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História Waiting For Love - Hit et nunc


Escrita por: Soumasonhadora

Notas do Autor


Música hj é do Um44k- Pode falar (é bem curtinha, mas bem boa)
Genteeee to adorando esse negocio de quem deve ficar com quem. Quero vcs opinando msm viu?! Argumentos fortes kkkkkkk eu quero ver sangue
Brinks gente.
Obrigada pelos comentários e pelos favoritos
E finalmente uma explicação da Mari pra isso tudo, espero que gostem. Aproveitem

Capítulo 48 - Hit et nunc


Vai pode falar, gasta o meu tempo
Eu tô aqui pra escutar
Não é só do seu jeito
Tenta me mostrar

Eu já falei mil vezes pra você mudar
Da outra vez eu falei vem cá
Mas agora eu acho que não vai dar

E não deu tempo de falar
E o que eu quis dizer
Cê não quis escutar
Foi curto meu tempo
Mas percebi sua mensagem
Eu recebi tá aqui tá aqui

Domingo, 31 de maio

- Mariana

Tentei resolver todos os problemas o mais rápido possível, mas mesmo assim acabei demorando mais do que devia. Assim eu nunca vou conseguir me acertar com a Catarina, mas dessa vez não foi culpa minha.

Eu tinha total pretensão de passar o dia inteiro com ela, mas minha mãe me ligou falando que ia sair e que meu irmão estava passando mal, então eu ia ter que ficar olhando ele. Quando eu cheguei em casa ela já havia saído e o meu irmão tava vomitando pra caramba no banheiro. Ele disse que ficou assim a noite inteira e agora o dia inteiro também, eu fiquei com medo de ser algo grave e fui com ele pro hospital. Lá, como sempre, foi a parte mais demorada, ainda mais que ele foi classificado como não sendo tão importante assim, o que eu acho uma merda, por que todo mundo tem importância, não importa o que eles estejam sentindo.

Mas no fim nós descobrimos que meu irmão tava com intoxicação alimentar, tomou uma medicação e ficou no soro por alguns minutos e melhorou bem rápido. Na verdade ele não tava cem por cento, tava bem cansado por ter ficado a noite inteira acordado passando mal, mas ele falou que ia dormir e que eu poderia sair.

Então eu coloquei uma roupa confortável e peguei a chave do carro da minha mãe. Como ela não esta em casa então não vai se importar se eu pegar emprestado.

O sol já está quase indo embora, mas mesmo assim sua luminosidade ainda atrapalha um pouco, então eu pego meus óculos de sol e coloco-os no rosto. Vou em direção ao apartamento da Cat enquanto ligo pra ela.

- Oi

- Oi linda, ta livre agora? – Pergunto

- Sim

- Quer sair um pouco? Tomar um suco, um sorvete, um açaí...?

- Claro, eu preciso conversar com você também

Vixi, vai vim merda. Sinto meu coração acelerar

- Beleza, to te esperando aqui na portaria do seu apartamento. – Tentei normalizar minha voz o máximo possível.

- Ta bom, só vou trocar de roupa e to indo. Beijos

- Beijo

Saio do carro e fico esperando ela encostada na porta. To sentindo que vem coisa ruim por ai, quando alguém fala que precisa conversar é porque vai dar ruim pra alguém e é obvio que vai ser pra mim. Alguns poucos minutos depois ela passa pelo porteiro e se aproxima de mim, me da um beijo no rosto e entra no carro, logo em seguida eu faço o mesmo.

- Aonde você quer ir?

- Qualquer lugar

Ela ta estranha, consigo perceber pela sua voz. Dou um suspiro e coloco minha cabeça no encosto

- Você quer conversar primeiro?! Da pra perceber que tem algo te incomodando.

- Eu nem sei o que eu quero fazer, pra falar a verdade.

- Começa do começo. O que foi? O que eu fiz?

- Não foi nada... Esquece isso, vamos tomar um açaí. Deixa isso pra depois.

- Vai mentir pra mim agora? Você quer conversar, então nós vamos conversar. Só manda de uma vez, libera tudo.

Catarina abaixa a cabeça e morde os lábios. Ela ta pensando cautelosamente no que quer falar pra mim. A porra realmente ta muito séria.

 - Olha, eu não aguento ficar assim

- Assim como? – Pergunto com as sobrancelhas franzidas

- Assim... – Ele gesticula na minha direção e na dela. Mexe nos cabelos de forma nervosa e ajeita os óculos, que por um acaso não se deslocaram um centímetro. - Eu não suporto a ideia de perder você. Quando você se afasta eu enlouqueço. Eu sempre acho que você pode se cansar de ir embora e você sabe que eu não suporto ver você indo embora toda vez. Você sabe que a ideia de não te ter mais aqui me enlouquece, me tira totalmente do sério. Porque, eu quero estar com você, mas eu simplesmente não consigo te fazer ficar.

Ela solta tudo de uma vez e ao acabar da um respirada profunda

- Você nunca fica. Nunca ta aqui – Ela complementa com a voz baixa

Eu poderia explicar pra ela a razão deu ter saído hoje, explicado que eu realmente tive que sair, mas não vai adiantar nada, ela já está com todas as decisões tomadas. Eu vacilei demais com a Cat e agora eu realmente desejo que ela tome a decisão certa, mesmo já sabendo o rumo que essa conversa vai ter

- Continua – É tudo que eu digo

- Te confesso que às vezes você fode com meu psicológico. Porque olha, uma hora a gente tá bem, tá se tratando bem, tá se apelidando, se dando carinho… Mas depois, você muda do nada, me ignora, me da respostas curtas, não retribui a atenção que eu dou, fica num clima que chega a dar raiva. Te confesso também que eu chego a prometer pra mim mesmo que não vou mais correr atrás, que vou deixar você sentir saudades e vir atrás de mim. Mas o problema é que quem acaba sentindo saudades, sou eu. E é aí que fode tudo – Ela diz tudo sem olhar pra mim – Mas eu não posso mais fazer isso. Não consigo mais.

- Eu te entendo – Digo e ela olha rapidamente pra mim, logo depois ela volta a encarar um ponto qualquer dentro do carro

- Vou te dizer que essas suas covinhas me ganham fácil, mas eu cansei de ficar esperando você se decidir, você não sabe o que quer eu sinceramente cansei de esperar você. Na verdade eu não posso mais esperar por você. E eu sei que um tempo atrás eu disse que iria esperar por você, mas eu não posso mais. Hit et nunc

- O que? O que isso significa?

- Significa aqui e agora. Eu não posso mais esperar, as pessoas devem viver as coisas quando elas acontecem. Com a morte da minha mãe eu infelizmente aprendi isso muito cedo. Ela se foi do nada, tenho certeza que ela ainda queria realizar muitas coisas. E de certa forma é por isso que eu não posso esperar por ninguém.

Esperei o carro ficar em completo silencio. Na realidade eu não sabia muito o que falar.Como todo mundo já percebeu, eu não sou muito boa com palavras.   

- Me desculpa. Desculpa por eu ter colocado você nessa posição – Digo com toda a sinceridade que existe em mim – Nunca foi minha intenção fazer você se sentir assim...

Ela balançou a cabeça e me interrompeu

- Em maior parte isso foi culpa minha, porque eu quis dizer sobre meus sentimentos por você, e eu gostava de pensar que você sentia algo por mim também...

- Eu sinto algo por você. – Interrompo ela também – Eu sinto muita coisa por você Cat, mas eu infelizmente não consigo demonstrar isso, não é todo mundo que sabe falar sobre a porra dos seus sentimentos. Mas eu te entendo completamente e eu não quero que as coisas fiquem estranhas entre a gente, eu gosto de conversar com você. Conversar com você me faz bem.

- Eu também gosto de conversar com você, não quero que a gente se afaste, não quero que você deixe de frequentar o meu apartamento simplesmente por eu estar lá. Quero muito ser sua amiga, eu só não posso ter esse tipo de amizade colorida que a gente tem, isso não funciona comigo.

- Combinado então – Digo e dou um beijo no rosto dela – Ainda quer ir tomar o açaí?!

- É lógico, e você que vai pagar

- Ah capaz.

- Sinto muito, mas foi você quem convidou. Agora vai ter que arcar com as consequências.

- Chata – Falo e vejo ela sorrir. Acabo sorrindo também.

Que a gente saiba enxergar o lado bom de todo fim. Até porque, tudo nesse mundo acaba! O amor acaba. A amizade termina. A saudade some. As pessoas se ausentam. Até mesmo a vida acaba. E ela não deixa de ser extraordinária por isso. Tudo acontece por um motivo e se for pra acontecer, vai acontecer em algum momento, mesmo que não seja agora.

E nós passamos aquele restinho de tarde juntas, não teve como evitar o clima meio esquisito que tinha pairado entre nós, mas mesmo assim a gente conversou muito sobre diversas coisas, então no fim não foi tão ruim como eu achava que iria ser.

Eu deixei a Cat na portaria do apartamento e fui pra minha casa.

- Arthur?! – Gritei o nome do meu irmão assim que passei pela porta de entrada

- To vivo – Ele respondeu

- Parou de vomitar?

- Sim, só meu estomago que ta um pouco esquisito ainda. – Ele aparece na sala e depois me segue até a cozinha

- Ta com fome? Quer que eu faça algo pra você comer?

Ele se sentou na cadeira e ficou me olhando

- Na verdade eu to querendo saber pra quem você comprou esse tanto de comida – Diz ele apontando para a banca que estava cheia de sacolas com um tanto de ingredientes. Droga, eu tinha me esquecido disso. – Tenho certeza que não foi pra mim

- Claro que foi pra você, to querendo te agradar pô

- Você jamais me agradaria assim, nem que eu estivesse morrendo. Você vai cozinhar pra ela, não vai?!

Engulo em seco

- Pra ela quem, seu idiota?

- Pra mulher que te faz sorrir igual idiota olhando pro celular. Você vai trazer ela aqui hoje?

- Não sei do que você ta falando

Olho pra na direção do Arthur e vejo ele rolando os olhos e fazendo uma careta.

- Eu ia convidar ela pra vir jantar aqui, mas eu não vou mais

- Por quê?

- Por que acabou. Seja lá o que a gente tinha, não temos mais.

Vou conversando com ele enquanto tiro e guardo todas aquelas compras que eu havia feito de manhã.

- O que aconteceu? – Dou de ombros – Me diz o que aconteceu Mariana.

- O que aconteceu é que eu sou uma idiota que não consegue se abrir com ninguém a não ser com o meu irmão. Isso que aconteceu.

- Como assim?

- Eu não conseguia demonstrar pra ela o que eu sentia. Acabava me afastando pra tentar não machuca-la, mas foi ai que eu acabei machucando ela mesmo. Eu sou uma idiota. Que merda, eu sou um lixo de pessoa. Eu me odeio tanto - Digo passando as mãos nervosamente pelos meus cabelos. – Eu me apaixonei por ela Arthur. Odeio me apaixonar, me sinto tão vulnerável, tão frágil e eu odeio me sentir frágil. Não tem coisa pior que dependermos de alguém pra ser feliz

Sinto algo molhado tocar as minhas bochechas e acabo percebendo que eu comecei a chorar.

- Eu nem posso culpa-la por nada. Eu também faria a mesma cosia se estivesse no lugar dela. Não vale a pena dar o mundo para alguém que não sabe cuidar do próprio coração.

- Para com isso Mariana. O seu problema não é com o se apaixonar, o seu problema é com o partir de alguém que você ama. Você se entregou praquele cara e ele simplesmente foi embora.

Apoiei minhas mãos na bancada e abaixei minha cabeça. Deixei as lágrimas continuarem caindo pelo meu rosto. Eu não sou muito de chorar, mas quando eu choro sai tudo de uma só vez.

Sinto as mãos do meu irmão tocando as minhas costas

- Ei, você sabe cuidar do seu coração. Você cuida até demais, se protege demais, foge demais. Mas isso não é culpa sua, isso foi uma consequência do que aconteceu, uma consequência do que você viveu.

- Ele foi embora por causa de mim. O pai deixou a gente por culpa minha. – Digo já suspirando, tentado controlar, em vão, o choro.

- Claro que não, ele foi embora porque ele é um covarde. E tudo aconteceu diante dos seus olhos, você viu todas as brigas dele com a mãe, você viu ela se entregando pra ele e depois você viu ele partindo. Você é fechada assim porque sabe que a qualquer momento uma pessoa pode partir e você não quer sentir tudo aquilo que você sentiu quando ele foi embora.

- Ele era o meu melhor amigo. Eu contava tudo pra ele, absolutamente tudo. E ele deixou a gente sem ao menos se despedir, não deixou uma carta, não falou pra onde ia. Simplesmente foi embora. Como alguém consegue fazer isso com a própria família?

- Eu não sei. Eu sinto muito que você tenha passado por isso tudo sozinha. Me desculpa por eu ainda ser uma criança quando isso tudo aconteceu com você

- Olha que situação eu me enfiei, sendo consolada pelo irmão de 15 anos

- A qual é, eu sou um homem já

- Claro que é – Digo sorrindo e limpando as lágrimas. Agora sim eu já controlava o choro. - Eu odeio ser assim. Eu odeio que ele tenha me deixado dessa maneira. Eu nem sei como ser outra pessoa, acho que é impossível de acontecer.

- Pra você ser outra pessoa, você precisa se perdoar. Você precisa achar a sua paz e paz é quando você se perdoa. Você não teve culpa pelo que aconteceu, nada disso foi culpa sua. Você simplesmente teve que presenciar tudo, mas nada aconteceu por culpa sua. Por que você não faz outra tatuagem, você sempre disse que te renova. Ou sei lá, faz umas mechas no seu cabelo e não espera dar seis hora, só levanta e vai embora. Anda de chinelo essa semana, deixa o sol tocar em você e escuta uma boa musica. Você fica bem assim, sua liberdade encanta. Faz o que precisa pra acabar com essa tristeza, mas faz por você.

Olhei pro meu irmão de maneira assustada

- Quando você se tornou essa pessoa tão sabia?

- Eu sou mó nerd. Um poço de inteligência e conhecimento.

- Ta bom viu marmanjo. Eu vou tomar banho então – Digo já indo em direção ao banheiro

- De nada viu – Ele diz ironicamente

- Você fez mais do que sua obrigação depois deu ter ficado horas com você naquele hospital cheio de doentes. – E também depois de ter empatado minha foda matinal. Mas isso ele não precisa saber.

Tomo meu banho, esfrio a cabeça um pouco e depois eu me deito na cama. Eu preciso encontrar a minha paz, preciso me tornar alguém que eu sempre quis ser, mas nunca consegui. Mas eu preciso disso mais do que nunca, só que eu preciso de ajuda pra conseguir mudar.

Segunda feira, 1º de junho

Chego um pouco mais cedo na faculdade, vou até a sala da Catarina e fico encostada na parede esperando ela chegar. Demora um pouco, mas ela finalmente chega

- Achei que não ia vir hoje – Digo indo em direção a ela

- Aconteceu alguma coisa? – Ela pergunta com a voz realmente preocupada

- Mais ou menos. Eu preciso conversar contigo. Tem como você perder a primeira aula? O assunto é meio grande.

- Claro que tem

Pego na mão dela e vou andando em direção a uma sobra qualquer. Sentamos em um banco embaixo de uma árvore.

- Diz ai, o que ta rolando?

Respiro fundo algumas vezes. Vamos lá Mariana, você precisa fazer isso. Só solta de uma vez, esse é o seu conselho pra todo mundo. Vai dar tudo certo.

Abro a boca e deixo tudo sair. Conto absolutamente tudo pra Cat, desde as primeiras brigas dos meus pais que eu presenciei até a conversa que eu tive com o meu irmão ontem. Fiz questão de não deixar nada de fora e quando percebi nós já tínhamos perdido a segunda aula também, mas ela não pareceu se importar com isso. Na verdade ela escutava atenciosamente cada palavra que saia de mim.

- Eu acho que o seu irmão ta certo. Você tem que se perdoar pra conseguir encontrar aquilo que você deseja. Isso é muito mais comum do que você imagina, a separação dos pais traz inúmeras consequências pro filho, tanto físico quanto psicológico. Alguns ficam depressivos, outros adquire o transtorno de bipolaridade, alguns começam a ficar muito ansiosos e passam a comer muito ou a comer extramente pouco. Digamos que você teve sorte em ser apenas fechada.

- Mas eu odeio ser assim, eu não quero ser assim. E eu quero a sua ajuda pra mudar isso. Eu preciso de você como amiga e como futura psicóloga, por favor, me ajuda a ser uma pessoa mais aberta, mais corajosa.

- Vai ser um prazer poder te ajudar Mari

Ela diz e eu dou um grande sorriso. Eu to fazendo isso por mim mesma, mas eu espero muito que eu mude e consiga conquistar a Catarina do jeito que ela merece ser conquistada.

Eu me levanto rapidamente e puxo ela pra se levantar também. Pego na sua mão e saio puxando ela em direção a saída.

- O que você ta fazendo?

- A gente já perdeu tanta aula hoje que a gente vai dar uns roles por ai.

- Como assim sua louca, aonde a gente vai?

- Vamos fazer umas tatuagens! 



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