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História Wait, What!? - Wait, Sehun and Kiss


Escrita por: cosmichanbaek

Notas do Autor


Oiii gente ^^

Olha quem voltou, eu mesma com o tão esperado cap 6 kkkkk serio vcs estavam mto ansiosas para esse cap e eu sinto que eu vou apanhar nos comentários, mas fazer oq eu gosto de vivier perigosamente kkkk
Bom... antes de vcs começarem a ler pf não odeiem o Baekhyun kkkkk

Eu não vou enrolar muito por aqui, só quero dizer q quando não venho quarta venho sexta já repararam?! kkkk Enfim.... até la embaixo

OBS: TENHO UMA NOVIDADE PARA VCS ENTÃO LEIAM AS NOTAS FINAIS.

Capítulo 6 - Wait, Sehun and Kiss


Fanfic / Fanfiction Wait, What!? - Wait, Sehun and Kiss

“Sehun?” Sorri entre as lágrimas que ainda caíam dos meus olhos.

 

“Eu mesmo”, levantou e abriu os braços, me convidando mudamente para aquele abraço acolhedor, que eu senti tanta falta.

 

Corri para seus braços, me agarrando em seu corpo como se minha vida dependesse daquilo. Deixei que meu rosto afundasse em seu ombro, molhando sua regata preta com as minhas lágrimas, que agora escorriam de felicidade, por finalmente ter o garoto nos meus braços. O cheiro cítrico dele me acalmava de forma surpreendente, e desejei que ele ficasse ali para sempre.

 

“O que aconteceu?” Perguntou preocupado, fazendo um carinho singelo em minhas costas.

 

“Eu perdi meus dois amigos”, funguei, voltando a sentir o aperto no meu coração, me lembrando de tudo o que tinha acontecido.

 

“Calma, me explica isso direito”, pediu se sentando na cama e me levando junto, me acomodando de lado em seu colo, como há muito tempo não fazia, e eu me permiti sorrir. Estava realmente com saudades dos mimos que ele me dava.

 

“Kyungsoo estava estranho nessas duas últimas semanas, ele não passava muito tempo comigo, e sempre dava uma desculpa esfarrapada para sair mais cedo do refeitório na hora do almoço. Eu comecei a desconfiar de seu comportamento, até porque ele nunca tinha feito isso antes, e fui verificar uma das desculpas que ele dava, que era estar estudando na biblioteca, mas quando eu cheguei lá eu não o encontrei. Comecei a achar que a culpa era minha, pensei que ele estava com raiva de mim por causa daquele dia do cinema, por eu ter enfiado Chanyeol e Jongin no meio. Mal dormi essa noite por causa disso. Mas quando eu estava procurando ele essa manhã, eu o encontrei em uma sala, beijando o Jongin. O mesmo Jongin que ele jurou não ter nada, e nem sequer conhecer. Ele mentiu para mim.”

 

“E...” Sehun me incitou a continuar, enquanto passava os dedos pelo meu rosto, limpando as lágrimas que desciam. “Você não é de ficar chorando por causa disso, tenho certeza que uma conversa com o olhudo iria resolver as coisas, depois que você se acalmasse.”

 

Eu concordei com a cabeça, porque ele tinha razão, eu iria perdoar o Soo se ele me contasse a história direito depois, eu sabia que sim. Ele estar namorando escondido não era o motivo das minhas lágrimas, e eu sabia disso desde o começo.

 

“Eu briguei com o Chanyeol”, sussurrei. “Eu disse para ele nunca mais voltar a falar comigo.” Senti minha garganta arder, e minhas lágrimas voltarem a molhar meu rosto.

 

“Pronto, pronto”, ele limpou mais uma vez o meu rosto, fazendo um carinho na minha cabeça logo em seguida. “O que ele te fez para você falar isso?”

 

“Ele enlouqueceu quando eu contei que o Kyungsoo estava com o Jongin. Ele disse que eu tava mentindo, e que eu fazia aquilo porque não queria ver eles juntos, porque se eles namorassem eu ia ficar sozinho. E disse que eu não ajudava mais ele com o Kyungsoo, e quando eu disse que ele que não queria mais saber dos planos para se aproximar dele, ele disse que era por minha causa. E então eu me exaltei também.”

 

“E então você disse que não quer mais falar com ele?”

 

“Eu disse mais algumas coisas, mas foi basicamente isso”, disse tristonho.

 

“E como você está se sentindo agora?” perguntou, acariciando meus cabelos.

 

“Eu tô triste, não queria ter dito isso, porque no final eu acabei magoando a mim mesmo. Mas você sabe como eu sou vingativo e impulsivo quando eu tô magoado e com raiva, e eu simplesmente não consegui me controlar.”

 

“Sim, sim, eu sei”, ele deu uma risadinha.

 

“Você acha que ele vai voltar a falar comigo?”, perguntei preocupado. Não tinha ideia do que aconteceria dali para frente, só sabia que eu não queria parar de falar com o orelhudo, por mais que aquilo parecesse um absurdo para mim há um mês atrás. Mas a vida nunca foi justa para Byun Baekhyun, e aqui estou eu, sofrendo por aquele calouro irritante que não para de falar um minuto sequer.

 

“Você realmente não entendeu nada do que ele disse, não é mesmo?” Ele parou com o carinho e me olhou sereno.

 

“Do que você está falando?” Perguntei confuso, tentando me lembrar das palavras dele, mas nada de relevante vinha a minha mente. em vez disso só ganhei mais lágrimas acumulando em meus olhos por lembrar de nossa discussão.

 

“Não se preocupe gatinho, ele vai voltar a falar com você e aposto que não vai demorar muito para isso acontecer. Mas agora vamos esquecer isso, ok?”, ele tentou mudar de assunto. “Por que você não vai tomar um banho bem quentinho, e depois nós podemos conversar um pouco sobre mim, não acha?!”

 

“Me desculpe”, limpei qualquer resquício de lágrima e o abracei. Ele tinha razão, por hora eu devia esquecer aquilo e pensar um pouco nele. Afinal, ele tinha vindo por mim, e eu aqui chorando pelos outros.

 

“Eu trouxe alguns presentes para você.”

 

“Eu ainda não acredito que você veio”, sorri abraçando ele mais uma vez. “E a sua faculdade?”

 

“Eu não vou morrer se faltar uma semana.”

 

“Sehun...” adverti, fazendo o garoto rir e deixar um selar estalado na minha bochecha.

 

“Depois do banho eu mostro tudo o que eu comprei para você. Vou aproveitar esse tempo para abrir as malas.”

 

“Humhum. Você sabe que pode ficar à vontade, só não bagunça a minha cama”, olhei mortalmente pra ele, porque mesmo sabendo que aquilo não adiantaria de nada, não custava nada tentar.

 

Levantei do seu colo enquanto ele ria e dizia que ia se esforçar, e fui até o meu armário, pegando de lá uma cueca boxer preta.

 

“Então você vai ficar por uma semana?” perguntei, lembrando do que ele havia me dito.

 

“Sim, vou ficar até o dia depois do meu aniversário.”

 

“Seus pais devem estar chateados por não passar o seu aniversário com você”, comentei indo até o banheiro e fechando a porta.

 

“Eles superam”, falou um pouco mais alto para que eu ouvisse.

 

Liguei o chuveiro e esperei que a água esquentasse, para que logo em seguida eu sentisse a água quente batendo no meu corpo de forma gostosa, fazendo todos os meus músculos relaxarem.

 

Tentei esquecer um pouco o assunto Chanyeol, e tentei me concentrar na corujinha e no Jongin. Minha cabeça dava autos loopings de possibilidades daquele relacionamento.

 

Estava muito curioso para saber a história dos dois, e me culpei por meu lado observador ter sido enganado tão bem pelo Kyungsoo. Talvez as preocupações que eu tinha com o Chanyeol estavam fazendo eu me desconcentrar com que acontecia ao meu redor.

 

Suspirei derrotado quando meus pensamentos me maltrataram, voltando a pensar no orelhudo, e comecei a pensar na vingança que eu faria contra Kyungsoo.

 

Porque uma coisa que poucas pessoas sabem sobre mim, é que eu sou um tanto vingativo, tanto é que naquela hora que eu voltei para magoar o grandão foi uma forma de me vingar das palavras dele. E eu ainda teria que arranjar uma vingança para as lágrimas que ele me fez derramar.

 

Aishi, Chanyeol de novo não.

 

Frustrado, resolvi sair do banho logo, me sequei rapidamente, com preguiça o suficiente para deixar meus cabelos completamente molhados, e escorrendo pelas minhas bochechas e minhas costas. Coloquei minha cueca boxer, e estava prestes a sair, quando ouvi a voz de Sehun.

 

Deduzi que ele já tinha ligado meu Xbox para jogar, e estava colocando em prática aquela mania esquisita de falar com os personagens em 2D da tela. Por isso, nem me preocupei de sair como eu estava para pegar algum moletom no meu armário.

 

E esse foi o meu grande erro. Porque assim que eu saí do banheiro, a primeira coisa que eu vi foram as malas abertas e bagunçadas de Sehun em cima da minha cama, junto de Bunny que conseguiu um espaço naquela bagunça e já estava no seu terceiro sono, e depois um poste orelhudo parado perto da porta, me olhando de cima a baixo.

 

Não preciso nem falar que eu gelei onde eu estava, e nem consegui raciocinar direito. Parte da minha mente pedia que eu me vestisse, parte pedia para que eu o expulsasse do meu quarto a pontapés, e a outra pedia que eu chorasse e abraçasse ele. E provavelmente Sehun deve ter entendido minha situação - ele sempre entendia -, e depois de alguns segundos eu tive um moletom jogado em minha direção.

 

Não demorei dois segundos para vesti-lo, e sair dos olhos atentos do Park babaca.

 

Depois daquilo minha consciência voltou, e junto com ela as palavras anteriores do orelhudo, que se repetiam nos meus ouvidos como se eu estivesse escutando elas de novo, fazendo minha raiva voltar.

 

Andei irritado até a porta atrás dele e a abri, pedindo claramente que ele saísse, mas ele só fez aquela cara de cachorro sem dono que eu tanto odiava. Tá, talvez nem tanto. E nem sequer se mexeu, mas daquela vez eu não ia cair naquilo, estava realmente magoado e no mínimo esperava um pedido de desculpas.

 

“Saia daqui agora”, disse firme, tentando mostrar para ele o estrago que ele fez.

 

“Baekhyun, vamos conversar por favor, eu não vim para brigar.”

 

“Não tô a fim de conversar com você, Park. Aliás, você não entendeu o que eu te disse ou suas orelhas grandes só são enfeite?” Fui grosso sem querer. Não conseguia me medir quando estava com raiva, mesmo querendo perdoar ele, mesmo querendo que ele ficasse, meu ego e minha língua afiada eram coisas incontroláveis.

 

“Me desculpa pelo que eu disse”, e aquela carinha voltou, só que multiplicada por cem. Eu nem sabia resistir a de nível um, imagina as de outro nível.

 

Suspirei derrotado, porque por algum motivo desconhecido eu não conseguia ficar irritado com o Chanyeol por muito tempo. Meu corpo tinha necessidade de agradar ele, e eu não podia fazer nada a respeito disso.

 

Fechei a porta atrás de mim e me escorei nela. Olhei diretamente para aqueles olhos negros que me encaravam, e joguei meus cabelos molhados para trás, já que estavam me irritando. Fiquei esperando ele começar a falar, mas ele apenas ficou calado me olhando.

 

“Tô esperando”, incentivei, cruzando os braços para tentar passar uma imagem irredutível, mesmo que aquilo fosse uma completa mentira.

 

“Eu...” começou meio perdido, e mordeu os lábios em um sinal de nervosismo. “Desculpa, eu não sei o que dizer.”

 

“Você vem aqui e nem sabe o porquê?”, arqueei a sobrancelha, desacreditado. Chanyeol era inacreditável mesmo.

 

“Eu vim no impulso, ok?!”, tentou se defender, falhando miseravelmente. “Eu só não queria ficar brigado com você”, suspirou triste. “Eu disse aquelas coisas sem pensar, não é o que eu realmente penso. Eu sei que você não tem a intenção de tentar separar eu do Kyungsoo.” Ele parecia decepcionado? “Olha, desculpa, eu estou confuso, você podia dar um desconto.”

 

Sehun deu uma risada da cama, fazendo nós dois olharmos para ele, que percebeu que estava sendo observado e levantou as mãos se rendendo.

 

“Desculpa, escapuliu.”

 

Suspirei mais uma vez, e voltei a olhar para o grandão, que estava com cara de poucos amigos para cima de Sehun.

 

“Esse é o cara que tirou sua virgindade?” Apontou para Sehun na cama, e olhou para mim, esperando uma resposta. Porque Chanyeol tinha que ser assim, hein?

 

“É assim que você espera que eu te perdoe?”

 

Ele engoliu em seco, e ficou quietinho de novo. O orelhudo era a pessoa mais ciumenta que eu conhecia na vida, e ele nem se dava o trabalho de esconder o ciúme. Ele falava na cara de pau, como se aquilo fosse a coisa mais normal do mundo.

 

“Eu te desculpo, mas só se você pagar comida para mim”, disse por fim, fazendo Chanyeol concordar um pouco mais animado. Mas quando eu finalmente fui desencostar da porta e andar até a cama onde Sehun estava, ele segurou meu pulso, me fazendo parar de andar e olhar para ele.

 

“Aquilo que você disse... Você estava mentindo não é?!” me olhou acuado, provavelmente com medo da resposta.

 

E só então eu me lembrei das coisas que eu tinha dito também. E como nada são flores na minha vida, eu ainda me senti culpado por ser o responsável por aquela carinha triste e preocupada que ele estava fazendo, sendo que quem deveria estar assim era claramente eu.

 

“Eu menti. Só disse aquilo da boca para fora”, suspirei, mas deixei um sorrisinho adornar meus lábios quando vi o sorriso largo dele pela primeira vez no fatídico dia de hoje.

 

Ele escorregou sua mão pelo meu pulso como se fosse soltá-lo, mas em vez disso desceu sua mão até que estivesse entrelaçada a minha. Sorriu mais largo ainda quando nossas mãos se encontraram.

 

“Você não devia estar na aula?”, perguntei baixo, tentando me livrar do constrangimento que era sentir a maciez da sua mão quente apertando a minha.

 

“Você também devia”, dei de ombros. “Posso ficar aqui com você?”, perguntou no mesmo tom baixo que eu, e eu apenas concordei com a cabeça, sem tirar os olhos dos olhos dele.

 

“Então vamos todos jogar Xbox”, Sehun disse alto, me tirando do transe e me fazendo levar um susto que me fez puxar minha mão da do orelhudo, e olhar assustado para o platinado, que tinha um sorriso maroto nos lábios finos. “Aliás, você gostou do seu presente, Baek?”, perguntou, pegando o controle em cima da cama e ligando a tevê.

 

“Que presente?”, perguntei confuso, chegando mais perto da cama, tentando achar alguma coisa em cima dela que não fosse o Bunny e as  roupas do Sehun, e sim meu presente.

 

“O que você está vestindo”, riu divertido pela minha cara de surpresa, e se levantou ligando o Xbox, entregando um dos controles para Chanyeol.

 

Olhei para baixo reparando no moletom que eu usava, e só então eu vi que não era um dos muitos que eu tinha. E logo me permiti sorrir quando eu vi no meio da cor branca que era o moletom, o primeiro desenho meu que Sehun tatuou. Ele estava impresso bem grande e cobria desde o peito até a barriga do tecido. O desenho era de dois elfos deitados em uma folha, como se estivessem dormindo, e os dois tinham os meus traços e os do Sehun. Eu fiz aquele desenho no primeiro aniversário dele que passamos juntos, e ele tinha gostado tanto que tatuou na costela direita.

 

“Já que você teve medo de tatuar também eu resolvi fazer um moletom. Assim temos algum ‘objeto’ da amizade”, ele riu e levantou a blusa, mostrando que a tatuagem ainda estava ali, provavelmente tentando explicar para Chanyeol o significado daquilo.

 

“Obrigada Hun”, sorri verdadeiramente e fui até ele o abraçando. “Eu amei, você é incrível.” Senti sua mão acariciar meus cabelos, enquanto eu sentia o cheiro gostoso do perfume cítrico que desprendia da sua blusa.

 

“Só queria que você tivesse alguma coisa que diminuísse a saudade, eu já tenho as minhas tatuagens”, sorriu e me afastou. “Tenho outros presentes, mas agora vamos jogar, que eu não aguento mais mexer na mala.”

 

Concordei, e ele se sentou no chão encostado na cabeceira da cama, em frente à televisão, e bateu de leve do seu lado.

 

“Chanyeol sente aqui”, chamou, e o orelhudo aceitou, mesmo que não estivesse muito contente com aquilo.

 

Olhei os dois sentados lado a lado, e depois olhei para a cama que estava uma zona por causa das coisas de Sehun, que o mesmo espalhou sobre ela. Voltei a olhar para os dois e sorri, formulando uma vingança contra Chanyeol, afinal ele não ia sair impune depois de me fazer chorar. E parece que Sehun leu meus pensamentos, porque na mesma hora ele me olhou, e deu aquele sorriso sapeca que ele dava sempre que magicamente lia minha mente. Bateu de leve nas próprias coxas, e eu sorri largo por ser justamente aquilo que eu queria. Ele abriu as pernas e as dobrou, só esperando que eu me acomodasse ali, e eu não demorei para obedecer. Podia sentir o olhar do Chanyeol queimando as minhas costas, enquanto eu sentava entre as suas pernas.

 

Aquilo era praticamente nada entre mim e o Sehun. A gente fazia muito aquilo, mas sem qualquer maldade. Mas eu sabia que o Chanyeol ia se corroer de ciúme, e mesmo assim não falaria nada, por não querer brigar de novo, e aquilo era uma vingança perfeita. Qual é?! Ele tinha ciúme do próprio irmão de seis anos, imagina só do meu primeiro amigo.

 

Sehun me deu um dos controles que estava em suas mãos, e encostou seus braços em minhas coxas, envolvendo minha cintura com eles para poder jogar.

 

“Como você conseguiu entrar, Chanyeol?”, perguntei enquanto o jogo iniciava, e tive que me segurar para não rir da cara de poucos amigos que o orelhudo fazia.

 

“Sua avó abriu para mim”, deu de ombros e se concentrou na tela da televisão. E pela segunda vez eu vi ele tão calado e tão concentrado assim.

 

Chanyeol estava imbatível, ele tinha invertido todo o seu ciúme no jogo, e estava realmente difícil ganhar dele. Eu particularmente já tinha desistido, mas Sehun parecia se divertir as custas do orelhudo, ele nem ligava quando perdia, só ria mais ainda quando o Park dava tudo de si quando começava a perder. Eu já estava de saco cheio daquela rivalidade sem sentido dos dois no jogo, e resolvi que estava na hora de trocar. Iria ser melhor um jogo que nós três jogássemos juntos contra o próprio jogo.

 

“Já deu”, disse depois de Sehun vencer o orelhudo, milagrosamente. “Isso tá muito chato, vamos jogar outro jogo.”

 

Saí do colo do Sehun e engatinhei até a televisão, pegando a caixinha do Call of Duty e tirando de dentro dela o cd do jogo, colocando o mesmo no Xbox. E quando eu estava prestes a voltar para o meu lugar de novo, olhei para trás e vi a cara estranha que os dois garotos estavam fazendo. Franzi o cenho, tentando entender o que houve.

 

“O que foi?” Perguntei curioso, enquanto o jogo começava a rodar.

 

“Nada.”

 

“Sua bunda é muito gostosa.”

 

Os dois disseram ao mesmo tempo, e eu e o Chanyeol arregalamos os olhos com a ousadia de Sehun, tinha quase me esquecido daquele jeito dele. E pela primeira vez senti minhas bochechas ficarem quentes com um comentário sincero dele, porque não estávamos sozinhos como de costume, e sim com o orelhudo ali. Sinceramente, queria dar na cara do Sehun por ele ter dito aquilo naquela hora tão inoportuna.

 

“Meu Deus, Sehun, segura essa língua, estamos com visita aqui”, disse envergonhado, levantando e indo até meu armário, e fiz o que eu deveria ter feito desde o começo: vesti uma calça moletom.

 

Eu realmente não via problema em andar só de cueca com os dois ali, até porque o moletom que o platinado me deu era grande, e cobria praticamente tudo. E aliás, nós éramos amigos, e não é como se eu estivesse pelado. Mas depois daquele comentário, eu me senti um pouco desconfortável, principalmente por causa da presença do orelhudo. Não tinha o costume de ficar muito à vontade assim com ele, ainda mais quando minhas bochechas insistiam em ficar vermelhas, e meu coração insistia em bater mais rápido. E eu começava a achar que o problema nem era Chanyeol, e sim eu. Porque toda vez que ele reclamava que eu era mais carinhoso com os outros e não com ele, ele tinha uma certa razão. Mas era porque com ele meu corpo insistia em me desobedecer, e eu preferia manter o controle da situação.

 

Voltei para onde os dois estavam, e dessa vez sentei no chão, entre eles. E eu pude jurar que o orelhudo deu um sorriso vitorioso por isso.

 

“Desculpe, gatinho, mas a sinceridade é maior”, sorriu e eu apenas concordei, porque bem ou mal eu já estava acostumado com seu jeito. “Quando ele for embora você pode ficar à vontade de novo.” Olhei perplexo pra ele, e vi seu sorriso zombeteiro nos lábios.

 

De alguma forma Sehun estava querendo provocar Chanyeol, e pela cara do grandão ele não poderia estar obtendo mais sucesso. Acontece que ele estava tocando no ponto fraco dele, que era o seu ciúme, e eu até podia escutar o grandão reclamando comigo mais tarde que não trato ele igual aos outros, que não sou carinhoso com ele, e essas coisas dignas do drama, não tão infundado, do Chanyeol.

 

E eu até pensei que ocorreria a briga do século ali entre os dois, quando o orelhudo abriu a boca pronto para falar o que quer que seja, mas meu celular começou a tocar bem na hora. Sehun sorriu divertido, e se levantou do chão, indo até a cama bagunçada e tirando de lá o aparelho.

 

“É o olhudinho”, voltou para o chão e estendeu o celular para mim.

 

“Não quero falar com ele agora”, fiz birra virando a cabeça para o outro lado. Não estava pronto para ter uma conversa com o Kyungsoo, pelo menos não pelo telefone, e não agora. Mesmo sabendo que eu iria perdoar ele, eu ainda estava triste, e nem tinha pensando numa vingança ainda.

 

“Você sabe que não pode fugir para sempre”, Sehun disse sério, olhando para a tela do celular que ainda tocava, mas que parou logo em seguida.

 

“Eu sei que não, só não pensei num jeito de me vingar ainda.”

 

“Vingar?” Chanyeol perguntou confuso, ganhando o meu olhar e o de Sehun, que soltou uma risadinha.

 

“Baekhyun é especialista em se vingar quando alguém machuca ele. Quando eu contei que iria para os Estados Unidos, ele ficou uma semana sem falar comigo, e fez questão de se sentar do lado da pessoa que eu mais odiava na sala, mesmo odiando ela também.”

 

Chanyeol me olhou feio, e naquela hora eu soube que ele descobriu que tudo que eu e Sehun estávamos fazendo era apenas uma vingança infantil. Mas não havia nada que eu pudesse fazer, eu sabia que era infantil por agir assim, mas não conseguia abrir mão daquilo.

 

“Você é um pestinha”, apertou as minhas bochechas com aquelas mãos grandes, sacudindo meu rosto de um lado para o outro como se eu fosse uma criança.

 

“Aish, me solta seu poste orelhudo”, reclamei levando minhas mãos para seus braços tentando fazer com que ele me soltasse. Tudo em vão, óbvio. “E eu não faço nada que as pessoas não mereçam”, joguei na cara mesmo, e tentei fazer a cara mais brava que eu conseguia. Acontece que provavelmente eu deveria estar com uma cara muito engraçada, porque a única coisa que ele fez foi rir, e dar um peteleco fraco na minha testa depois de me soltar.

 

Resmunguei algum palavrão baixinho enquanto massageava minhas bochechas. Aquele titã colossal ainda me paga. A criança ali sempre foi ele e não eu, e naquele momento eu senti como se os papéis se invertessem.

 

Depois daquele episódio ‘Chanyeol babaca' nós resolvemos voltar a jogar, e as coisas estavam realmente fluindo, agora que estávamos jogando juntos. Todos nós cooperávamos um com o outro, e fazíamos vários planinhos para encurralar os zumbis que pareciam brotar do nada. Mas a diversão não durou muito, porque mais ou menos uma hora depois de começarmos aquele jogo, o celular do Chanyeol começou a tocar, e tivemos que parar para ele atender.

 

“Oi mãe”, respondeu assim que colocou o aparelho no ouvido, e eu sorri com saudades da Senhora Park.

 

“Manda um beijo para ela”, recebi seu olhar cerrado.

 

“Sim, eu estou com o Baekhyun”, me ignorou, voltando a falar no celular. “Não mãe, não vou dizer isso para ele”, reclamou.

 

“Dizer o que?” perguntei curioso.

 

“Nada”, respondeu sem nem mesmo me olhar.

 

“Como assim nada? Me fala. Para de ser criança”, disse impaciente e curioso

 

“Mas eu não fiz nada mãe. Aish”, bufou inconformado com qualquer que seja o  que a Senhora Park tenha dito, e me empurrou de leve. “Ela te mandou um beijo, satisfeito?”

 

“Mentiroso”, cruzei os braços inconformado.

 

“Porque você me ligou?” Voltou a me ignorar. “O Myung?”

 

Olhei preocupado para ele, temendo que tivesse ocorrido alguma coisa com o Park caçula.

 

“O que houve?”, perguntei impaciente, assim que Chanyeol confirmou um par de vezes o que a outra dizia do outro lado da linha, e desligou o celular.

 

“Não houve nada, eu apenas vou ter que buscar o Myung na escola.” Fiquei mais aliviado. “Minha mãe disse pra você aparecer mais vezes por lá.”

 

“Foi isso que ela disse naquela hora?”

 

“Sim”, o olhei desconfiado, era óbvio que não tinha sido aquilo, mas eu ia deixar passar dessa vez.

 

E apenas concordei contente. Eu de alguma forma amava a família dos Park, e me sentia muito bem quando ia na casa deles. Todos eles eram muito gentis comigo, e eu gostava muito da atmosfera acolhedora que aquele lugar possuía.

 

“Vou ter que ir embora”, se levantou, e no momento seguinte Bunny acordou do seu sono de beleza, em cima da bagunça que Oh Sehun fez na minha cama, e desceu da mesma, se esfregando nas pernas longas do grandão.

 

Que gato atirado.

 

“Olá garotão”, Chanyeol cumprimentou, fazendo uma cosquinha na cabecinha macia dele, fazendo o mesmo fechar os olhos e apreciar aquele contato.

 

Aquele traidor.

 

“Vamos, eu te levo até a porta”,  levantei também chamando o grandão, que se despediu brevemente do Sehun.

 

Seguimos até lá embaixo, onde encontramos a vovó no sofá da sala enquanto via qualquer coisa na televisão.

 

“Vó, o Chanyeol já vai embora.” Ela olhou para nós dois e fez uma carinha triste logo em seguida.

 

“Mas já? Eu coloquei salgadinhos no forno para vocês.”

 

“Não se preocupe Senhora Byun, é que agora eu tenho que buscar meu irmão, mas uma outra hora eu volto”, Chanyeol falou sorrindo grande, e eu o olhei com a sobrancelha arqueada.

 

“Quem tá te convidando?”

 

“Baekhyun”, vovó chamou minha atenção. “Você pode vir quando quiser, querido.”

 

Estalei a língua e ri da cara de vencedor que Chanyeol fez. Ele se despediu uma última vez da vovó, e seguimos para a porta. Me apoiei nela, e fiquei olhando o orelhudo que me encarava com um meio sorriso no rosto.

 

“Vê se busca direitinho o Myung”, ri da cara fechada que ele fez. Não vou mentir, me divirto muito com o ciúme do Chanyeol.

 

Ele começou o seu discurso dramático que eu já sabia de cor e salteado, mas eu não prestei nem um pouco de atenção. Na verdade, meus olhos se perderam na rua atrás dele, mais especificamente numa corujinha que esperava do outro lado da rua para atravessar. E ali meus amigos, eu me desesperei.

 

Não podia acreditar que Kyungsoo tinha vindo até aqui, ele não era o tipo de pessoa que se desculpava quando brigava com alguém, só se ele estivesse completamente errado.

 

E naquele momento tudo pareceu andar em câmera lenta: o momento que ele me olhou e ficamos nos encarando, quando finalmente parou de passar carro na rua, quando ele foi atravessar, a boca de Chanyeol se mexendo enquanto ele reclamava sobre eu não dar atenção a ele...

 

E minha mente só conseguia pensar em vingança, vingança, vingança. E droga, eu não tinha pensado em nada ainda.

 

Olhei para o orelhudo mais uma vez, e parece que minha mente fez um click, porque eu já sabia o que seria perfeito. Olhei para a boca rosinha e cheinha do grandão, e mordi meu lábio inferior. Ah que bosta, não podia fazer aquilo. Meu coração já começou a bater rápido no meu peito, e senti minhas mãos suarem.

 

Olhei mais uma vez para frente e vi que Kyungsoo já estava na minha calçada, pronto para abrir o portão e entrar na minha casa. É, teria que ser aquilo ou nada.

 

“Olha Chanyeol”, cortei o orelhudo que me olhou confuso. “Quero me desculpar desde agora, com que eu vou fazer. Eu sei que sou infantil, mas me perdoa, tá? Eu faço tudo que você quiser depois, só...” Parei de falar, mordendo meu lábio mais forte que antes. Kyungsoo já estava no jardim, não tinha mais tempo.

 

Desencostei da porta e levei minha mão para a nuca dele, ficando nas pontas dos pés e puxando ele para perto, fazendo nossos lábios se selarem. Fechei os olhos com força, não querendo ver a reação dele. Meu coração batia tão forte que por um momento eu pensei que ele fosse explodir, juntamente com as minhas pernas, que nem parecia que existiam mais. Merda, porque os lábios dele são tão macios?

 

Eu estava com tanto medo dele me empurrar para longe, que não me movi nem um centímetro. Provavelmente eu nem tenha respirado. Mas quando senti sua mão envolver minha cintura, me puxando mais para perto, eu pude relaxar e acabei deixando um suspiro sair. Eu não aprofundei o beijo, nem tinha coragem pra fazer isso, apenas me afastei devagar e olhei para trás vendo um Kyungsoo estático no quintal. E quando eu voltei a olhar para Chanyeol, senti minhas bochechas esquentarem com o olhar dele sobre mim, mas nem deu tempo de eu falar qualquer coisa, porque no segundo seguinte ele tinha fechado os olhos, e me puxado para selar nossos lábios mais uma vez.

 

Me surpreendi com a atitude dele, mas quem era eu para reclamar quando tinha aquela boca tão gostosinha junto com a minha?

 

O melhor mesmo foi quando eu fui findar aquele outro selinho, e ele foi se aproximando de novo, tentando achar meus lábios mais uma vez. Eu até ia continuar fugindo, mas deixei que ele encontrasse meus lábios de novo, mas dessa vez ele resolveu morder meu lábio inferior, e puxar para si. Eu quase tive um troço quando senti seus dentes prenderem no meu lábio, ele puxou com força e eu fui me afastando, só de charminho mesmo, porque aquilo tava muito bom.

 

Quando ele finalmente parou de escorregar seus dentes por meus lábios, eu sorri e abri os olhos, encontrando os olhinhos grandes fechados, enquanto ele respirava calmamente, e eu não resisti aquela cena, ele era tão fofinho. E acabei deixando um selar nos seus lábios mais uma vez, dessa vez bem rapidinho e me afastei de vez, vendo ele sorrir e abrir finalmente os olhos. E só quando os nossos olhos se encontraram que minha ficha pareceu cair: eu tinha acabado de beijar Park Chanyeol. Senti cada poro do meu rosto esquentar, e eu podia jurar que estava completamente vermelho. Ainda estávamos próximos o suficiente pra sentir sua respiração no meu rosto, e aquilo me deixava mais nervoso ainda. Eu só não tive um treco ali mesmo porque Kyungsoo fez questão de me trazer para a realidade, e me fazer lembrar que ele existia, e do motivo de eu ter feito aquilo.

 

“Tá, eu mereci isso.” Sua voz cortou o silêncio.

 

E eu vi o exato momento em que os olhos rasgadinhos do Chanyeol ficaram maiores à medida que ouvia a voz do corujinha. Ele provavelmente tinha sacado o porquê eu beijei ele, e droga... Só agora que eu lembrei que o Kyung é o crush dele. Eu estava ferrado.

 

“Podemos conversar agora?” Falou mais uma vez, me fazendo finalmente desviar o olhar do grandão para ele.

 

“Sim, vou só trocar de roupa”, olhei para Chanyeol mais uma vez, e ele não tinha nem sequer se mexido, provavelmente estava em estado de choque, até eu estaria. Eu estava completamente ferrado. “Tchau”, disse rapidamente para ele, me virando e entrando dentro de casa de novo como um furacão. Só queria fugir daquela cena constrangedora que eu mesmo havia criado.

 

Subi rapidamente as escadas, e entrei correndo no meu quarto, fechando a porta e me escorando nela logo em seguida. Não consegui conter o sorriso bobo que se formou ao lembrar dos lábios macios do orelhudo sobre os meus, aquilo tinha sido inacreditavelmente bom. Em que mundo eu iria beijar ele e gostar?

 

“O que houve?” Olhei pro Sehun, ainda sorrindo que nem idiota. Acho que a doença do Chanyeol tinha passado para mim através do beijo.

 

“Eu beijei o Chanyeol.”

 

“O QUE?” disse surpreso, sorrindo logo em seguida. Deu pausa no jogo e se arrastou no chão até ficar próximo a mim. “Beijo, beijo?”

 

“Não, foi só selinho com direito a mordidinha”, ri mais uma vez.

 

“Aish, e você está assim por causa de um selinho?” Tirei a calça moletom que eu usava rapidamente e joguei na cara dele, resmunguei um 'idiota', e fui até o armário, pegando o primeiro jeans que apareceu.

 

Passei a primeira perna dentro da calça, mas os pensamentos do beijo não paravam de bombardear minha mente, e eu só conseguia sentir minha bochecha queimar de vergonha, e meu coração bater mais rápido.

 

“Meu Deus, eu beijei o Chanyeol”, disse sorrindo, dando uns pulinhos nada héteros, o que me fez quase cair por ter só metade da calça posta ainda. Mas não é como se eu conseguisse me controlar naquela hora. “droga, droga, droga. Eu beijei o Chanyeol, isso é uma coisa ruim, não é?!” Virei pro Sehun esperando uma resposta dele, enquanto terminava de colocar a calça e abotoava a mesma.

 

“Na verdade eu acho que é uma coisa ótima”, disse rindo “e você sabe disso, tá todo felizinho aí”, debochou. E eu até tentei ficar irritado com ele, mas a felicidade estranha que eu estava sentindo não estava deixando. “Aliás, porque você está se arrumando?”

 

“Kyungsoo tá lá embaixo para gente conversar, vou dar uma saída com ele. Foi por causa disso que eu beijei o Chanyeol... O lance da vingança  e tal.”

 

“Ah, entendi, finalmente essa vingança te trouxe algum benefício, não é mesmo?” Concordei com ele, porque aquilo era a mais pura verdade.

 

“Eu já vou então”, peguei meu celular na cama e minha carteira e abri a porta, pronto para sair, mas então eu lembrei que talvez o orelhudo ainda pudesse estar lá embaixo e eu, definitivamente, não estava pronto para encarar ele agora. “E se ele ainda estiver aqui?” Voltei a fechar a porta olhando para Sehun, enquanto mordia nervosamente o meu dedão.

 

“Quer que eu desça com você?” Perguntou gentil, já se levantando e eu apenas concordei com a cabeça. “Assim eu já conheço de uma vez o olhudinho.”

 

Saímos do quarto juntos e descemos as escadas devagar, porque eu estava na frente e minhas pernas tremiam tanto que eu tinha medo de andar mais rápido e acabar caindo. Mas para o meu alívio, assim que chegamos na sala, eu vi que ele não estava mais ali, por causa da porta que continuava aberta. Suspirei um pouco mais aliviado, e andei até a porta com Sehun, fazendo Kyungsoo arregalar os olhos antes mesmo de chegarmos até ele.

 

“Nossa, ele é mais olhudo na vida real”, Sehun falou rindo.

 

“Sehun?” O corujinha perguntou completamente surpreso. Eu, hein, até parece que nunca viu uma foto dele.

 

“Eu mesmo. Prazer em finalmente te conhecer”, sorriu galanteador, já se jogando para cima do meu amigo. Sehun não tem jeito mesmo.

 

“Você não devia estar nos Estados Unidos?” Franziu as sobrancelhas confuso, me olhando logo em seguida em busca de alguma resposta.

 

“Ele veio me visitar por causa do aniversário dele. Depois te explico, vamos logo.” Desci o pequeno degrau que tinha na entrada, me sentando no chão para calçar meus tênis. “Sehun, se você quiser ficar com a vovó aqui embaixo, ela fez salgadinhos. Eu não vou demorar.”

 

O platinado apenas concordou e eu sorri para ele, antes de eu finalmente sair de casa com o Kyungsoo.

 

Fomos andando em completo silêncio até a cafeteria mais próxima, que ficava na esquina da minha casa. Entramos, e eu cumprimentei alguns garçons que eu já conhecia. Sentamos na mesa mais afastada de todas, e ele continuou sem falar nada até que nossos pedidos, que foram dois cappuccinos, chegassem na mesa.

 

Eu já estava ficando incomodado com todo aquele suspense, e estava prestes a falar alguma coisa logo, mas ele pareceu ler minha mente e começou a falar primeiro.

 

“Me desculpe por ter mentido para você.”

 

Ótimo jeito de começar.

 

“Eu fui um covarde idiota e você não merecia que eu mentisse”, continuou e eu me assustei por ele estar assumindo a culpa por alguma coisa.

 

“E o que realmente tem entre você e o Jongin?”

 

“Calma, eu vou contar”, bebericou sua bebida calmamente, como se eu não estivesse ansioso para saber. “Nós éramos namorados no ensino médio.” Arregalei os olhos, surpreso com aquela revelação.

 

“Isso é muito pior do que eu imaginava, como você esconde uma coisa dessas?” disse indignado.

 

“Calma, eu tive meus motivos e vou te contar”, suspirou antes de continuar. “Você sabe que eu vim do interior, de uma cidadezinha muito pequena onde as pessoas sobrevivem com as suas fazendas. E como você sabe, meus pais também tem uma fazenda e apesar dela não ser mega famosa, nós temos uma situação muito confortável com os produtos que vendemos pela Coreia. Tanto é que eles me sustentam aqui, sem grandes problemas. Mas digamos que a família Kim não seja assim. Na verdade, eles são a família mais rica daquela cidade, e não tem uma pessoa que não conheça eles por lá. Eles tinham dois filhos, um mais velho que iria assumir todos os negócios, e o mais novo que era o queridinho deles. Ao contrário dos outros, eu não tinha qualquer interesse neles, o irmão mais velho já tinha saído do colégio e ajudava na fazenda, mas o irmão mais novo estava um ano abaixo de mim na escola, e eu de vez em quando esbarrava com ele, seja no corredor conversando com algumas pessoas, seja na biblioteca. Lugar este que ele frequentava muito. Ao contrário do que as pessoas pensavam, Jongin era muito tímido e adorava ler. Mas eu nunca parei para prestar atenção nele, sabe como é que eu sou quando estou lendo”, concordei com ele, porque era verdade. “Mas um dia, quando eu estava na biblioteca ele veio sentar comigo, porque eu estava lendo um livro que ele gostava muito. Que por acaso era do filme que a gente viu naquele dia, Como eu era antes de você. Aí uma coisa levou a outra, e acabamos namorando.”

 

“Como assim você vai pular a melhor parte da história?”, perguntei indignado.

 

“Aff, fica quieto, esses detalhes você não precisa saber.” Resmungou, ficando meio corado, e eu apenas ri quando ele bebeu seu cappuccino, tentando disfarçar.

 

“Vocês já transaram?”

 

“O quê?” perguntou, mais envergonhado ainda.

 

“Não vou repetir, me responda logo.”

 

“Já”, suas bochechas coraram como nunca, e eu até tiraria uma foto para usar contra ele depois se eu não estivesse surpreso.

 

“Fala sério, você falava que não tinha nada com ele, seu otário. Mas até o bumbum pra ele você já deu!”

 

“Para de falar essas coisas chulas, seu idiota”, reclamou enrolando um guardanapo e jogando em mim. “Deixa eu continuar contando.” Resmunguei emburrado, cruzando os braços, mas apenas deixei que ele prosseguisse. “Acontece que a família do Jongin é super conservadora, daquelas que tem uma pequena capela dentro de suas terras. Então decidimos que seria melhor se eles não soubessem do nosso namoro, e até deu certo até o final do meu segundo ano do ensino médio. Naquela época nós tínhamos seis meses de namoro, e eu fui passar a tarde na casa deles, nada que eu já não tivesse feito. Naquela época os pais deles achavam que nós éramos apenas amigos. Mas tudo mudou quando no final da noite o pai dele nos viu nos beijando atrás do celeiro. Eu nunca vou esquecer da cara de raiva que ele estava, muito menos da bronca que ele deu em nós dois. Depois disso, eu fui proibido de voltar a pisar na fazenda deles, e ele foi proibido de me namorar. Nós ficamos as férias de final de ano toda sem nos vermos, porque o pai dele deu um jeito de tirar ele da cidade em uma viagem. Mas quando as aulas voltaram, e eu finalmente estava no terceiro ano, foi praticamente impossível o Senhor Kim nos conter, e voltamos a namorar escondido. E naquela época, eu inocentemente pensava que conseguiria namorar ele escondido até a eternidade, mas não foi bem assim que as coisas aconteceram. Quando eu estava no final do meu terceiro ano, pronto para fazer as provas dos vestibulares, eu fui abordado pelo Senhor Kim, e eu nunca vou esquecer daquele dia, porque ele gritou comigo, disse que sabia que eu e o Jongin continuávamos com aquele relacionamento doentio, na opinião dele, e disse que tinha colocado alguém para nos vigiar porque ele desconfiava, e acabou descobrindo tudo. Naquele dia ele me ameaçou, e pior, ameaçou minha família, disse que se eu não desaparecesse ele ia acabar com as nossas vidas, e eu não duvidei de que ele realmente podia fazer aquilo. Eu fiquei muito desesperado e com medo porque, bem... Não tinha como eu desaparecer assim do nada, foi aí que ele me disse que tinha feito a minha inscrição na faculdade de Seul, e que eu deveria vir para cá e nunca mais voltar. A verdade era que eu tinha feito a prova da faculdade, mas nem liguei de ver o resultado, porque eu já estava decidido a ficar na faculdade da nossa cidade mesmo, não queria largar o Jongin, eu estava realmente apaixonado. Mas eu fiquei completamente apavorado...” Ele parou por um instante, abaixando a cabeça e deixando um suspiro escapar de seus lábios, enquanto seus dedos apertavam com força a caneca com cappuccino. “Eu fugi”, sussurrou, e voltou a me olhar. “Falei com os meus pais no mesmo dia que eu tinha mudado de ideia, e que tinha passado para Seul, e que queria vir o quanto antes para ir me acostumando. Na mesma semana meu pai conseguiu um apartamento para mim, e em três dias eu me mudei. Eu fiquei esse tempo todo evitando o Jongin, toda vez que eu rejeitava uma ligação dele eu chorava, doía muito... E quando eu vi ele na faculdade esse ano, eu fiquei desesperado, porque seu olhar desapontado ainda doía em mim de uma forma que eu não posso suportar, mas eu precisava ficar longe. Ainda tinha medo das ameaças do pai, de ter alguém vigiando a gente... Por isso não te contei, eu sou um medroso... me desculpa.”

 

“Tudo bem Soo”, estendi minhas mãos por cima da mesa até alcançar as suas, que ainda contornavam a caneca, e as envolvi sorrindo, tentando passar algum conforto a ele. “Deve ter sido difícil pra você, e eu que devo me desculpar por ter agido daquela forma...”, falei sincero.

 

“Você não sabia, é mais do que aceitável você reagir daquela maneira”, sorriu terno.

 

“Mas vocês voltaram? E o pai do Jongin?”

 

“Então... Naquele dia do cinema, eu não queria ter que ficar perto do Jongin, mas ao mesmo tempo, eu não conseguia negar ou ir embora do cinema, como provavelmente eu faria. E quando nós estávamos voltando para casa de metrô... Nossa, tinha tanta coisa que eu queria falar com ele, mas ele ainda estava magoado, e eu o entendia. E então ele jogou tudo em cima de mim, tudo o que aconteceu enquanto eu não estava com ele. A vida dele praticamente virou um inferno, ele ficou muito triste quando soube que eu tinha ido para Seul e provavelmente não voltaria, e como ele sempre foi o queridinho da família, eles logo sentiram a diferença em suas atitudes. Ele ficou mais frio e chorava com frequência, e a primeira a perder a cabeça foi a mãe. Ele me disse que aquela época foi muito ruim, porque além de magoado, sua mãe e seu pai começaram a brigar muito. Ele não sabia, mas eles brigavam porque a mãe sabia o que o pai fez, e o culpava por ter feito seu filho tão triste e melancólico. Até que um dia, quando ele estava quase na metade do terceiro ano, seu pai o chamou no escritório e disse que se ele quisesse podia fazer faculdade em Seul. É óbvio que ele aceitou e ficou muito mais animado, voltou a estudar, se esforçando ainda mais para passar. Sua família finalmente voltou aos eixos quando o garoto voltou a distribuir sorrisos pela casa, e ele disse que foi bastante difícil deixar eles para vir morar aqui. Mas que valeria a pena para me encontrar.”

 

“Se ele estava contente em te encontrar, porque ele agia de forma rude com você?” Perguntei curioso, lembrando de todas as vezes que aquele moreno esbarrou no corujinha derrubando seus livros no chão. “E o pai dele não contou que você só foi embora por causa dele?”

 

“Porque eu ignorei ele quando eu o vi pela primeira vez pelo campus, e o evitei até ele parar de tentar e apenas se enfezar. E o pai dele não contou nada, mas eu contei. Quando ele me disse tudo isso no metrô, praticamente jogando toda a culpa em mim, eu não aguentei e contei tudo o que aconteceu. Por isso que nos acertamos agora.” Ele sorriu feliz, e eu fiquei realmente contente por ele estar com alguém que realmente gosta.

 

Eu nunca tinha visto Kyungsoo com aquele sorriso radiante no rosto, e poder saber que ele estava tão feliz por finalmente ter acertado as coisas que atormentavam seu passado, me deixava muito contente e aliviado. Afinal, ele era um dos meus melhores amigos, e eu só queria ver o bem dele.

 

“Eu tô tão feliz por você corujinha”, apertei as suas mãos que ainda estavam entre as minhas. “Eu vou até te perdoar por ter mentido para mim, e ter me deixado sozinho nesses últimos dias para se atracar com aquele lá.” Ele riu de como eu chamei o Jongin. Não podia fazer nada em relação a isso, só iria começar a gostar dele quando ele se mostrasse a pessoa incrível que fez o meu amigo se apaixonar. “Mas eu exijo que você volte a passar a hora do almoço comigo, pode até trazer seu namoradinho, eu deixo.”

 

“E você lá tem que deixar alguma coisa, peste?” Tirou suas mãos de baixo das minhas, e deixou um tapa fraco no meu braço, me acompanhado na risada. “Mas vamos ao que realmente interessa”, apoiou os cotovelos na mesa, me olhando sugestivo. “É sério que você está trocando o Sehun pelo orelhudo?”

 

 

Eu não mereço.

 

 

 

 

 

 


Notas Finais


Gente esse é o quarto do baek (bem simples e conceitual msm) > https://s-media-cache-ak0.pinimg.com/originals/fb/7e/18/fb7e182716591b38c80e9a0e0bb3430e.jpg
> https://zombiefashionsociety.files.wordpress.com/2014/10/img_5715.jpg?w=620
tem duas fotos pq eu não consegui decidir em um só, então fica sendo uma mistura dos dois kkkk

Eai?! Oq vcs acharam? kkkkkkkk Não me matem por não ter sido um beijo beijo, mas eu precisava colocar esse momento inocente entre os dois, e eu sinceramente amo essas reações do Baek todo nervoso e achando q vai morrer e amo mais ainda a reação do chanyeol todo entregue sem nem saber ao certo oq ta acontecendo kkkk
E esse Kaisoo?? Vcs finalmente ficaram sabendo oq realmente houve entre os dois e nossa, já tava na hora do Kyungsoo esclarecer as coisas não é mesmo?!
E quem gosta do nosso corujinha, não se preocupem que ele vai dar o ar da sua graça de novo no proximo cap, contando alguns outros segredinhos kkkkk
Ahhhh gente e vcs shippando SeBaek kkkk não vou mentir, adoroo. Vcs devem ta shippando mais ainda depois desse cap kkkkkk mas a partir de agora vcs vão realemtne entender o Sehun e ver q ele não quer nada com o Baek alem da amizade maravilhosa deles </3

Então sobre a novidade kkkkk eu resolvi fazer um cap extra entre o cap 9 que é o último e o epilogo ~viva~ acontece q eu tava com algumas cenas chanbaek na cabeça e elas não iam encaixar em nenhum cap então surgiu essa ideia de fazer o extra e eu ja até fiz uma capa para ele kkkkk então podem comemorar pq em vez de 10 caps a fanfic vai ter 11 ~YEY~ e vcs pensando q iam se livrar de mim heim pff kkkkkkk

É isso manas, vou responder os comentários do cap anterior agr, obrigada pelo carinho q vcs sempre depositam em mim </3 amo mt

Até mais ~XOXO


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