfiou a cabeça no meu pescoço, e eu quase tive um treco ao sentir, depois de tanto tempo, seu cheirinho doce, junto com as lágrimas que eu senti molharem minha camisa.

 

“Você não pode chorar, tá ficando chorão que nem eu”, sussurrei em seu ouvindo, rindo e o fazendo rir também.

 

“É tudo culpa sua, seu idiota”, murmurou ainda com a cara escondida. “Olha a vergonha que você está me fazendo passar, Park Chanyeol. Tá todo mundo olhando para a gente. Só não te mato agora porque acho que tô infartando.”

 

“Nossa, que coincidência, porque eu também acho que tô infartando.” Rimos juntos, e o coloquei no chão de novo, ainda ouvindo as comemorações de fundo. Ele limpou as lágrimas que desciam pelo seu rosto, e me olhou sorrindo. Tirei a aliança dourada da caixinha, e peguei suas mãos bonitas, encaixando o objeto em seu dedo.

 

“Eu te amo”, disse sorrindo, sem impedir que as lágrimas caíssem.

 

“Eu também te amo.”

 

 

 

 

 

❣❣❣❣❣❣❣❣❣❣❣

 

 

 

 

 

Um mês para o casamento...

 

 

Chanyeol é insuportável.

 

Quando eu quero dizer insuportável, eu quero dizer NÃO DÁ PARA SUPORTAR ESSA PESTE! Era nessas horas que eu me perguntava como eu fui aceitar casar com um zumbi sem cérebro desses. Simplesmente não dava.

 

Fazia dois anos desde que eu aceitei o pedido louco de casamento dele, pois é... Passou bastante tempo e a gente só resolveu fazer a cerimônia agora, pelo simples motivo de que a gente não tinha dinheiro nenhum na época. Eu estava organizando tudo para abrir a empresa quando cheguei na Coreia e de quebra todo meu precioso dinheiro foi investido nela, infelizmente parte do dinheiro que o Chanyeol tinha, também usamos para investir na empresa. Sim, é isso mesmo que você está pensando, além de aturar Chanyeol em casa, ainda o aturo no trabalho, porque ele é o maravilhoso e cheiroso do meu sócio.

 

E quando eu digo ‘aturar em casa’, quero dizer que nem tudo na vida é desgraça e os pais do grandão presentearam a gente com um apartamento pequeno e aconchegante no centro da cidade, para ficarmos mais próximos um do outro e do trabalho. Na época foi bastante difícil, tanto para mim, quanto para Chanyeol ~mais para mim porque convenhamos que aturar o menino Park é muito mais difícil~ por causa principalmente do estresse que o começo de uma empresa causava. Mas nada do que umas briguinhas aqui e uns cafunés ali não dessem conta, graças, claro, ao grandão, porque ele não consegue ficar nem um dia inteiro sem falar comigo e sempre cedia, e não era como se eu quisesse ficar sem falar com ele de qualquer forma.

 

Bom... os anos se passaram e nossa empresa, felizmente está arrumadinha e nos trilhos, nos dando um retorno muito significativo, muito maior do que eu imaginava até. E apenas nesse curto período de tempo, nos já éramos bem famosos no mercado. O que nos deu certa tranquilidade e possibilidade para arrumarmos nosso casamento, um de verdade. O que, convenhamos, estava me ocasionando muito mais dor de cabeça do que a empresa jamais me proporcionou.

 

A confusão já começou quando obviamente eu e Chanyeol descobrimos que tínhamos visões diferentes sobre o que era um casamento. Eu queria uma coisa pequena, talvez uma cerimônia na praia e só, mas o grandão queria uma cerimônia gigante em um salão de festa, com luzes brilhantes e um DJ. No final chegamos ao consenso de fazer os dois, uma cerimônia em um local aberto e depois uma festona de arromba, onde eu iria sustentar todos os mil convidados que o grandão tirou da cartola. E aí estava o segundo problema, porque o meu belíssimo noivo queria chamar a droga da cidade inteira. Eu acho que no final das contas, nós só concordamos mesmo com os padrinhos. Iam ser três para cada, comigo ficaram o Sehun, o Kyungsoo e o Lay, e com Chanyeol, o Kris, o Kai e o Luhan, que era o advogado da nossa empresa. Ele ajudou bastante a gente no começo e continua ajudando até hoje, fazendo com que virássemos grandes amigos.

 

E era ele que me ajudava nesse momento de desespero.

 

“EU VOU MATAR O CHANYEOL”, gritei, jogando meu celular no sofá da minha sala da empresa.

 

“Não faça nada que irá se arrepender depois”, Luhan disse calmamente, sentado de frente a minha mesa, onde eu deveria estar sentado e trabalhando, mas não...

 

“Eu não sei qual é o problema dele, a gente chegou juntos à conclusão que ele cuidaria dos detalhes do casamento e eu cuidaria da empresa. Eu não sabia que isso na verdade significava que eu ia ter que fazer TUDO SOZINHO, PORQUE ELE NÃO PENSA”, disse frustrado, passando a mão nos meus cabelos enquanto andava pelo meu escritório, procurando as chaves do meu carro.

 

“O que foi dessa vez?” Perguntou com a típica voz serena, e virou para trás me olhando, mostrando a chave do meu carro que estava em sua mão.

 

“Obrigado”, peguei a chave e suspirei. “Segundo a Senhora Park, ele quer que as toalhas de mesa e os detalhes dela sejam laranja, quando nós já decidimos que a droga da paleta de cores vai ser azul e cinza.”

 

“Ela não conseguiu fazer com que ele mudasse de opinião?” Perguntou, ainda com os olhos em mim.

 

“E quem consegue?” Suspirei derrotado, massageado meu pescoço em busca de calma. “Eu já mandei umas 50 mensagens ameaçando ele de morte, mas ele está me ignorando.”

 

“É... só você mesmo. Realmente um caso perdido.” Voltou a olhar para os papéis em minha mesa, procurando algo entre as palavras.

 

“Consegue segurar as coisas aí rapidinho?” Olhei para ele com um olhar suplicante.

 

“Você já pode passar a empresa para mim. Foram quantas vezes só essa semana?”

 

“Acho que quatro... mas essa com certeza foi a última, porque eu vou matar o Chanyeol e nem casamento vai ter mais”, disse por fim, indo para a porta.

 

“Dirija com cuidado”, ainda consegui ouvir Luhan falando, antes de deixar de vez a sala.

 

 

 

 

 

 

Cheguei no hotel onde ia acontecer o casamento bufando de raiva. Nós tínhamos escolhido aquele lugar, porque ele tinha um lindo e grande jardim arborizado, onde iria acontecer a cerimônia, e dentro um grande e luxuoso salão que ia abrigar a festa. E mesmo com toda aquela beleza, eu apenas andava por ele sem prestar atenção em nada que não fosse o garoto sentado em uma das grandes mesas no fundo do salão, com os braços cruzados e um bico enorme nos lábios. Em cima da mesa estava uma mistura de panos e enfeites azuis e laranja, mostrando como aquela combinação era um total horror. Do lado dele, em pé, estavam a Senhora Park, minha avó e a cerimonialista, todas sem saber o que fazer, e quando me viram adentrando o salão, apenas sorriram aliviadas. Sorrisos esses que se foram assim que comecei a gritar, no exato momento que os olhos grandinhos encontraram os meus.

 

“EU VOU TE MATAR, PARK CHANYEOL”, parei em frente, mas ele apenas virou a cara ainda fazendo birra como se eu não estivesse ali. O ruim de morar juntos, é que com a convivência e depois de muitas brigas, o grandão já sabia o que me irritava e como aguentar firme sem ceder nessas horas. “NÃO ADIANTA FAZER BIRRA PRA MIM, IDIOTA, NÃO TEM VERGONHA NA CARA NÃO?”

 

“Infelizmente não”, disse calmamente, ainda sem olhar pra mim. Respirei fundo, contando até dez para não pegar no pescoço dele e estrangulá-lo.

 

“Chanyeol, me diga porque diabos eu estou aqui e não no meu trabalho, resolvendo coisas mega importantes. O que a gente combinou no começo, hein?”

 

“Você está aqui porque minha mãe não sabe resolver as coisas sem te ligar.”

 

“O único que eu estou vendo que não sabe resolver as coisas é você”, respirei fundo mais uma vez, e coloquei a mão na cintura. “Qual é a porra do problema com o laranja?” E ele finalmente dirigiu os olhos para mim, me olhando com aquela carinha de criança pidona, que mesmo com o passar dos anos ele ainda era especialista em fazer.

 

“É a sua cor preferida, eu achei que devíamos colocá-la em algum lugar”, olhei para cima, pedindo por todo e qualquer tipo de paciência existente e quando voltei a olhar para ele, acabei vendo a cara de surpresas das mulheres, provavelmente pela revelação do maior.

 

“A gente escolheu desde o começo que as cores seriam azul e prata, Chanyeol. Se eu aceitei e dei o aval para serem essas cores, é porque eu gosto delas, e não quero nem sinal de qualquer outra cor que não sejam essas, ou algo muito perto. Entendeu?” Falei como se explicasse para uma criança, quando o grandão fazia esse tipo de birra, era só assim que conseguia fazê-lo parar.

 

“Tem certeza?”, descruzou os braços. “Tenho certeza que laranja vai ficar bom em algum lugar...”

 

“Absoluta, sem laranja”, ditei por fim, e ele deu um sorrisinho.

 

“Sem laranja então... pode trazer os efeitos azuis e cinza para eu dar uma olhada.” Olhou para trás e pediu para a organizadora do casamento como se não tivesse acontecido nada, e a mulher apenas acenou desconcertada e saiu do salão atrás dos outros objetos.

 

Olhei feio para o grandão que ainda parecia uma criança, mesmo depois de tantos anos, e suspirei fundo, tentando juntar toda a minha paciência, enquanto o sorriso cheio de dentes era dirigido para mim, como forma de me acalmar.

 

“Não mereço isso”, desviei o olhar dele e olhei o relógio. “Droga... tenho que ir.”

 

“Eu te levo até o carro”, levantou da cadeira, animado como sempre.

 

“Tudo bem”, concordei, sabendo que se falasse não, ele ia me infernizar até poder ir comigo. “Vovó, Senhora Park... qualquer outra coisa, me liguem”, disse por fim, me curvando, antes de virar para Chanyeol e seguir para fora com ele.

 

“Desculpa ter te atrapalhado, Baek”, disse manso, entrelaçando os dedos com os meus.

 

“Se eu perder mais uma hora sequer de trabalho por sua causa, eu vou te matar”, encostei no carro virando para ele.

 

“Hm... como eu posso te recompensar hoje?” Fez um biquinho, e deixou um beijo nas costas da minha mão. “Vou cozinhar o que você quiser de noite.”

 

“Sushi”, disse rapidamente. Acontece que Chanyeol fazia o melhor sushi do mundo, não sei como isso era possível, mas tudo é possível vindo do grandão.

 

“Tudo bem então, vou caprichar pra você”, sorriu e foi se aproximando de mim, com a clara intenção de me beijar, mas eu apenas virei o rosto.

 

“Não, ainda estou irritado com você”, disse malcriado.

 

“Ahhh, por favor, Baekhyun, já faz um tempão que a gente não se beija”, reclamou. “Você nem me deu um beijinho antes de correr para a empresa hoje de manhã.”

 

“Chanyeol, eu te beijei ontem”, cruzei os braços indignado, soltando sua mão. Sempre era a mesma coisa.

 

“Ahhh, já faz muito tempo, nem lembro mais”, reclamou chegando mais perto, apoiando os braços no meu ombro e se inclinando para olhar pra mim, me deixando sentir sua respiração quentinha.

 

“Como eu fui aceitar casar com um homem tão grudento assim?” Reclamei, mas no final acabei suspirando e colocando minhas mãos em sua cintura, agarrando a blusa dele.

 

“É porque você é grudento também, só não admite em voz alta que nem eu”, riu, chegando mais perto ainda, até nossos narizes se encostarem, e virou a cabeça de um lado para o outro, me dando o famoso beijinho de esquimó.

 

E talvez ele tivesse um pouco de razão. Eu amava quando o Chanyeol era grudento e carinhoso, mesmo reclamando de vez em quando, eu me sentia completamente cheio de sentimentos bons, quando ele mostrava que me amava tanto, daquele jeitinho fofinho dele e podia sentir que ele me faria feliz para sempre.

 

“Insuportável...” reclamei, só para não perder o charme, e finalmente juntei nossas bocas em um beijo decente.

 

No começo foi só um selar, mas logo o grandão já estava sugando meu lábio inferior para dentro de sua boca, e eu não deixei de aproveitar também aqueles lábios cheinhos, ora chupando ou ora mordendo. Só para finalmente nossas línguas se juntarem, e o beijo se tornar mais gostoso ainda.

 

Ficamos um tempinho aproveitando a presença do outro, já que aqueles momentos de calmaria e carinhos estavam um pouco escassos entre nós, por causa da correria do trabalho e do casamento. E confesso que sentia falta de alguns momentos como aqueles, e até mesmo mais íntimos com o grandão.

 

“Tudo bem, tenho que ir agora”, disse deixando alguns selinhos nos lábios cheinhos uma última vez. “Se comporte, e responda minhas ligações e minhas mensagens da próxima vez, se não você é um homem morto.”

 

“Sim, capitão”, brincou, rindo logo em seguida. “Vê se chega cedo hoje, por favor.”

 

“Vou tentar”, abracei ele uma última vez, e abri o carro, entrando nele e acenando para o Chanyeol, que sorria bonitinho para mim. “Até mais tarde.”

 

 

 

 

Aquele mês foi completamente insano, e posso garantir que aquela vez não foi a última que tive que largar o trabalho para dar uma olhada nas coisas do casamento, e isso só se intensificou quando tive que ver o meu terno e essas coisas. Felizmente Sehun e Kyungsoo ajudaram muito eu e o Chanyeol, principalmente na reta final, abrindo mão de alguns compromissos para ajudarem em algumas coisas, como os excelentes padrinhos que eles eram. Assim como Luhan, que praticamente segurava a empresa sozinho, mesmo sem ser aquele seu trabalho.

 

Mas isso não queria dizer que eu não estava exausto e muito nervoso também, muito pelo contrário, eu estava tão a mil que até esquecia para que estava fazendo aquilo tudo. E a ficha só pareceu cair um dia antes do casamento, quando eu levei Sehun e Kyungsoo até a porta do nosso apartamento, para eles finalmente irem para casa, depois de um longo dia ajudando nos últimos detalhes. E quando eu fechei a porta e vi Chanyeol mordendo suas unhas no sofá que eu percebi que: nossa eu vou me casar amanhã.

 

“Tudo bem?” Perguntei, sem saber se foi para ele ou para mim.

 

“Estou nervoso”, comentou subindo o olhar para mim, me acompanhando até sentar do lado dele.

 

Suspirei fundo, tentando me acalmar por dentro, mesmo estando provavelmente do mesmo jeito que o Chanyeol. Eu sabia que era o pilar emocional dele, e nesses momentos eu não podia mostrar que estava tão desesperado como ele.

 

“Tudo vai dar certo, você sabe...”

 

“Você não vai fugir na hora de entrar no altar ou algo assim, né?” Para não ser um casamento tradicional, eu e o grandão combinamos de entrar no altar ao mesmo tempo, ainda mais que a cerimônia toda aconteceria na parte externa, tipo um jardim, no lugar onde aconteceria a festa.

 

“Eu tive sete anos para fugir, Chanyeol, não vou fugir agora.” Sorri terno, fazendo um carinho nos cabelos macios dele, que continuavam quase igual como antigamente, com o mesmo tom de castanho e os mesmos cachos, só que agora estavam um pouco mais compridos.

 

“Baekhyun, vamos transar?” Perguntou na lata, sem tirar aquela cara de nervoso do rosto.

 

“Ahh... você é tão estraga clima, Chanyeol”, reclamei tirando a mão de seus cabelos.

 

“Tô falando sério, Baek, só vou ficar mais calmo, quando tirar essa energia de mim”, se aproximou juntando nossas testas.

 

“Vamos ter a lua de mel para isso.”

 

 “Por favor, só um pouquinho. Juro que guardo energias para lua de mel”, falou baixinho fazendo um biquinho. Eu olhei para aquela carinha, e decidi que não havia mal nenhum em ceder um pouquinho para o grandão.

 

“Tudo bem...”, suspirei. “Vai para o quarto.”

 

“Sério?” Perguntou eufórico.

 

“Quer me dar tempo para que eu mude de ideia?” Arqueiei a sobrancelha, e ele sorriu largo, deixando um selinho e saindo correndo para o quarto. E ainda pude ouvir ele falando com o Bunny, o expulsando de lá, e falando que ele teria que dormir em outro lugar naquele dia.

 

Vi o gato miar reclamando por não poder dormir na cama confortável, e vir até mim no sofá, pulando do meu lado e se acomodando no estofado. Sorri com a cena e fiz um cafuné nas orelhinhas dele como pedido de desculpas, e logo levantei também. Afinal, Chanyeol não era o único que precisava relaxar.

 

 

 

 

 

Na manhã seguinte, eu e Chanyeol fomos separados, pois por uma insistência da vovó, não podíamos nos ver durante o dia todo, apenas quando tivéssemos no altar. E felizmente tive um dia maravilhoso, sendo bastante mimado, em um spa, onde Chanyeol também estava, mas em uma área separada da minha. Ficamos relaxando o dia inteiro, só para no início da tarde irmos para o local da cerimônia, nos arrumarmos.

 

Sehun e Kyungsoo estavam comigo no quarto, junto com a vovó e umas moças que fizeram meu cabelo e minha maquiagem, e que agora me ajudavam a vestir o meu terno azul clarinho.

 

“Você está lindo”, Sehun disse de repente, me fazendo olhar para ele pelo espelho e sorrir.

 

“Você acha?” Perguntei um pouco inseguro, enquanto a moça terminava de ajeitar o lencinho dentro do meu bolso.

 

“Sim, completamente perfeito. Chanyeol vai chorar que nem um bebê quando te ver”, comentou e riu, chegando mais perto, só para segurar minha mão e me fazer virar para ele. “Nem acredito que meu bebê tá se casando”, comentou, fazendo Kyungsoo e vovó rirem.

 

“Eu não acredito que ele tá se casando com o garoto que ele jurava de pé junto odiar”, a corujinha sorriu e chegou mais perto de mim, parando do lado do Sehun. “Você está incrível.”

 

“Não mais que você no seu casamento, corujinha.” Sim, Kyungsoo tinha se casado com Jongin no ano passado, e foi depois de ver a cerimônia incrível dos dois, que eu e Chanyeol, resolvemos tomar vergonha na cara e casar de uma vez. “Quem diria que nós dois iríamos casar um dia, hein”, sorri terno, sentindo a emoção tomar meu corpo, e dei minha outra mão para meu amigo, o fazendo sorrir cúmplice.

 

“Sem chorar”, Kyung reclamou, já prevendo que eu estava emocionado com toda a situação.

 

“Você chorou no seu casamento, isso não é justo”, reclamei. “O próximo a se casar é o Sehun”, brinquei olhando para meu outro amigo que ainda segurava minha mão.

 

“Minha única opção se casou ano passado, é uma pena”, fingiu decepção, rindo quando Kyungsoo o olhou feio.

 

“Ahhh, fico tão feliz por ter vocês na minha vida”, sorri e puxei os dois para um abraço.

 

“Tão sentimental, podia casar mais vezes para eu ter mais declarações dessas”, Sehun brincou, me apertando forte em seus braços. Eles se afastaram depois de um tempo e Sehun me olhou, colocando as mãos no meu rosto e sorrindo daquela forma sincera dele. “Me promete que vai ser muito feliz?” Concordei com a cabeça, sem ter condição de falar mais nada sem soltar algumas lágrimas. “Você pode confiar sempre em mim, gatinho, você não sabe a alegria que me dá ter você em minha vida. Ainda mais compartilhar esse dia tão importante com você”, sorriu, e eu concordei mais uma vez, sentindo meus olhos se encherem de lágrimas. “Guarde elas para quando entrar no altar e ver o amor da sua vida, bobinho.” Passou o polegar nos meus olhos, acabando com qualquer resquício de lágrimas, antes que elas descessem.

 

“Eu te amo, Sehun”, disse com minha voz um pouco falha.

 

“Eu também te amo, gatinho”, deixou um beijo terno em minha testa e sorriu se afastando. “Se Chanyeol visse isso, ele ia me matar... Aquela criança ciumenta”, voltamos a rir, mas logo a cerimonialista entrou no quarto, perguntando se já estávamos prontos e falando que a cerimônia já ia começar.

 

Sehun e Kyungsoo foram obrigados a me deixar, já que eles tinham que subir no palco primeiro, pois eram os padrinhos, deixando eu e a vovó sozinhos, já que ela iria entrar comigo de um lado, enquanto Chanyeol entrava com a Senhora Park do outro, só para depois nos deixarem seguir sozinhos para o altar.

 

Não demorou para a cerimonialista voltar para buscar a gente, nos levando para um outro cômodo, que dava de frente para o jardim, o que me permitiu ver pela porta de vidro os convidados sentados, esperando ansiosos o começo da cerimônia, e sem percebe apertei o braço da vovó um pouco mais forte.

 

“Tudo bem querido, não precisa ficar nervoso.” Ela disse com aquela voz calma dela, e eu até me acalmei um pouco, isso é claro, até eu ouvir a música instrumental começar, e a cerimonialista vir de novo até nós.

 

“Vocês vão entrar depois que o irmão do Senhor Park entrar. Quando ele estiver no meio do corredor vocês podem sair. Chanyeol vai vir do outro lado, então tentem andar no mesmo ritmo para que cheguem no final do corredor largo juntos. Quando se encontrarem, os dois podem andar juntos até o altar.” Falou tudo de forma rápida, mas eu realmente não absorvi nada, apenas fiquei olhando o Myung, todo bonitinho no terno dele, entrando pelo corredor, atraindo olhares de todo mundo, enquanto carregava uma cestinha, contendo as alianças. “Vocês já podem ir, agora”, sorriu.

 

Vovó olhou para mim uma última vez e me puxou de leve pelo braço, me fazendo sair do meu transe e começar a andar. Mas minhas pernas bambas só permitiam um andar parecido com uma tartaruga, e vovó pareceu não se importar, já que acompanhava meu ritmo.

 

Assim que saímos por aquela porta, eu vi o Chanyeol, do outro lado. Meu coração parou, e eu senti pela primeira vez depois de todos aqueles meses, que todo o estresse que nós tínhamos passado, valeu a pena. Ele estava completamente lindo, com o terno azul escuro caindo tão bem no seu corpo magro, que o deixava sexy e fofo ao mesmo tempo. Fofo por causa dos seus cabelos que pareciam ainda mais cacheados, e daquela carinha inchada por causa do choro, que descia em forma de lágrimas silenciosas molhando seu rosto.

 

Ele era mesmo um bebê chorão e incrivelmente eu o amava daquele jeitinho mesmo, todo bobinho e sentimental. E eu não pude evitar de sorrir largo quando ele me olhou e deu um sorrisinho cúmplice, que fez meu coração se aquecer, e minhas emoções aflorarem de uma forma que eu senti as minhas próprias lágrimas se acumularem nos meus olhos.

 

Quando já estávamos de frente um para o outro no final do grande corredor, vovó parou de andar e se virou para mim, sorrindo contente e me abraçando forte.

 

“Seus pais estariam tão orgulhosos de você”, sussurrou no meu ouvido, e aquele foi o estopim para mim, que finalmente deixei as lágrimas descerem pelo meu rosto, sem freio nenhum, e retribui o abraço apertado.

 

Ela se afastou e deixou um beijo na minha testa, indo até Chanyeol e abraçando o mesmo, enquanto Senhora Park fazia o mesmo comigo.

 

“Muito obrigada por aparecer nas nossas vidas, Baek. Desejo a vocês toda a felicidade do mundo”, sussurrou no meu ouvido também, se afastando e me dando aquele típico sorriso dos Park.

 

As duas se afastaram de nós e entraram pelo corredor juntas, deixando eu e Chanyeol de frente um para o outro com aquela mistura de sorrisos e lágrimas. O grandão apenas estendeu a mão para mim, que entrelacei meus dedos nos dele, chegando mais perto.

 

“Você não pode chorar, Baek, você sabe que se você chorar eu também choro.”

 

“Você já está chorando, idiota”, disse rindo baixinho, arrancando o mesmo dele.

 

“Agora não tem mais volta”, comentou. “Está pronto para passar o resto da vida comigo, Senhor Park?”

 

“Completamente pronto, Senhor Byun.” 


Notas Finais


Links:
decoração do casamente> https://s-media-cache-ak0.pinimg.com/736x/c1/99/18/c199189eea671bc31685a8de5bef19c4--winter-wonderland-centerpieces-winter-wonderland-wedding.jpg
o lugar da cerimonia é algo parecido com isso > http://blogdamariafernanda.com/wp-content/uploads/2013/07/jardim-suspenso-crepusculo.jpg
Ternos que eles usaram são esses > https://s-media-cache-ak0.pinimg.com/736x/f2/9e/af/f29eaf0d20eb691d5c6a18f05ab90502--lgbt-wedding-wedding-show.jpg
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Ahhhh foi isso ;; esse epílogo é só para mostrar como eles ficaram mais velhos e para mostrar o casamento deles também, uma graça <3 Queria falar que foi nesse cap tbm que o Luhan deu o ar de sua graça kkkkkk só para introduzir ele para a side hunhan de Wait, What que está por vir ~inclusive vou postar ela amanhã, eu ouvi um amém? kkkkkkkk

Então gente, é isso... espero que tenham gostado e obrigada de coração por acompanharem WW ate aqui ^^ Queria agradecer muito por todo o carinho que recebi ao longo da fic e espero ver vcs mais vezes por ai. Qualquer coisa vcs sabem que podem me perturbar no twitter @hysadorothy e até mesmo no facebook, estou sempre por la perturbando as pessoas no exo fanfics kkkkkkkk são mt bem vindos sempre
Para vcs que comentaram no último cap, não desistam de mim kkkkkkkkkkkkkkkk eu vou responder todos os comentários agora e os desse cap vou respondendo durante a semana <3

Bom... é isso.... vou chorar estou depressiva kkkkkk não quero ir embora... Vou deixar aqui o link da side hunhan qnd eu postar amanhã para vcs continuarem comigo viu!? E vou deixar o link da OS chanbaek inspirada naquelas fotos do Chan vestido de Deadpool, q eu postei a pouco tempo para quem não leu ainda e tem interesses em HQs e universo geek kkkkkkkk

Até mais pessoinhas, foi um prazer enorme ter vcs aqui
~XOXO

Link da Side HunHan, de Wait, What!? >>> https://spiritfanfics.com/historia/ill-colour-me-blue-10030451
Link da OS da marvel >> https://spiritfanfics.com/historia/you-can-call-me-deadpool-9868398


Qualquer dúvida, reclamação, elogios e curiosidades, podem me perguntar anonimamente no curious cat 》 https://curiouscat.me/hysADorothy


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