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História Wait, What!? - Wait, I Love Your Brother


Escrita por: cosmichanbaek

Notas do Autor


Oii coisinhas lindas do meu coração kkkkk

Ufaa, pensei que não ia conseguir postar hoje, mas tudo deu certo e aqui estou ^^
Bom... não vou enrolar muito por aqui, espero vcs la em baixo :*

Capítulo 3 - Wait, I Love Your Brother


Fanfic / Fanfiction Wait, What!? - Wait, I Love Your Brother

“O que foi, Chanyeol?” Atendi o celular enquanto abria a geladeira.

 

“Oi para você também, Baekhyun. Chegou bem em casa?”

 

“Você tem noção que não tem nem uma hora desde que eu estava com você?”

 

E era verdade, eu tinha acabado de chegar em casa e a minha última aula foi junto com o orelhudo, ou seja, nós ainda viemos no caminho até perto da minha casa juntos.

 

Eu mal tinha chegado em casa, apenas joguei minhas coisas no quarto, e tirei minha calça, ficando com a minha blusa social xadrez que tampava parte das minhas coxas. Desci para pegar um purê de frutas para assistir o dorama das 7h com a minha avó, que já estava prontinha na sala esperando o programa começar.

 

“Você não cansa de falar não?”, perguntei com o purê de frutas na mão, indo para sala.

 

“Não, aqui em casa todos gostam de falar.”

 

“Percebi”, resmunguei sentando no sofá do lado da minha avó, recendendo o olhar curioso dela.

 

“Quem é, querido?”

 

“Hmm.... Um amigo chato que não para de falar”, respondi recebendo a risada irritante do Chanyeol do outro lado da linha.

 

“Traga ele para cá um dia desses” ela sorriu, provavelmente feliz por eu ter feito outro """"amigo””””.

 

“O que você quer?” Perguntei logo, querendo que ele falasse de uma vez o que  queria, antes de começar o dorama.

 

“Esse livro é muito chato”, choramingou. “Eu cheguei todo empolgado para ler, mas li uma página e já não aguento mais.

 

Já tinha se passado dois dias desde que jantamos juntos no restaurante do Senhor Choi, e ontem mesmo o orelhudo pegou na biblioteca um dos livros preferidos do corujinha, o mais fino, que tinha 200 e poucas páginas. Pois é, até eu tô com pena dele.

 

Ele está realmente empenhado, tanto é que não passou o almoço comigo e com o Kyungsoo nesses últimos dois dias, o que o corujinha comemorou comigo.

 

Acontece que ele está lendo o livro há dois dias, mas nem chegou na página 50, ou seja, não tinha quase nada que podia comentar ainda nos almoços junto com seu crush, não mais tão secreto.

 

“Eu nunca disse que seria fácil. Vá fazer alguma coisa de útil, como, por exemplo, tomar banho.”

 

“Você está me chamando de fedorento, Baekhyun?” Perguntou divertido.

 

“Interprete como quiser”, dei de ombros vendo a chamada do dorama, indicando que já estava começando. “Olha tenho que desligar agora, o dorama já vai começar.”

 

“Fala sério que você vê dorama Baekhyun! Aí ainda fala para eu fazer uma coisa útil, você que deveria fazer uma coisa útil.”

 

“Hey, fica na sua aí Dumbo, esse dorama é muito legal, e eu só vejo por causa da minha avó.”

 

“Sei...” Disse descrente.

 

“Então tchau.”

 

“Hey espera, eu nem disse o que eu tinha pra dizer ainda.”

 

“Vá direto ao assunto, afinal você deveria treinar mais isso.”

 

“Aish, eu quero saber se você não quer vir aqui no sábado, minha mãe falou que é um dia bom para você vir, aí a gente começa o trabalho.”

 

“Ai Chanyeol, deixa eu ter um descanso de você, eu já te vejo todo dia e ainda vou ter que te ver no final de semana? Tenha piedade da minha pessoa.”

 

Depois daquele episódio todo de Baekhyun magoa Chanyeol, eu passei a noite revirando na cama e pensando sobre toda a situação em que eu me encontrava, e cheguei à conclusão de que eu deveria aceitar os fatos.

 

Vejam bem, eu já tinha aceitado aquela loucura que ele tinha proposto, e no final eu vou sair ganhando também, ou seja, era só aguentar o orelhudo por algum tempo. E como diz aquele ditado: “quem tá na chuva é pra se molhar”, eu decidi que vou tentar me acostumar com a presença dele, levar na boa sabe? Ele não era tão chato quanto eu pensava, quer dizer, quando ele não tagarelava sem parar... - o que era raro. Mas eu até já estava me acostumando com a carinha de cachorro perdido dele. É, mais ou menos, na verdade agora eu caía com mais frequência, e acabava cedendo aos seus desejos. Como por exemplo hoje, quando ele me pediu um algodão doce que vendia na porta da faculdade, e ainda me chamou de “hyung”, o que eu descobri – e ele também - que tem mais efeito sobre mim quando ele me pede qualquer coisa.

 

Um abusado mesmo.

 

Mas enfim, isso não é relevante... O fato é que eu até que tô me saindo bem no que se refere ao quesito: não seja muito mal com o Chanyeol.

 

Como vocês podem notar, agora eu até brinco com o fato dele ser insuportável de chato, e eu não aguentar ver ele todo dia.

 

Bom, toda brincadeira tem seu fundo de verdade.

 

Mas eu admito que eu só consegui me sentir mais à vontade com ele, por causa do próprio orelhudo. Ele era muito simpático mesmo, e me tratava como alguém que conhecia a vida inteira, o que facilitou bastante a minha forma de lidar com sua presença.

 

“Para de drama, baixinho.” Eu esqueci de contar que esse filho de uma belíssima senhora descobriu o meu ponto fraco, que era minha altura, e agora ele me chama assim só para me ver irritado.

 

“Eu vou desligar na sua cara, seu poste orelhudo de uma figa.”

 

“Você não teria coragem, bai-xi-nho.”

 

Eu desliguei.

 

Desliguei mesmo, depois de tanto andar com o Kyungsoo, eu peguei um pouco da parte diabólica dele.

 

“Você desligou na cara do seu amigo, querido?”, minha vó perguntou preocupada, ao mesmo tempo que meu celular voltou a tocar. “Você não pode desligar na cara dos seus amigos. É falta de educação.”

 

Eu mereço, viu, por causa desse garoto ainda sou obrigado a levar bronca da minha avó.

 

“Desculpa, vovó.” Olhei para o celular irritado, e resolvi atender logo. “Alô.”

 

“Aish, você é um grosso”, resmungou, “eu até pedi para minha mãe fazer mousse de morango para você no sábado, mas vou falar para ela esquecer, depois disso tudo.”

 

“Você não faria isso”, disse com a minha voz mais manhosa possível, deixando que um bico crescesse nos meus lábios. Se o orelhudo sabe ser manhoso pra conseguir o que quer, eu também sei. Como vocês acham que eu consigo as coisas do Kyungsoo?

 

“Hey, só eu posso ser manhoso aqui”, reclamou rindo, e eu acabei acompanhando.

 

“Eu sou muito melhor que você, com esses três metros que você tem. Ninguém cai na sua cara falsa de choro.”

 

“Haha, você cai.”

 

“Caio nada, otário.”

 

“Baekhyun”, vovó me chamou, “vá falar com seu amigo em outro lugar, por favor”, ela pediu educadamente, e só então eu vi que o dorama já tinha começado há algum tempo, e que eu estava atrapalhando a concentração dela.

 

“Desculpa”, eu levantei do sofá e fui até a cozinha, aproveitando para jogar o meu purê de frutas, agora vazio, fora. “Olha o que você fez, tô perdendo o dorama por sua culpa.”

 

“Então você tem que me agradecer”, ele riu.

 

“Vamos ao que interessa. Como vai ficar o lance do mousse?”

 

“Minha mãe vai fazer, tá bom? Você vai vir sábado?”

 

“Vou, que horas eu tenho que estar aí? Aliás, você tem que me mandar o seu endereço também.”

 

“Você pode vir depois do almoço, aí você janta aqui. Vou te mandar por mensagem depois. Aí a gente pode combinar também o lance do cinema.”

 

“Tudo bem, pode ser. Agora eu vou desligar, quero ver o dorama.”

 

“Ok então, está marcado heim, não vai inventar uma desculpa no dia"

"É isso que você pensa de mim?"

"Quer saber mesmo a resposta?" Riu baixinho do outro lado.

"Tchau, Chanyeol", desliguei o telefone sem esperar uma resposta.

 

 

 

 

 

 

Acordei um pouco mais feliz naquela sexta de manhã, por motivos de: sexta-feira. Aliás, quem não gosta de sexta feira? E eu ainda tenho um motivo a mais para gostar tanto dessa dia maravilhoso: eu só tenho aula das 8 às 10 da manhã, isso mesmo, praticamente o dia todo livre. E eu o aproveitava muito bem, jogando LOL e colocando minhas séries em dias. O legal disso tudo era que Kyungsoo também saia às 10 horas hoje, e às vezes a gente marcava de fazer alguma coisa juntos.

 

Cheguei na faculdade bem felizinho, queria ir para a aula logo para acabar com aquela obrigação de uma vez, e acabei dando sorte de encontrar o meu corujinha sentado em um dos bancos do pátio lendo seu tão precioso livro. Só levei um susto quando vi nada mais, nada menos, do que um poste sentado do lado dele, e por incrível que pareça, eles estavam conversando.

 

Sim, meus caros amigos, eles estavam mantendo um diálogo.

 

Me aproximei cautelosamente daquela cena meio surreal, e só então vi o motivo daquilo: o livro de 200 e poucas páginas que estava na mão do Chanyeol. Então ele finalmente resolveu agir.

 

“Bom dia”, desejei, sentando do lado do corujinha.

 

“Bom dia, Baekhyun”, Chanyeol disse animado como sempre.

 

“Oi Baek.”

 

“O que vocês estão fazendo?”

 

“Eu tava perguntando para o Kyungsoo sobre esse livro que eu tô lendo, parece que ele gosta muito.” Ele estendeu o livro me mostrando do que falava, e eu tive vontade de rir daquele teatro.

 

“Hm...” Disse sem muito interesse, para o corujinha não desconfiar de nada.

 

“Então vamos?” Kyungsoo me chamou para que fossemos logo para aula. Na verdade ele queria mesmo era se livrar do orelhudo que eu sei.

 

“Ainda tem tempo para a próxima aula”, disse fazendo Chanyeol sorrir, agradecendo pela minha resposta. Mas parece que ele foi o único contente ali, porque Kyungsoo me olhou com aqueles olhos grandes como se lesse minha alma, e eu realmente senti um friozinho passar pela minha espinha.

 

Chanyeol ainda ficou por ali tentando puxar assunto com o meu amigo por mais algum tempo, e eu estava realmente me surpreendendo pelas respostas que Kyungsoo dava. Tava na cara que do pouco que Chanyeol leu do livro, ele não entendeu bulhufas, e o corujinha ensinava ele com toda aquela admiração esquisita que ele tinha por livros e histórias complexas. Isso até o sinal bater e ele me arrastar de lá, se despedindo do orelhudo.

 

“Nós precisamos conversar.” Eu juro que o meu cu piscou.

 

“Sobre o que?”, me fiz de desentendido mesmo.

 

“Vamos tomar um café depois da aula e então a gente conversa. Me encontra no pátio às 10 horas.”

 

“Ok.”

 

 

 

 

Eu já tinha mandado uma mensagem para o Chanyeol xingando ele, e fazendo um mega drama sobre a minha situação, e eu apenas recebi um “calma baixinho, ele não desconfia de nada”.

 

Ata, minha vontade era de entrar na sala dele e fazer ele engolir aquele celular, porque eu conheço o Kyungsoo muito bem, e ele pode ser muito amável quando quer, mas quando ele tá irritado ele vira o verdadeiro satã, não tô brincando. Sem contar que ele é muito desconfiado de tudo, e ainda é  muito observador, ou seja, eu estava ferrado.

 

Andei muito devagar até o pátio, bem devagarzinho mesmo, queria prolongar a minha morte o máximo que eu conseguisse. Até estava torcendo para que Kyungsoo tivesse esquecido desse café idiota, e já tivesse ido embora, mas eu conhecia a peça e eu só tive a minha confirmação de que ele estaria lá, quando eu finalmente cheguei no pátio e o vi parado olhando seu relógio no pulso, checando provavelmente o quantas vezes ele iria me matar pelo atraso.

 

“Cheguei.”

 

“Finalmente, você está atrasado.”

 

“Desculpa”, recebi um tapa estalado no braço e acariciei o local, reclamando com ele por ter doído.

 

“Vamos logo, eu mal tomei café da manhã hoje”, reclamou e me puxou para começarmos a andar.

 

O caminho todo até a cafeteria foi em silêncio, e pela primeira vez eu estranhei aquilo. Eu acho que tava meio acostumado com o escandaloso do Chanyeol falando pelos cotovelos. Talvez a minha mente me maltratando com pensamentos nem um pouco felizes de como o Kyungsoo iria me matar, por descobrir o meu trato com o gigante, não ajudasse muito também.

 

Se fosse pra morrer, que fosse logo, mas pelo visto ele queria me torturar.

 

Entramos na cafeteria e sentamos na mesa do lado da janela, podendo ter assim visão da rua, e tratamos logo de fazer nossos pedidos. Eu optei por uma vitamina de morango e um misto quente, enquanto o corujinha escolheu um capuccino e uma crumble de maçã. Quando a garçonete finalmente trouxe os nossos pedidos e nos deixou sozinhos, Kyungsoo começou a falar comigo.

 

“Como está a sua avó?”

 

“Bem”, respondi meio aflito por ele estar enrolando. “E o que você queria falar comigo?”

 

“Sempre muito direito”, reclamou dando um gole no líquido quente. “Eu tenho achado você meio estranho ultimamente.”

 

Não disse? Aí senhor, ferrou.

 

“Estranho como?” Me fiz de desentendido.

 

“Estranho tipo suportando o Park. Antes você fazia de tudo para ignorar ele e fugir dele, agora não é mais assim.”

 

“Claro que é.”

 

“Não é não. Hoje mesmo eu chamei você para a gente sair de perto dele, mas você apenas quis continuar ali, como se a companhia dele não fosse tão ruim assim pra você.”

 

Meu cérebro deu mil voltas, enquanto Kyungsoo jogava algumas verdades que ele não podia saber na minha cara. Eu precisava arranjar uma desculpa, e rápida, para meu comportamento. Eu sabia que aquele filhote de coruja ia descobrir que eu tinha mudado em relação a Chanyeol, afinal a mudança não foi pouca. Queria ver se ele descobrir que eu vou para a casa dele amanhã. Ele com certeza me chamaria de louco e... É isso.

 

“Ah... É porque o professor de programação visual nos obrigou a fazer um trabalho juntos, acredita?” Ri, de nervoso mesmo, “e eu meio que tô tentando me acostumar pelo menos com a presença dele, para conseguir fazer um trabalho decente, já que ele vale metade dos pontos do semestre.”

 

“E porque você não me contou antes?”, perguntou desconfiado.

 

“É porque Park Chanyeol é completamente irrelevante para nós.” Me senti até um pouco mal por ter dito isso do orelhudo.

 

“Ah sim”, ele pareceu acreditar nas minhas palavras, e eu suspirei aliviado por isso. “Boa sorte para aturar ele, vai ter que se acostumar com o fato de que ele não cala a boca.” Ele riu. “Pelo menos deve ser bom apresentando trabalhos, ponto pra você.”

 

E vocês ainda duvidam de porque ele é meu amigo? Qual é, pensamos igual.

 

“Sim, sim. Isso realmente vai ser bom para mim. Mas o que ele estava falando com você hoje?”, perguntei como quem não quer nada.

 

“Ele tá lendo um livro que eu gosto muito, bom... nem sei se aquilo é ler, porque ele não entendeu nada do livro, e eu tive que explicar quase tudo para ele.”

 

“Tenha paciência com as pessoas que não são de humanas, Soo”, disse risonho, e ele me acompanhou.

 

“Falando disso, como vai seu namorado?”

 

“Ele não é meu namorado, corujinha, eu já disse mil vezes.” Fiz birra, porque era mais do que a verdade, “e respondendo sua pergunta, ele está bem. Enviei o desenho para ele ontem, e ele iria tatuar hoje mesmo. Mais tarde devo receber a foto.”

 

“Entendi, mas ainda acho que ele é seu namorado.”

 

Kyungsoo tinha essa ideia errada sobre mim e o Sehun, desde que eu contei que nós tínhamos uma amizade colorida, mas eu realmente não me sentia como sendo namorado dele. Tudo bem que ele foi meu primeiro, em muitas coisas da minha vida, e eu realmente tinha sentimentos muito fortes por ele, mas não era sentimentos de namorados. Era algo quase que fraternal... Mas a corujinha não parecia acreditar muito nas minhas palavras, até porque ela sempre alegava que eu não me apaixonei por ninguém ainda para saber o que era amar.

 

Mas poxa, eu sabia que aquilo não chegava nem perto do que seria me apaixonar. Talvez esteja aí a diferença: eu amava o Sehun, mas não estava apaixonado, não tinha aquele tesão, e nem as famosas borboletas no estômago quando estava perto dele. Era apenas confortável, eu me sentia confortável, gostava de receber seus mimos e seus carinhos, mas não era paixão, não era aquela coisa louca de eu querer ver ele todo dia, de querer beijar sempre, tocar e sentir ciúmes. Afinal Sehun era, e ainda é, livre. Nunca foi apegado a alguém, e sempre tem seus casinhos espalhados por aí. Mesmo que ele fosse meu melhor amigo e  meu porto seguro, ele era totalmente o meu oposto.

 

Eu sei que tem toda aquela história de que opostos se atraem, e eu sei bem disso porque eu e o Hun nos atraímos, mas nunca daríamos certo. Precisamos de alguém que nos entenda, que goste das mesmas coisas que a gente, pelo menos algumas. E eu não suportaria o jeito livre dele.

 

“Aish, você é um saco. Pense o que quiser, eu e o Hun não daríamos certo, você só fala isso porque não conhece ele, e porque nunca viu a gente juntos.”

 

“Tanto faz”, deu de ombros sem real interesse.

 

“Você vai lá em casa hoje?”

 

“Não vai dar”, disse cansado, massageando o pescoço. “Eu tenho que terminar aquele trabalho, sabe? Aquele professor sádico... mal começaram as aulas e ele já passa o trabalho para semana que vem.”

 

“Ai que droga, odeio isso. Pode deixar que eu falo para a minha avó que você deu outro bolo nela.”

 

“Hey, eu não dei bolo nenhum, não falei nada que eu iria lá hoje.”

 

Eu ri do desespero alheio, e já iria responder, se meu celular não tremesse na mesa indicando uma mensagem.

 

“O namoradinho aí”, disse risonho, terminando de comer o seu doce, me dando privacidade para responder a mensagem.

 

Mas na verdade não era Sehun, e sim Chanyeol, perguntando como tinha sido a conversa e se eu ainda estava vivo. Apenas respondi que estava tudo bem, e que tive que contar sobre o trabalho para Kyungsoo, já que ele tinha desconfiado da minha bondade - ressaltei bem essa palavra, para ele ver como eu realmente era bonzinho com ele - para com o orelhudo. Ele apenas riu, e comentou feliz que agora podemos andar juntos pela faculdade sem nos escondermos do filhote de coruja, e ele tinha razão, agora nós realmente podemos fazer isso, só não sei se seria bom ou ruim.

 

“Vamos?” Kyungsoo me acordou. “Preciso ir embora logo.”

 

“Tudo bem.”

 

 

 

 

 

 

 

 

Estava estirado na cama, tentando secar meus fios molhados com uma toalha, enquanto balançava a cabeça no ritmo da música que eu tinha colocado para tocar no celular. Eu estava esperando a hora certa que eu combinei com o Chanyeol, para ir até a sua casa. Eu já tinha almoçado há algum tempo, e a vovó estava aproveitando para fazer a faxina da casa. Eu até ofereci ajuda a ela antes que eu saísse, mas ela parecia feliz demais por eu ter outro amigo, e apenas pediu que eu me arrumasse e me divertisse, mesmo que eu tenha dito mil vezes que iria fazer um trabalho. Vai entender.

 

Comecei a divagar sobre o trabalho, e o que a gente poderia fazer para tirar a nota máxima, enquanto fazia um carinho no Bunny, que estava deitado do meu lado, enchendo minha roupa de pelos, quando meu celular tremeu indicando uma nova mensagem.

 

 

Park orelhudo Chanyeol~

Você já está vindo?

Minha mãe quer que fique para o jantar.

 

Eu ri, e acabei mandando uma foto minha deitado na cama, só para sacanear ele mesmo. Estava tão quentinho ali que eu já tinha pensando em desistir de ir, mas agora não tem mais como fugir.

 

Park orelhudo Chanyeol~

Aish, vai se arrumar logo e vem pra cá.

 

Baekhyun~

Eu já estou arrumado, otário, só to com preguiça de sair.

 

Não recebi sua resposta em palavras, mas sim em uma foto que me fez sentar na cama rapidamente, assustando o pequeno Bunny. Afinal, não tenho culpa dele ter me mandado aquele pedaço dos deuses, que era o mouse de morango.

 

Ele parecia muito gostoso, o que fez a minha boca salivar, e comprovar que a Senhora Park era uma cozinheira de mão cheia, porque nossa... Aquilo parecia ter saído daquelas revistas de culinária que te induz a fazer uma coisa, mostrando uma foto linda da comida, mas quando você faz nunca fica igual.

 

Baekhyun~

Estou saindo de casa agora, e avisa para sua mãe que vou ficar para o jantar.

 

Park orelhudo Chanyeol~

Interesseiro, hahaha.

 

Levantei da cama de vez, dando uma última olhada no meu visual, aproveitando para dar uma batidinha de leve nos meus jeans, e na minha camisa branca de botões, tirando assim o pelo do Bunny que tinha se prendido nas roupas. Peguei a minha mochila jeans de sempre, e joguei ali meu livro de programação visual, minha carteira, meu celular e minhas chaves, e torci internamente que o orelhudo tivesse todo o material para desenho na casa dele. Desci as escadas com os meus coturnos marrons na mão, e me despedi da vovó, avisando que eu não voltaria para o jantar.

 

O caminho para a casa dele não foi muito longo, já que ele morava entre a minha casa e a faculdade. Assim, não demorei para estar em frente aquela casa verde com um muro de tijolinhos brancos. Ela não era muito grande, nem muito pequena, mas era muito bonita e parecia ser bem aconchegante.

 

Entrei pelo portão e atravessei o jardim admirando as flores que tinha por ali. Há alguns dias atrás eu nem pensaria em pisar na casa do Chanyeol, mas ali estava eu, admirando sua moradia, e realmente me sentindo feliz por conhecer sua família, e descobrir se seus pais eram tão simpáticos quanto ele.

 

Eu realmente gosto de pessoas mais velhas, talvez seja pela influência da minha avó, ou a falta que meus pais faziam, mas eu sempre estava em busca do sentimento acolhedor que essas pessoas me proporcionavam. E, talvez, eu estivesse ansioso para conhecer o tipo de pessoas que os Parks são. Chanyeol é muito simpático, e eu estava com grandes expectativas sobre os seus pais.

 

Não precisei esperar muito até que a porta fosse aberta pelo Chanyeol, que vestia uma blusa preta e um moletom, bem a vontade mesmo.

 

“Oi”, me mostrou toda aquela fileira infinita de dentes brancos que tinha, e veio logo me abraçar.

 

“O que eu disse sobre contatos, Park?”, reclamei impedindo que concretizasse o ato, e fazendo um bico indignado surgir em seus lábios.

 

Retirei os coturnos e os deixei perto da porta com os outros sapatos da família, e já estava pronto para entrar de vez em sua casa, quando um mini Chanyeol apareceu no final do corredor.

 

“Olá”, uma vozinha fina, totalmente diferente do poste inundou meus ouvidos, me fazendo sorrir.

 

O garotinho usava um shorts curto e uma blusa com um desenho qualquer, seus cabelos eram do mesmo castanho que o do Chanyeol, mas era um pouco mais curto. Suas orelhas eram tão grandes quanto, e fazia um ótimo conjunto com suas bochechas rosadas e seu dedinho na boca, esta que era menor e mais delicada que a do irmão.

 

“Oi, eu sou o Baekhyun, e quem é você?”, disse carinhosamente, me aproximando e me agachando até ficar da altura dele.

 

“Meu nome é ChunMyung, mas todo mundo me chama de Myung”, sorriu, me mostrando a falta de dentinhos.

 

É gente, eu acho que estou apaixonado.

 

“Você é muito bonito, sabia?” deixei escapar mesmo, me julguem.

 

“Sou não, todo mundo fala que minhas orelhas são grandes e feias”, tentou esconder suas orelhas com as suas minimãos.

 

“Claro que não, elas são o seu charme.”

 

“Você acha?” Sorriu animado, me deixando ter a visão de suas orelhas de novo.

 

“Humhum, e quantos anos você tem Myung?” Perguntei curioso, sem esconder meu sorriso. Poderia ficar o dia inteiro conversando com aquele cotoco de Chanyeol.

 

Quem diria, pensei que ficaria encantado pelos mais velhos, mas foi aquele garotinho que me tirou de órbita.

 

“Eu tenho seis, e você Baekhyun hyung?”

 

“Eu tenho vinte, estudo com seu irmão na faculdade.”

 

“Eu sei, ele sempre fala de você, pediu para a mamãe fazer doce rosa”, comentou animado, começando a se sentir mais a vontade comigo.

 

“Sério? Você gosta do doce rosa também?”

 

“Gosto muito, mas prefiro o de chocolate”, sorriu. “Hyung, porque tem um metal na sua língua?” Perguntou inocente, completamente curioso.

 

“Isso?” Mostrei minha língua para ele, dando total visão do piercing que tinha nela. “É tipo um brinco só que na língua, doeu muito para fazer, então é melhor você não tentar.”

 

“Sério? Mas ficou bonito em você, hyung”, sorriu e pegou a minha mão. “Vamos, eu vou te apresentar a minha mãe.”

 

“Hey, solta ele moleque, eu que vou apresentar ele à mamãe.” Chanyeol disse, me fazendo finalmente voltar a prestar atenção nele.

 

Mas antes mesmo que eu pudesse me virar para ver o grandão, o mini Park já tinha me puxado, e me arrastava até a cozinha, tentando fugir do Chanyeol que reclamava atrás de nós, fazendo eu e o pequeno rirmos e corremos mais rápidos.

 

Chegamos na cozinha já fazendo bagunça, Chanyeol tinha alcançado a gente e agora brigava com o irmão, por ter roubado o amigo dele e alegando que ele me conheceu primeiro.

 

Realmente não sei quem é mais criança.

 

Eu estava me divertindo tanto com aquela discussão, que mal notei a Senhora Park no cômodo. Óbvio que foi impossível não notar quando ela gritou mais alto que os dois ali, e puxou a orelha de ambos, os advertindo. Eu nunca ri tanto da cara de cachorro sem dono de Chanyeol, que por sinal era idêntica à do seu irmão mais novo.

 

“Parem com essa gritaria toda, vão assustar a nossa visita”,  brigou com eles, se voltando para mim logo em seguida. “Olá querido, tudo bem? Eu sou a mãe desses dois estrupícios, me perdoe por isso.”

 

“Tudo bem”, eu ri. “Eu sou o Baekhyun, é um prazer lhe conhecer, Senhora Park”, me curvei educadamente.

 

“Ommo”, ela se aproximou e segurou minhas bochechas em sua mãos – vejo que a mania de toque é de família -, "Você não me disse que ele era tão bonito, Chanyeol”, comentou sorridente, e só então pude reparar mais na matriarca da família.

 

Suas orelhas eram tão salientes quanto as dos irmãos, e certamente eles puxaram isso dela, assim como os cabelos que eram castanhos claros e batiam na altura do ombro, porém sua boca era pequena e delicada, se assemelhando muito a boca do menor deles.

 

Não preciso dizer que eu me envergonhei com o comentário da mais velha, e nem tive tempo de desmenti-la, porque ela apertou mais minhas bochechas vermelhas, e me chamou de fofo.

 

“Chanyeol tem que te trazer mais para cá”, comentou finalmente me soltando. “Ele só traz um bando de trogloditas sem educação.”

 

“Mãe..”

 

“É a verdade, me fale quando foi que você trouxe alguém tão bonito e educado para cá?” Desafiou, sem conseguir uma resposta, fazendo a Park mais velha rir e sussurrar um ‘eu não disse’ confiante.

 

“Eu vou levar o Baek hyung para o meu quarto”, Myung cortou os dois, segurando minha mão de novo, pronto para me arrastar até seu quarto e ignorar os outros.

 

“Eu que vou levar ele pro meu quarto, ele está aqui por minha causa. Leve os seus amigos remelentos pro seu quarto, dos meus cuido eu”, reclamou. “E pare de chamar ele de Baek.”

 

“O BAEK  hyung é meu amigo também, e ele gosta mais de mim.”

 

“Gosta nada.”

 

“Gosta sim.”

 

“Claro que não.”

 

“Claro que sim, estamos até de mãos dadas”, mostrou nossas mãos conectadas como se fosse um troféu, deixando Chanyeol indignado.

 

“Tá bom, já chega vocês dois”, Senhora Park se intrometeu na briga mais uma vez. “Myung, deixa o Baekhyun ir para o quarto do seu irmão que eles têm que fazer um trabalho.”

 

O orelhudo sorriu vitorioso por ter ‘ganhado’ a briga, e a tão famosa expressão de cachorro sem dono que os Parks são especialistas em fazer, tinha tomado o rosto do menor deles, cumprindo sua função de amolecer meu coração.

 

“Olha, Myung”, me abaixei ficando da altura dele mais uma vez. “Assim que o hyung acabar o trabalho que tem que fazer eu venho para brincar com você, pode ser assim?”

 

“Jura de dedinho?”, perguntou inocente, estendendo o mindinho na minha direção.

 

“Juro de dedinho”, sorri entrelaçando o dedo no dele, e ganhando aquele sorrisinho banguela como recompensa.

 

“Vamos logo”, Chanyeol disse, cortando meu momento fofura com seu irmão, fazendo o menor dar a língua para ele com birra, ato esse que foi prontamente imitado pelo maior.

 

“Daqui a pouco eu levo lanches para vocês.”

 

 

 

 

Saímos da cozinha com um Chanyeol reclamando que eu fiquei dando muita trela para seu irmão caçula, e começou com uma lista sem fim de coisas que eu fiz com seu irmão, e que eu não fiz com ele, dizendo que eu realmente parecia gostar mais do menor. Puro drama. 

 

Descobri que talvez aquele seja o motivo de Chanyeol ser tão crianção, ele convivia com seu irmão que era muito mais novo que si. Isso explicava toda a áurea colorida e os esforços que ele fazia para ser sempre fofo, por ter uma diferença grande de idades entre eles, provavelmente ele tentava parecer mais jovem com aqueles cachinhos , para as pessoas não notarem que era um marmanjo feito.

 

“Você não tem vergonha na cara não, orelhudo?”, perguntei enquanto subíamos as escadas. “Ficar brigando com uma criança de seis anos...” disse risonho.

 

“A culpa é sua por ficar mimando ele”, reclamou mais uma vez.

 

“Não tenho culpa se ele é fofo.”

 

“Eu também sou.”

 

“Você que está dizendo.”

 

“Fique à vontade”, me ignorou abrindo a porta do seu quarto.

 

Entrei murmurando um ‘com licença’, e logo os meus olhos observadores varreram o quarto, e confesso que eu me assustei com tamanha beleza. O quarto dele era meio, como posso dizer... underground. Cada parede era de um jeito diferente. A do fundo era azul-escuro e continha umas prateleiras com vários mangás e jogos, e do lado dela tinha uma bandeira pirata do One Piece. A parede do lado era cinza escuro com uma textura que fazia parecer asfalto, e tinha vários quadros de desenhos – que eu deduzir serem feitos pelo Chanyeol - ou simplesmente da paisagem metropolitana. A terceira era totalmente tomada por um armário embutido, mas sem as portas, dando total visão das roupas do maior. E a última era de tijolinhos laranja, e continha uma grande janela. A cama ficava no meio do quarto, e não ficava encostada em nenhuma parede, assim a cabeceira dela servia como mesa, tendo em cima dela seu computador e alguns papéis espalhados.

 

“Seu quarto é muito bonito.”

 

“Obrigado”, sorriu grande indo até a cadeira que tinha atrás da cama, se sentando e ligando o notebook. “Fui eu que decorei.”

 

“Ficou incrível”, comentei entrando mais no quarto, e não sabendo bem onde eu deveria ficar, e acho que ele notou meu desconforto.

 

“Pode sentar na cama, Baekhyun, como eu disse, fique à vontade.”

 

Confirmei com a cabeça sentando na cama dele, e jogando minha mochila ali.

 

“Espero que você saiba o que tenha que fazer no trabalho.”

 

“Sim, eu anotei, ao contrário de certas pessoas que ficaram desenhando a aula toda.”

 

“Foi por uma boa causa, e não se preocupe que eu me comprometo com os meus trabalhos.”

 

“Tranquilo, depois a gente pode jogar LOL”.

 

 

 

Até que a tarde passou rápida, nós fizemos quase que o trabalho todo, claro que com algumas brigas aqui e ali, quando não concordávamos com alguma coisa, mas só paramos mesmo para comer o lanche maravilhoso que a Senhora Park tinha trazido, e que apenas comprovou minhas suspeitas sobre a sua comida ser realmente boa. A companhia do Chanyeol já não me irritava mais, pelo contrário, ele me fazia sentir mais à vontade com toda aquela personalidade simpática e infantil, o que fazia eu rir com mais frequência de suas manhas e brincadeiras idiotas.

 

Só paramos de fazer o trabalho quando o orelhudo jogou tudo para o alto, alegando estar muito cansado, e nós acabamos jogando LOL, assim como ele tinha sugerido no início. Bom, não preciso dizer que nós ganhamos, porque realmente não foi isso que aconteceu, e depois da segunda partida seguida perdida eu me rendi, e perguntei onde era o banheiro.

 

Já devia ser por volta das sete horas, porque o corredor dos quartos estava bem escuro, mostrando como já havia escurecido lá fora, e antes mesmo que eu pudesse voltar para o quarto do grandão, a cópia dele saiu de seu quarto, me pegando de surpresa no corredor.

 

“Hey Baek hyung, já terminou seu trabalho?”

 

“Já sim”, respondi sorrindo.

 

“Então vamos brincar, podemos jogar videogame lá em baixo”, disse feliz, pegando minha mão e me arrastando mais uma vez, me deixando sem escolha a não ser o seguir.

 

Chegamos na sala e o menor foi ligar o Playstation que tinha ali, enquanto eu me acomodava no sofá grande que tinha em frente à televisão.

 

“Você gosta de jogos de tiros?”, perguntou se sentando do meu lado, enquanto o jogo ligava.

 

“Gosto sim.”

 

“Então vamos jogar juntos e matar todos os zumbis.”

 

E realmente foi isso que aconteceu, começamos a jogar o jogo de zumbis que ele tinha colocado, e nós realmente estávamos nos divertindo.

 

Em algum momento nos empolgamos tanto com o jogo, que o Myung ficou de pé no sofá, pulando de nervoso e gritando como se aquilo fosse o ajudar a matar algum monstro. Eu estava sentado na ponta do sofá, me deixando ser contagiado com aquele clima, e vira e mexe me fazendo rir de suas reações.

 

Nós estávamos tão concentrados no jogo que nem ouvimos os passos apressados e rápidos que vinham até a gente. Só me dei conta do que acontecia quando o menor gritou, e eu me virei no exato momento que Chanyeol pegou ele pela cintura, o tirando de cima do sofá e o girando no ar, o jogando de novo no estofado agora deitado, começando a fazer cócegas no outro.

 

“Então foi você que roubou o Baekhyun de novo de mim, seu pestinha”, disse risonho, quanto seu irmão se contorcia de tanto rir em baixo de si.

 

Eu deixei o jogo de lado para rir daquela cena tão engraçada e fofa que acontecia a minha frente, e continuaria rindo pelo resto da noite, se a porta principal não se abrisse rapidamente, e uma voz grossa tomasse conta da sala, fazendo Chanyeol e Myung pararem com aquela palhaçada toda.

 

“Olá família”, um homem realmente alto entrou em casa, tirando seus sapatos e mostrando aquele sorriso enorme, exatamente igual ao do Chanyeol.

 

“Papai”, Myung disse contente, saindo dos braços de Chanyeol e correndo para os braços do mais velho, que o pegou no colo na hora, rindo e deixando um beijo em sua bochecha.

 

O orelhudo aproveitou que seu irmão saiu dali, e se sentou do meu lado, reclamando que eu o deixei sozinho no quarto, e comentando que achou que eu tivesse morrido. Eu apenas ri de seu drama, e cutuquei a lateral de seu corpo, o fazendo se contorcer e rir.

 

“Myung, quem é o moço bonito que está sentando na minha sala?” Ouvi a voz grossa de novo, que parecia sussurrar para o mais novo, mas falando alto o suficiente para todos da sala ouvirem.

 

“É o Baekhyun hyung, amigo do... Meu amigo”, completou rindo, fazendo Chanyeol bufar do meu lado.

 

“Prazer em conhecê-lo, Senhor Park”, me curvei educadamente, sorrindo.

 

“O prazer é meu”, sorriu, deixando o Myung no chão, que correu e se sentou do meu outro lado.

 

“Querido”, ouvi a voz doce da Senhora Park aparecer na sala, e vi quando eles trocaram um selinho apaixonado, me fazendo rir quando os irmãos viraram o rosto desgostosos.

 

“Estou morrendo de fome.”

 

“A comida já está pronta. Chanyeol, venha me ajudar a colocar a mesa.”

 

“Eu posso ajudar, Senhora Park”, me candidatei, já levando do sofá.

 

“Nada disso, você é visita, fique aí com o Myung que o Chanyeol me ajuda”, disse por fim, sumindo com o Park mais velho de todos, pela cozinha.

 

“Eu vou lá, daqui a pouco chamo vocês”, Chanyeol disse uma última vez, antes de seguir seus pais.

 

 

 

 

 

Quando o orelhudo me disse que sua família gostava de falar, eu acreditei, mas não levei tão ao pé da letra. Meu cérebro dava um verdadeiro nó enquanto tentava entender toda aquela bagunça que era o jantar.

 

Chanyeol e Myung brigavam como sempre sobre alguma coisa boba, que eu até tentei acompanhar no começo, mas que acabei me perdendo quando a Senhora Park resolveu conversar comigo. Ela me fazia algumas perguntas, e falava sem parar de cozinha e de coisas que ela gostava, sem ligar para a bagunça que eram as vozes altas dos seus filhos. E no meio disso tudo estava o Senhor Park, que elogiava a comida a cada segundo, e ria dos seus filhos. Às vezes ele até tentava conversar comigo, mas logo a Senhora Park o interrompia, e voltava a falar. E, meu Deus, eu estava muito perdido, e às vezes acabava rindo de toda a situação.

 

Tirando essa bagunça toda, a comida estava realmente boa, e no final, mesmo que a Senhora Park tenha tentando me impedir, eu ajudei a tirar a mesa e colocar a louça na máquina de lavar. Depois de todo o esforço, ela tirou o mousse de morango da geladeira, me fazendo salivar, e minha fome voltar como se eu nem tivesse acabado de jantar. Ela riu da minha cara, e mandou todo mundo comer a sobremesa na sala, enquanto ela terminaria de arrumar a cozinha. O que não foi de todo ruim, já que enquanto os garotos assistiam televisão e falavam sobre o programa que viam, eu pude me concentrar e ter um momento de paz com a minha sobremesa dos deuses.

 

Estava realmente muito bom, tão bom que eu nem reparei quando Chanyeol se arrastou sorrateiramente até o meu lado, me arrecadando um belo susto. Eu só não deixei a sobremesa cair porque eu tava segurando aquilo como se fosse a minha vida.

 

“Quer me matar, orelhudo?”

 

“Desculpa”, ele disse rindo. “Está bom?”

 

“Sim, sua mãe realmente cozinha bem”, disse, dando uma última colherada no doce, e deixando o recipiente em cima da mesinha de centro, junto com os outros.

 

“Eu ajudei ela a fazer”, se gabou, me fazendo rir.

 

“Espero que você tenha aprendido para fazer isso todos os dias para mim.”

 

“Vai sonhando. Desculpa pela bagunça, eu sei que você não gosta muito de barulho.”

 

“Tudo bem, sua família é bem carinhosa, eu gosto deles”, ele aumentou o sorriso.

 

“Ah”, ele bateu a mão na testa“, a gente esqueceu de ver o troço do cinema.”

 

“É verdade”, lembrei pegando meu celular que estava no meu bolso. “Vamos convidar o Kyungsoo agora. Que horas você sai na quarta?”

 

“As 4h.”

 

“Ótimo, então vou marcar para a quarta, já que eu e o filhote de coruja saímos às 5h, aí dá tempo de pegar a sessão das 6h.”

 

“Eba. Aí podemos comprar hambúrgueres e comer no cinema.”

 

“Não vai rolar isso aí, Kyungsoo odeia comer qualquer coisa que não seja pipoca durante o filme.”

 

“Aish”, reclamou, “pipoca não vai acabar com a minha fome.”

 

“E você acha que vai acabar com a minha? Vamos ter que jantar em casa depois”, desbloqueei finalmente o celular, abrindo o aplicativo de mensagem. “Ele tá online, sorte nossa.”

 

Baekhyun~

Oi corujinha, vamos no cinema na quarta?

 

Corujinha~

Que filme? Tá na minha vez.

 

“Ah droga, esqueci desse detalhe.”

 

“O que foi?” Chanyeol perguntou confuso, se aproximando mais para ver o meu celular.

 

“Eu tive que obrigar ele a ver Guerra Civil comigo, e eu tive que jurar que na próxima vez ele escolheria o filme”, lamentei. “Agora ele vai querer ver um filme de romance chato de algum livro que ele já leu.”

 

“Quem em sã consciência é obrigado a ver Guerra Civil?” Perguntou indignado. “É o melhor filme da vida.”

 

“Não é?! Mas esse é o Kyungsoo, que dormiu o filme todo e quis ir embora antes dos créditos acabarem”, reclamei indignado, me lembrando da cena. “Procura aí os filmes que estão em cartaz.”

 

Chanyeol assentiu e pegou o celular, abrindo logo o site do cinema e vendo os filmes que estavam em cartaz.

 

“Vamos ver Truque de Mestre 2, tem um tempo que eu quero ver. Você viu o 1?” Perguntou animado.

 

“Sim, também queria ver, mas é esse aqui que nós vamos ver”, apontei para o cartaz de um filme que tinha um homem e uma mulher se abraçando.

 

“Como eu era antes de você?” Leu o nome do filme confuso. “Parece ser chato.”

 

“Eu sei, mas o Kyungsoo já leu esse livro e ele comentou há um tempo atrás que queria ver esse filme.”

 

Baekhyun~

Tá bom seu chato, vamos ver aquele filme que você queria ver.

 

Corujinha~

Chato é você que me arrastou para ver aquele filme mentiroso.

Vamos ver Como eu era antes de você, eu vi aqui e tem uma sessão às 6:10. É o tempo de a gente chegar, comprar os ingressos e a pipoca.

 

Baekhyun~

Tudo bem, mas o próximo filme eu que escolho.

 

Corujinha~

Ok.

 

“Pronto”, olhei para o Chanyeol, que lia a conversa mais uma vez, pelo menos era isso o que eu achava.

 

“Quem é esse com você no plano de fundo do aplicativo?”

 

“Hm?” Olhei para o meu celular vendo a foto do Sehun abraçado comigo, enquanto sorríamos para a selfie.

 

Eu não gostava muito de colocar fotos minhas como plano de fundo do celular, tanto é que os meus são todos desenhos, ou então o Bunny fazendo alguma carinha fofa. Mas essa foto minha com o Sehun eu tinha realmente gostado, e acabei cedendo e colocando no plano de fundo do aplicativo de mensagens, que era uma coisa que só eu veria, e não seria com muita frequência.

 

“É o Sehun”, dei de ombros, bloqueando meu celular para ele não ver mais nada. “Aquele meu amigo que foi para os Estados Unidos.”

 

“Hm... Você parece gostar muito dele, até aceita abraçar ele”, cruzou os braços com pura birra e eu me permiti rir.

 

Se ele soubesse que o abraço foi a coisa mais simples que eu já fiz com o Sehun ele iria surtar.

 

“Eu acho que já vou, já está ficando tarde”, comentei ignorando sua birra.

 

“Sim, pai você pode levar o Baekhyun até em casa?” Perguntou se virando para seu pai, que via televisão com o Myung.

 

“Não, não quero atrapalhar, eu vou a pé, não moro muito longe”, levantei e lancei um olhar mortal para o orelhudo.

 

“Que isso meu filho, eu te levo, não custa nada para mim.”

 

Eu não preciso dizer que eu cedi ao desejo dos Parks mais uma vez, né?! Ótimo.

 

 

 

 

 


Notas Finais


Isso aqui é o pure de frutas que o baek tava tomando no inicio >> http://organomix.vteximg.com.br/arquivos/ids/19942-1000-1000/Morango-Framboesa-e-Maca.jpg

crumble de maça >>http://www.tortaecia.com.br/img/resized/fcae6fe41cd23c21084a91faf698da75_w537_h358.jpeg

mousse de morango>> http://www.docesregionais.com/wp-content/uploads/2012/02/Mousse-de-Morangos.jpg

casa dos parks >> https://s-media-cache-ak0.pinimg.com/564x/a1/25/04/a12504f9f9d04d8e22e2fd1616adf3df.jpg

quarto do Chan >> http://67.media.tumblr.com/a0befb7ed0a6d5031969049bd3388e02/tumblr_od5ogl6z5F1qhyjyfo1_1280.jpg

E pra quem não sabe, esse é mais ou menos o chan da fic (o cabelo e talz) e esse do lado é como eu imagino o irmãozinho dele >>https://a4-images.myspacecdn.com/images03/30/e9c545a7044342afb5b2a019c509670f/300x300.jpg


Ufaaaa quanto link kkkkkkk
Eai oq vcs acharam?? Eu particularmente adoro esse irmãozinho do Chan, ele vai dar o ar de sua graça algumas vezes na fanfic ainda, deixando sempre o nosso grandão enciumado e trazendo altas cenas fofas </3 adoroo
Quem percebeu o Baek elogiando todas as qualidades do Myung que o próprio Chanyeol tem ~eu mesmaaa~ esse garoto.... já ta ficando caidinho </3

Gentee eu sei que esses filmes são antigo, mas eram os que tavam em cartaz quando eu escrevi kkkk e até que casaram bem na fanfic
E esse cinema heim.... não vou nem falar nada, mas muita gente já acertou que o chanchan vai levar kkkkk não é nem tão dificil adivinhar não é?!

Vou dar um spolier aqui pra vcs, mas eu acabei de escrever o cap 6 ~isso é realmente um milagre pq fiquei seculos nele kkk~ e ele tbm é o cap do primeiro beijo chanbaek ahhhhh gosto assim kkkkk antes que vcs me matem por estar tão longe ainda, eu juro que compesei com mts cenas fofas desses dois </3

Bom.. é isso, vou comer alguma coisa e jaja volto para responder os comentários do cap anterior
Até maiss ~XOXO


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