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História Walk On. - Sorry!


Escrita por: snowindelicada

Notas do Autor


Ah, galerinha! Muito obrigada, de coração. As mensagens que recebi.. Uau! Demais! Vocês são incríveis. Eu agradeço muito a vocês. Sinceramente? Eu não achei que a maioria fosse ligar para o que eu estou passando, mas me enganei. Muitas aqui mostraram que são mais do que simples leitoras, que não vem aqui apenas para comentar quando o capítulo está bom/ruim, ou para criticar, mas q estão aqui comigo como gente de bom coração, gente que se importa com o próximo, que são de uma humildade espetacular, mesmo não conhecendo a mim, vieram e me deram todo o apoio. Sim, eu preciso de pessoas assim ao meu redor! Pessoas do coração gigante, pessoas boas de espirito... Ahhh, vocês são demais mesmo. Eu ainda não me sinto a vontade para dialogar por aqui, estou voltando por respeito a vocês, por respeito ao compromisso que eu tenho em escrever. Minha vida está bem tumultuada, ano passado perdi meu avô e minha tia-mãe. No começo do ano perdi meu primo, e agora só estamos à espera da confirmação da morte da minha avó, que está internada, então, não quero palavras de conforto, não quero me fazer de coitadinha, nada disso, só quero que entendam que eu preciso de ‘’paz’’, por isso me arrisquei ao sentar para escrever p/ vcs. Only. Comentários repetitivos/desnecessários serão deletados. Só isso.. ♥

Beijocas.

Capítulo 18 - Sorry!


Fanfic / Fanfiction Walk On. - Sorry!

Laura conseguiu se desencadear das mãos de Taylor. Ela estava muito irritada, descabelada, soltando alguns palavrões. Descontrole total, sem contar a fadiga. Taylor já não chorava mais, mas a expressão de fracasso tomava uma proporção enorme em seu delicado rosto. A atriz reconhecia que Prepon não estava no seu juízo habitual, e ela precisava entender por que.

Usando a coluna contra a porta, impedindo que Laura saísse, Taylor enfrentava o seu maior medo: Altura. Depois de baratas, aquele era o seu segundo terror. Apesar de toda proteção, o terraço daquele edifício lhe intimidava.

– Sai da minha frente, Taylor!

– Não! Eu quero entender o que deu em você. – Mais calma ela ia se aproximando. Laura percebendo, impossibilitou o possível contato, empurrando-a.

– Nada disso, não se aproxime.

Teimosa, Taylor aproximou-se de novo.

– Não é assim que as coisas são, Laura, poxa, eu a conheço. Você tem mágoas de mim, entendo, mas o seu coração é bom. – Laura contemplou as próprias mãos, postas na cintura, e depois ergueu os olhos para ela, vigorosa. Os olhos azuis cintilavam às lágrimas. – Você não tomaria essa decisão sem pensar no neném. Eu também sou a mãe dela.

– É por pensar em Viv que eu estou tomando essa decisão.

– Sabemos que não.. – Taylor a tocou no braço. – Eu não queria que ela fosse parar naquele hospital, me partiu o coração.

– Ok! Não precisa tocar! – Ela afastou-se.

– Violet é tudo o que eu tenho de bom nessa vida. Não falo por capricho, mas ela é o meu porto seguro. Sei que errei ao deixá-las naquela época, mas eu a amo tanto. – Ela a olhou em silêncio. – Não sei de onde surgiu essa ideia de tirá-la de mim, mas saiba que isso me feriu.

– Agora ela é o seu porto seguro, agora você não vive sem ela.. – Laura tinha um ar faceto, satírico. – Quanta baboseira! – Jogou a cabeça para o lado, explanando fadiga. – Agora suma da minha frente, não quero saber o que você sente por Violet. – Expulsava-a com as mãos. Taylor não saiu do lugar, prosseguiu em pé diante da porta.

– O que fizeram com você?

– Por que é que para você tem sempre alguma coisa errada comigo?

– Porque tem! Laura, você está irreconhecível, seu rosto, sua voz.. Parece que arrancaram o seu senso de amabilidade.

– Talvez você esteja certa, mas eu não ficarei aqui. – respondeu com a voz destituída de expressão. – É melhor que você saia agora da minha frente!

– Nós só sairemos daqui após entrarmos em um consenso. – meneou a cabeça, rebatendo com um algoritmo indefinível no olhar. Laura se recusou, com isso ela avançou em sua direção, empurrando a porta por cima de seus braços. Taylor sentia o cheiro dela, perdendo a noção de tudo. Suas lágrimas secaram com o calor do corpo dela. Laura estava muito impenetrável. Segurando-a pela cintura, Schilling distanciou-se da entrada. – Pare!

– Se você não tirar as suas mãos de cima de mim, irei jogá-la edifício abaixo! – Gritou, atônita. Taylor ficou trêmula, Laura parecia alguém disposta a tal coisa.

– Quer saber de uma coisa? – Schilling cansou-se, parecia que nada teria acerto. Ela adiantou até o guarda-corpo, olhando a vista lá embaixo. Deus! Era tão alto. Virando de costas, Taylor deu um pulo até que conseguisse sentar na barra de alumínio. Seus dedos seguravam firme. O vento batia em sua nuca. Era tão alto! Se ela brincasse de olhar para trás, cairia sem o empurrão de Laura. – Me empurra! Acaba logo com essa tortura, porque será mais fácil. Eu não irei mais brigar com você! Eu já não tenho mais nada a perder, você está disposta em tomar Violet de mim, não me vejo lutando contra isso na justiça. Não seria justo com ela.. Então, dê fim nisso tudo, ou eu mesma darei!

O coração de Laura começou a galopar como se estivesse em uma corrida de Turfe. Qualquer movimento em falso poderia custar à vida daquela dissimulada.

– Desça daí! – ponderava pausadamente, escolhendo as palavras, e prosseguiu: – Taylor.. – Nervosa pela altura, Laura sentou no chão sólido, esfregando o peito. – Você irá me matar primeiro.. – A alça da bolsa escorregou pelo braço, caindo em seus pés. Sentia tanta tontura. – Desce daí sua vaca egoísta!

Taylor inclinou-se para frente, pisando no chão firme. Deus! Como ela se sentia melhor. Reparando em Prepon, avançou até ela, afastando os cabelos de seu rosto. Laura estava suando muito, a testa gelada, mas a força ainda estava ali.

Ela desferiu um tapa no rosto de Taylor, fazendo-a gemer de dor.

– Não faça este tipo de graça comigo! Nunca mais, ouviu bem? – Apertava-lhe os braços.

Schilling não conseguiu entender muito bem o que se passava, mas praguejava o tapa. Aos poucos, ela analisou o cenário, entendendo que estava tão alucinada quanto à Laura. As duas se fuzilaram com os olhos.

– Idiota! – Dizia. – Dá próxima vez é bom que caia!

– Por que você está sendo tão grosseira assim? – Cansada de ter o braço apertado, Taylor o girou, tirando-o das mãos da outra. – Não sei o que fazer Laura.. Você está testando meus limites, quer acabar comigo, me ver no fundo do poço, sozinha, sem ninguém.. – levantou-se. – Sinceramente? Você não me ama.. – Fez uma pausa, correu a língua pelos lábios secos e concluiu: – A tristeza que eu estou sentindo agora me repartiu em pedaços.. – Seus olhos prenderam às lágrimas. – Eu consigo ver em seus olhos. A forma como me olha.. Não há amor. – Seus dedos calaram sua boca. Taylor não via nada em que pudesse se apoiar. Era tão ruim aquela sensação de não significar mais nada para alguém como Laura. A dor a queimava por dentro. – Saiba que eu a amo, amo muito. Fico pensando em como estaríamos agora se eu não estivesse partido para Espanha. – Dos lábios, os dedos passearam até os olhos, apertando-os. Laura não dizia nada, contudo, ergueu-se, indo para perto da saída.

– Não há como mudar o passado, mas podemos aprender com ele. – Pôs-se a segui-la. – Por favor, Laura..

A atriz parou, olhando-a de cima a abaixo.

– Me perdoe por deixá-la nervosa agora, mas eu estou pior! Não vejo soluções.. Quer tirar o meu bebê de mim..

– Lute por ela nos tribunais. – Rebateu com frieza. Sua cabeça doía tanto. Teria de se acalmar, certa de que não tomaria remédios.

– Eu a perderia.. Isso está tão óbvio.

– Então, facilite deixando-a comigo. – Puxou a porta, saindo daquele terraço infernal. Atrás de suas costas vinha Taylor, ela a segurou, virando-a para si.

– Não irei desistir dela, nós a fizemos. Sofremos por cada resultado negativo, eu passei noites a consolando, não está lembrada? – Taylor estava tão perto, que observou Laura recuar. Uma pontinha de esperança enraizou-se dentro de seu ferido coração, no mais, não a regou, da mesma forma em que ela se formara, poderia se desfazer. Encostando-a contra a parede, Schilling deitou a cabeça no peito aguçado. Ouvia as batidas do coração valente.. Rápido.. Lento. Prepon parecia uma estátua, não se movia, não a afastava, não falava nada. Taylor não se importou com o que viria a seguir, aquele momento sereno estava lhe compensando pelo tapa que levara. – Vamos pensar na criança, apenas nela..

Como se despertasse o dragão em chamas, Laura a empurrou.

– Chega de palhaçada! – Passou a mão nos cabelos, parecendo confusa.

– Não é palhaçada, é o meu bebê, o nosso bebê! – Taylor soltou um grito, olhando-a se afastar.

Laura tentou entrar no apartamento, sozinha, mas Taylor conseguiu adentrá-lo antes que ela fechasse a porta.

– Você não pode entrar aqui! Não a chamei! Está me estressando..

– Eu preciso saber como Violet está! – Ela falava com a voz embargada. Seu desejo maior era em segurar Laura pelos cabelos, gritar para que ela voltasse a si, porque aquela mulher não era ela.

Lali vinha da cozinha com a menina no colo. Ela estava com os olhinhos semiabertos, bochechas oprimidas, tais como os cabelos. Laura e Taylor pararam de discutir, mas não diminuíram as expressões coléricas.

– Oh. – Lali deixou escapar. Laura soltava faíscas pelos olhos, Taylor pela respiração. – Laura, eu a ligaria. Violet está com febre. Eu posso dá-lhe o remédio?

– É claro que pode! – Taylor trancou a vontade de chorar, indo até o bebê. Ela a segurou, abraçou-a e beijou-a com tanta saudade. Sentiu aquela alegria em ter o seu neném nos braços, sentiu o cheirinho neutro que vinha de suas roupas, a fragrância suave de seu corpinho. Não, ela não facilitaria para Laura.. Mas não tomaria a criança dela. Nada daquilo se passava por sua cabeça. Seus planos eram outros. Violet não quis ficar em seu colo por muito tempo, ela fez manha para Lali.

– Dê um banho nela, Lali. Isso diminuirá a febre. Não faz muito tempo que você deu-lhe remédios. – Laura disse e abriu a bolsa, atrás do celular para desmarcar o encontro com as irmãs.

– Quanto tempo faz desde a última medicação? – Taylor balançou a filha, caminhando com ela por entre as poltronas. Pareceu dar certo, Violet bocejou e apoiou o rosto em seu peito.

Lali não entendia o que se passava entre as atrizes. Não queria contrariar Prepon, mas não podia deixar Taylor sem uma resposta.

– Ela tomou a medicação às 05h30mins.

Taylor olhou o relógio da sala.

– Dê um remédio para diminuir a febre. Ela já foi ao médico?

– Sim.. – A babá achou melhor sair dali, mas como? Taylor estava com a criança, e ela parecia calma recebendo um afago nas costinhas.

– Está acontecendo alguma coisa? Eu não imaginava que Vittie estava doente. – Ela apertou a menina, sentida.

– São os dentes chegando, querida. Violet está amadurecendo. – ela riu para a loira. – Comprei um colar de âmbar para por em seu pescoço, ajudará a enfrentar a fase do nascimento dos dentes.

– Ela fará cinco meses dentro de sete dias, não acha que é cedo para os dentes?

Laura cruzou os braços e esperou que a conversa terminasse, mas as outras duas estavam focadas no assunto. Ela viu a forma como Taylor acomodava Violet no colo. Espantosamente, relaxou. Aquele jeito era único, calmo, Violet chegou a adormecer. Taylor sempre gostou de prensá-la contra o peito, apoiar a mão em forma de concha na cabeça dela, massageá-la e balançá-la.

A atenção que ela dava àquela criança lhe fez coçar a nuca. O sentimento que ela tinha pela filha era real. Laura sentiu-se falhada! Não conseguiria ir tão longe com a ideia de vetá-la acerca de Violet. Apesar de seus erros, Taylor esteve com ela o tempo inteiro durante o tratamento, apoiou, aguentou suas grosserias, frustrações. Ela esteve lá.. O bebê também lhe pertencia. Prepon viu-se fraca. Atordoada, caminhou até as duas, incapaz de dizer qualquer coisa a não ser olhar para Violet, tocando-a no alto da cabeça. Estava tão quente. Embora não quisesse lhe dar remédios, vê-la doente era de romper toda a sua crença.

– Dê um remédio a ela, Lali. – Taylor a deitou no colo da babá, desconhecendo a presença de Laura ao seu lado.

– Eu prefiro que dê um banho nela. – Prepon afundou-se no sofá.

– Faça o que eu lhe pedi, querida. – Tay a acompanhou até o corredor, ignorando a insensatez de Laura. – Psiu.. O que aconteceu?

– Perdão? – Lali achou que devesse cochichar também.

– Laura está apática. Não quer que dê remédios à Vittie.. – Deu uma olhadinha para trás, conferindo se a onça ainda estava sentada. Para sua sorte: Sim! – Não me esconda nada.. Eu preciso saber, Lali.

– Violet está enjoada por conta dos dentes, essa fase será difícil, mas iremos conseguir. – Sorriu. É óbvio que ela não delataria nada a ela. Por mais que sentisse necessidade, ficaria na sua. Estava cuidando de Violet, direitinho, sem deixar que a dor lhe incomodasse. Esperta, ela havia dado remédio à criança, mas ao ver Laura e Taylor, pensou que fosse melhor dizer algo, e usou o assunto ''remédio'' como desculpa.

– Ok.. Eu não acredito muito no que diz, mas coloque-a para dormir um pouco. Daqui a pouco irei verificá-la.

Com um aceno, Lali correu para o quartinho da garotinha.

– Laura?

Ela não respondeu.

– Você está melhor?

– Não! Você estragou o meu encontro com Jocelyn e Steph.

Taylor pediu-lhe desculpas.

– Viv está com febre, não acha melhor a levarmos até o hospital?

– Ela ficará bem. Não será necessária uma ida até o hospital.

– Como não? Oras! – Taylor optou por não sentar, ficou parada ao lado da lareira, balançando a perna. – Ela está doente. Precisamos saber do que se trata.

– Lali acabou de nos dizer que são os dentes! – Bateu com a mão na perna. – Acaso está surda?

– Às vezes eu adoraria ser surda para não escutar as bobagens que tem saído de sua boca. Elas estão acabando comigo, mas foda-se. Você tornou-se essa mulher irredutível, não posso ir contra isso. Sinceramente.. Não. – Respirou fundo. – Se a febre não diminuir irei levá-la até o hospital.

– Não será preciso.

– Será! – bateu o pé contra o chão, empurrando a raiva.

– Você, inclusive, já pode se retirar, eu preciso pensar, ficar sozinha.

– Claro, como quiser, além disso, levarei Violet comigo.

– Me tentes só para ver uma coisa! – Laura irritou-se. – Cresça!

– Só depois de você. – retribuiu com o mesmo tom.

Prepon largou-a sozinha na sala, indo para a cozinha com o celular pendurado no ouvido. Taylor aguardou um pouco, e nada de ela voltar, ao pisar no outro cômodo, visualizou Laura parada entre a ilha e os armários. Ela esperava a outra pessoa responder. Schilling acompanhava a mão dela deslizando pelos cabelos, ela agia assim quando impaciente.

– Ok! Entendi Jodi.. Sim.. Não há o porquê disso, é apenas um quarto.. – Suspirou. – Cuide para que a casa não encha de pó, Violet é alérgica. – Ela deu um giro, batendo os olhos em Taylor. Revirou-os. – Quero um espaço grande, eles precisam saber disso! Certo.. Ok, bye-bye. – Desligou, respirando com impaciência. – Você não pode ficar aqui.

– Estou aqui por Violet.

Laura chutou a porta do armário, raivosa. Não.. Não gritaria. Ela tinha de ter controle. Ignorando a presença de Taylor, ela vasculhou os armários, procurando por uma garrafa de cerveja. Não havia nada por ali, só estresse. O bebeu.

– Quer um pouco de água?

– Eu quero que você vá embora! Não posso me alterar! Será que não entende?

Taylor estava familiarizada com aqueles modos feios dela, não iria embora, mas não a irritaria mais. Com alguns passos ela a abraçou. Laura alarmou-se, tentando pular fora de seus braços. Apesar de os empurrões frenéticos, não a soltou. Prepon parou de relutar.

– Desculpe.

– Me larga Taylor, eu não estou brincando! – Agitou-se, mas a loira era persistente. Seu corpo fora apoiado contra a geladeira, esparramando alguns imãs no chão. Algo dentro de si abalou-se. A respiração desregulou-se, deixando-a com o rosto rubro. Furiosa, Laura encarou-a, consciente de que precisava fazer alguma coisa para controlar a situação.. Mas aqueles olhos magoados e apaixonados a tirava do eixo. Via-se toda a sua tese baseada nas auditorias sendo destruída. A presença de Taylor era mais poderosa do que qualquer fé. Devastada por se sentir incapaz, Laura cobriu o rosto com as mãos, chorando. Sentia-se no próprio inferno. O Diabo era doce, loiro, e lhe abraçava, beijando-lhe os cabelos. Sem perda de tempo, retribuiu.

Schilling a apertava, comovida, almejando imortalizar aquele contato para sempre. Laura jazia em seus braços, completamente desarmada, apenas lacrimejava de zanga, remorso, ou sabe-se lá o quê. Nada importava, e Schilling só queria tê-la bem perto. O medo de soltá-la era tanto, que a loira chegou a sentir uma dor aguda no peito.

– Não chore..

Laura explanou a cabeça, afastando-se um pouco.

– Não tenho escolhas!

– Tem.. Você tem..

– Então vá embora, assim eu não terei motivos para chorar.

– Certo, eu irei.. – Taylor acoplou o rosto dela entre as mãos. – Mas eu quero que diga olhando em meus olhos, diga que não me ama mais. – Laura desviou os olhos por cima da cabeça dela. – Você só precisa me ser sincera, Laura.

– Eu não amo. – Seus olhos percorram até os azuis, fazendo-os estremecerem. – Agora você já pode ir.

– Mentirosa! – Taylor sorriu. – É o que você é, Prepon. Está louca para me beijar. Posso ver em seus olhos.

Laura sentiu um anseio louco para virar e correr, mas ela se manteve firme, incapaz de responder. A loira colocou as mãos suavemente sobre os seus ombros, causando-lhe destroços na boca do estômago. Ela roçou os lábios na pele de seu rosto, distribuindo uma chuva de atritos por seu corpo. Vulnerável.. Laura via-se assim, entretanto, não a repreendeu. Taylor esfregou o nariz ao dela, devagar, dando-lhe a última chance de impedi-la de prosseguir. O silêncio cresceu e alongou entre elas. Cheia de tanto esperar, Taylor encostou a boca na dela, experimentando a sensação de amor. Ela amava tanto aquela mulher, sentia que acabaria enlouquecendo por isso. Prepon começou a mover os lábios sobre os seus, as mãos vieram até sua cintura, apertando-a com tal força. As duas aprofundaram os toques, esquecendo de que estavam na cozinha. Laura buscou ar, cortando o beijo. Taylor sorriu, graciosa.

– Foda-se! – Ela disse, furtivamente, arrastando Taylor pelo braço. A mulher chegou a acreditar que seria expulsa a pontapés, mas não, Laura a levou até o quarto, em silêncio absoluto. Schilling só conseguiu respirar aliviada ao vê-la trancar a porta. – Você quer jogar? Então vamos! – Laura arrancava as roupas, demonstrando o quanto estava equívoca, irritada e estimulada.

– Não, eu não quero jogar. – Taylor sentou na cama, olhando-a nos olhos. – Quero que saiba que a amo. – A expressão de Laura não mudou completamente, no entanto, ela ficou perturbada com a revelação. Sem nada a dizer, esticou-se até as pernas dela, sentando nua em seu colo. Taylor, a pobre loira arfava, chegando a ficar com a face esquentada. – Por que é que você faz isso comigo? – Quis saber, caindo na tentação de tocá-la nas costas.

Insanamente, Laura a beijou para calá-la de uma vez. Não queria dialogar, como não queria lembrar-se de que aquela ousadia ultrapassava todos os ensinamentos do final de semana, e ali estava ela, jogando tudo para o alto, mas seu corpo não respeitava tais aprendizados. Ele não resistia a Taylor, infelizmente não. As mãos dela conheciam detalhadamente cada partezinha de sua pele, talvez de sua alma, porque ela conseguia lhe levar ao topo, impossibilitando qualquer outra pessoa. Laura estava tão hostil que a puxou para o banheiro, arrancando suas roupas pelo caminho, chegando a arranhá-la nos braços.

Taylor aprendeu a ficar calada, não estragaria a rendição de seus desejos, Laura estava disposta ao mesmo, e tê-la ainda que sexualmente, deixava-a realizada porque ela agia em prol de suas vontades. Laura girou o registro do chuveiro, permitindo que a cascata de água quente jorrasse sobre seus corpos unidos. Ela esfregava as costas de Taylor, revivendo a cena de Alex e Piper. Talvez fosse até melhor para si pensar que estavam gravando. Ensaboou-a e correu as mãos até suas costas, em seguida, recuou, beijando-a na curva do pescoço.

– Odeio quando você faz isso..

Laura sorriu e começou a trabalhar seus polegares nos músculos tensos ao longo de sua espinha. Schilling se inclinou para frente, escorando as mãos contra a divisória do chuveiro. Sua boca se abriu em um longo gemido sonoro.

– Não pare, Laura.. Por favor.. – Pouco a pouco as mãos dela foram despencando para baixo, lentamente, massageando seus nervos dolentes. Tay dispensou outro gemido afortunado, ordinariamente escoltado por um tremor. Finalmente, as mãos chegaram ao fundo das costas. – Faz. – ela gemeu, e quando Prepon hesitou, pediu: – Por favor, continue.

– Sssh. – Murmurou, deslizando os dedos para baixo, brandindo em suas nádegas perfeitas. Laura apertou-as e esfregou-as, em seguida, pressionou os seios em suas costas. Taylor tremulou o corpo, fazendo-a inclinar um sorriso torto. Ela virou-se, pressionando os seios contra os de Prepon, agarrando a parte de trás de sua cabeça, beijando-a com força.

– Mm.. – Taylor encolheu os lábios. – Você mordeu! – A morena riu. Seus mamilos estavam duros contra os dela, e ela se inclinou para lamber um amenamente com a ponta da língua. Taylor gemeu de novo, sendo recostada na parede, tremendo de deslumbre enquanto a água quente caía sobre ela. Laura beijou e lambeu seus mamilos, alterando rapidamente de um para o outro. Agora esfregando os mamilos com as mãos, ela começou a beijar e lamber lentamente o caminho de sua barriga até sua entrada. – Jesus! – Schilling estava ficando sem ar, Laura parecia saber disso. Suas pernas se abriram para ela, mas a estonteante atriz ainda não estava pronta para dar-lhe a satisfação de um sexo oral. Lambia a parte interna de sua coxa, assoprando o ar frio sobre a parte molhada de sua vagina, observando arrepios subir acima de sua pele. – Laura! Por favor.. – disse, entre suspiros e gemidos. Seus músculos tremiam.

Laura sorriu para ela.

– Não tenho pressa. – Ela agarrou os próprios seios em suas mãos, apertando os mamilos. – Você tem?

– Tenho! – Ela quase berrou, e Laura retomou a provocação, roçando levemente seus lábios inchados com as pontas dos dedos. Ela choramingou, bruscamente, e cerrou os dentes. Lentamente, Prepon moveu a cabeça para pressionar a boca contra sua greta quente. A língua fluiu para fora de sua boca estonteante e vagarosamente acarinhou toda a extensão de seu sexo. Taylor estremeceu, passando a mão no cabelo dela, segurando-o com firmeza. Sua boca estava aberta, mas nenhum som saiu. Laura levantou-se e beijou-a, deixando-a saborear seu próprio suco em seus lábios. Taylor apertou-a na bunda e, em seguida, empurrou-a para baixo pelos ombros, silenciosamente implorando-a para prosseguir. – Oh.. Me..u.. – Mordeu o punho, encolhendo os dedos dos pés. Laura adorava vê-la maluca em todos os sentidos, era oficial.

Ela gentilmente abriu os grandes lábios com os dedos, massageando sua umidade com os polegares, facilitando a ponta do primeiro dedo dentro dela, e então deslizou o outro, contorcendo-os dentro dela, sentindo cada polegada de sua vagina extraordinariamente apertada. Laura lambeu e chupou o clitóris inchado, apreciando o sabor dela.

– Sim.. Deus.. Eu.. – Soluçou um gemido, se contorcendo em cima dela. Suas pernas tremiam enquanto seus pranteados rapidamente transformaram-se em suspiros e gritos. Prepon pressionava a língua em seu clitóris doce enquanto empurrava os dedos dentro e fora de si. Taylor nunca imaginou que pudesse chegar ao orgasmo tão rapidamente, e em poucos segundos Laura estava usando a outra mão para segurá-la, impedindo que fosse de encontro ao chão. – Preciso de ar..

Com os lábios vermelhos, Laura sorriu para o jato de água quente, lavando o rosto.

– Incrível! – Taylor se recuperou, indo abraçá-la. – Cama.. – Desligou o chuveiro, puxando a outra, antes que ela mudasse de ideia. Laura ultimamente vinha sendo uma incógnita. Não era bom abusar. Ela montou em seus quadris, acariciando os seus seios enquanto beijava-lhe no pescoço. Tay respirou densamente pelo nariz e arqueou as costas contra a cama, pressionando-a contra si. Laura deixou um rastro de beijos por sua clavícula, movendo-se para doar toda sua atenção ao seu peito esquerdo. Davam-se tão bem naquela posição, que ninguém diria que estavam quase se matando fora daquela cama. Laura moveu a língua no mamilo sensibilizado, roçando os dentes sobre ele, fazendo a loira tremer. Taylor rolou para o lado, deixando-a deitada, substituindo o seu lugar. – Surpresa.

A sobrancelha dela moveu-se. Schilling ajoelhou-se entre suas pernas, usando o dedo mindinho para traçar uma linha em torno de seu sexo, causando a sensação de formigamento por todo seu corpo. Laura se contorcia sob seu toque, tentando comprimir os quadris em suas mãos. Finalmente ela aliviou o seu desejo, deslizando um dedo entre os lábios úmidos, movendo-o para cima e para baixo. Laura estava com a testa quente, corpo gotejando suor. As mãos apertavam o lençol. O tormento parecia durar para sempre. Taylor pressionou seu dedo dentro dela, e ela deu um longo gemido desesperado, rolando a cabeça para trás. – Não pare! Faz mais rápido.. Fundo! Oh, eu preciso disso, Tay.. Fundo.. – Ela a beijou na coxa, esfregando seu clitóris entre os dois dedos de uma mão, enquanto os outros lhe preenchiam bem profundamente. Depois de alguns segundo, Taylor, bem lentamente, baixou a boca delicada para o seu centro. Ela o fez deliberadamente, e seu coração começou a bater mais forte, deixando-a atenta e mais excitada. Era pura adrenalina. Um imenso orgasmo começou a brotar dentro de Laura, preparando-se para rasgá-la por completa.

– Deus! Sim.. – Seus dedos puxaram os cabelos loiros. – Eu adoro isso.. – Ela sorriu ao gozar na boca de Taylor, deixando-a engasgada.

Depois de alguns segundos, Schilling fez uma pausa e deslizou-se para beijá-la profundamente.

– Você veio forte.. – Laura limpou a sua testa com o dorso da mão esquerda.

– Desculpe! – Sua voz rouca só a deixou mais louca de desejo, e ela rapidamente retornou a mão entre suas pernas, escorregando um segundo dedo adentro.

Taylor enxergava o ódio e o amor em seus olhos, sentindo uma pitada de encanto. Não era muito amor, mas, com certeza, ainda havia resquícios dele por entre aqueles olhos verdes.  Escorregando a boca até a vagina dela, Taylor rodou sua língua em volta do clitóris e Laura pensou que poderia desmaiar de tanto êxtase. Os sons de seus gemidos entraram em coro com o dela. A loira tinha deslizado uma mão por suas próprias pernas e estava se masturbando ao som do seu prazer. Seus quadris estavam resistindo contra sua mão, assim como os de Laura estavam resistindo contra seu rosto.

– Veja lá, huh?! Não me faça engasgar de novo.. – Taylor se afastou por um segundo antes de mergulhar nela mais uma vez. Quem engasgou foi Laura com a surpresa quando a língua entrou em sua vagina. Taylor ficou dentro dela, provando-a, antes de lhe inserir três dedos. Prepon gritou acentuadamente, à beira do orgasmo, e Schilling rebateu com seu próprio grito abafado. Ambas estavam oscilando à beira de um orgasmo.

– Você quer acabar comigo, sim.. Você quer! – Laura arqueava a coluna, murmurando palavras desconexas. A boca dela apertou em volta do seu clitóris e seus gemidos vibravam por todo quarto. O orgasmo rasgou através das duas como fogo. Entre as pernas de Laura, Taylor estava tremendo e gemendo de seu próprio orgasmo.

– Beautiful.. – Sorriu, indo dar um beijo nos lábios de Laura. – Eu amo fazer-

Laura a beijou, deixando-a em silêncio. Taylor falava demais, sem necessidade, pelo menos para si.

– Caramba! – Taylor segurou nos ombros dela, tomando um espaço considerável. – Eu preciso de um banho.

Laura se sentou, balançando as longas pernas no chão.

– Prepararei um. – Ela disse, tentando sorrir. Quando Taylor vestiu um robe por cima do corpo recém-recuperado dos orgasmos, dizendo que iria até a cozinha, ela temeu que Lali a visse. Laura não queria que ninguém soubesse que haviam transado, muito menos desconfiar. Seria o seu fim. Só ela sabia o quão arriscado seria. Taylor lhe assegurou que seria breve, e assim ela se foi.

 

– Vocês acordaram Violet!

Taylor deu um pulo, derrubando o copo dentro da pia, por sorte este era de plástico. Ao virar-se encontrou os olhos pretinhos de Lali cintilando. Violet estava sentada em seu braço, usando apenas uma fralda. Ela sorriu bem fraquinho, como se confirmasse o que sua pessoa predileta acabara de revelar.

– Jesus, Lali! Que susto!

– Desculpe. – Riu.

Ela fez um movimento com a mão.

– Viv melhorou? – Ela deslizou até o neném, tocando-a no queixo.

– Sim. Graças a Deus. Ela é rabugenta quando está com febre. – Sentou-a em cima da ilha, olhando Taylor. – Você e Laura... Bem..

– Nós estávamos.. – Deu uma tossida. Como enganar a babá de sua filha? Sos! – Conversando..

– Eu escutei a conversa toda. Aposto que os vizinhos de Laura também.

– Oh... Pai do céu! – Tay forçou os olhos. – Lali! Não conte a ninguém.

– Mas é claro que não. – Ela seguia rindo. – Acho até que fizeram um irmãozinho para a boneca aqui. – agitou a criança, fazendo-a sorrir.

– Credo! Mas você está demais, huh?

Lali a achava tão engraçada. Principalmente com os cabelos arrepiados, olhar assustado e a cara amarrada.

– Acho melhor você andar logo aí.

– Posso levá-la? – apontou Violet.

– Vocês terminaram?

– Lali!

– É claro que pode.. Segure.. Isso. Devo levar uma roupa para ela? Laura pode não gostar de vê-la sem.

– Eu assumo daqui. – Sentou Viv na barriga, beijando a dela, coisa que não a agradou muito.

No quarto, Taylor entrou e trancou a porta, Lali era meia maluca. Melhor não arriscar. Laura estava no banheiro. Ela quase se afogou ao ver Violet nos braços da loira.

– Mas o que? Você foi buscá-la? Não acredito nisso.

Taylor ficou ligada nas palavras dela, mas Laura não estava achando ruim em sua ligação com a menina. Menos mal. Relaxou, tirando o robe, sustentando Violet em um braço, após, no outro.

– Eu a encontrei na cozinha. Ela estava assaltando a geladeira.

– Hey, querida. – Laura a pegou nos braços, sentando-a nos joelhos. – Taylor, eu não acredito! Viu como nós estamos? Terminamos de fazer.. Bem, você sabe.

– Ela nem liga para isso. – Respondeu, sentando de frente para as duas. Violet estava mais preocupada com a espuma do que com a nudez das mães.

– Vejo que ela está melhor.. – analisou Laura, tentando abrir os lábios dela com o dedo. – Deixe-me ver.. Violet.. – A menina virou o rosto, ficando estressada, tendo a quem puxar. Taylor riu. A paz que se fazia dentro daquele banheiro enorme, parecia coisa de outro mundo. Era tão natural, delas, como se nunca houvessem brigado antes. Os olhos azuis ficaram ilhados por lágrimas. Para não se deixar levar pela emoção, Taylor piscou forte.

– Logo ela terá um dente.. Dois.. Três.

– Desculpe. – Laura a olhou sem descuidar do bebê em seu colo. – Eu.. Não sei como lhe dizer isso. – Ela parecia envergonhada. Tay diria que não precisava ela dizer nada... Infelizmente, sim, ela tinha muito a dizer. – É difícil.

– Eu sei, Laura.. Eu sei. – Ela apertou os joelhos dela. As duas se distraíram um pouco com os gritinhos sonoros de Violet. Ela agitava as perninhas dentro da banheira, tentando conseguir um pouco de espuma na palminha da mão, com o intuito de levá-la à boca. Ela era tão inocente, espontânea.

– Eu não irei tomá-la de você.

Taylor gemeu em emoção. Os olhos desataram as lágrimas. Aquela era a melhor notícia da sua vida.

– Mas nós não podemos ficar juntas.

Embora estivesse degustando a boa notícia, a continuação dela lhe deixou angustiada. Estava bom demais... Demorou, até.

– Fico feliz por você não tomá-la de mim. – Disse, sincera. Gostaria de se prolongar mais, no entanto, ela ficou muda.

– Posso ver no seu olhar. – Sorriu, matando a vontade da criança em pegar a espuma. Em seguida, passou-a para o colo da outra. Taylor não a olhou nos olhos. Laura soube por quê. Algumas horas de sexo agradável não mudaria nada entre elas, lhe diria isso.. Deixou passar. O aviso fora dado. Mesmo que optara por não afastar a garotinha dela, Prepon ainda tinha a mente voltada para os ensinos.

– Espuma.. Diga: Es-pu-ma.

Gu.

– Oh my! – Ela ficou apatetada, beijando a menina na bochecha.

– Ela emite muitos sons. Está crescendo muito rápido.

– Isso é ótimo. – tirou-lhe a fralda, ela estava pesada pela água. – Segure-a aqui.. Um minuto só. Obrigada. – Saiu da banheira, indo colocar a fralda no lixo.

– Ah, não acredito! Ah!!! – Laura ranzinzou. – Taylor!

– O que... Caramba! – Ela sorriu ao ver uma mancha marrom balançar na água. – Não.. Vee! Você não fez!

– Quer fazer a gentileza de segurá-la?

Violet abanava as pernas, sorrindo por estar suspensa no ar com o bumbum de fora. Taylor a rodopiou, sentando-a no quadril.

– Desculpe-a Laura, ela não fez por querer.

– Sim! Eu sei! A culpada é você por ter tirado a fralda dela. Eca! – Prepon girou os olhos, indo até o chuveiro.

– Quer que eu a ajude? – Taylor usou um sorriso malicioso de proposito.

– Não!

– Tem certeza?

Laura ensaboou-se, fingindo que não a escutava.

– É, eu acho que não.. Sem insistir. – Concluiu, sentindo algo quente escorrer por sua barriga. Ao olhar o que era, gritou: – Ah... Que isso! – Choramingou. – Oh, Vittie!

– Ela está com diarreia?

– Sim. Sujou-me toda. Ainda bem que não tem mau cheiro.. Só o odor de leite azedo! – Taylor se juntou a Laura, segurando Violet para ela lavá-la.

– Isso é um horror! – Laura deu uma gargalhada digna de aplausos, vinha do fundo de sua alma, e era tão gostosa.

– Ela está fazendo força.. – Taylor não conteve o sorriso. Enquanto pudesse, sorriria. – Acho melhor eu levá-la para Lali.

– Termine o seu banho. – Puxou uma toalha, embrulhando seu pacotinho cagão. – Eu a levo.

 

Laura ainda travava uma luta enorme em se tratando dos remédios, chegando a desconfiar que Violet só fizera suas surpresas por conta deles. Lali jurou a si que não era por isso, e explicou alguns pontos ocorridos com a primeira dentição dos bebês. Violet estava bem, diga-se de passagem. Seu receio era em ter de levá-la ao hospital.

[]

Taylor saiu do apartamento de Laura no fim da tarde. Ela estava muito insegura em relação às atitudes de Prepon, temendo que ela voltasse atrás com a ideia de tirar Violet de si. Mas ela garantiu olhando em seus olhos que não o faria. A caminho do lar, Taylor ligou para Sam, contando alguns detalhes. Ele sentia-se muito feliz em saber que Laura e a irmã estavam resolvidas em prol de Violet. Taylor achou melhor deixá-la no apartamento, pelo menos naquela noite. Seu estomago fez um ruído de fome, levando-a sorrir. Apesar da escuridão, ainda era cedo, não mais do que 18h35mins. Ao estacionar o carro na garagem, ela mandou mensagens à Laura, chamando-a para jantar. Sua cabeça dava voltas, confusa. Era provável que a outra não iria aceitar. Ela não se preocupou em lhe dizer que o que tiveram foi apenas sexo, simples. Sem emoção.

A resposta veio quando Taylor estava deitada no sofá procurando por um guia de restaurantes. Laura respondeu um ‘’Ok’’, deixando-a completamente vibrante. Num pulo ela correu para se arrumar.

Ela escolheu uma calça jeans, jaqueta e sapatos. Prendendo os cabelos com um elástico colorido, Taylor arrumou a franja, mirando-se no espelho. Suspirava por entre os lábios, inquieta. De volta à sala, remandou mensagens para Prepon, informando que jantariam no L'Express. O restaurante francês que ambas adoravam.

"Eu devo demorar um pouco!" – Taylor leu a mensagem em voz alta.

 “‘Não se apresse, estarei esperando por você.”

Sem respostas, ela mandou-se para o restaurante. Ele era bem discreto, os clientes estavam concentrados em seus pratos, ignorando a sua presença. As únicas tietes por ali eram as garçonetes. Taylor sorriu para uma foto com as duas.

Ela dispensou o menu e fez o pedido manualmente. Filé mignon ao creme de cogumelos, limão e ervas. O pedido para Laura resumiu-se em saladas e queijos gratinados.

Alguns minutos foram se passando. Taylor mexia no celular até receber uma mensagem de Lin. A loira lhe perguntava se estava tudo bem, tanto com ela, quanto com Viv. Sem respondê-la, Schilling sorriu para o seu delicioso jantar. A fome era tanta que ela não pode esperar por Laura.

Quase uma hora depois, cansada de esperar, ela ligou para o celular da atriz, mas ninguém atendia. Mandou mensagens.. Nada. Taylor sentia-se péssima, muitas teorias bagunçavam sua cabeça, magoando seu coração. Ela olhou a rua através das vidraças, notando que a chuva começara a cair. Coçando os olhos, enviou outras mensagens à Prepon. Sem retornos. Com os olhos encharcados, ela ligou para Lali. Pensou que tivesse acontecido algo com Viv, uma emergência, quem sabe, mas a garota estava dormindo. A febre havia retomado, nada grave. Ao perguntar por Prepon seu coração subiu na garganta. A mulher havia recebido um convidado e os dois saíram juntos. Lali não soube dizer o nome, mas pelas características, Taylor pensou em Roan. Ela chorou. Chorou eloquentemente, sentindo pena de si mesma por ser tão imbecil. Num soluço, ela cobriu a parte inferior do rosto com as mãos para que não pudessem olhá-la naquelas circunstâncias. Laura enviou-lhe uma mensagem escrita "Sorry!", apenas isso. Sem explicações. E de repente, Taylor pensou muito abertamente, inferno.. Oh inferno com isso. Ela conseguiu segurar um guardanapo entre os dedos trêmulos, levando-o até os olhos. Pensou em voltar no terraço do apartamento de Prepon, e joga-se lá de cima. O pensamento mesquinho a fez sorrir e julgar-se mais idiota ainda. A ligação de Jackie a fez pausar o drama e atendê-la.

Ela a chamava para ir ao cinema. Sem recusar, Taylor aceitou. Qualquer coisa serviria para distraí-la.  Recomposta, pagou a conta e foi ao encontro da amiga.

O filme que viram era uma comédia romântica, teria sido proveitoso se Taylor tivesse prestado atenção.

– Você gostou?

– Sim. – Ela sorriu e abriu a porta do carro, despejando a bolsa no banco de trás.

– Está mentido. Eu não queria me meter, mas te aconteceu algo? Seus olhos estão vermelhos.

– Nada demais, nada que me surpreendesse, foi algo esperado.

– Já sei.. Laura. – Elas correram para dentro do veículo. Chovia muito. – Nossa, que chuva.

– Amanhã gravaremos.. Espero que o tempo dê-nos trégua. – Trocou de assunto. – Obrigada pelo convite.

– Não foi nada, Tay. Espero que fique bem.

– Eu também espero. – Taylor ligou o veículo. – Você quer ficar em meu apartamento?

– Seria legal, mas não poderei. Quem sabe outra hora? Podemos reunir as meninas. Você sabe..

– É claro, por mim tudo bem. – Disse. – Acho que preciso de uma companhia fida.

– Adote um cachorro.. Ou dois. – Ela riu, mirando-se no espelhinho suspenso.

Taylor estudou a sugestão.

– Eu não sei se isso é uma boa ideia. Já tive bichos de estimação, mas não durou muito tempo.

– Eles são maravilhosos, estão sempre lá, entende?

– Comendo seus móveis, sapatos.. Entendo! – elas sorriram. – Talvez eu precise de um cachorro.. Talvez.

Ela deixou a atriz em casa e voou para o apartamento. A angústia voltou a importuná-la, levando-a as lágrimas. A pior coisa do mundo era sentir-se imprestável para alguém, Laura a tratava como tal. Estava tão evidente. Sentiu-se um objeto de prazer para ela. De saco cheio de suas lástimas e enfermidades, Tay largou o carro no estacionamento e subiu. Ela foi à procura de uma garrafa de vinho e a bebeu até ficar tranquila.

Xxxx

A claridade do dia batia em seu rosto, fazendo-a torcer a face e franzir o nariz. Taylor abriu os olhos bem devagar, tomando uma flechada no peito. Ela sentou, olhando em volta. Estava no terraço com a roupa grudada ao corpo, já úmida. Sentiu tanta moleza, sem contar o embrulho no estômago. Assustada, ela engatinhou até a porta, certa de que se levantasse cairia para trás. Um vendaval se passava por sua mente. Lembrou-se de Laura, do cinema com Jackie.. Os miolinhos de sua cabeça latejavam tanto. Sentia frio. Queria deitar e ficar sozinha. No mais, era impossível. Estava atrasada. Para piorar a situação gravaria com Laura e Natasha. Dando um berro ao pisar no apartamento, ela atirou o controle remoto dentro da lareira, abastecendo sua fúria.

– Merda! Merda! Merda! – agarrou os cabelos. – Odeio isso tudo! Ah! – arrancou a roupa do corpo, jogando-a para cima. – Porra.. – rosnou, mais calma. – Cacete.. Droga. O que aconteceu? – Perguntava-se indo atrás do celular. Havia mensagens de Natasha, Lauren, Jenji e Eloise. Sem tempo de respondê-las, Taylor jogou-se em um banho rápido.

 

Laura adentrou os portões dos sets com um sorriso enorme no rosto. Pela primeira vez não estava tão sobrecarregada. Tudo estava caminhando perfeitamente bem, logo teria novidade a apresentar para os amigos e família. Ela avistou Natasha com a cachorrinha caminhando pelos corredores. Logo contracenariam juntas. Caracterizada de Alex Vause, Laura ajeitou os cabelos e foi até ela.

– Hey, you. – Ela sorriu de lado. Natasha torceu o nariz. – Quero me desculpar com você.

Ela olhou para trás procurando por alguém.

– Está falando comigo?

– Claro que estou, vamos lá! – Deu um cutucão nela. – Eu não queria ter sido rude com você. Perdoe-me.. De verdade, Lyonne.

Natasha a examinava com curiosidade.

– Tudo bem, Prepon. – Para a sorte da outra, Natasha não era rancorosa. – Só me lembre de não chamá-la de lésbica.

Prepon tremulou uma risada.

– Está certo, está certo. – Percorreram o corredor.

– Você me parece muito feliz. Dormiu com o príncipe encantado?

– Quem sabe? – Laura rodopiou em volta dela, beijando-a na cabeça. – Eu a vejo depois.

 

O atraso de Taylor deixou todo mundo de cabelos em pé. A loira só comparecera duas horas depois, com o rosto abatido. Apesar de sua aparência caótica, Taylor conseguiu concentrar-se no texto. Suas primeiras cenas envolviam muitas lágrimas, coisa que ela tirou de letras. Sentia-se frágil como Piper, talvez até mais. De repente seu corpo começou a esquentar, as bochechas pegavam fogo, as costas ardiam, ela parecia um camarãozinho. Febre. Moleza. Desânimo. Só faltava um raio cair em sua cabeça.

– Desgraça pouca é bobagem.. – Ela comentava com o pessoal dos efeitos visuais, sentada em uma cadeira para que retocassem a maquiagem em seu rosto e braços. Ela precisou tomar muita água para manter-se firme. Vendo seu estado de merda, Jenji pensou em dispensá-la, mas ela recusou-se. Era forte. Aguentaria.

– Taylooo.. – O nome dela deslizou na boca de Natasha. – Cacete! Você parece uma merdinha hoje, não? Conte aí.. O que aconteceu? – Sentou no braço da cadeira, risonha.

– Eu dormi no terraço. – Taylor uniu forças para sorrir. Seu pescoço começou a suar, talvez fosse à febre abandonando o seu corpo, graças aos remédios que ingerira. – Naquela chuvarada.

– Fico pensando em como seria divertido se os seus fãs soubessem dessas pérolas que vem de você. – disse ela. – Deve ser por isso que está aí, com essa cara toda vermelha, que não sei o que.

– Estou com febre. – Bocejou, olhando o sangue artificial sendo aplicado no machucado de Piper, a mulher também sobrepunha um pouco em sua blusa. – Acabei com uma garrafa de vinho.. Ou seja-

– Ainda bem que nós somos amigas. Adoro saber dessas suas coisas.

Schilling endireitou-se um pouco e sorriu para ela.

– Será que você está bem para gravar?

– Eu estou ótima, não me convença do contrário.

– Blah. – Passou a mão nos cabelos dela. – Nós iremos gravar com Prepon.

– Sim.. – Limitou-se do assunto. Não estava pensando em Laura. A mágoa que sentia dela era muito forte, portanto, só atuaria ao lado dela, sem pensar em nada que ultrapassasse aquela base. Atuação, somente isso. Natasha entendeu que o argumento não era bem vindo e calou-se.

– Prontinho, Taylor.

– Eu já posso me erguer?

– Claro!

– Vamos lá Schilling.. Apoie em mim.

– Natasha, apesar da aparência, eu ainda consigo me mover sem precisar apoiar-me em algo. – Deu uma risada baixa, fazendo a outra atriz rir em resposta.

– Se é assim, por mim está tudo bem. – Ergueu as mãos. – Vamos nessa.

O sol estava bem forte, esquentando os miolos de Taylor como se fossem um ovo em uma frigideira. A cena seria gravada no pátio recreativo, mais precisamente no milharal. Laura já estava lá, sorrindo e brincando com a equipe de filmagem. Taylor encarou os pés a levando para mais perto dos outros. Perguntaram-lhe se já se sentia melhor, aguçando a curiosidade de Laura. Ela a olhou da cabeça aos pés, mas não disse nada, ostentando uma despreocupação evidente, tanto que entrou em outro assunto com o diretor de filmagens. Taylor sentiu-se fraca e miserável. Laura era tão bonita, segura, diferente de si naquele momento. Natasha Lyonne mostrou-se preocupada, brincando o tempo todo para poder relaxá-la. Tão preciosa. Taylor diria que a amava tanto, mas optou por ficar em silêncio, ouvindo as dicas da equipe. Como o milharal continha um espaço pequeno, três pessoas sentariam com elas para poderem filmar com as câmeras menores. Taylor tomou mais um pouco de água, buscando energias inexistentes para manter-se de pé. Seu subconsciente fazia um escândalo por uma cama. Ela não diria nada a ninguém, mas estava quase desmaiando. A febre ia e vinha, dançando com sua ressaca e dor de cabeça.

Natasha e Laura demonstravam que estavam de bem uma com a outra. Schilling ficou feliz por ambas. Prontas para gravarem, elas deram um show de interpretação. Laura e Lyonne faziam tão bem o papel de ‘’chapadas’’, que convenceram a todos de que havia algo a mais naquele cachimbo. O calor naquele espaço abafado começou a fazer com que as atrizes suassem. A mais afetada fora Schilling, ela precisou pausar a gravação para poder se hidratar. Após 15 minutos, retomaram.

Taylor segurou o cachimbo de lado, rodando a roldana de metal do isqueiro. Ao sentir uma ardência no pulso, ela o soltou, espantada com a queimadura.

– Nossa! – Abanou o braço. – Me desculpem.

– Jesus, Taylor! – Natasha se divertia. Laura dava suas risadinhas contidas, sem puxar muito assunto. – Machucou?

– Eu acho que sim.. Está vermelho. Ardendo.. – Ela fez uma careta.

– Você precisa de ajuda médica, Taylor? – Sara perguntou, enfiando-se no milharal por cima dos ombros de Natasha.

– Não será necessário. Foi só uma distração, tudo bem, podemos recomeçar? – Ela piscou, quase sonolenta.

– Ok! Vamos lá!

Sem erros, elas levaram a atuação para frente. Taylor precisou se desconectar de sua vida pessoal para poder abraçar Laura, ou Alex, em cena. Foi tão rápido que não teve tempo dos efeitos colaterais virem átona. Todos deram um suspiro bem aliviado quando a cena fora concluída.

Fez-se intervalo de duas horas para que todos pudessem repor as energias. Taylor desabou no sofá do camarim, trocando a hora do almoço por um extenso cochilo. Natasha e Kate foram verificá-la, encontrando-a adormecida. As duas precisaram acordá-la para que ela pudesse comer alguma coisa. Teimosa e sonolenta, Taylor se recusou, voltando a dormir.

O dia havia sido muito cansativo para todas as atrizes, atores e diretores. O calor deixou todo mundo de corpo mole. Taylor e Kate gravaram a última cena do beliche, pondo um ponto final nas gravações do dia. Schilling ficou grata por adiantarem a cena da cozinha.

Laura apareceu para se despedir de todos, em tempo de escutar que as gravações ficariam suspensas por duas semanas. Partes das últimas cenas gravadas precisavam passar pela edição, os sets passariam por manutenções. Enquanto caminhava para o carro, Laura recebera uma ligação, precisava viajar com urgência. Ela ficou tão feliz em saber que não precisaria adiar-se.

Do outro lado, Taylor ficou indiferente em se tratando da pausa das filmagens, ela estava no período do ‘’tanto faz’’. Até o momento, ela só pensava em ir para o apartamento e se jogar na cama. Dormir. Dormir por muitas horas, dias.. Dormir. Natasha insistiu que a levaria embora, afirmando sua falta de atenção para dirigir. Sim, ela estava certa, mas Taylor não queria que a tratassem como uma criança incapaz. Lyonne a mandou tomar no cu, sorrindo abertamente. Afinal, todos precisavam de descanso, teimar em ir embora não era a solução.

 

– O que você está fazendo aí? – Natasha deitou o braço no volante, dando uma olhadela em Taylor. A loira tentou segurar o celular com uma mão, mas estava tão difícil, que ela deixou escapar. – Posso só te falar uma coisa? – Ela viu que Schilling escrevia uma mensagem para Laura, dizendo sentir saudades.

– O que quiser.. – Taylor agarrou o aparelho, desistindo da ideia do envio.

– Gosto muito de vocês duas, mas não acho que seja certo você ficar em cima dela. Laura mal a olhou.

– Eu não sei o que está acontecendo. – Ela respondeu com um ar cansado. – Não consigo ficar longe dela, a amo demais. Sei que ela me ama também.

– Dê um tempo a ela. – Natasha disse. – Mas não fique se rastejando, fica firme, não precisa desistir dela, sabe? Pensa em você, na garotinha.

Taylor concordou fechando os olhos.

– Se precisar de mim, de minha amizade, sabe que é só chamar.

– Eu amo você. – Deu um aperto no braço dela.

– Sua mão está pegando fogo. – Tocou-a na cabeça. – Está ardendo em febre.

– Pior que eu estou mesmo. – Sorriu. – Obrigada por dirigir.

– Isso porque você queria ir embora sozinha.

– Não queria abusar de sua bondade.

– Relaxa, Schilling. Você precisa. Tá me respondendo de olhos fechados, parece uma sonâmbula.

– Meus olhos estão pesados, meu corpo tá ardendo, as costas doendo..

– Estamos chegando, aguenta aí. Dormirei com você.

– Oh, não é preciso. – Olhou-a. – Você já fez muito, Tash.

– Está recusando a minha presença?

Ela negou.

– Então cala boca! Pedirei comida chinesa para nós.

 

Taylor não cumpriu a promessa de jantar com Natasha. Ela tomou remédios para diminuírem os sintomas do possível resfriado, banhou-se e caiu na cama. Teria adorado passar a noite acordada conversando com Lyonne, mas o seu cansaço era algo insolúvel, nem ligar para saber de Violet, Taylor pôde.

Schilling fora despertada por Natasha e Violet, ela estava tão renovada, sorridente. Seu corpo parecia novo em folha. Após o banho, Taylor soube que Laura fora viajar, por isso permitiu que Violet fosse passar uns dias com ela. Lali não deu muitas pistas sobre o paradeiro da morena, e pela sua discrição, Taylor já imaginou o teor da viagem. Sentiu-se triste, realmente.

xxx

A semana ia passando de modo relâmpago. Enquanto Prepon viajava ao lado de sabe-se lá quem, Taylor aproveitou os últimos dias com a pequena na fundação. Foi uma festa e tanta com a sua volta. Lucia estava tão encarnada com aquelas pessoas, tão envolvida, realizada. Fora quase um sacrifício convencê-la de que partiria para casa dali a uns dias. Natasha Lyonne acompanhou Taylor até a fundação, distribuindo seu jeito despojado por todos os lados, chegando a se encantar com Ash. A morena foi-lhe muito simpática, sempre levando suas cantadas numa boa. Os cinco meses de Violet havia sido completado, trazendo consigo um dentinho tímido, mal visto; uma vez que ela não deixava ninguém tocar em sua boca. A visita de Taylor não fora prorrogada, então, ela teve de voltar para NY, com a promessa de que estaria presente para o halloween.

Laura não ligara por sete dias! Taylor estava expostamente preocupada, mas tranquilizou-se ao descobrir através de Terasa que Laura era acompanhada por Jodi. A sensação de conforto fora imensurável, indescritível. Aproveitando os últimos dias de folga, a loira relaxou com Violet no rancho de Bob, cercada pelos primos e amigos de infância.

Três dias mais tarde, Prepon desembarcava em Los Angeles. Para não ser vista, ela contou com o apoio de uma equipe de segurança avançada, pois tinha os seus motivos para tal privilégio. Seu primeiro pensamento foi na filha, sentia uma falta desesperadora dela. Jodi ligou para Taylor, a seu pedido, solicitando a presença da garotinha na cidade. Schilling ficou empolgada por sua volta, chegando a suspirar ao conversar com Jodi. Laura só precisava de um descanso após passar 17 horas em um voo.

 

– Não me entenda mal, Taylor, mas eu não aguento mais viajar. – Lali apoiou a cabeça no ombro dela, ao saírem pelo porão de desembarque. – Violet adora.

– Violet é imprevisível. – Sorriram. – Acho que ela sente falta de Laura. – Taylor a sentou nos ombros, balançando os bracinhos dela, agitada, a garota deu um gritinho muito parecido com um ‘’Ohhh’’. Taylor foi barrada por alguns fãs, ela fez questão de atender um por um, abraçar, tirar fotos, escutá-los. Depois disso, ela seguiu para a casa de Laura.

 

– Vamos! – Lali carregava a criança no colo, acenando para Taylor. Ela estava insegura ao pisar naquela residência. Seu coração havia se encolhido todo. – Taylor!

– Desculpe, eu só.. – Sorriu forçada. – Estava me acostumando. – Pendurou as bolsas das duas nos braços, criando coragem. Violet passou os bracinhos por cima dos ombros de Lali, reparando nas inúmeras plantas de boas-vindas da garagem. Taylor gostaria de ter aquela despreocupação infantil.

Lali tocou o interfone, não demorou muito e Laura abriu a porta, batendo palmas para Violet, deixando-a maluquinha em sorrisos. A felicidade dela era comparada a de um cachorrinho ao ver o dono. Prepon estava completamente descabelada, descalça e com olheiras gritantes, mesmo assim, ela não deixou de sorrir para o bebê. Taylor não disse nada, apenas esperou. Finalmente, Laura as convidou para entrar, indo à frente. Lali caminhou até a loira, levando-a pelo braço.

– É só um convite, ela não está pensando em arrancar a tua cabeça. – Disse. – Eu pensei que vocês estavam bem.

– Laura está persuadida em me ignorar fora da cama. – Ela encostou a porta, ouvindo um choro escandaloso. Não parecia ser de Violet, ela não chorava tão agudo daquele jeito. Seus tímpanos ondularam, os de Lali também, fazendo-a tampar as orelhas com as mãos. – Ai! Nossa!

– Acho que as sobrinhas dela estão aqui.

– Ok, não chore.. – A voz de Laura fluiu com delicadeza, mas o choro só evoluiu.

– Olá! – Jodi as recebeu no corredor, abraçou uma por uma e sorriu, nervosa. – Tudo bem?

– Sim.. – Taylor cruzou os braços. – Que choradeira é essa?

Jodi arqueou as sobrancelhas até o topo da cabeça, apertando os lábios.

– Venha até aqui.

– Não!

Elas ficaram paradas, escutando. Taylor descruzou os braços, caminhando roboticamente até a sala. As cortinas estavam bem abertas, as portas de correr também, alguns objetos e livros estavam caídos no chão, perto da divisória da sala de jogos. O choro se intensificou, tornando-se desesperado. Laura sentou-se na beira do sofá, encarando alguém no chão. Violet, em seu colo, fazia o mesmo. Taylor contraiu uma careta curiosa, aproximando do sofá. Ela viu duas perninhas magricelas se espernearem no ar. Ao reconhecer a figura do garoto, seus olhos se esbugalharam com violência, as pernas bambearam, sumindo com o sangue de seu corpo, deixando-a seca e pálida. Ele a olhou, levantando a cabeça do chão, fungava, derrubava mais lágrimas, nervoso, seus olhinhos ficaram mais calmos ao vê-la. Jesus!

– Didi!



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