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História Walk On. - Between enmity.


Escrita por: snowindelicada

Notas do Autor


Hello! Capítulo todo dramático.. Bem, o de sempre. Notas finais.
X.

Capítulo 17 - Between enmity.


Laura acabou tendo dois compromissos importantes que a impediu de ir interpretar Vause. Ela já estava ciente da chegada de Taylor, Lali e Violet. A babá deu alguns detalhezinhos sobre o comportamento da menina dentro da fundação. Violet quase não via pessoas diferentes, e mostrava-se muito apegada à Lali. Prepon passou a se incomodar ao voltar-se à mulher como tal. Ela não era uma simples ‘’ama’’, mas sim a pessoa que estava com Violet em todos os momentos. Então, para ela foi maravilhoso saber que a criança não estranhou ninguém. Após sair de sua última consulta hospitalar, Laura se locomoveu até o Celebrity Centre New York, onde ela teria uma pequena auditoria. Poucos, mas ainda assim chatos, paparazzi, acenaram para ela. Bem humorada, ela fez alguns acenos e entregou a chave do veículo ao manobrista. Aquele centro para celebridades era o menos habituado, o principal era o de Los Angeles, porém, Cody, o seu auditor, estava presente para atendê-la.

Laura fez a sua assinatura no livro de visitas, colocou a data e o mês. Após, foi conduzida até um dos elevadores pelo porteiro. A sala de auditorias localizava-se no terceiro andar. Cody já estava a sua espera. Uma vez no andar, Laura aceitou tomar uma bebida quente. Fazia um pouco de frio graças ao ar condicionado. Para a sua surpresa, o seu ditame espiritual seria acompanhado por mais duas pessoas: Ella Rephner e o porta voz da igreja, Tim Risphcovick.

Durante duas horas e meia a atriz colocou para fora todos os seus tormentos, driblando os sofrimentos da sua vida hodierna, como a consternação, a agressividade, o stress e o derrotismo. As três testemunhas foram anotando os principais pontos de consternação que Laura detalhava. Por instantes a atriz repetia o mesmo nome.. Baseava-se em uma pessoa: Taylor Jane Schilling. A religião nunca concordou com o estilo de vida ‘’homossexual’’. Mas respeitavam a escolha de vida que seus membros tomavam desde que não viesse a causar problemas. As três testemunhas apontaram Schilling como a ‘’sabotagem’’ do estado clean de Prepon. A morena chegou até ali sentindo dores de cabeça, estresse, entre muitos outros, e depois da auditoria, ela estava renovada como um recém-nascido.

– Nós a analisamos desde o momento em que adentrou o centro, Laura, querida. – Tim dizia, retirando os óculos de grau da face. – Nota-se que você já está mais calma.

Ela sorriu. Aliás, todos. Era tão claro! Laura gozava do próprio emocional. Tão leve.

– Você nos disse sobre os remédios, os exames, tudo isso que vem lhe afetando o coração. – Ele prosseguia, cruzando uma perna por cima da outra. – Essas drogas não lhe servem para nada, elas, que, teoricamente, bloqueiam a sua vinculação com o ser supremo.

– Exatamente. – Ella tomou-lhe a palavra. – O seu problema chama-se Taylor. Conforme a escutamos, percebemos o quanto a presença física e espiritual dessa pessoa massacra a sua passagem para o lado clean. – A voz dela era como um anestésico para Prepon. – Você cometeu um erro e um acerto. Correto? – Perguntou aos dois homens. Eles afirmaram. – Não se sinta culpada, esses deslizes acontecem. – Laura balançou a cabeça. – O seu engano foi pedir a mão de uma mulher em casamento, ter um fruto, e denominar a outra como a segunda mãe.

Laura ficou sem reação, fora pega de surpresa.

– O seu acerto foi entrar com o pedido de divórcio. Mas.. – Ela analisou as folhas em cima da mesa. – Você precisa se desconectar dessa pessoa que lhe representa muitos engrams. Se possível, pedir a guarda total de seu bebê. – Ela olhou para a atriz. – A criança é um thetan puro, mas tendem a sentir as energias negativas de seus semelhantes. – Seguia, firme. – A criança de nome Violet, não poderá conviver nesse meio, ainda que afetivo, possa ser prejudicial para o seu desempenho. Essa criança precisa ser avaliada, orientada e guiada por nossos membros, para que ela tenha uma jornada imensurável por anos. Nós sabemos que esse bebê tem uma mãe, você, – Apontou-a. – e um pai, incógnito. Aí está o ponto.  Não há duas mães, não há dois pais.

– Com a sua licença, Ms. Rephner.. – Cody pediu, sendo permitido de discorrer. – Laura precisa passar por mais sessões de auditorias, livrar-se de todos esses engrams e depois pensar na guarda da criança, a qual pertence a ela, unicamente.

– Eu não posso discordar. – Prepon olhou-os.

– Você também tem outra opção, que seria: Abrir mão da guarda, deixando a menor sob a responsabilidade da outra mulher. – Dizia Tim. – Sinceramente, eu torço para que a criança continue com você, que dê a ela uma família, uma figura paterna e perita dos nossos ensinamentos.

Informações demais! Prepon estava ficando sobrecarregada. Ela concordava em se afastar de Taylor, mas não via Violet longe dela. Ela havia contribuído para a realização daquele ser, tirá-la dela seria um golpe mortal..

– Em uma de suas auditorias, contou-nos que havia cuidado da criança sozinha.

– Sim. – Tim lhe lembrou de algo, algo doloroso, algo que a fez repensar.

– Não há nada mais justo de que a tome. Você a teve dentro de um estágio que foi contra todas as nossas politicas. Com alguém que nos é opressor, com alguém semelhante ao seu sexo. Não estamos lhe julgando, entenda isso como uma segunda chance a você e ao seu bebê.

Os outros concordavam.

– Nós lhe daremos suporte, temos os nossos melhores advogados. Se você quiser alcançar a ponte para a liberdade total, deixe-nos ajudá-la corretamente. Siga as nossas instruções, você já o fez anteriormente. Era uma figura oponente aos problemas. Para que isso torne a acontecer, afaste-se dessa pessoa, afaste sua filha. A filha que você carregou e cuidou sozinha, dê a ela a oportunidade de ser uma de nós, de ter uma família feliz. Está tudo no seu poder. É só dizer que concorda. Nós lhe daremos mais ou menos um mês. – Laura sussurrou um ‘’tudo bem’’. – Dentro desse período você poderá fazer suas auditorias, esqueça os remédios, nós temos a cura, você a carrega em sua bolsa.

– O livro! – Laura completou, rindo.

– O livro. – Tim imitou-a. – Outra referência é a sua atuação como lésbica. – Prepon ficou atenta. – Não se deixe levar pelos desejos que sua personagem sente. Ela é descrita por outra pessoa, você só a interpreta. Não são os seus desejos, suas vontades. Isso a fez casar-se com uma mulher, incluir um bebê no meio, agir como uma homossexual tramoia.

O que antes não fazia nenhum sentido mudou de foco. Laura conseguia enxergar e entender com clareza o que ele lhe explicava. Ela sentiu toda a porcaria que havia feito. A loucura que cometeu ao casar-se. Ela estava agindo como uma homossexual da trama, e sentia que aquela não era a pessoa que costumava a ser. Talvez fosse por isso que não conseguia ir afundo com Naomi, mas com Taylor sim, por misturar os sentimentos de Alex por Piper com os seus. Ela começou a cair na real. Havia colocado uma inocente no meio de tudo aquilo.

– Faz tanto sentido! Isso realmente não está certo.. Eu não consegui separar a ficção da realidade. Envolvi-me, me casei e me deitei com uma mulher. Essa não sou eu. – As mãos dela começaram a tremer, estava tão nervosa. – Estive cega esse tempo todo. Preciso da ajuda de vocês, dos cursos, de tudo.

– É isso que queríamos mostrar a você, querida. – Ella segurou as mãos dela, detendo-as. – Seja bem vinda de volta.

– Obrigada, mas e como ficará a minha atuação? Eu não.. Sei, estou perdida. Não sei se ainda quero fazer isso. Não posso.

– Esse é o teu sustento. Continue atuando, mas deixe os sentimentos dentro dos sets de filmagens. O dinheiro que tirar desse trabalho use para pagar as suas auditorias. Não há com o que se preocupar. E por último.. – Tim assinou a folha. – Você não deve entrar em serviços sociais, não enquanto estiver fazendo auditorias, isso deixaria o seu emocional bagunçado, precisamos curá-la. Depois vêm as causas dos menos favorecidos.

– Então, eu devo focar em mim?

– Não só em você, mas na sua filha. Traga-a com você até Gold Base. Ambas já estiveram lá, não é mesmo?

– Sim, mas já faz muito tempo.

– Sugiro que vá passar o final de semana lá, Laura. Irá participar de seminários, voltar a se entrosar, coisas que só lhe fará bem.

– Me parece perfeito.

Eles prosseguiram conversando, Laura estava cada vez mais convencida de que tomara a decisão errada ao se envolver com o romance de sua personagem. Sentiu como se tivesse acordado em meio a um apocalipse. Ela precisava corrigir-se imediatamente.

 

[]

– Meu Deus! Você parece um zumbi!

– Não exagera também, não é?! Obrigada. – Taylor largou o celular em cima da penteadeira do camarim de Natasha. As duas estavam na hora do almoço, mas não sentiam fome, mostravam-se ansiosas.

– Diz aí, não dormiu bem a noite passada?

– Para falar a verdade, não. Tive pesadelos.. Mas não quero falar sobre eles. – Ela jogou um casaco no rosto, fechando os olhos. Já havia gravado as primeiras cenas pela manhã. Soubera por Kate que Prepon não compareceria, ela não tinha outros compromissos inadiáveis. Schilling lamentou por dentro, contava com a possibilidade de poder vê-la. Sentia saudades, mesmo que ambas não fossem conversar, já seria gratificante olhá-la de longe. Ao lado do seu braço o celular soltou o barulho ao receber uma mensagem. Laura. Taylor sentiu uma sensação estranha na boca do estômago.

‘’Estou levando a minha filha para almoçar comigo’’

Ela ficou com a cabeça inclinada, olhando a mensagem, fazendo várias interpretações dela. Decidiu que Laura estava sendo breve, não seca. Mas e a sensação ruim que veio a sentir? Lembrou-se do pesadelo da noite passada. Ela via alguém sem rosto toma-lhe a criança dos braços, deixando-a desesperada e sozinha.

– Tay? – Natasha ajoelhou-se, tocando-a nos joelhos. – Está tudo bem? Pode desabafar.

– Eu diria que está tudo bem sim, mas eu não estou legal. – Natasha a surpreendeu com um abraço.

– Relaxa, vai ficar tudo bem.

– Conto com isso, embora eu tema o desconhecido. Sinto que ele está por vir.. Repara nessa mensagem..

‘’Estou levando a minha filha para almoçar comigo’’

– Não vejo nada demais. – Deu-lhe o celular. – Por quê?

– Ela só se refere à Violet como ‘’Minha filha’’ quando está com raiva de mim, de algo que eu fiz. – Levantou, querendo se sentir melhor. – Eu não fiz nada de errado, não agora. Não sei o que há.

– É coisa da tua cabeça. Ela só quis levar Violet para almoçar com ela. – Natasha correu para apoiar a mão no braço dela. – Animo, dude. Nós iremos gravar juntas.. Nicky is back!

Taylor sorriu para ela. Só.

Dentre todas as câmeras Taylor começou a fazer confusão com o texto de Piper, respondia por ‘’Nicky’’, retomavam a cena, ela tornava a se atrapalhar, olhava para as mãos. Errava, perdia-se, ficava aérea. Ela precisou de uns quarenta minutos para poder se concentrar. Frustrada e nervosa, ela acabou se emocionando, mas pediu desculpas. Quando questionada o porquê, ela só respondeu um ‘’Não foi nada. Podemos recomeçar!’’ Natasha entendia os medos dela, mas não contou nada a ninguém. Schilling conseguiu atuar, sorrir e dizer a si mesma que estava tudo bem. As linhas dos scripts de Chapman se baseavam em confusões e dramas. Ela soube que a personagem teria o braço marcado pelas Latinas. Enrugou a testa, pensando no quão ruim isso seria para Piper, mas a deteria. Pensou em fazer o mesmo com a sua pessoa. Rindo por ser rude consigo, ela mergulhou nas atuações. 

No fim da noite, Taylor foi mudar de roupa em seu camarim. Ela agradeceu aos céus por não ter de gravar a cena da cozinha naquele dia. Estava muito tensa, desconectada de tudo que a cercava. Mostrou-se forte para não preocupar os demais. A produção era maravilhosa, todo mundo se ajudava. No mais, ela sabia que ajuda nenhuma tiraria aquela sensação pesada de seu peito. As colegas de elenco se reuniriam na casa de Lauren, inclusive, Tay fora convidada, mas recusou qualquer programa para aquela noite.

Ela chegou a seu apartamento e notou o vazio. Lali ainda não havia voltado com a pequena. Ligando para Laura, ela descobriu que a garotinha passaria a noite por lá. Sem mais nem menos, ela bateu o celular na cara de Schilling. Taylor levou a reação dela como castigo pelo outro dia do incidente. Só tinha aquela explicação! De repente, a sensação de fracasso tomou-lhe conta. Óbvio que Prepon nunca a perdoaria por isso. Não a culpava. Ela se deixou chegar àquele ponto, colocando a vida da menina em perigo. Seria difícil confiar outra vez.

A melhor parte de sua noite foi quando recebera a ligação de Lucia. Taylor contou-lhe sobre a fundação, convencendo a avó na mesma hora. Lucia afirmou que se sentia entendia por não poder ensinar pessoas, só trabalhar para elas. Seria interessante ter alunas. Ela passou a fazer planos, deixando Taylor orgulhosa. De tão empolgada que estava não notou a voz viscosa da neta. A loira conseguiu ligar para Kim, fazendo um agendamento da visita da avó. Tay chegou a lamentar por não poder comparecer, mas acreditava que Lucia se sairia muito bem. 

Cansada demais para ficar acordada olhando para o nada, Taylor tomou um banho e foi se deitar, tentar dormir, qualquer coisa que a impedisse de ficar acordada.

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Laura saiu do apartamento após pedir à Lali que mantivesse Violet lá dentro. Ela estava decidida de que ficaria com a criança, retomaria a vida antiga, sem que precisasse se envolver com Taylor. Ao olhar para trás, Laura viu todo o sofrimento que passou, que a fez passar. Tudo por se deixar levar pela trama. Do carro ela ligou para Naomi e cancelou todos os programas que haviam planejado, não tinha foco para detalhar jantares beneficentes, necessitava urgentemente encontrar-se consigo mesma para depois pensar nas outras pessoas. Apesar de chateada, Naomi entendeu por cima, uma vez que Laura não podia dizer muito a respeito.

Ao entrar no local de filmagens, a primeira pessoa que ela topou foi Yael. Elas se falaram muito brevemente. Prepon não se sentia muito a vontade para dialogar. Ela queria apenas atuar, ir embora e ler os livros que a ajudaria naquela fase de transição. Conforme seguia para o camarim, Laura encontrou Jenji, novamente, ela não foi capaz de segurar o assunto que a mulher tratava com humor. Percebendo algo estranho, ela questionou, deixando Prepon desconfortável. Por que todo mundo queria saber se estava tudo bem? Eles seriam capazes de mudar algo? Não! – A resposta vinha em sua cabeça. – Então por que perguntar?! Despistando-a, Laura entrou e fechou a porta. As roupas de Alex Vause haviam sido depositadas em cima dos estofados. Ao apanhá-las, ela escutou duas batidas na porta.  Deixou que entrassem, para a sua infelicidade tratava-se de Taylor.

– Pode dizer!

– Aconteceu algo? – Taylor estava nervosa, mexia os dedos. Laura a olhava como se ela fosse insignificante. A sua empolgação ao encontrá-la tornou-se inexistente. Se pudesse, teria pensado duas vezes antes de entrar ali.

– Não, Taylor. Nada aconteceu. – Ela soltou as roupas. – Por que a pergunta? Há algo que eu não sei?

Schilling ficou deveras confusa.

– Eu só gostaria de saber como Violet está, por que ela não voltou ontem à noite.

Laura riu, dando as costas à ela, voltando a se concentrar nas roupas.

– Violet está bem, segura comigo, devo dizer. Não se preocupe com ela.

– Como assim ‘’não se preocupe com ela’’? – Seu corpo começou a ficar tenso, sentiu que seria muito difícil aquela conversa.

– Ela está ótima, e ficará comigo. – Indicou a porta. – Preciso me vestir, por favor, retire-se.

– Não estou entendendo! – Taylor não arredou pé.

– Saia, por favor, conversaremos depois!

– Ok! – Ela só notou que havia saído do camarim da atriz ao ver-se com a mão na maçaneta. Ao buscar abrigo no seu, trancou a porta com a chave. Sentou-se, olhando as paredes. Dentro dela havia um eco tão grande, este com as palavras de Laura. Se ela estava fazendo joguinhos para puni-la, feri-la, havia tido êxito, porque Taylor não se aguentava de tanta aflição. Ela não tinha o que fazer, sentia muito medo de olhar a morena. Rezou para não a encontrasse, aquela parecia ser outra Laura. Nem a do teste no dia em que se conheceram fora tão fria.

Após conseguir um pouco de calma, Taylor recebeu a ligação de Lucia. A segunda. Ah! Ouvi-la lhe chamar de ‘’filha’’, acrescentava um otimismo tremendo em seu ser. Havia tanto amor naquela voz, era tudo o que Taylor buscava, ainda mais sendo de sua avó. Lucia e Linda, tia de Tay, embarcavam para Los Angeles, partindo de lá até a fundação. A doce senhora estava tão empolgada com as novas alunas, que mais ria do que falava. Após desligar, Schilling sentiu-se deprimente. O medo de sair daquele espaço era maluco, como se tivesse que enfrentar bichos do mundo infantil pelos corredores. Abrindo a porta, ela deu de cara com Natasha. Ela estava com o rosto comprimido.

– Vamos subir? Eu já estava saindo. – Taylor disse, fechando a porta.

– Tanto faz..

– Vejo que não sou a única desanimada aqui. – Levou-a pela mão. – O que te aconteceu?

– O que deu em Laura? Você a viu?

– Sim. Ela está muito zangada comigo. – Ela lamentou. Natasha a impediu de continuar andando.

– Você precisava ver, eu brinquei com ela agora a pouco, chamando-a de ‘’Lésbica sarada’’. – Negou com a cabeça. – Ela pediu para que eu parasse de chamá-la assim, que eu estava sendo arrogante. – Ela não queria, mas deixou que Taylor visse a vista dela com algumas lágrimas. – Você acha que eu a ofendi? Pode ser sincera, Taylor, não foi a minha intenção. Não sou de desrespeitar ninguém, brinco com todo mundo, você me conhece.

– Laura só está tendo um dia ruim. Ela ainda está muito chateada pelo que aconteceu com nossa filha. É estressante me ver. – Taylor sorriu, limpando os olhos dela com o dedo polegar.

– Eu acho que isso não tem nada a ver. Já faz semanas, a garota está bem, não há motivos para pieguices. – Chateava-se. – Estou mal, de verdade. Pode lhe parecer bobagem, mas ela conseguiu me deixar sem graça.

– Desculpe, Tasho. – Taylor só podia abraçá-la. Ela era uma pessoa ótima, brincava com todos, nunca a vira daquela forma, ainda mais por uma coisinha tão pequena, mas ignorante aos seus olhos bondosos. – Não ligue para isso não, boba.

– Você é foda, e olha que eu só tomei uma, huh?! – Finalizou o abraço. – Imagino a tua situação. Laura é bem grosseira quando quer. Não brinco mais, aliás, nem sei como olharei para ela. – Cutucou Taylor. – Desculpe te encher.

– Não seja insolente, estou aqui para te escutar. –Tay a deixou mais confiante, ficou feliz por sua boa ação, mas por dentro ainda sentia medo de encontrar Laura.

Prepon estava muito incomodada, parecia que as pessoas a olhavam para questioná-la. A paciência vinha sendo delimitada. Tendo um pouco mais de consciência, ela ignorou as brincadeirinhas das colegas de elenco, mas manteve as aparências. Mexia no celular, sorria quando elas riam, agia como uma pessoa tímida. Por milagre de um ser invisível, a sua atuação não envolveria falas. Ela seria gravada no refeitório, e tudo o que ela precisava fazer: Arrastar a refeição na bandeja. Sua participação era complemento da cena de Natasha, onde ela, Lea e Yael conversavam à mesa.

Cena concluída, Laura foi até o camarim, queria ter um pouco de privacidade. Ligou para Lali, Violet estava dormindo. Ótimo! Ela pensava. Levaria a filha para outro passeio em Gold Base. Seria proveitoso para as duas, Violet precisava de bons fluídos, andava muito impaciente. Prepon recebeu a visita de Kate, a ruiva foi à única com quem ela conversou tranquilamente. Kate não lhe perguntava sobre problemas, se estava tudo bem, se estava mal, elas apenas dialogavam sobre receitas de bolos, Laura contava a ela como não tinha paciência para prepará-los. Conversa terminada, as duas almoçaram juntas, aproveitando a companhia uma da outra.

Horas depois, as duas voltaram a atuar.  As cenas de Prepon eram bem curtinhas, ela agradecia o tempo inteiro. Natasha não se aproximou de si, também, não fez mais brincadeiras. A gravação era feita na sala de lazer das detentas. Prepon embaralhava algumas cartas, próxima à parede, assim ela se manteve. As atrizes começaram a atuar, tudo ia muito bem. Ela se dirigiu à Red como Alex, fazendo sua encenação, novamente, tudo terminava bem. Só faltava Taylor aparecer para que seu trabalho fosse finalizado, suspirando, ela aguardou e retocou a maquiagem.

Taylor não parava quieta no lugar, ela dançava de um lado para o outro, despertando risadinhas em Lauren. Queria terminar aquelas gravações de uma vez. No mais, parecia tão distante do fim. Enfim, ela teve de atuar. Entrou na sala, olhando algumas das atrizes, notando Laura se aproximando. Elas agiram como duas atrizes, a interpretação fora bem rápida. Ambas respiraram com mais calma. Finalmente, Laura havia terminado o seu trabalho por ali, podia ir para casa e aprontar-se para a viagem com Vittie. Taylor não, ainda tinha que ir fazer a maquiagem no braço, gravar a última cena.. De novo, ela sentiu que faltava uma vida para o término.

Era tão relaxante ter alguém passando uma massa em seu braço, Taylor chegou a cochilar na cadeira, mas Natasha a acordou colocando a cadelinha para lambê-la no nariz. Schilling limpou o rosto, rindo.

– Ew! Que horror.

– Ela está te desejando boa sorte.

– Aposto que sim. – Tay saltou da cadeira. – Obrigada! – Ela agradeceu ao maquiador, deu língua à Lyonne e saiu da sala.

A cena ocorreria na cozinha, onde Piper seria marcada por Maria e suas seguidoras. Antes de darem início às filmagens, as atrizes se reuniram para fotos. Fora Taylor, todas estavam empolgadas.

Na prática, a atriz sentiu-se emocionada com a sua personagem. Taylor entregou-se em uma atuação digna de aplausos. Pelo menos naquela primeira etapa, a segunda seria ainda mais complicada, teria Laura.. Alex. Tudo o que se sabia sobre a aproximação das duas personagens era até aquele ponto. Os scripts com a continuação ainda eram mantidos no poder de Jenji Kohan. Taylor recebeu o abraço das companheiras de gravação, Jessica Pimentel pediu-lhe desculpas, deixando-a sorridente. Aliás, todos. Schilling se despediu dos demais, e se mandou para o camarim, queria ir embora, respirar os ares fora dos sets.

Já no estacionamento, ela reencontrou Natasha e Samira, as duas fumavam perto de seus veículos. Tay fora chamada para esticar a noite em um bar burguês no Queens. Como de costume, a atriz recusou. Ela só pensava em ir para o conforto de seu apartamento, se jogar na cama e preocupar-se com as ações de Laura.

 

Enquanto isso, Laura já se movia para o aeroporto local. Ela, Lali e Violet embarcariam em um voo discreto. Naquela fase em que estava era obrigatório evitar a atenção da mídia, fãs, o que fosse expô-la demais. Prepon avisou Jodi de que estaria na Califórnia para fins de sua religião, mas não entrou em detalhes. A determinação que sentia parecia ter brotado em seu ego. No aeroporto de Los Angeles, um carro já as aguardava. Laura desceu da aeronave e seguiu direto para o complexo Gold Base, que se encontrava em um solo de 200 hectômetros em San Jacinto, Riverside County. Violet já mostrava sua impaciência, chegando á chorar um pouco. Laura não a pegou, acreditando que a criança sentiria toda a sua carga negativa. Lali a tirou da cadeirinha, balançando-a no colo. Demorou um pouco até que adentrassem os portões da base. A segurança ali era reforçada, havia bandeira dos EUA esparramadas por todos os lugares. Laura, cansada, explicava alguns pontos à Lali, brincando de que aquele lugar poderia ser chamado de ‘’Disneylândia’’ dos membros da seita. A babá de Viv não desacreditou, tudo era encantador demais. O composto estava completamente aninhado por colinas verdes, cada um das dezenas de edifícios continha a aparência de castelo escocês, esplêndido.

A propriedade abrangia estúdios de cinema, campos para jogos, piscinas, vilas para os empregados, alojamentos, mansões dos representantes oficiais, para convidados famosos, enfim, lá tinha tudo o que um membro precisava para se reencontrar com a sua crença.

Laura despediu-se de Violet ainda no carro, ela não iria vê-la por pelo menos dois dias, explicou alguns pontos à Lali, deu mais beijos em sua enjoada garotinha, e saltou do veículo. Violet seria mantida em outro complexo, o do sul, próprio para crianças e adolescentes. Laura passaria dois dias conectada á sua crença. Apenas.

 

[]

Após passar a noite toda sem saber do paradeiro de Laura, Taylor acordou completamente indisposta. Havia tomado remédios para dor de cabeça, talvez, eles a levaram a dormir. Única explicação. Por um lado foi bom, necessitava dormir. Aconchegou-se em um banho e, posteriormente, fez ovos mexidos para comer. Não sentia tanta fome. Checando as mensagens no celular, perdeu as esperanças em ter uma resposta de Prepon. O medo a comia por dentro, deixando-a em uma corda bamba. Ligando para Jodi, Taylor soube que a morena estava na Califórnia com Viv e Lali. Schilling já estava convencida: Laura tinha tomado à decisão de arrancar a menina de seus braços. Tudo começou a fazer sentido. Jodi não aprofundou o assunto, fugia dele, mas chocou-se ao escutar Taylor lhe contar o que estava acontecendo.

Taylor sentia-se perdida, o que ela faria? E se Laura se estressasse e passasse mal? Sem chances! Só de pensar em como seria toda aquela batalha, seu coração perdia a vontade de bater, de mantê-la viva. Daquele ponto, Taylor sentiu-se horrível como mulher, humana. Prepon não tinha conversado diretamente com ela, mas as suas ações a delatava. Encerrando a ligação, Taylor caminhou até a sala. Por mais que devesse superar a culpa, era impossível. Laura tomaria a garota. Laura era a mãe. Laura quem a cuidou. Laura. Laura. Laura. Lágrimas de pavor foram surgindo, fazendo-a soluçar. Precisava conversar com alguém, alguém que não fosse julgá-la. Escolheu o irmão. Ao escutar a voz dele, Taylor sorriu, Sam se preocupava tanto com ela. Desde criança.

Os dois conversaram por quase duas horas. A loira desabafou, apresentou todos os medos, viu o lado de Laura, os próprios erros. Em suma, Schilling não via mais nada em quê acreditar. A confiança que havia resgatado dentro da fundação, perdeu-se. Ela só pensava em como iria ser, Prepon declarava que estava disposta a por fim em tudo mesmo, deixá-la sozinha, sem Violet, sem esperança, sem nada.

– Eu não sabia que Violet passaria mal. – Ela dizia. – Jamais imaginei que Caitlin ofereceria aquele Donuts a ela, Sam. Agora Laura juntou tudo e quer tomá-la de mim.

– Ela não a tomará de você, Tay.

Taylor riu.

– Sim. Ela já começou, só falta mesmo oficializar. – Suas lágrimas se reiniciaram. – Minha vida acabou, estou bem no chão, na lama, como porcos. Nada do que me disserem me reanimará.

– A culpa não foi sua, pare de chorar por bobagem. Laura não é perfeita, ela também errará com Violet.

– Sinto muito por lhe encher com isso. – Taylor brincou com um porta retrato com a foto dele. Sam era tão tímido. – Não conte nada à mamãe, papai ou vovó.. Não quero que nossa família se volte contra Laura. Será que você-

– Manterei tudo em segredo. – Adiantou-se. – Fique bem, ok? Eu irei vê-la.

– Não precisa se incomodar. Ficarei calma.

– Você é minha irmã, sei que precisa de alguém para descontraí-la. Estou indo! Tchau, Janny.

– Janny.. é.. – Ele havia desligado. Taylor sorriu um pouco. Deus! Como ela agradecia a existência daquela pessoa.

Enquanto aguardava a vinda de Sam, ela conversou com Eloise. Sua assistente esperava um menino, mas a gravidez era considerada de alto risco. Taylor sentiu-se mais entristecida ainda. Eloise não tinha tanta empolgação, era de cortar o coração. Entrando na internet, ela visitou o site da fundação, olhou as fotos, sentiu saudades. Aproveitando o notebook em mãos, fez a compra de 45 CDs de Bruno Mars, colocando como destinatário o nome e endereço de Kim. As crianças iriam adorar! Disso ela tinha certeza. Pensou em ligar para Lucia, mas não queria estragar o dia dela.

[]

Dois dias havia passado rapidamente. Taylor seguia da mesma forma: Angustiada e desconsolada. Ela não conseguia comer direito, tinha pesadelos e chorava escondida do irmão. Não queria cansá-lo com suas mesmices. Tê-lo ali a distraía um pouco. Natasha a convidava para sair, Uzo a chamava para almoços, os amigos das aulas de dança ligavam, mas ela não tinha vontade de sair e comemorar. O estresse emocional tirava toda a graça que ela via em se divertir. Sam nem insistia mais, porém, preocupava-se.

Taylor só riu de verdade ao receber os agradecimentos pelos CDs através de um vídeo. Kim o enviara com tanto amor.  Lucia aproveitou o embalo, mandando-lhe fotos das aulas de esculturas. Todas as mulheres sorriam exibindo as mãos sujas para a câmera. Taylor sabia que para a avó, era como ganhar na loteria. Tão maravilhoso vê-la realizada. Emocionada, mas sem lágrimas, Taylor prendeu aquela sensação gostosa dentro do peito, deixando-a ali por algumas horas. Sam fez-lhe cafuné nos cabelos, assistiram a filmes, riram. Aos poucos ele a transmitia sossego.

 

De volta à vida, Laura chegava a sua casa em Los Angeles. Ela aparentava ser uma mulher mais serena. Lali notou que ela fazia as coisas com muita lentidão, mas fora isso, estava indo muito bem. Violet não, a criança estava muito irritada. Lali contou à Laura que não pode ficar com ela, foram separadas. Viv ficara sob os cuidados dos residentes da G.B, sendo mantida com os bebês dos outros. A babá teria ficado em aposentos separados, alegando a si mesma que por pouco não morrera de tédio. Sua única diversão foi horas na hidromassagem. Laura não se preocupou com a rebeldia de seu bebê, mas declarou que não estava feliz com seu escândalo. Jodi foi quem as recebeu. Enquanto Lali levava Violet para cima, Prepon foi tomar uma dose de uísque.

– Que bom que você já pode sair bebendo assim. – Jodi apagou a luz da sala de jogos, indo sentar-se perto de Laura na de estar. – Terminou o tratamento por um acaso?

– Você está tão irônica! – Comentou, desgostosa. – O que aconteceu?

– Eu quem lhe pergunto, não é?! – Encarou os olhos verdes sem receios. – Você está monótona e sem graça. Não me faça cara feia, não tenho um pingo de medo.

– Então é assim? Vai ficar aqui e me insultar sem motivos?

– Laura, você perdeu o juízo! Viu o que está bebendo?

As duas olharam para o copo nas mãos dela.

Laura deu mais alguns goles deixando o copo vazio.

– Não vejo problemas nisso.

– Ah não? – Ela riu exageradamente. – Jura?! Querida, você não pode tomar bebida alcóolica. Está fazendo o uso de remédios fortíssimos! Tu enlouqueceste mulher?

Sorriu dos modos exagerados da amiga.

– Não faço o uso dos remédios têm quatro dias. Estou sendo tratada com seriedade demasiada, tanto é que me encontro bem melhor. Melhor que antes, inclusive.

– Sei! – Estudou o rosto da atriz por alguns segundos. Ela não iria discutir, mas conhecia o quanto Laura era teimosa. Uma teimosa da mente influenciável, convenhamos. – Taylor está preocupada com o sumiço de Violet.

– Espere! Você mencionou ‘’sumiço’’?

Jodi cantarolou.

– De outra Violet, eu suponho, porque a minha filha estava comigo.

– Violet, o bebê de vocês, ficaria com Taylor, não é?

– Jodi! – Laura ergueu-se. – Não irei entrar no assunto com você. Violet é minha filha, eu a carreguei, cuidei dela sozinha, Taylor não tem nenhum direito sobre a criança. Qual a parte do ‘’é minha’’ você não entendeu?

– Laura.. Você.. Não – Hesitou. Prepon estava a desafiando com os olhos. – Eu acho melhor você ir tomar um banho, descansar. Desconfio que esteja embriagada.

– Não, eu não estou embriagada. – O rosto da outra mulher assumiu uma expressão de espanto. – Violet ficará comigo. Entrarei com o pedido da guarda unilateral.

– Desculpem incomodá-las. – Lali aproximou-se com Violet no colo. – Eu acredito que Viv esteja com dor de ouvido.

– Como? – Laura foi segurá-la. Violet choramingou, virando a cabeça para o lado de Lali. – Shh. Fique quieta, não chore. – Verificou as orelhas da garota, deixando-a estridente ao tocar-lhe o ouvido direito. – Deus! Vittie! Não chore! – O pedido era tosco. – Ok.. Tome-a. – Colocou-a nos braços de Lali. –  Esquente uma mamadeira para ela, por favor.

Jodi e Lali esperaram. Nada.

– Laura, a garota está com dor no ouvido, fome é a última coisa que ela está sentindo.

– Alguém precisa lhe mandar a merda, Jodi. – sentou-se pesadamente numa poltrona ao lado da lareira. – Não dê remédios à ela, Lali. Não sabemos se é o certo. Coloque-a para dormir um pouco.

– Leve-a para o hospital.

– Para eles a encherem com drogas farmacêuticas? Mas nunca! Eu pensarei em alguma coisa, apenas vá, Lali.

Ela se retirou com a menina.

– Não entre nessa loucura de acreditar que seus aprendizados espirituais irão curar Violet, Laura. – Jodi deixou-a sozinha.

Laura suspirou.

Horas depois, Prepon rolava na cama. Sentava. Caminhava pelo quarto. Entrava no banheiro. Saia. Entrava. Choro! Ela não estava mais aguento escutar o choro de Violet. Era muito agudo! Sentiu falta da paz que obteve nos dois últimos dias. Decidida, ela foi verificar a filha. Viv estava muito agastada. Lali tentava acalmá-la, mas a dor no ouvido era muito forte.

– Ela precisa tomar algum analgésico, Laura. Não entenda isso como uma ofensa, mas dor de ouvido é muito ruim. Ela não consegue deitar a cabeça no berço, se agita e chora. Não posso fazer mais nada. Tentei de tudo. – Lali estava aflita. A menina não era sua, mas podia ser a porta voz dela.

– De onde surgiu essa dor? – Massageava as têmporas.

– Suspeito que alguém tenha se descuidado na hora do banho dela, permitindo a entrada da água no ouvido. – Com o dedo, ela segurava a chupeta na boca da menina.

– Ok. – Ela disse. – Irei vestir alguma coisa.  Desça e me espere na sala, querida. Irei levá-la ao hospital.

A garotinha só conseguiu dormir após ser medicada. Laura ainda não estava contente em ter que fazer o uso do remédio, mas tudo valia a pena pelo silêncio e pelo bem-estar de Violet.

xxx

 – Vai sair? Eu pensei que estivesse de folga das gravações.

– Sam, eu irei atrás de Laura. Jodi contou-me que ela desembarcou agora a pouco.

– Quer que eu vá junto?

– Não. – Taylor passou o cachecol em volta do pescoço. – Caso eu não chegue antes de sua ida, tenha uma boa viagem. – Abraçou-o. – Obrigada por tirar um tempo para mim. Eu te amo muito.

– Eu adoraria poder fazer algo, Tay. Espero que tudo dê certo.

– Você já fez, veio e me fez bem. Eu te amo! – O soltou. – Leve a chave reserva com você.

– Deixa comigo. Pssit! – Ela olhou-o. – Eu te amo.

 

Laura terminava de se arrumar para o encontro que teria com Jocelyn e Steph, tranquilamente. As irmãs estavam de passagem por Manhattan, por isso combinaram um encontro rápido. Violet ainda tinha suas crises de choro, mas Laura entendia que elas durariam até que o incômodo no ouvido da garota sumisse. Carregando a bolsa no braço, ela correu até a porta, e ao abrir: Taylor!

– Vejo que não precisei bater.

– E eu vejo que você não precisará ficar. Vamos! Estou de saída. – Puxou-a pelo braço.

Taylor arrancou seu braço dos domínios dela.

– Eu posso ver Violet? – Ela ainda pediu, lembrando-se de não irritá-la.

– Não.

– Não? – Deus. Do. Céu. Taylor começou a se sentir mal. – Por quê?

– Porque eu decidi que você não a verá. Ela é minha filha, sempre foi. – A deteve pelos ombros. – Me dê licença. – Fechou a porta. – Vamos descendo. Vamos..

– Você só pode estar brincando com a minha cara. – Ela até riu. – Eu vim ver Violet.

– Querida, você nunca se importou com ela. Que diferença faz? A melhor coisa que tem a fazer agora é deixá-la em minha responsabilidade.

– Ela também é minha filha. Eu nunca deixei de me importar com essa criança, não seja idiota.

Laura riu e apertou os botões dos elevadores. Dos dois.

– A única idiota aqui é você. Não discutirei fora dos tribunais. Fique longe do meu bebê, será melhor para todos.

– LAURA! Pare AGORA! – Ela gritou, assustando-se. – Nós não brigaremos pela guarda. Está me ouvindo? Cacete! Eu errei, eu não tive a culpa de ela ter ido parar no hospital, por favor, me perdoe, me perdoe, mas não a tire de mim. – Taylor estava ficando louca de tanto desespero. – Por favor, eu lhe imploro, ela pode ficar com você, mas não a afaste de mim, pelo amor de Deus, não faça isso..

Taylor a olhava com o semblante mais derrotado do mundo. Ela sabia que não venceria Laura. Considerava-se fraca.

– Quem tem que lhe pedir desculpas é eu. Errei ao me envolver com você, confundi muita coisa. – Laura não tinha empatia, falava tudo de forma segura. – Eu a amei com os olhos de Alex Vause, construí um relacionamento com você em cima desses sentimentos infidos. Não sou a minha personagem, mas vivi como ela fora dos sets. Coloquei um bebê no mundo, o meu bebê com o amor de Alex, não o meu. O que eu tenho a fazer por esta criança, é construir uma família de verdade para ela.

– Você quer me punir? Já está feito! Agora pare, eu estou tremendo.. Está me magoando. Por favor, Laura.. Eu sei que fiz coisas estupidas, mas eu sempre amei você dentro e fora dos sets. Violet é pequena demais para saber o tamanho de sua importância na minha vida. Tive meus medos, fui covarde, mas você sabe que eu jamais a abandonei, jamais deixei que lhe faltasse amor. – Ela não via sinais de emoções no rosto de Laura. Não tinha nada além de uma mulher decidida. – Não sei o que a fez mudar de ideia, mas eu aprendi com os meus erros, estava fazendo tudo direitinho, não me magoe assim, eu também sou mãe, sofri horrores com ela naquele hospital. – Taylor estava quase perdendo as forças, a dor da perda começou a ser sentida bem de perto. – Minha família a adora, eles amam Violet, vovó principalmente, se não por mim, mas por ela.. Pense nela. Vovó ficaria profundamente sentida.

– Não envolva a sua família no meio disso. – Laura segurou a porta do elevador. – Minha decisão é a mesma.

– Laura.. Laura.. – Ela a viu entrar no elevador. Desespero! Taylor estava à beira de um abismo. Agindo por impulso, deu dois passos para dentro do cubículo, tirando Laura de lá. – Venha!

– Quer fazer o favor de me soltar? – Lutava para se desvincular. – Taylor! Tire as mãos de mim, porra!

– Você vai me escutar! – Taylor aderiu uma força sobrenatural. Ela estava tão concentrada em não soltá-la. Mas de jeito nenhum! O caminho para o terraço nunca pareceu tão longo.

 

CONTINUA...


Notas Finais


Pode até parecer que não, mas eu sei bem o que estou fazendo com a minha fic, com os meus personagens. Não busco que eles sejam perfeitos. Ninguém é. Dentro ou fora da fic.
Taylor erra. Laura erra. As duas são errantes. As duas possuem erros e acertos. No que uma erra, a outra acerta. No que a outra acerta, a outra, com certeza, irá errar. Certo?
Ninguém é tão perfeito que não possa errar. Ninguém é tão imperfeito que não possa acertar. SIMPLES.

Sobre o capítulo > Sobre a religião > A maior parte dos fatos escritos sobre a religião foram completamente fictícios.
O que eu quis mostrar é: Existem pessoas que tem o poder de influenciar. Existem pessoas que são influenciadas. O preconceito é real dentro e fora de qualquer crença.
Também existem pessoas que são CAPAZES de mudar, querer recomeçar, ver a vida por outro ângulo. A dor, o medo, eles vivem em cada um de nós. Nós sempre iremos aprender pelo amor ou pela dor. Talvez.. Pelos dois?! Bem, eu não sei. O fato é: Quem busca personagens perfeitinhos em W.O, caiu do cavalo. Portanto, menos mimimi, e mais compreensão.
Se vocês não concordarem com isso, basta deixar de ler a fic, ou voltem quando estiver tudo as mil maravilhas.


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