História Wake Me Up ((Short fic -- Yoonmin -- Yoonseok)) - 04

- Estou ótimo – Menti – Vem cá.

Chamei e voltei a selar nossos lábios, passando meus braços em torno de seu pescoço e o puxando cada vez mais para perto de mim. Peço passagem e ele logo cede, me permitindo explorar cada canto de sua boca.

Troquei nossas posições, ficando por cima dele. Senti suas mãos em minha cintura, apertando e puxando a mesma para mais perto, como se fosse possível nos colarmos ainda mais.

Quebro o beijo por um segundo e avanço contra seu pescoço, depositando beijos e chupões, em quanto ouço o mais novo arfar e gemer baixo.

Eu iria realmente fazer isso?

Não conseguia evitar pensar que estava traindo Jimin da forma mais suja possível, e como aquilo combinava perfeitamente comigo, patético e covarde. Esse era eu.

...

- Tenho que ir – Disse vestindo a camisa, me provindo de ter aquela maravilhosa visão que era seu abdome.

- Quando volta? – Perguntei esperançoso.

- A gente se vê por aí – Brincou se inclinando em minha direção – Senti sua falta.

- Também senti – Disse antes de roubar-lhe um selinho.

Assim que Hoseok saiu, voltei a me deitar e fazer o que sou melhor, nada. Não havíamos chegado ao ato, eu não tinha tanta coragem assim, mas por pouco não perco completamente a cabeça.

- Eu devia contar isso ao Namjoon – Pensei alto, logo afastando isso – Além de dizer que enlouqueci, ele provavelmente iria me matar.

Porque meu coração está tão apertado? Porque sinto como se faltasse algo? Finalmente tinha Hoseok de volta, finalmente estávamos bem... Era pra eu estar feliz.

Não que eu me iluda e ache que Jimin não faz falta, eu sinto falta do pequeno, mas... Não era pra estar fazendo isso comigo, afinal, sempre que estive com ele pensava em Hoseok.

Porque eu nunca consigo ficar feliz com o que tenho?

Porque não posso simplesmente aceitar o que acontece comigo?

...

Com o tempo, parei de visitar Jimin, acho que aos poucos fui aceitando o fato de que ele não acordaria mais, que ele havia me abandonado. Era difícil, ele sempre esteve do meu lado, mesmo eu sendo um completo babaca, mesmo eu não dando o devido valor.

Eu teria que me acostumar a ficar sem Jimin, assim como me acostumei a ficar sem Hoseok, mas por algum motivo me livrar de Jimin estava sendo mais difícil, porque ele parecia tão presente? Porque ele parecia tão vivo?

Desviei esse pensamento e tentei me concentrar na tela do computador, que não havia mudado nada, eu havia empacado no trabalho à três semanas e não havia progredido em nada.

Em compensação, meu relacionamento com Hoseok havia progredido bastante, estávamos quase como antes. Saíamos de mãos dadas pelas ruas, brincávamos juntos, nos divertíamos, era quase como namorar. Eu estava feliz...

Estava?

- Talvez – Concluí dando de ombros.

“Você deveria acordar”, pediu a voz na minha cabeça.

Sim, concordei com a voz, Jimin deveria acordar. Com certeza seria mais fácil com ele aqui... Espera, como seria mais fácil? Se ele estivesse aqui, então eu e Hoseok...

- Quando você se tornou tão importante ao ponto de eu pensar em abrir mão dele? – Perguntei encarando a parede, como se ele estivesse lá.

Aquilo era confuso, quase horrível. Eu finalmente tinha Hoseok de volta e, agora que consegui o que queria, estava seriamente pensando em largar tudo por ele...

Quando aquele garoto se tornou tão importante?

Quando passei a sentir falta de sua presença?

Quando me senti tão confuso em relação ao que sinto por ele?

Quando passei a amar tão intensamente Park Jimin?

- Suga Hyung – Ouvi Hoseok me chamar, fui até a porta e abri a mesma, sento atacado por um forte abraço do mais novo – Senti saudades.

Nos vimos ontem.

- Também senti – Respondi sorrindo – o que tem aí?

- Isso? – Disse olhando para a caixa que segurava – Já que você me levou as flores aquele dia, achei que seria legal te dar algo em troca.

Que coisa estúpida, eram só flores.

- Obrigada, o que é? – Perguntei sem curiosidade nenhuma.

- Bolinhos – Respondeu abrindo a caixa – Gostou?

- Uhum...

Que porra estava acontecendo comigo? Tudo que Hoseok fala eu automaticamente penso em algo seco para lhe responder, eu não sou assim... Ou melhor, eu não sou assim com Hoseok.

- Entra – Falei dando passagem.

Ele sorriu e entrou, logo se jogando na cama e olhando o teto. Deixei a caixa com bolinhos em cima da mesa e fui para o banheiro, fechei a porta e comecei a encarar o espelho.

Eu estava estranhamente pálido, minha boca havia perdido a cor rosada e meus olhos estavam fundos, como se estivesse doente... Que merda é essa? Talvez seja fome.

Dei um longo suspiro e fiquei apenas me encarando, não sei ao certo quanto tempo, mas devo ter passado alguns minutos ali, mais do que o normal para alguém usar o banheiro, pois ouvi batidas na porta.

- Hyung? Está bem? – Perguntou ele do lado de fora.

- Sim – Respondi.

Sim? Eu estava bem?

Eu sabia que tinha algo de errado comigo, sabia que algo havia mudado, sabia que tinha algo faltando, só não sabia bem o que era.

Eu havia voltado a ser o Yoongi escuro, grosso e mal educado que fui quando perdi Hoseok, mas dessa vez ele estava aqui e... Mesmo assim, mesmo com alguém ao meu lado, essa escuridão parecia não querer ir em bora.

- Aish!

Saí do banheiro e encontrei Hoseok parado na porta, seu olhar era preocupado, suspirei um pouco triste ao vê-lo assim. Forcei um sorriso e passei a mão sob seus cabelos, bagunçando-os um pouco, ele fez uma careta, mas logo riu.

- Não me trate como criança – Disse afastando minha mão.

- Desculpe, estou acostumado com isso – Respondi avoado.

- Como assim?

- Meu irmão – Respondi em choque, eu e minha boca grande – Ele me tratava assim, então... Deixa pra lá. O que quer fazer?

- Podemos ver um filme em quanto comemos – Sugeriu e eu concordei.

Coloquei um filme qualquer na Netflix e ficamos assistindo em quanto comíamos os bolinhos. Eu juro que nunca tinha visto aquele filme e que não sabia que teriam senas de sexo nele, que situação constrangedora, suspirei nervoso e evitei contato visual com Hoseok.

- Hyung – Chamou, segurando a risada – Deveria ter colocado um filme que conhecia.

- Foi mal, eu não esperava que... – Acabei rindo.

- Tudo bem.

Senti seu braço envolver meus ombros e me apertar contra o mesmo, aproveitei e apoiei minha cabeça em seu peito. O mais novo acariciava meu cabelo em quanto me cobria com seu braço.

O encaro por um segundo e recebo um sorriso do mesmo, que logo aproxima nossos rostos. Passo minha mão por seus cabelos, até seu pescoço e o puxo, selando nossos lábios em um beijo calmo, que não durou muito.

Logo ele já estava por cima de mim, beijando e chupando meu pescoço em quanto deslizava sua mão sobre minha barriga. Arfo e suspiro em quanto permito minhas mãos caminharem por suas costas até o fim de sua camiseta, tirando-a completamente.

Hoseok sorri de canto e logo volta a atacar minha boca, beijando-a cada vez mais intensamente, tirando o fôlego que me restava, e mordendo meu lábio com certa violência.

Penso em parar por ali.

Eu deveria parar por ali.

Eu tinha que parar por ali.

Eu não parei por ali.

...

Acordo no meio da madrugada, olho o relógio em cima do criado mudo e vejo que são 02:38. Encaro o teto por algum tempo e tento segurar o choro, ao meu lado, deitava-se meu ex-namorado, o homem que eu acreditava ainda amar, mas que agora já não sabia dizer o que sentia.

Jung Hoseok, havíamos rompido a dois anos. Não porque quisemos, mas as circunstâncias nos obrigaram, foi difícil é assustador, mas não tínhamos como continuar. Seus olhos ainda se encontravam fechados, mergulhados em um sono profundo e seus cabelos castanhos lhe caiam bem sobre a pele levemente bronzeada. Ele era tão lindo, e por algum motivo achar isso dele me causava certa repulsa.

Não consegui conter as lagrimas ao lembrar o que havíamos feito a algumas horas, ele era incrível e isso parecia tão errado de se pensar, essa provavelmente foi a maior loucura que já fiz e a que mais me arrependo, se pudesse apagar essas três semanas, apagaria.

Me levantei, vesti minha samba canção e meu moletom, meu velho apartamento parecia menor e mais triste hoje, especialmente hoje.

Andei até o computador e o liguei, impulsivamente repetindo melancolicamente os mesmos atos da minha última noite com Jimin, eu precisava dessa tortura, eu havia sido um idiota. Me sentei e esperei a máquina ligar, minha última esperança era que ele atendesse aquela vídeo ligação.

- Porque eu insisto nisso? – Me perguntei entediado, mesmo que Jimin pudesse atender essa chamada, eu me sentiria mal de ver seu rosto inocente do outro lado da linha – Talvez eu ainda tenha esperanças de você entender, o que posso fazer? Você me acostumou assim.

Aquilo era o auge da minha loucura, eu conversava sozinho, chorava sozinho e me desculpava sozinho, como se Park Jimin estivesse vendo ou ouvindo, como se o garoto não estivesse em coma, como se não estivesse semi morto.

- Hyung – Chamou Hoseok – O que está fazendo?

- Nada – Falei tentando esconder os soluços.

- Você está bem? – Perguntou-me em quanto se aproximava.

Não, eu não estava bem. Eu sentia falta dele, falta do seu cheiro, do seu sorriso, do seu jeito infantil, das suas caretas, das suas brincadeiras, eu sentia falta de Park Jimin.

Sentia como se algo faltasse, como se um pedaço de mim tivesse sido arrancado e eu só tivesse me dado conta agora, eu preciso dele, eu havia me acostumado com sua presença, com sua doçura.

Abracei as pernas e me permiti chorar, desde o dia do acidente, me permiti ser fraco e admitir que não ter Jimin do meu lado era o mesmo que não ter a mim mesmo.

E quando ele se tornou tão importante?

Desde o primeiro dia em que o vi, Park Jimin havia se tornado meu porto seguro, meu pequeno aeroporto rosa, meu posto de bombeiros colorido, meu amor e melhor amigo, ele havia se tornado tudo. Conquistando cada parte escura de mim com cada parte iluminada dele, ele havia se tornado meu segundo sol, quando o primeiro foi em bora.

- Desculpa – Supliquei aos ventos – Me perdoa, por todos esses anos, me desculpe.

- Do que está falando? – Perguntou Hoseok.

- Eu já vou – Falei saindo do apartamento.

...