Flashback
Europa Ocidental, 476 D.C
James era o maior dos senhores feudais da época. Ele tinha a confiança do rei e sabia como usar esta confiança a seu favor, os outros tinham inveja dele por ele ser quem ele era. James fazia altos favores ao rei e ele por sua vez dava ainda mais terras a James, porém ele não estava de acordo com a Igreja Católica já que seus interesses não eram os mesmos.
Se a Igreja soubesse que James era um sanguessuga (vampiro) certamente iria bani-lo de tudo o que ele tinha direito, até então eles não sabiam da existência do vampiro.
James tinha tudo o que queria, terras, servos, dinheiro e mulheres, entretanto ele não se sentia satisfeito com aquele sistema. Ele queria algo a mais, queria amar alguém e ser amado não apenas por interesse.
Em 1096, James ouviu rumores de expedições formadas pela Igreja afim de recuperar Jerusalém centro de seu poder mais conhecidas como Cruzadas. Ele não queria fazer parte disso, não queria envolver seus servos e o exército com a Igreja. O feudalismo estava se desfazendo aos poucos.
A primeira cruzada não foi feita por reis apenas por cavalheiros da nobreza convocado pelo Papa Urbano II, eles obterão sucesso com a expedição e conquistaram a Terra Santa, entretanto décadas depois os muçulmanos conseguiram reconquista-la. Era uma época de conflitos, James não iria ficar ali para ver toda aquela bobagem acontecer, então decidiu que viajaria pelo mundo.
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Sacro Império Romano Germânico, 1116
Brian Haner era um nobre poderoso. Ele aconselhava o Imperador Henrique V na tomada de suas decisões mesmo que as outras pessoas não o soubessem, nem mesmo o Papa. Henrique V por conselho de Brian Haner, invadiu a Itália duas vezes. Brian Haner tinha dois filhos: Brian Haner Jr e Brent Haner, Brent já era casado, mas ainda não tinha filhos e Brian era um jovem que vivia atrás de mulheres e sexo, só que o jovem também queria lutar, ele tinha o desejo de lutar.
James era o melhor amigo de Brian, eles desenvolveram uma grande amizade, desde que James chegou, pois ele tinha o ajudado, contudo ele não contou o que ele era de fato.
Ambos tinham coisas em comum, ambos eram contra a religião e a Igreja Católica. O Pai de Brian mesmo sendo conselheiro do Imperador também não concordava com a Igreja. Eles faziam o que queriam sem dar importância para o que o Papa faria.
Brian e James estavam andando pelas ruas e rindo que nem doidos. avistaram uma casa onde as mulheres se prostituíam, eles entraram ali e sorriram um para o outro, olhando para algumas das mulheres que se exibiam para eles. James foi para o quarto com uma delas que era morena e Brian foi para o quarto com uma loira.
Horas mais tarde eles saíram sorridentes, já estava amanhecendo, portanto cada um iria para sua casa. Brian queria comentar com o amigo que ele iria para a Itália para ajudar na invasão.
- Eu vou para a Itália. - Finalmente disse e olhou para o amigo que parou.
- Como? - James perguntou meio incrédulo.
- Vou para Itália, ajudar na invasão, meu pai quer isso...
- Seu pai quer, ou você? - Respirou fundo. - Tem certeza que quer isso?
- Quero, eu não quero ficar parado como o Brent, ele está formando uma família e não vai querer nada desse tipo. Eu tenho que dar orgulho para o meu pai! - Brian respondeu.
- Você sempre quer orgulhar seu pai, porém não pensa no que vai acontecer lá, eu já estive em invasões, guerra e são terríveis! - James tentava convencer o amigo a não ir
-Não quero saber, eu vou e pronto.
James respirou fundo tentando não ficar bravo com ele, sabia que ele era teimoso o suficiente então não o importunou.
No dia seguinte Brian pegou suas coisas e guardou-as. O exército estava pronto para partir em direção a Itália. Brian mal sabia que James iria junto, ele não deixaria o melhor amigo sozinho, ainda mais nessa loucura.
O exército chegou na Itália. Brian estava com a espada em uma mão e na outra, o escuto. Ele estava de certo modo nervoso, mesmo que fosse treinado por grandes guerreiros, não precisavam de planos para atacar apenas gritaram e seguiram em frente para atacar.
Todos corriam em direção ao castelo quando alguns guerreiros do outro lado viram o que estava acontecendo e foram alertar os outros, rapidamente o outro exército se preparou.
James acompanhava tudo atrás de uma enorme árvore, ele estava procurando Brian, mas não estava o achando. O outro exército também começou a atacar, saíram do castelo com arco e flecha nas mãos, alguns com espadas.
Grandes catapultas foram vistas no castelo e o exército de Henrique V se desesperou, pois sabiam que mandariam fogo, mas não desistiram e continuaram lutando.
Brian estava indo bem enquanto lutava com dois guerreiros ao mesmo tempo, passou a espada pela garganta de um e enfiou a espada no olho do outro fazendo os dois caírem. Mais três o cercaram, então ele conseguiu cortar a perna de um que gritou de dor, o outro foi atingido no braço, em seguida na cabeça e o terceiro era o mais difícil. Brian estava tentando acertá-lo e quando ia meter a espada no crânio dele, um dos flecheiros atiro uma flecha em suas costas bem perto do coração fazendo Brian cair na hora.
James avistou o amigo, sem nem ligar para a batalha que acontecia, saiu correndo até ele, pegou o corpo mole de Brian e o arrastou para longe dali. Quando já estavam em um local mais seguro, ele o encarou, Brian estava mais branco que o normal e sua respiração estava irregular.
- Você é um teimoso mesmo! Olha o que te aconteceu! - James estava bravo mas não adiantava mais ficar bravo.
O vampiro ficou pensando se o transformaria até porque ele não tinha transformado ninguém ainda, Brian seria o primeiro. Ele olhou para o amigo que estava tremendo um pouco, saindo sangue de sua boca, suspirou e mordeu seu pulso. Colocando-o na boca do amigo que bebeu, sem nem saber o que era.
Em seguida, James virou o pescoço dele, cravou suas presas, sugando o sangue de Brian, se afastou. E viu que a respiração dele já estava se regularizando, o segurou em suas costas e achou melhor procurar outro lugar para passarem a noite.
Na noite seguinte, Brian acordou com seu estômago ardendo, seu corpo estava muito quente e ele sentia uma sede incontrolável. Ele se sentou e viu que estavam em uma pequena casa abandonada, James estava acordado encostado na parede.
- Por que estou me sentindo tão... Diferente? - Perguntou sem entender.
- Eu tenho um presente para você. - James ignorou a pergunta do amigo e saiu da casa, voltando com uma mulher, a mulher era uma assassina de crianças e merecia morrer, então juntou o útil ao agradável.
Empurrou a mulher até Brian que mesmo sem entender, sentiu o cheio e a pulsação do sangue dela, ele se aproximou cheirando o pescoço dela. Brian sentia uma enorme vontade de tomar todo o seu sangue e assim o fez, puxou o cabelo longo da mulher e sem esperar mais nada cravou os dentes fortemente, a mulher gritou de dor.
James só ficou observando como ele reagiria ao sangue e deixo-o tomar cada gotícula dela até o corpo feminino se desfalecer em seus pés. A boca de Brian estava cheia de sangue e o amigo riu.
- Que merda foi essa? - Ele perguntou para James e para si mesmo.
- Essa merda se chama "ser vampiro", parabéns você é o segundo vampiro do mundo!
- Ah! Conta outra! - Brian limpou a boca com sua roupa mesmo. - Caralho, eu ainda estou com sede.
James respirou fundo, ele teria que ensinar tudo o que sabia a ele. Na tarde do mesmo dia voltaram para onde pertenciam.
Uma semana depois Brian se tornou um vampiro insaciável, ele transava com garotas e depois tomava até a última gosta de sangue delas e as queimava ou jogava no mar.
No momento estava no quarto com uma garota branquinha de cabelos pretos, ela estava o masturbando, mas Brian não sentiu nada com ela. Ele a puxou para seu colo e a penetrou de surpresa, segurando brutalmente no cabelo dela, ele estocava sem dó nenhuma, mas a vadia parecia gostar, ela teve um orgasmo, mas ele não conseguiu, a empurrou de seu colo.
- Vocês não sabem satisfazer um homem! - Alterou a voz e a mulher se encolheu. - Saia! Vamos, saia!
A mulher saiu sem roupas mesmo com medo de que Brian fizesse alguma coisa com ela. Brian se jogou na cama pensando no que estava fazendo, contudo ele não se arrependia. Com o tempo, Brian foi aprendendo as coisas com James, deu um sermão por Brian ter matado tantas mulheres.
Séculos depois, James foi para a América e Brian foi junto pois precisava experimentar algo novo, mas ele acabou não gostando. Voltou no começo do século XX para seu lugar que agora era chamado de Alemanha.
Tantos inocentes sendo mortos pelos nazistas e isso deixava-o indignado, que merda tinham feito com sua terra natal? Com alguns truques Brian conseguiu "suavizar" um pouco as mortes de inocentes, ele queria acabar com aquilo, sabia que não teria como, passou apenas doze anos na Alemanha e voltou para a América.
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Europa Medieval, 1484
Depois da peste negra, as pessoas surtaram e muitas desgraças que aconteceram, acusaram que Deus estava furioso, estava castigando as pessoas por não lutarem contra os seres das trevas. Ou eventos naturais como falta de chuva, fome e doenças eram atos de feitiçaria.
As bruxas se reuniram na floresta na lua cheia, para se unir, porque o papa Inocêncio VIII havia feito uma bula – espécie de documento – permitindo a caça às bruxas. Charlotte juntamente com suas irmãs, as outras bruxas originais foram a esse evento alertar e ajudar bruxas em fuga.
- Irmãs! – Charlie chamou a atenção de todas. – Não é hora de lutar, sabemos que poderemos acabar com eles como quiséssemos... – Pediu silencio levantando as mãos. – Precisamos ajudar nossas irmãs em perigo, aquelas moças indefesas que estão nos pequenos vilarejos e feudos que estão descobrindo seus poderes... Logo, desconfiarão delas e por não saberem praticar magia, serão queimadas.
- Nossa irmã fala a verdade, ela viu o futuro! – Natasha concordou. – As bruxas que possuírem posses, salvem quantas irmãs puderem, isso vale para magos e feiticeiros também... Charlotte fez uma lista das nossas irmãs em perigo, tomem cuidado e não usem seus poderes sem necessidade.
- Peçam ajuda de pessoas que apoiem nossa causa: vampiros, lobisomens, feiticeiros, etc. – Charlotte continuou. – Aproveitaremos o tempo de paz para conseguir o máximo de ajuda quanto puderem. Irmãs. – As outras quatro bruxas ficaram ao seu lado. – Passem a lista.
Foram passadas as listas para salvar bruxas, para cada bruxa que estava presente. Charlotte pegou a lista para ir a Irlanda, salvar três bruxas: Agatha Sweeney, Meredith Casey e Evelyn Casey.
A viagem de navio até a Irlanda foi longa, mas Charlotte tinha muitas moedas para ficar transitando, ela tinha uma missão simples: Salvar as bruxas e colocar as meninas no barco de Michael até Londres, deixando com Jimmy.
Dois homens viram a bolsa de veludo onde Charlie guardava suas moedas de ouro, ficaram tentados a rouba-la. O que eles não sabiam era que a moça loira previa o futuro, então assim que eles tentaram entrar no quarto, ela estava esperando por eles. Ela olhou dentro dos olhos dois homens, eles ficaram imóveis.
- Agora meninos... Eu estou de péssimo humor e como eu vi o que querem comigo... Você. – Apontou para o homem mais alto. – Vai se jogar no mar e não saberá nadar. – O homem abriu a porta obedecendo as ordens dela. – Você, eu quero pegue a espada do capitão, corte seu próprio pescoço na frente de todos.
Ele também a obedeceu, Charlie guardou suas moedas de ouro, dentro de seu saco. Chegando à Irlanda, ela foi até a vila de São Patrício ao sul, ela chegou até a casa de Meredith que levou um susto com ela. Meredith estava fazendo uma sopa para sua família, Charlie entrou e pediu para conversar separadamente com Meredith.
Elas foram para o lago que ficava próximo a sua casa, Meredith colocou as mãos nos quadris e olhou para Charlotte.
- O que você quer? – Meredith foi agressiva.
- Não precisa ser tão agressiva, caso não saiba, o papa redigiu uma bula para caça às bruxas... – Meredith se surpreendeu. – Você terá que fugir, senão eles a matarão e depois suas filhas e filhos, afinal são filhos de uma bruxa. – Sussurrou.
- O que eu faço? Não posso deixar meus filhos e meu marido... – Ela estava angustiada. – Prefiro morrer, continuarei lutando e fingindo ser uma mulher normal.
- Não posso te obrigar a ir, mas seus poderes uma hora te denunciarão... Suas colheitas que sempre estarão boas, o fato de você nunca envelhecer e seus filhos serem os mais fortes e bonitos da região. Pense em seus filhos, eles serão queimados na fogueira, apenas por serem seus filhos. – Explicou Charlotte.
- Eu sei, tenho mais de 100 anos, Charlie... Apenas leve minha menina Summer, ela está revelando seus poderes, as pessoas começaram a desconfiar dela, por Hécate, ela só tem cinco anos. – Meredith chorou.
- Eu a levarei a local seguro, vou te dar algumas moedas de ouro, assim seu marido não desconfiará das minhas intenções. Você tem mais seis filhos, ninguém desconfiará que deste a sua menina para mim. – Charlotte deu cinco moedas de ouro. – É muito para uma criança.
- Obrigada, Charlie. Você merece o lugar que senta, irmã. – Elas se abraçaram.
Elas entraram na choupana de Meredith, ela entregou as moedas para seu marido. Inventando que Charlie era sua irmã bastarda inglesa rica que queria levar sua filha para trabalhar com ela. Assim que viu o dinheiro, o marido de Meredith ficou contente, Meredith arrumou as coisas de Summer, penteou os longos cabelos loiros e ondulados da menina que chorava muito com o dedo na boca.
Meredith colocou uma erva na sopa da menina que adormeceu de repente, Charlotte levou a menina em seu colo, elas foram embora. Elas foram para o próximo vilarejo, no feudo de Stewart. Ela foi a estalagem, os homens ficaram olhando Charlotte com a menina em seus braços, o dono da estalagem a olhou com desejo.
- O que deseja, bela dama?
- Sou uma pobre viúva que viajo com minha filha, gostaria de passar a noite. – Ela entregou uma moeda de ouro para ele que gostou. – Saberia onde posso encontrar Evelyn Casey, ela adivinha com as cartas. – Eles começaram a rir de Charlie. – Qual é a graça, senhores?
- Essa aí, foi presa e queimada na fogueira pelo padre caçador, semana passada. – Charlie ficou pensativa. – Se pergunta pela bruxa, deve ser bruxa, também.
- Como adivinhou? – Perguntou ironicamente. – Invés de ficar preocupado comigo, meu caro senhor... Deveria ver seu estoque de bebidas pegando fogo. – Charlie olhou para o barril de madeira, ele pegou o fogo e começaram a gritar. – Tenha uma boa noite.
Charlotte foi até o porto, levou Summer até Michael que estava fumando charutos, comendo peixe assado no píer, Charlie revirou os olhos.
- Achei que as bruxas fossem maiores. – Riu, Charlotte não achou graça. – Você deve achar um homem para melhorar essa cara.
- Não diga tolices, Evelyn já morreu e Meredith se recusou a ir... Essa menina é uma bruxa, leve em segurança até Jimmy no porto de Londres. – Ordenou e entregou cinco moedas de ouro. – Isso ajudará na viagem.
- Onde arranja tantas moedas de ouro? Quem é Jimmy? – Charlie revirou os olhos.
- Ele vai busca-la a noite, ele é um vampiro muito alto, bonito, distinto e tem olhos azuis demoníacos. – Charlie pegou sua vassoura se preparando para voar.
- Eu vivi para ver uma bruxa voando na vassoura dela. – Caiu na gargalhada.
Charlotte voou até o vilarejo Sooksport que ficava ao norte, ela voava pelos céus com sua vassoura, não era magica, pela dominação do ar, fazia com que ela voasse pelos céus, só que a vassoura era mais confortável e chamava menos a atenção.
Chegando ao vilarejo, desceu da vassoura, colocou estacionada numa arvore. Seu coração bateu aceleradamente, como se fosse acontecer algo, ela mudou suas roupas, se vestindo como uma camponesa, pois suas roupas nobres chamariam muita atenção, naquele local.
Tirou todas as peças intimas que usava e colocou na bolsa que carregava, foi a estrada, roubou uma carroça cujo o dono havia acabado de morrer. Ela jogou suas coisas, fez um feitiço e apareceu muitos alimentos, ela daria desculpa de que venderia comida. Charlie curou o cavalo doente, deixando forte e bonito novamente.
Charlotte deu uma maçã verde encantada para o cavalo que adorou e ficou mais animado. Ela dirigiu a carroça até o vilarejo pequeno, colocou um capuz sobre seu rosto, chamou bastante atenção pois aquele local não recebia muitos visitantes.
Ela estacionou a carroça próximo a uma padaria que tinha lá, amarrou o cavalo. Entrou na padaria, estava com fome e foi comprar um pedaço de pão, o filho do padeiro estava de costas, ela tirou o capuz e bateu palmas, o rapaz se virou e era Zacky.
Ela ficou aterrorizada com o fato daquele rapaz se parecer com seu falecido marido, colocou a mão no peito.
- Ah, me perdoe... Você parece com meu falecido marido. – Levou as mãos a boca. – Eu desejo um pedaço de pão. – Zacky apenas entregou, o pai dele apareceu e lhe deu um tapa na cabeça.
- Zachary! Toda a garota bonita que vê dá um pedaço de pão de graça! – O pai de Zacky reclamou e Charlotte deu uma moeda de ouro para ele que ficou desconfiado. – É muito dinheiro ainda mais para uma moça.
- Eu sou uma jovem comerciante, herdei esse oficio de meu falecido marido, Arthur, estou vendendo mantimentos. – Mentiu e Zacky ficou olhando babando pelo decote de Charlie.
- Viúva? – Pai de Zacky ficou olhando para Charlie. – Tens filhos, senhora? – Zacky ficou com vergonha.
- Na verdade, minha única filha morreu no parto... – Uma lagrima caiu de seu rosto.
- É muito jovem senhorita... – Ele ficou interessado. – Pretende se casar novamente?
- Pai, pare de importunar a linda dama com suas perguntas insolentes! – Zacky afirmou e recebeu um tapa na cabeça novamente.
- Pare você de ser insolente, eu sou seu pai e me deve respeito... Tem 26 anos e ainda não se casou, nenhuma mulher o quer, já tentei casar esse rapaz, mas é complicado só pensa em comer. – Charlie riu. – Hoje tem um festival na vila, bem será muito bem-vinda. Zacky a ajudará a você se hospedar em nossa casa, sua mãe não se importará.
Zacky ficou sem jeito, ele a levou para sua casa, a mãe de Zacky não estava em casa, ele deixou as coisas de Charlie no chão. A casa não tinha cômodos, estavam sozinhos, ele coçou a cabeça, pois era tímido e um pouco envergonhado.
Charlie pediu para que não tivesse medo dela, ele sorriu, ouviram risadas de garotas. Zacky se aproximou da janela, ficou observando Gena e suas amigas rindo, falando coisas tolas sobre o festival. Ele ficou completamente encantado, suspirou e tudo, enquanto Charlie também olhava pela janela.
- Gosta dela? – Charlie ficou um pouco enciumada. – É muito magra, aqueles quadris não vão poder dar filhos.
- Ela é a garota mais linda, filha do ancião da vila. – Charlie revirou os olhos. – Como deu para notar, ela não liga para mim.
- Ela é uma estupida para não perceber o cara lindo que você é. – Zacky sorriu.
- Espero juntar dinheiro para me casar com ela algum dia. – Charlie pensou nem por cima do cadáver dela, afinal, seu marido havia voltado e ele teria que ficar com ela. – Por isso, aceito as humilhações do meu pai e você vai perceber no festival que as pessoas não gostam de mim, porque como demais.
- Entendi... – Então ela se lembrou da missão. – E você conhece a Agatha?
- Sim, mas ela foi presa por bruxaria, nossas colheitas foram devastadas e enquanto os tomates dela sempre são os mais suculentos e não sofreram com a praga, sendo toda a família dela morreu com a peste negra, no entanto ela não sofreu dano algum, além de ser muito linda e ter olhos verdes, não tanto quanto a Gena, mas é linda e tem 20 anos, uma solteirona. – Zacky explicou. – Vão queima-la amanhã de manhã.
- Oh céus. – Charlie olhou dentro dos olhos azuis de Zacky. – Pode me levar até ela?
- Sim, eu a levarei, mas vou querer algo em troca. – Zacky mordeu o lábio inferior e Charlie deu um longo selinho nos lábios de Zacky que ficou encantado, era seu primeiro beijo. – Eu pediria comida, mas isso é muito mais melhor.
- Posso deixar você me possuir no festival, ninguém precisa saber. – Zacky ficou empolgado.
Charlotte levou as coisas para sua carroça, ajeitou para colocar Agatha e fugir. Eles andaram de mãos dadas pelo vilarejo, Gena viu e ficou com ciúmes. O festival começou, todos saíram para beber e comer, deixando apenas um guarda vigiando Agatha que estava presa numa cela, espécie de gaiola de ferro.
Ela estava chorando assustada, não queria morrer queimada numa fogueira e as pessoas amaldiçoando seus parentes que já haviam morrido pela peste negra. Charlie pediu a Zacky que ficasse vigiando, ele começou a reclamar, ela o beijou em seus lábios macios. Era como se estivesse beijando alguém diferente, mas ela sentia o feitiço que trazia Arthur de volta para ela.
Os lábios de Zacky ficaram umedecidos, pela falta de experiencia, Charlie conduzia o beijo, ferozmente, ela colocou a sua língua na boca de Zacky que levou um susto e partiu o beijo.
- Que porra é essa? – Reclamou. – Você colocou a sua língua na minha boca.
- Vigie, senão seu amiguinho. – Charlie apertou a ereção por cima da calça dele. – Não vai ganhar seu prêmio... Bem, daqui a pouco você descobrirá.
- Vou queimar no inferno, estou tendo desejos pecaminosos com você. – Charlie sorriu.
- Pretendo realiza-los. – Chegou perto do ouvido dele. – Cada um deles. – Ela se afastou e se aproximou do guarda, jogou pó do sono no rosto dele e ele apagou. – Essa foi fácil.
Charlotte pegou a chave no bolso dele, abriu e libertou Agatha que abraçou fortemente, elas deram um selinho demorado em seus lábios. Zacky levou um susto, Charlie a olhou nos olhos.
- Se esconda na carroça! – Fez o capuz aparecer e colocou sobre o corpo franzino de Agatha. – Assim que todos estiverem caindo de bêbados, iremos partir.
- Obrigada. Você e o filho gordo do padeiro? – Agnes ficou confusa. – Você tem um mal gosto para homens... Você é a Charlotte Moon, grande poderosa bruxa original? – Confirmou com a cabeça. – Eu não sabia que era uma bruxa, mas a natureza falou comigo.
- Agora fuja. – Agatha saiu correndo, Zacky ficou espantado.
- Não me disse que libertaria a bruxa e... – Rapidamente Charlie ficou na frente dele e mostrou seus seios. – Minha nossa... Estou enfeitiçado.
- Já esteve com uma mulher antes? – Zacky negou com a cabeça. – Vou ensinar as artes do amor para você.
Ela se ajoelhou na frente de Zacky, abriu a calça dele, abaixou até os joelhos, liberando a ereção, passou a língua sobre seus lábios e colocou a boca em seu membro ereto, fazendo o rapaz gemer de prazer. Ela olhava para ele, Zacky fechou os olhos e ficou de boca aberta, Charlie sugava com pressão da mesma forma que fazia como Arthur gostava, Zacky gemia forte.
Segurou os longos cabelos dela, guiando seus movimentos, estava indo no caminho certo. Queria possuir aquela mulher, maldita bruxa que proporcionava prazer, pediu para Charlie parar, mas fez um pouco mais de pressão fazendo o rapaz pre-ejacular na sua boca.
Charlotte se jogou no chão sujo, levantou sua saia, Zacky deitou por cima dela e a penetrou rapidamente. Ele estocava forte, meio que não sabia que estava fazendo, beijou os seios de Charlotte. Ela também ia loucura, gemiam juntos, ela poderia ter um orgasmo somente por ter seu amado dentro dela depois de tantos séculos.
Uma anciã da vila viu os dois tendo relações intimas como dois selvagens, foi até o padre que estava comendo carne de porco e bebendo cerveja, vendo a dança. A velha beijou as mãos do padre, ele achou estranho o fato de justamente a forasteira e o filho gordo do padeiro – Zacky era conhecido por comer e beber até passar mal – não estarem na festa.
- Aquela forasteira que chegou hoje deve ser uma bruxa... – A velha sussurrou.
- Por que dizes isso? – Perguntou desconfiado.
- Com tantos rapazes daqui da vila, aquela prostituta do demônio está com perdão, vossa eminencia. Está trepando no chão com o filho do padeiro.
- Vamos logo, mas sem alertar os outros, se confirmarmos que essa forasteira é uma bruxa. Prendemos ela por feitiçaria com o rapaz inocente e ele vai levar uma pequena punição por se deitar com uma bruxa. Ele deve ter sido enfeitiçado por essa mulher.
Enquanto isso, Zacky ganhou uma disposição que não imaginava, pediu para Charlie virar de costas para ele. Começou a beijar as costas da loira, sua pele suada, ela riu ao mesmo que tempo que se excitava com as caricias dele. Ele a penetrou por trás, sorriu quase estava chegando ao seu ápice, estocava rapidamente, abriu as pernas dela e penetrou a intimidade com um dedo, ela queria mais, ele colocou mais um, agradando a ambos.
Os dois gritavam, grunhiam como animais selvagens, chegaram ao ápice juntos fazendo Zacky derramasse seu liquido dentro dela durante o sexo anal. O padre e a velha chegaram quando tinham terminado, os dois riram como retardados, Charlotte convidou para Zacky beijasse em seus lábios novamente, eles tocaram seus lábios e Zacky apertava os seios dela.
- Bruxa! – O padre gritou, Charlotte e Zacky começaram a se ajeitar. – Seduzindo o pobre inocente filho gordo do padeiro. – Charlie riu.
- Já ouvi tanta coisa, vai me chamar de que? Prostituta do demônio, adoradora do diabo, ser das trevas, já ouvi todos esses xingamentos e ainda estou aqui. – Ele começou a rezar. - Muta iam manere! – O padre ficou mudo. - Transfome in statum pristinum!
A velha se transformou num pequeno camundongo, Zacky ficou espantado, começaram a correr até chegar ao festival. O padre seguiu logo atrás com a mão na garganta, Agatha ficou quieta nos fundos da carroça. Charlotte se aproximou da carroça, Zacky deu um abraço forte em Charlie, mas o padre pegou uma espada e atravessou a barriga dele.
Zacky caiu ferido no chão, Charlie gritou, o céu se fechou, raios e trovões começaram a aparecer no céu, fazendo caiu uma chuva negra sobre o vilarejo. Agatha saiu da carroça e arrastou Zacky para os fundos. E ficou procurando alguma erva para ajudá-lo.
- Eu estou amaldiçoando essa terra que nunca mais vai plantar e colher nada somente sangue enquanto esse padreco viver... Essa maldição seria perpetuada para sempre, no dia que Zachary morrer. – Os pais de Zacky choravam muito. – Nunca mexam com uma bruxa original, tenham uma boa vida, se puderem.
As arvores, flores e alimentos começaram a estragar além da chuva negra cobrir o céu. A população estava bêbada e apavorada, Charlotte subiu na carroça, ela levitou para os céus, o padre fez um sinal da cruz. A carroça voou até o porto mais próximo, onde Michael estava esperando.
Chegando ao porto, Agatha e Charlotte levaram Zacky ferido para o fundo do barco.
Durante a viagem, Charlie viu a ferida e era muito profunda, ela fez vários feitiços, passou sua energia, mas a ferida não cicatrizava. Ela chorou em desespero, não queria perder o homem que amava novamente. Michael chegou perto dela, ele a abraçou forte.
- Era para meus feitiços e minha energia está funcionando, mas a ferida não quer curar... – Charlie se sentiu frustrada.
- Você disse que foi um padre que o feriu, ele deve ter usado uma espada abençoada, seus feitiços não funcionam com isso. – Michael voltou a segurar o timão do barco. – Somente a morte o livrará disso.
- Eu não vou perde-lo... – As lagrimas caíram forte e teve uma ideia macabra. – Quanto tempo temos até chegarmos em Londres?
- Algumas horas. Por que? – Ele ficou confuso.
- Preciso das minhas ervas, só isso. – Mentiu.
Ela desceu ao porão do navio, Agatha colocou panos frios para abaixar a febre de Zacky, mas não estava adiantando. Charlie tocou o rosto de Zacky, depois beijou a sua mão, Agatha tirou as bandagens do ferimento, estava ficando infeccionado.
Charlie limpou os ferimentos, fazendo Zacky gritar de dor, jogou rum e alguns unguentos feitos com suas ervas especiais. Depois enfaixou os ferimentos novamente, ele chorou de dor.
Algumas horas depois, chegaram ao porto de Londres, Jimmy os estava esperando juntamente com Summer vestida como se fosse uma pequena dama da sociedade inglesa. Michael e Agatha ajudaram a tirar Zacky dos fundos do barco, Jimmy não entendeu nada, Charlotte se arrumou com uma nobreza, ela teria que ficar bonita, na época ela era amante de Jimmy.
Eles não se amam, apenas se ajudavam mutuamente, era uma amizade forte. Isso não proibia que passem noites ardentes fazendo amor um com outro, ela desceu do barco, Jimmy beijou a mão de Charlie. Depois tocou seu colar em forma de lua.
- O que está havendo? – Jimmy conduziu Charlie até sua carruagem.
- Esse rapaz me ajudou, mas um padreco quase o matou... Preciso de sua ajuda. – Eles entraram na carruagem de Jimmy.
- Com certeza, ele terá a minha proteção. – Beijou os lábios de Charlotte. – Saudade de sua pele macia sobre a minha, seus beijos calorosos, deixa minhas noites menos solitárias.
- Oh, James! – Ela sentou no colo dele, levantou o vestido dela. – Espere até tudo se resolver. – Jimmy beijou o pescoço dela, acariciou as coxas dela. – Pare, por favor. – Deu um risinho malicioso, ele a olhou nos olhos.
- Se esperei você por algumas semanas, posso esperar alguns minutos. – Eles deram um selinho. – Adoro que você seja minha amante e adoro seu decote.
- Eu também. – A carruagem parou. – Chegamos em casa.
Um novato abriu a carruagem, ela desceu suavemente, levaram Zacky para enfermaria. Jimmy olhou com desejo para Agatha quando ela desceu com Summer, Charlie balançou a cabeça negativamente.
Eles foram para a enfermaria, Zacky estava queimando em febre, convulsionando e delirando. Jimmy mordeu seu pulso, Charlotte tirou as faixas sobre o ferimento de Zacky. Ele pingou seu sangue sobre o ferimento que estava muito feio.
O seu sangue não estava conseguindo curar totalmente os ferimentos que estavam estágio avançado, Zacky estava quase morrendo, seu coração batia devagar. Charlie segurou a mão de Zacky, entrelaçando com a dela.
- Ele vai morrer, não há nada mais que eu possa fazer por ele, Charlie. – Jimmy a abraçou por trás e lhe deu um beijo na nuca.
- Tem algo que você pode fazer, o transforme em vampiro. Eu e a Agatha estamos em dívida com ele. – Jimmy a olhou nos olhos.
- Tudo bem, vai ser bom ter mais uma pessoa nessa casa. – Eles deram um selinho longo e molhado. – Se afaste um pouco, talvez eu precise de uma bruxa aqui se as coisas piorarem.
Jimmy derramou seu sangue sobre o ferimento de Zacky mais uma vez, depois o segurou pelo pescoço e mordeu. Furou sua jugular com suas presas, sugou o sangue de Zacky até o coração de Zacky parar de bater totalmente.
Ele o deitou na cama, a ferida finalmente cicatrizou de repente, Charlotte ficou aliviada. Respirando fundo, o corpo de Zacky começou a se mexer, o veneno estava matando seus órgãos e era uma dor insuportável, ele gritava muito, Jimmy abraçou Charlie para que ela não olhasse.
Era como seu sangue estivesse queimando, sua pele parecia que estava em chamas. Ele deu o último grito, Zacky se sentou na cama, ele olhou para Charlotte e Jimmy, acenou.
- Quem são vocês? – Zacky ficou confuso.
- Zacky, eu sou a Charlotte não se lembra de mim? – Zacky negou com a cabeça.
- Eu não me lembro de nada, só meu nome... – Jimmy assustou.
- Às vezes acontece, alguns vampiros perdem a memória no processo da transformação. Por isso que ele não se lembra de você, minha querida. – Jimmy abraçou por trás e apertou a cintura dela. – Só um minuto, vou chamar Mabel para você se alimentar.
- Estou com sede, minha garganta arde, seu cheiro é estranho, seu coração bate de uma forma diferente. – Zacky estava curioso.
- Eu sou uma bruxa e você é um vampiro, meu amor. – Zacky ficou olhando para Charlie.
Jimmy entrou com Mabel uma prostituta de sangue, ela tinha muitos furos em seu corpo. Ela deitou na cama com Zacky, tirou sua roupa, a boca de Zacky ficou cheia de agua, Charlie ficou com ciúmes, mas se controlou. Jimmy e Charlie foram para seu quarto, enquanto Zacky tomava todo o sangue de Mabel até matá-la.
Zacky terminou, só que ainda sentia muita fome. Ele foi para o centro de Londres, tinha algumas prostitutas na rua, eles a hipnotizou até o porto, bebeu o sangue delas e jogou seus corpos no mar.
Ao mesmo tempo, Charlotte montava no colo de Jimmy, sentindo muito prazer, ele também enquanto apertava os quadris dela, chocando contra os seus. Eles se divertiam, Charlotte gritava de prazer, suando sua pele, Agatha entrou no quarto, levou um susto.
- O que você quer, Agatha? Quer brincar? – Charlotte saiu do colo de Jimmy que foi acender um charuto.
- Tive um sonho, vi o Zacky matando várias pessoas no centro de Londres, Gena está chegando a cidade, ele vai matá-la! – Agatha sentou na cama.
- Ele ainda não tem controle, isso pode dar problemas, vou ter que ir à cidade, controlar Zacky. – Jimmy deu um selinho nos lábios de Charlie. – Já volto para a gente continuar, nossa brincadeira.
Jimmy se vestiu, foi embora rapidamente. Charlie colocou as mãos na testa, vestiu sua camisola, Agatha penteou os cabelos longos de Charlotte. Depois a abraçou fortemente, estava confusa se tinha feito a coisa certa, ou não.
Por um lado, estava feliz, pois Zacky mataria Gena, ou outro lado, ele era um vampiro descontrolado por sangue e não se lembrava dela, nem como Zacky ou tampouco seu amado Arthur.
Algumas horas depois, Jimmy voltou para mansão puxando Zacky pelas orelhas, Gena tinha virado uma vampira, ambos estavam com as bocas sujas de sangue. Charlotte ficou decepcionada, as lagrimas caíram involuntariamente de seu rosto, Gena sorriu para Zacky e eles entrelaçaram suas mãos.
- Charlie, essa é a prometida do Zacky, então ela ficará conosco. – Ela deu um sorriso falso. – Eles ficarão no quarto de hospedes.
- A casa é sua, pode fazer o que quiser. Seja bem-vinda, Gena. – Gena sorriu para Charlie.
Desceu as escadas, foi ao seu porão, pegou seu livro de feitiços, preparou um feitiço com poção de esquecimento. Ela tirou o colar, transformou na Excalibur, tirou um pedaço da espada, depois a transformou novamente em pingente. Agatha apareceu com os cabelos de Zacky, Charlie jogou dentro da poção.
Em seguida, bebeu e fez o rito do feitiço para ela poder se esquecer Arthur e Zacky, para poder seguir em frente, com sua vida. Charlotte havia desistido, já que Zacky e ela nunca ficaríamos juntos.
As suas memorias foram apagadas, ela subiu juntamente com Agatha. Zacky a cumprimentou na sala e era como se estivesse o vendo pela primeira vez, apenas sorriu.
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Ilha de Jersey, Inglaterra - 1610
Sophie era uma mulher de 24 anos, era ruiva de cabelos compridos, seus olhos eram bem claros sendo uma mistura de azul e verde, a pele delicada e branca com o uma porcelana. Ela havia perdido seus pais há 4 anos antes, o motivo ninguém sabia, nem mesmo a própria Sophie.
No início morava na casa que seus pais deixaram para ela, mas depois acabou vendendo-a e comprou uma menor para si. A vida era complicada para uma mulher jovem naquela época, ainda mais morando sozinha, até pensou em se casar com alguém, apenas para se sentir confortável outra vez. Só que desistiu da ideia, pois não teria amor e tudo o que ela queria, era se sentir amada.
O sonho da mulher ruiva era de se casar com um cara de cabelos negros como a noite, macios como seda, olhos cor de avelã, sorriso galante como se quisesse conquistá-la. Sonhava todos os dias em estar nos braços de um homem assim, entretanto a realidade era bem diferente. Os homens sempre queriam se casar, apenas para procriar e nunca por amor.
Ela tinha duas amigas: Liv e Rachel, duas mulheres de 22 anos que ajudavam Sophie, que sempre estavam ali por ela.
Um dia, elas inventaram de passearem no chalé que pertencia a Liv uma vez que ela era casada, com um homem importante e felizmente ele a amava. Era um dos únicos casos, em que o homem realmente amava sua mulher. Sophie se sentia feliz por sua amiga, no entanto seu coração se sentia desanimado.
- Não conheceu nenhum homem digno de seu amor? - Rachel perguntou ao mesmo tempo, em que a ruiva e Liv pegavam lenha para a lareira.
- Não, você sabe que... É complicado de achar sem dote e estando sozinha. - Colocou uma mecha do cabelo atrás da orelha. - Ultimamente não tenho pensado nisso, acho que vou ficar solteirona. – Mentiu.
-Você é bem exigente a respeito de homens! - Liv riu. – Mas, ainda vai achar um que te respeita na medida que você quer.
- Espero. - Sophie disse e tentou mudar de assunto. - Você e o Robert?
- Estamos pensando em ter filhos... Sabe como é, depois que as pessoas casam só pensam em ter filhos e eu quero isso. - Liv disse animada.
Colocaram as lenhas na lareira que se acendeu ainda mais deixando o chalé mais quentinho, as camas já estavam arrumadas e elas já tinham jantado. As três ficaram conversando sobre várias coisas, eram amigas desde sempre e ficaram ainda mais unidas, após a morte dos pais de Sophie.
No dia seguinte, acordaram com um forte barulho, se levantaram assustadas e olharam pela pequena janela do chalé. Uns homens vestidos de túnicas brancas, um colar com uma cruz, estavam em seus pescoços. Tinham armas e outras coisas nas mãos, elas ficaram assustadas, contudo não saíram do local.
- Nós viemos em nome do Papa, saiam do chalé senão vamos ser obrigados a invadi-lo.
Rachel olhou para as amigas e mesmo contra acabaram saindo amedrontadas, os três homens passaram a olhar para elas e analisá-las até que seus olhares caíram em Sophie. A aparência da mulher era igual a de uma bruxa, pois ela era ruiva. Naquela época especialmente as mulheres de cabelos avermelhados acobreados, eram consideradas bruxas por enfeitiçar os homens com sua beleza.
Sophie viu o olhar deles em si e antes que eles fizessem qualquer coisa com ela, ou com suas amigas, elas correram. Eles correram atrás apenas de Sophie que era o que eles queriam, Liv e Rachel foram procurar ajuda.
Sophie corria sem parar, ela não sabia o que eles queriam com ela, será que iriam estuprá-la, ou matá-la? Correu tanto que se cansou e acabou tropeçando em um enorme tronco que estava no chão, os homens chegaram e se aproximaram. Contudo pararam ao ouvir um som estranho de ossos e gemidos, eles foram até Sophie e viram ela se contorcendo.
A mulher ruiva estava sentindo dores horríveis, seus ossos estavam mudando de lugar e a dor era intensa, era como se estivessem quebrando seus ossos. Os olhos dela ficaram amarelos e o som cessou, eles foram ver mais de perto, se assustaram ao ver um lobo enorme branco rosnando em direção a eles.
Um deles deixou a arma cair no chão, chamando ainda mais atenção do lobo, ela saiu correndo atrás deles. Não pensaram duas vezes em sair correndo também, pois já tinham ouvido falar de bruxas e até pegaram algumas. De vampiros, apenas relatos e sobre pessoas que se transformavam em lobos, nunca tinham visto, pelo menos, não até aquele momento.
Mas em um determinado momento enquanto Sophie corria incansavelmente atrás dos três homens, sentiu-se fraca. Ela então não aguentou, voltou a sua forma humana, caída no meio da floresta sem ninguém, estava nua e desmaiada.
Pouco tempo depois Charlotte estava passando por aqueles arredores procurando os três filhos da mãe que estavam caçando as bruxas, foi então que ela viu um corpo no meio da floresta escura, se aproximou, observando a mulher ruiva, colocou a mão em seu rosto e percebeu que estava viva, porém fraca.
- Olá? Você está me ouvindo? - Charlie tocou em Sophie.
Charlotte tocou na mulher ruiva, ela não respondia. Então, ela pegou algumas ervas, amassou com as mãos e colocou sobre o corpo de Sophie. Ela sentiu alívio a sua dor, Charlotte olhou para unhas de Sophie e estavam sujas de terra, muito compridas, ela identificou a ruiva como lobo.
Tirou sua capa de veludo, colocou sobre o corpo nu da ruiva. Sophie acordou lentamente, Charlotte sentou ao seu lado. A ruiva levou um susto por estar apenas com uma capa que nem era dela.
- Fique tranquila... Aqueles caçadores não vão te perseguir. É a primeira vez que se transforma em lobo?
- Quem é você? - Sophie perguntou ainda assustada. - É a segunda vez... Eu não esperava que isso acontecesse novamente.
- Eu me chamo Charlotte Moon. - Charlie estendeu a mão para ruiva que apertou. - Eu sou uma bruxa, posso ajudar você, esses momentos de transição com as primeiras transformações são horríveis, eu posso te ajudar.
- Eu realmente preciso de ajuda. - Olhou ao redor. - Cadê Liv e Rachel...nossa, que dor de cabeça!
- Eu não sei quem são... Eu vou te levar aquele castelo que fica naquela montanha. - Apontou para o castelo ao fundo. - É do meu... - Charlie não queria assustar Sophie. - Amigo, eu moro lá e você pode ficar lá o tempo que quiser.
- Obrigada. - Sorriu para Charlie que devolveu o sorriso. - Obrigada por me ajudar.
- Então vamos... - A carruagem apareceu com um novato conduzindo, ele abriu a porta e as duas entraram, Sophie ficou encantada com o luxo. - Meu amigo trouxe essa de Paris, Paris é um local encantador.
- Parece ser mesmo. Bem... Agora que sei que é uma bruxa não vou me sentir incomoda em conversar com você, eu nem acreditava que essas coisas existiam, até eu me transformar do nada.
- Acontece, mesmo... - Riu. - Existem vampiros, sereias, bruxos, feiticeiros e lobos como você.
- Nossa, deve ser muito louco estar entre eles... - Olhou para ela. - Você é linda demais para ser uma bruxa, eu achava que bruxas eram feias, mas me enganei. – Riu.
- As pessoas se enganam. - Riu mais uma vez. - Na verdade, espalhamos esse boato sobre a nossa aparência, para não sermos reconhecidas, mas infelizmente os malditos caçadores sabem que não temos narizes enormes, nem verrugas na cara. - O novato bateu na parte de cima da carruagem, Charlie ajeitou o decote do vestido. - Estamos chegando.
Não demorou muito e chegaram ao castelo. Jimmy estava conversando com Zacky ali perto do portão e viu a carruagem parando, ficou confuso já que Charlie não tinha dito que iria sair. Charlie e Sophie saíram da carruagem, a ruiva apertou mais a capa contra seu corpo, pois estava com um pouco de frio, então os dois se aproximaram delas.
- O que aconteceu? - Jimmy perguntou preocupado e olhou para Sophie
- Ela estava sendo perseguida por caçadores da ordem de são Pedro, não sei se a machucaram, então ela passará um tempo conosco senão se importar é claro. - Charlotte passou a mão sobre o rosto de Jimmy que a puxou pela cintura para um beijo ardente.
- Claro que não me importo, como é seu nome? - Jimmy perguntou a mulher ruiva a sua frente.
- Sophie Winter. - Ela sorriu para ele.
- Sou James, mas pode me chamar de Jimmy - Virou para Charlie. - Pode pegar algum quarto para ela.
- Mais gente para comer... - Zacky se meteu.
- Cala boca, Zacky! Ninguém pediu a sua opinião! - Charlie se aborreceu.
- Claro que o Jimmy vai fazer suas vontades porque você é a amante dele. – Zacky reclamou mais uma vez.
- Isso não interessa a você! - Jimmy deu um olhar para Zacky e Charlie quis rir da cara dele. - Eu faço isso, porque quero ajuda-la também, porra! Desculpa se estamos te assustando, Sophie...
- Não, tudo bem. Eu só preciso descansar e logo pela manhã já posso ir embora.
- Os portões do castelo não são abertos durante o dia por motivos óbvios, eles são vampiros. - Charlotte explicou. - Vamos para o seu quarto, antes que eu transforme o gordo ali em sapo.
Charlie a guiou até dentro do castelo que era muito grande e bonito, não era tão velho e igual ao que os livros mostravam. Vários vampiros olharam para elas quando passavam e Sophie se encolheu um pouco já que não era acostumada com isso. Ela ficou um pouco distraída observando o local, ao mesmo tempo que andava, acabou trombando em alguém. Morreu de vergonha, ao acontecer isso, mas travou quando olhou para quem era.
- Brian, presta atenção onde você anda. - Charlotte tocou o ombro de Brian.
- Nossa, me desculpa... - Brian disse rapidamente a mirou a ruiva de cima a baixo - Por que ela está com sua capa e quem é ela?
- Eu que devo pedir desculpa já que eu estava distraída. - Sophie finalmente conseguiu falar. - Sou Sophie...Charlotte me ajudou na floresta por isso estou com a capa dela. - Sorriu sem graça com o olhar invasivo do homem e que homem.
- Vamos, Sophie... Brian é um Don Juan, Casanova, cafajeste, aproveitador de donzelas e ele só quer colocar o pinto dele no meio das suas pernas. - Charlie finalizou e fez Brian rir alto.
- Assim você me magoa Charlie! - Brian fez bico depois pegou a mão direita de Sophie e depositou um beijo - Foi um prazer conhecê-la, senhorita. - Sophie pode respirar naturalmente quando ele se afastou.
- Acho que acabou de ser fisgada por Brian Haner... - Sophie olhou para Charlotte. - Tranque as portas do seu quarto, senão ele entra.
- Eu não...- Sophie não conseguiu argumentar a respeito disso. - Vocês já tiveram alguma coisa?
- Credo! Ele não faz meu tipo.
- Sério? Ele é muito...- Ela ia falar, sobre o fato de Brian ser muito atraente, porém o olhar divertido de Charlie fez ela pensar melhor. - Bem, vou trancar as portas então.
- Ele é lindo, mas vai partir seu coração, Brian não é do tipo que se apega. Eu o conheço há séculos e nunca vi ele se interessando por alguma mulher além de trepar.
Sophie se desanimou um pouco com essa afirmação, afinal o homem que ela queria para si era idêntico a Brian, todas as características. Tentou disfarçar o desconforto, voltaram a andar até um dos quartos, ela abraçou Sophie e trancou a porta como tinha sido aconselhada, se deitou na cama e se permitiu dormir.
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