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História Wanted - Finais e Despedidas - Parte 2


Escrita por: RafaelaRuna

Notas do Autor


Oiii gente *---*
É, e aqui temos o último capítulo mesmo :'c
Eu gostaria muito de agradecer por vocês terem me acompanhado até aqui! E agradecimentos especiais aos que sempre comentavam, interagindo comigo e me fazendo sentir que eu estava fazendo uma coisa incrível <3 <3 <3
Ah, essas despedidas acabam comigo kkkkk Espero ver vocês nas minhas futuras fics, gosto muito de vocês *----*
Bom, e a imagem do capítulo é bem sugestiva xP Me perdoem se eu matar alguém de fofura UHEUHUEHEU
Pela última vez nesta fic, espero que gostem e boa leitura! :*
Beijões, se cuide e até qualquer dia T.T
PS: já morrendo de saudades.
PS*: me perdoem pela brisa da Sadeche, eu prometi uma coisa a uma amiga muito irmã e cumpri HUUEHUEHUH xD

Capítulo 26 - Finais e Despedidas - Parte 2


Fanfic / Fanfiction Wanted - Finais e Despedidas - Parte 2

Lápis se virou de costas na sela de Estrela Galopante, deixando Jasper guiar as rédeas, enquanto se olhavam fixamente. A maior ficou curiosa com o olhar sereno e, ao mesmo tempo, sério da garota de cabelos azuis.

- Você quer se casar comigo? – A jovem de cabelos azuis abriu um pequeno sorriso, enquanto observou a loira arregalar os olhos e sorrir.

- Só se você quiser se casar comigo. – Jasper brincou, soltando as mãos das rédeas e segurando a menor em seu braços, dando-lhe um abraço feliz e apertado.

- Não há nada no mundo que eu queira mais do que estar com você por todo o tempo que a vida permitir!

- Então terá casamento, porque é tudo que eu quero também! E fora que consegui uma casa para nós...em uma ilha afastada, com um maravilhoso oceano para todo lugar que olhar...do jeito que você gosta, não é?

- Nem acredito! É tudo que eu sempre sonhei! Espere um instante...com que dinheiro comprou essa casa, Jasper?

- É segredo.

- É claro.

- Não roubei, se é o que queria saber. Foi com dinheiro emprestado de um amigo. Sem o consentimento dele, mas que eu pretendo devolver.

E juntas cavalgaram na direção do pôr-do-sol, eliminando toda a distância que ainda existia entre seus corpos. Deitada no abraço de Jasper, que a beijava na testa compulsivamente, Lápis finalmente se sentiu em paz.

Enquanto isso, Steven chorava de emoção no corredot, por saber que Lápis finalmente seria feliz. Ele se assustou quando Greg o encontrou, curioso para saber o que acontecera com o filho.

- Steven? Você está bem? – O ex-fazendeiro se aproximou do pequeno, que sorria com a mais plena serenidade.

- Pai...você não vai acreditar! – O garotinho abraçou o pai, que estava ansioso para saber o que aconteceu.

- Me conte!

- O Steven Junior está lá fora! E você não imagina o que tem nas bolsas que ele trouxe!

- Vamos lá ver então!

- Mas vamos pelos fundos.

- Por q...

- Apenas vamos, pai!

- Está bem.

Steven levou o pai para os fundos, onde o bode estava esperando. Greg parecia não entender muito bem a situação, afinal como o bode viria do Arizona até Oklahoma? Ao ver o animal e reconhecer que realmente tratava-se de Steven Junior, Greg ficou ainda mais confuso.

- Como será que ele chegou aqui? E o que t... – Greg pulou para trás quando abriu uma das bolsas e se deparou com a maior quantia de dinheiro que ele já viu na vida.

- Pai! Estamos muito ricos! Tem dez milhões de dólares nas bolsas! – Steven pulou em comemoração, afinal os problemas financeiros estavam acabados.

- NÃO PODE SER! MAS COMO?

- Olha a carta que ele trouxe!

Greg abriu a carta, escrita atrás de um cartaz de procurada de Jasper, que o filho já lera previamente. Ele se surpreendeu muito com as palavras nela contidas, e lágrimas logo vieram a seus olhos também.

“Queridos Steven e Greg,

Vocês provavelmente nem desconfiam que eu sobrevivi à explosão. Mas eu me lembrava constantemente da forma que os dois me trataram como família, mesmo sem nem me conhecerem direito.

Sei que desistiram da fazenda no Arizona para poderem viver junto com todas as pessoas que amam, que estão no Distrito. Não poderiam cuidar destas terras para, posteriormente, vende-las. Mas eu podia. Por isso recuperei a fazenda na temporada em que morei por aqui.

Consegui deixar a plantação novinha em folha, literalmente, e comprei alguns animais para compensar aqueles que as Mineradoras levaram. Depois, quando tudo estava em seu auge, eu coloquei a fazenda à venda.

E o dinheiro que consegui está aí...bom, exceto a parte que eu peguei emprestada para comprar uma casa para mim e para a Lápis, espero que não se incomodem. Prometo que vou pagar.

Venham nos visitar lá na Ilha da Máscara qualquer dia! Não tem muitas casas por lá, então é bem provável que nos encontrem com facilidade. Ah, e tragam o Bode, por favor. Eu gosto muito dele.

Obrigada por sua amizade. Significa muito para mim.

Jasper.

PS: mantenham tudo em segredo, pelos motivos que vocês já conhecem”.

Greg olhou sorridente para o filho. Uma sensação de que tudo estava como tinha que ser o preencheu. Ele sentiu que, em breve, ele e o filho fariam uma viagem.

Do lado de dentro do salão, ninguém desconfiava de nada. E era o melhor cenário possível para elas, e certamente todos estavam com as pessoas que amavam e fazendo aquilo que amavam. O futuro seria muito promissor, e muito felicidade estava em seus caminhos.

***Quatro meses depois***

Jasper e Lápis estavam uma diante da outra, sentindo lágrimas rolarem o tempo todo.  Uma admirava a outra silenciosamente, enquanto observavam Steven Junior levar as alianças até o altar.

Era um casamento informal durante o pôr-do-sol na praia da Ilha da Máscara, bem na frente da casa onde moravam. Construíram um pequeno altar de madeira na areia, com cadeiras decoradas com fitas azuis e laranjas viradas para o mar.

 Um mestre de cerimônias realizou o evento, enquanto elas contavam com uns poucos convidados, em sua maioria habitantes da própria ilha, e de fora apenas Steven e Greg. Pai e filho foram escolhidos como os padrinhos do casal.

Jasper trajava um vestido de renda longo, justo e decotado, que emoldurava perfeitamente suas curvas. Encontrava-se com a porção frontal os cabelos presos, enquanto o restante ficava selvagemente solto, como ela e Lápis gostavam. 

Lápis Lazuli, por sua vez, usava um vestido frente-única, cujo comprimento ultrapassava apenas um pouco seus joelhos. Seu corte era mais aberto e o tecido, de seda, mais fluido. Nos cabelos, usava uma coroa de conchas, entre elas aquela que Greg que lhe dera.

E ambas, nos pescoços, carregavam seus colares com pingentes de malaquita. Elas sentiam como se as alianças fossem uma mera formalidade, porque a verdade aliança era aquela.

- Senhorita Lápis Lazuli, você aceita se casar com a senhorita Jasper para permanecerem unidas em matrimônio na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, na riqueza e na pobreza, na liberdade ou na cadeia, todos os dias de sua vida? – O mestre de cerimônias questionou a jovem, que sorriu para a loira.

- Claro que aceito! Adorei esse último acréscimo. – Ela riu discretamente, sabendo que fora ideia de sua futura esposa.

- E quanto a você, senhorita Jasper, aceit...

- Aceito qualquer coisa, desde que estejamos juntas e felizes. Doença, pobreza, cadeia, tanto faz. Só ela importa. – Jasper o cortou, ansiosa para poder finalmente beijar Lápis oficialmente como sua esposa pela primeira vez.

- Bem, neste caso, podem trocar as alianças.

E Steven Junior se aproximou delas, dando ruidosos passos com suas ferraduras novas. E da pequena caixa em que levou as alianças, as duas pegaram a que seria colocada na outra. Elas trocaram desajeitadamente, beijando a mão a qual o anel foi confiado, em seguida.

- Eu as declaro casadas. Podem se beijar! – O mestre de cerimônias concluiu.

Jasper não hesitou em puxar a menor para perto de si, dando-lhe um beijo mais apaixonado do que nunca. Todos os presentes aplaudiram, especialmente Steven e Greg, que sabiam muito bem pelo que elas passaram para finalmente conseguirem ficar juntas.

Ao fim da cerimônia, onde os convidados jogaram arroz nas recém-casadas, todos as parabenizaram e, após darem seus votos, partiam. Com Steven e Greg não foi diferente, porém ambos receberam um sufocante abraço das duas moças.

- Finalmente casadas, hein! – Brincou Greg, que fez as duas rirem.

- Demorou, mas finalmente aconteceu! – Jasper assentiu, radiante.

- Valeu a pena esperar. – Lápis segurou na mão da maior, ainda tentando absorver os fatos. Parecia surreal.

- Vocês serão muito felizes juntas! Agora, pai, acho melhor irmos. Elas devem querer passar um tempo a sós. – Steven cutucou o pai com o cotovelo, indicando que eles estavam “sobrando” lá.

Pai e filho se despediram das duas moças e partiram para o barco que os levaria de volta para o continente. A partir de então, com a partida de todos os convidados, as duas estavam finalmente a sós. E em meio ao seu isolamento do resto do mundo, as duas se olharam com romance e ternura.

- Então, eu tenho uma surpresa para você. – Jasper soou irrecusável. Ainda mais do que de costume.

- O que é? – Lápis olhou-a com curiosidade e desconfiança. A loira sempre sabia como surpreende-la.

A loira caminhou até a mesa celebrativa do mestre de cerimônias, onde escondera um objeto sob a toalha longa e branca. Era a caixinha de música que Lápis lhe dera no Arizona.

Após dar corda na caixinha, para que ela emitisse a delicada canção que elas amavam, Jasper deixou a caixinha no chão. Quando se levantou, esticou a mão para Lápis. Era um convite.

- Posso pedir uma dança para a minha esposa? - Jasper fingiu não saber qual seria a sua resposta.

- Mesmo se eu pudesse, não te negaria nada. – Lápis sorriu, especialmente ao ver o lisonjeio brilhar nos olhos de íris amarelos da maior, e sentir suas próprias bochechas corarem.

- Adoro quando fala assim.

- E eu adoro a forma com que você sempre sabe como roubar o meu fôlego.

- Foragida. Esqueceu?

- Jasper!

As duas gargalharam juntas, e uniram seus corpos, entregando-se à dança e ao forte amor que sentiam, simplesmente. Cada singelo passo parecia transmitir mil emoções diferentes. Cada movimento era um universo de possibilidades.

Cada segundo confirmava em suas mentes a frase que ecoava: “estamos casadas”. E era tudo que elas queriam. E sob a luz da lua cheia, com o céu salpicado de incontáveis estrelas, elas finalmente acreditaram que era verdade.

***Três anos depois***

Jasper e Lápis tinham a vida que sempre sonharam. Moravam numa adorável ilha perto do Tenerife, a Ilha da Máscara, e constantemente se surpreendiam com as proporções atingidas por seu amor. Era realmente um local bem sugestivo para uma foragida e uma fugitiva morarem.

Como a maior se habituou a morar em fazendas, elas se adaptaram rapidamente à rotina de ter a sua própria. Logo, como se tivessem feito aquilo durante todas as suas vidas, viver ali tornou-se algo incrivelmente natural.

O casal se orgulhava da charmosa construção, construída de madeira derivada dos frequentes naufrágios na região. Tinha o toque rústico de Jasper unido aos gostos peculiares de Lápis. A decoração era simples, geralmente com peças de argila quebradas, rochas coloridas ou almofadas feitas por Lápis e tapetes que ela traçava.

A mobília era, em sua maioria, também de madeira. Elas construíam os móveis juntas, e os pintavam como desejavam, assim como as paredes. As paredes da sala fora pintada de laranja, as da cozinha e do banheiro externo de azul, e dos quartos de vermelho.

Lápis gostava muito das maçanetas de concha que Jasper construíra para ela, era ótimo ter um pedaço da história do mar em sua residência, como se a visão panorâmica do mais belo azul oceânico, que rodeava a ilha, não lhe bastasse. E a loira amava os tapetes que Lápis fizera, imitando o seus olhos em sua confecção.

Já o solo do local, não era receptivo para todos os plantios. Era um desafio fazer legumes crescerem, no entanto Jasper se esforçava ao máximo para superar as dificuldades, e conseguia. Os frutos do seu trabalho na lavoura alimentavam a ela e Lápis.

Sua principal queixa quanto ao plantio era sempre a mesma, repetindo-se constantemente: brotavam melancias para todo lado, sufocando as demais plantas. Em outras palavras, quando a infestação de melancias saía de controle, elas tinham em todas as refeições a mesma sobremesa.

A loira também cultivava lindas flores azuis em um canteiro, com as quais sempre presenteava a esposa. Ela nunca se cansava de ver o lindo sorriso tímido da menor quando ela chegava com um grande buquê envolvido por uma fita azul escura.

Lápis, por outro lado, cuidava das outras importante fontes de nutrientes do casal: a criação de animais e a pesca. Mas claro que sua especialidade era a pesca.

A criação própria da fazenda era mínima: algumas galinhas para coletar ovos, porcos pela sua carne, ovelhas pela lã e vacas pelo leite. E Jasper arrumou uma bela cabra para fazer companhia a Steven Junior, que se tornou o mascote da família, e logo a fazenda estava repleta de filhotes.

As duas moças comumente encontravam penas de urubu pelos arredores de suas terras. Nenhuma das duas contava suas suspeitas, porém ambas sempre se sentiam protegidas por um velho amigo.

Para seu ofício no mar, Lápis possuía um barco de pequeno porte, feito de madeira velha e desgastada, e uma rede desajeitada. A fartura aquática da região lhe permitia que pescasse com muito sucesso. Os peixes pareciam se concentrar ao redor do barco.

Porém, em um dia que parecia destinado a ser apenas como qualquer outro, as duas despertaram preguiçosamente. Lápis amava acordar ao lado de Jasper todos os dias, e Jasper já não tinha nem palavras para expressar o que sentia.

A loira observara a menor afundar a cabeça na porção entre seu ombro e seu seio, aspirando o cheiro de sua pele. Era seu aroma favorito.

Estavam cobertas com uma singela pele de búfalo, para impedir que suas anatomias, despidas de qualquer veste, tomassem friagem.

- Bom dia, minha esposa pirralha. - Jasper brincou, bagunçando a franja de Lápis com a palma da mão.

- Hm... - A jovem de cabelos azuis, ainda sonolenta, abraçou a maior. Era a única resposta que ela tinha condições para dar naquele momento.

- Hey, minha coisinha preguiçosa! Sei que você é a mulher sardinha, mas os peixes não se pescam sozinhos!

- Só mais cinco minutos...

- Com uma condição.

- Qual?

- Um beijo.

Lápis riu timidamente, beijando a maior com paixão e ímpeto. Elas se entregavam ainda mais a cada beijo, ao menos enquanto foi possível. Quando estavam completamente entregues, os beijos lhes faziam lembrar dos motivos que as guiaram através do tempo, e suas escolhas para que chegassem ali. E todas as vezes concluíam que tudo valera muito a pena.

- De onde veio esse sono todo, hein?  - Jasper questionou, observando a menor rolar para cima dela, aproximando seus narizes.

- Pergunte à minha esposa. Ela não me deixava dormir ontem! - Lápis fingiu estar zangada, enquanto um sorriso despreocupado a sabotava.

- Que má! Mas sabia que eu não a culpo?

- Você sempre fica do lado dela.

- Claro que sim, afinal ela fica do seu lado. E é o melhor lado do mundo.

Lápis corou e beijou a maior novamente, levantando-se da cama logo em seguida. Jasper a acompanhou, se contendo para não atrapalhar enquanto a menor se trocava. Mas a vontade de intercepta-la e leva-la de volta para o aconchego de seus braços era grande.

Após comerem algumas fatias de melancia que Jasper colhera no dia anterior, as duas se despediram com custo para cumprirem seus afazeres. Lápis foi pescar, enquanto a maior se dirigiu à sua plantação.

Chegando lá, ela percebeu que a água não estava escoando para o seu plantio foi um problema no sistema de irrigação. Enquanto concertava o pequeno desvio na tubulação do solo, que ela mesma construíra, Jasper percebeu alguém se aproximando dela sorrateiramente. Ao olhar para trás, reconheceu como a sua vizinha, dona das terras de metade da ilha. A loira sempre se divertia com o seu sotaque, que ela não sabia bem de onde era.

- Bom dia, senhola Jaspo. – Cumprimentou a mulher de meia idade. Em três anos a senhora não aprendera a pronunciar o nome dela.

- Olá, Sadeche. Como está? – Jasper imediatamente se preocupou. A vizinha apenas a contatava em situações sérias.

- Muito bem, obligada. Vim avisar pala você e a Lépis ficalem de olho na plaia. Um galeão espanhol nauflagou aqui perto esta noite, e pelo que eu soube, continha muitas liquezas dos tlipulantes abastados.

- Oh, é mesmo? Ficaremos de olho. Um dinheiro cairia bem, eu e a Lápis ainda precisamos pagar o empréstimo a um amigo.

- Espelo que encontlem algo inclível. Até mais!

Jasper se despediu da vizinha e, em seguida, foi correndo para contar as novidades à jovem de cabelos azuis. Porém, no meio do caminho, composto por uma extensa estrada de terra, um brilho inorgânico esverdeado chamou a sua atenção. Algo encontrava-se enterrado.

A loira desacelerou seus passos e, diante do objeto, se agachou. Ela afastou a terra ao redor dele, e logo reconheceu aquela pedra.

- Uma malaquita? Aqui? – Franziu o cenho, confusa. Ela passara por aquela mesma estrada dezenas de vezes por dia, então como não percebeu antes?

Quando tirou a pedra do solo, limpando-a, uma característica mais curiosa ainda se delineou na pedra: seu formato. Parecia a junção de uma gota com um losango, as mesmas formas das pedras dela e de Lápis.

As circunstâncias por si só já eram bastante estranhas, entretanto quando Lápis correu até ela, chamando-a ao vento, Jasper entrou em estado de alerta. O que estava acontecendo?

- Jasper! Tem alguma coisa...na água! - Lápis estava ofegante pela corrida até a maior. Mesmo cansada, ela imediatamente percebeu sua esposa pensativa.

- E eu também achei uma coisa. – Jasper contou, mostrando a pedra de malaquita que encontrara.

- Malaquita? Mas...

- Sim, eu sei, muito estranho. Enfim, me conte, o que aconteceu?

- A maré estava carregando alguma coisa para a parte rasa da praia. Tem ideia do que pode ser?

- É mesmo? A Sadeche veio me contar que houve um naufrágio esta noite. Provavelmente é alguma coisa dele. Talvez seja algo que nos renda dinheiro!

- Eu não sei...uma pena de urubu caiu bem ao meu lado quando avistei...

- Ah, meu amor, está tudo bem! Vamos juntas ver o que é! Não vou deixar nada te assustar.

Jasper abraçou a menor, que se sentiu profundamente protegida e reconfortada por ela. As duas sempre faziam tudo juntas e cuidavam muito bem uma da outra.

Após uma caminhada razoavelmente longa, Lápis guiou a maior consigo até o trecho da praia em que vira o objeto boiar sobre as ondas. Conforme suas suspeitas, ele já havia chegado à parte rasa, revelando-se finalmente por inteiro: era uma cesta verde com uma tampa selando-a fortemente.

Após se entreolharem com curiosidade, e constatando que aquilo não parecia mais ser uma ameaça, as duas avançaram pela praia, atravessando a areia, de mãos dadas. Quando finalmente desbravaram a distância final até a cesta, se entreolharam novamente. Quem abriria para ver o que tinha dentro?

Por fim, acabaram abrindo juntas, com a respiração presa. Quando olharam o conteúdo, seus olhos se arregalaram até quase saltarem das órbitas. Era inacreditável.

O casal encarou a carismática figura por alguns minutos. Ambas estavam incrédulas. Não tinham ideia do que dizer ou fazer, apenas sentiam sua ligação com aquela pequena criaturinha crescer mais a cada sorrisinho que esta lhes dava.

Possuía cabelos loiros extremamente claros, chegavam a se parecer brancos. A pele era saudavelmente corada, com diversas marcas mais pálidas distribuídas pelo corpo. Seus imensos olhos verdes, em um tom exótico e curioso, transmitiam intensidade e doçura, ao mesmo tempo. Mas a arma mais potente de seu arsenal de encantamento eram suas risadinhas cativantes. Ela deixou as duas absolutamente pasmas.

Estava usando com uma roupinha verde, e continuava dando sorrisinhos para Lápis e Jasper, como se as conhecesse a vida toda.

- Oi. – A pequena cumprimentou, parecendo implorar para que uma das duas a pegasse.

- Oi, lindinha! – Jasper fez cócegas na barriguinha da pequena, que riu e agarrou sua mão, abraçando-a.

- Quantos anos acha que ela tem? – Lápis perguntou à maior, que mal conseguia raciocinar.

- Dois. - A menininha respondeu, participando da conversa.

- É bem grande para dois anos. - Observou Lápis, tirando a pequena da cesta e a sentando em seu colo.

- Acho que ela será alta. - A loira achou adorável, afinal entendia bem como era. Ela também estava se esforçando para não demonstrar que se derretera completamente pela menininha.

- E não para de sorrir!

- Como será ela veio parar aqui?

- Eu não sei. Mas...ela se parece com você.

- Só se você for parecida comigo! É a SUA cara!

- Não mesmo!

- Ah, não importa...ela deve ser uma sobrevivente do naufrágio.

- Será que ela sabe quem são os pais dela?

As duas encararam a pequena, que lhes sorria sem parar. Era desesperadamente fofa, contudo não parecia ter a resposta que desejavam. Hora da próxima pergunta.

- Então...qual o seu nome? - Jasper questionou, revezando com Lápis quanto a quem a segurava. Mais uma vez, sem resposta.

- Você sabe seu nome, não sabe, meu amorzinho? - Lápis afastou uma mecha dos cabelos rebeldes e volumosos da criaturinha, insistindo na pergunta. A pequenina continuou em silêncio.

- Parece que não.

A menininha ficou as observando, desta vez esperançosa, ao invés de sorridente. O que ela poderia estar querendo?

- Se fosse nossa, eu chamaria de Malaquita. - Lápis associou a cor da roupinha dela ao seu próprio histórico com Jasper.

- Lalaquita. - A pequenina repetiu. Sua dificuldade em falar o nome só fez as duas babarem ainda mais.

- Acho que deveríamos cuidar dela...sabe, caso os pais dela apareçam. E se não aparecerem, melhor ainda, assim ela pode ser nossa filha. Inclusive já temos uma possível pedra para ela usar no colar dela... - Jasper se sentiu culpada por sugerir isso torcendo para que os pais nunca voltassem.

A pequenina chamou a atenção das duas com um bocejo, e seus olhinhos logo começaram a se fechar. Ela provavelmente teve uma noite agitada em alto-mar.

- Quelo mimir. - Reivindicou a pequena Malaquita.

- Vamos levá-la para dentro. - Lápis pediu, observando Jasper assumir uma postura pensativa.

- Ela pode dormir conosco hoje, e para amanhã construímos uma caminha com a madeira daquela nossa cama que quebrou semana passada... – Jasper já fez planos, com os olhos brilhando de ansiedade.

- É uma ótima ideia.

Lápis e Jasper se olharam com carinho e, ainda, certa surpresa. Seria difícil absorver as novidades recentes...agora elas tinham uma filha!

As duas caminharam na direção da fazenda, com a pequena Malaquita nos braços de Jasper e Lápis abraçando a esposa pela cintura. A menor logo já começou a se perguntar se seriam boas mães.

- Quando ela crescer, vou ensina-la a pescar. – Lápis comentou, observando um sorriso ousado surgir nas feições da loira.

- E eu a atirar. – Os olhos de Jasper se encheram de emoção ao imaginar. Ela poderia ensinar à FILHA suas habilidades. Não que Malaquita fosse precisar, mas ela queria passar seus ensinamentos mesmo assim.

- Por que será que isso não me surpreende?

- Ela tem que ter um charme perigoso também!

- Se ela tiver o seu charme, vai conquistar muitos corações.

- E se for tão linda quanto você, mais corações ainda.

Lápis corou, fitando, focada, no olhar provocante da maior. Jasper então a surpreendeu, segurando a sua mão e puxando Lápis para perto de si, beijando-lhe em sobressalto.

- Eu te amo, Lápis. – A loira olhou solenemente nos olhos azuis de sua amada, sentindo seu estômago se remexer de desejos como da primeira vez que a viu.

- Eu também te amo, Jasper. – A garota de cabelos azuis agarrou-se aos cabelos da maior, coisa que a pequena Malaquita imitou.

- Não, eu amo você!

- Eu que amo você!

- Amo vocês. – A pequenina chamou a atenção das duas para si, fazendo as duas sorrirem em satisfação e completude. Ela era melhor que qualquer tesouro que pudesse ter vindo do naufrágio.

E o casal e sua filha, cujo futuro era empolgantemente incerto, foram para casa. Jasper e Lápis, uma vez mais, sentiram que seriam felizes por todo o tempo que o futuro permitisse. E o futuro certamente seria generoso com elas.

Observando a cena ao longe, um urubu as observava. As coisas estavam como tinham de ser, e seu papel fora cumprido. E com um sopro de vento, a ilusão que formava seu corpo desapareceu. E as três juntas, naquela pequena ilha repleta de melancias, trilhariam o caminho da felicidade...uma felicidade que surgiu nos confins mais inóspitos do Oeste Selvagem.


Notas Finais


Adeus, meus unicórnios de pijamas <3 <3 <3
Obrigada por tudo! :3


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