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História War Hero - Especial - A lua e a rosa


Escrita por: mkcssr

Notas do Autor


Olha eu aqui, não disse que teria capitulo extra? Pois está aqui e bem grandinho por sinal, então tenham paciência comigo, pois deve ter bastante erros, mas nada que possa incomodar vcs, eu acho ahsuhaushas

Espero que vocês gostem do capitulo, pois tentei agradar todo mundo e se puderem ouvir a musica The War de SMYL no repeat tornaria a experiencia de vocês bem mais interessante, pode ser tbm Where's my love que também é de SMYL, são musicas lindas e emocionantes, principalmente depois de que se sabe a tradução, então se puderem vê-las antes de começarem a ler será melhor ainda, claro, isso eu digo se vcs forem ouvir a musica né husahushuash

Bom, eu li todas as mensagens e fiquei muito feliz com o retorno de minha pergunta s2
Eu sabia que teria gente comentando, mas não tantas, por isso obrigada, vocês são fodas ^^


Ah, quero agradecer a @Menina100Ideia que é muito minha amiga e sempre cobra atualizações de minhas fics e também a @xoluvsica que fez um textão no ultimo capitulo dessa fic que me deixou animada para trazer um capitulo extra, mesmo eu tendo demorado tanto tempo para isso hauhsuahs


Ah, e um recado a um serumaninho chamando @Keri-kun que insiste em me chamar de nonna: Para '-' hsuahushuashuahs brinks

boa leitura a todos s2

Capítulo 20 - Especial - A lua e a rosa






Se eu soubesse que quando eu saísse daquele bar cometeria o pior erro de minha vida, eu não teria fugido de casa. Se eu soubesse que eu iria perder o amor da minha vida, eu não teria brigado com meu pai por ele ter substituído a mamãe... mas eu não prevejo o futuro, então como minhas magoas foram afogadas na bebida, e já que eu não estava mais com tanta raiva, eu poderia voltar para casa... mas por que não fui de taxi? Como não vi aquele carro passar? Por que não fiquei para ajudá-la?! Como um erro meu conseguiu mudar a vida de uma completa desconhecida entregando-a a morte dessa maneira tão cruel? Lamentar não vai trazer a Taeyeon de volta para mim, dizer que se eu pudesse voltar no tempo e que faria tudo completamente diferente não vai cessar a dor e o sofrimento que provoquei a ela e sua família. Nada pode mudar isso, nada pode me mudar, pois ainda tenho a covardia de não dizer a verdade.

Eu não merecia a Taeyeon e continuo não merecendo, mas sou egoísta demais ao ponto de querer vê-la mais uma vez e se essa for a única maneira que eu consiga isso, irei fazê-lo sem me importar com mais ninguém.

- Por que parou o carro? – Yuri pergunta.

- Aqui foi onde tudo começou Yuri... – Inclino meu corpo para observar o céu, já está escurecendo, foi quando tudo aconteceu. Estava dessa forma, ainda tudo nítido, mas naquele dia eu não conseguia ver...

- Do que está falando? – Olho-a por alguns instantes. Yuri me olha confusa, seu rosto ainda está inchado, ela deve ter chorado por horas. Não, eu não deveria ter trazido ela...

- O pouco que me lembro, aparece em minha cabeça quase todas as noites... eu estava nessa caminhonete vindo dessa estrada, eu deveria ter bebido muito para não ver um carro passar praticamente em minha cara, mas eu não me lembro se eu estava correndo, só sei que não pisei no freio, nem quando já estava tarde demais. O carro deles voou para fora da estrada e eu não fiz nada, só observei ele começar a pegar fogo... eu provavelmente estava em choque, por isso não desci do carro e muito menos chamei a polícia. Mas então ouvi um pedido de ajuda, foi como estalo mental me deixando de uma hora para outra desesperada, eu saí ainda tonta até o carro capotado, eu ouvi uma garotinha gemer, então eu tentei abrir a porta do carro, obviamente eu não consegui, então peguei a primeira coisa que vi pela frente e acabei com uma das janelas. Eu avistei a garotinha, havia um galho de madeira atravessado em seu abdômen, acho que ela estava quase desmaiando, por isso não gritou quando tirei aquilo dela. Enquanto eu a arrastava para fora do carro, eu vi o pai dela, eu não podia fazer nada por ele, sua cabeça havia sido arrancada... houve uma explosão, consegui proteger a garotinha e quando ela começou a perguntar pelo pai dela, a ficha finalmente caiu. Eu tinha matado um homem e deixado uma garotinha a beira da morte, o medo me tomou, eu já não sabia mais o que fazer, minha cabeça girava e eu não conseguia mais pensar direito, eu estava fora de mim! E-eu chamei uma ambulância enquanto a garotinha chorava pedindo para que eu a ajudasse, quando finalizei a ligação eu me levantei e fui embora, e-eu não queria deixá-la lá, mas eu tinha... não, nada que eu diga aqui servirá de desculpas pelo que fiz a Taeyeon. – Fito os anéis em minha mão esquerda. Você era minha lua Taeyeon e eu sua rosa, como pude deixar nossos papeis se inverterem? Algumas lagrimas caem sobre minhas mãos, respiro fundo voltando meu olhar a Yuri, seus olhos estão arregalados, sua respiração mais pesada e ela me fita assustada. Sua reação não me afeta, a única que eu me importava não está mais aqui... olho para trás e procuro minha bolça, pego-a colocando-a em meu colo. É agora Tiffany...

- Taeyeon sabia disso? – ...

- Ela descobriu da pior maneira possível, Yuri...

- Aonde vai? – Ela segura em meu braço assim que tento sair do carro.

- Para onde posso ir? Estamos no meio do nada. – Digo me soltando dela. Não sei se ela está com raiva ou decepcionada comigo, mas ela não insiste e me deixa sair, tendo um olhar vago e ainda chorando, ela me fita enquanto fecho a porta do carro. Os faróis da caminhonete estão acesos, por isso consigo enxergar melhor, caminho até o estrago feito a mais de quatorze anos atrás, ainda à tocos de arvores que foram quebradas no acidente e em meio a elas a uma cruz em memória ao pai de Taeyeon.

Tiro de minha bolça uma Magnum calibre trinta e oito, deixo a bolça deslizar por minha mão logo caindo no chão, aponto a arma para a minha cabeça. Mal consigo segurá-la por estar tremendo. Vamos, não seja covarde pelo menos uma vez na vida e atire.

 

Você deveria ter morrido no acidente,
tudo seria diferente, mais fácil e menos doloroso,
então atire.

 

- Hey Tiffany! - ...

 

Taeyeon lhe espera do outro lado.

 

- O que está fazendo?!

 

Atire

 

- TIFFANY NÃO-

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Dois passos para trás, um olhar desesperado, um pedido de ajuda, não para ela, nunca foi por ela e sim pela sua família e então, simplesmente assim, como uma forte tempestade arrastando tudo que vê pela frente, eu perco uma amiga, uma grande amiga... foi tudo tão rápido, em uma noite jurávamos uma pela outra que cuidaríamos de nossas famílias se caso acontecesse algo com uma de nós, mas acredito que, pelo menos para mim, eu não imaginava que o desejo de vê-la quando tudo acabasse seria tão grande. A necessidade de que tudo aquilo fosse um pesadelo, de que no outro dia iria vê-la seria esmagadora em meu peito. Em questão de segundos um ato pode traçar o final de uma vida e mudar completamente a vida de outros... nunca foi tão doloroso saber que estou viva enquanto uma amiga foi deixada para traz, sozinha, com uma pistola em mãos para tirar a própria vida, por que fomos tão cruéis? E se tivesse como salvá-la? Por que não ficamos e tentamos tirá-la de lá?! Por que a vida dela vale menos que a de outra pessoa?! Por que fui tão covarde?! Por que não ignorei os pedidos dela para que parasse, para que fossemos embora, para que cuidasse de sua família?! Por que não disse a ela que eu não precisava fazer nada, porque ela iria voltar, ela iria ver sua família mais uma vez, que não iriamos desistir dela! Qualquer coisa... naquele momento, quando ela estava caída no chão sem poder mover as pernas, Tiffany, eu, Mike, Sooyoung, Caio, Dylan, nós! Nós deveríamos ter sido o que Taeyeon sempre foi, corajosa, alguém que não tem medo de enfrentar o perigo para proteger seus colegas de trabalho, mas em vez disso, deixamos que Taeyeon fosse o que ela realmente é, alguém que daria a vida por seus amigos, por sua família...

Agora não importa mais, ela se foi, lamentações só aumentam a dor, uma dor merecidamente eterna a cada um de nós... e uma dor que Hyuna e Hayeon não mereciam ter. A dor de viver o suficiente para ver a própria filha partir, a dor de ter a própria irmã arrancada de seus braços sem poder fazer nada, mas acima de tudo a dor de acordar todos os dias e saber que Taeyeon se foi, mas se quer teve o direito de ter o seu devido descanso...

Dois anos se passaram, tanta coisa mudou, Tiffany iniciou o tratamento para sua paralisia decorrente do tiro que levou no abdômen, felizmente, depois de um ano e meio ela já estava andando. Ela também renunciou seu cargo se aposentando permanentemente. Eu também renunciei o meu e me demiti do exército, percebi que meu sonho de ser militar não valia mais do que poder ver minha mulher todos os dias, de ter quase a certeza que verei minha filha se formar em direito, como ela mesma diz. Agora tenho uma pequena cafeteria em Miami onde moro atualmente, então mesmo tendo uma renda não tão significativa, não sinto arrependimento por ter tomado essa decisão. Sooyoung, Caio e Dylan continuam sendo militares agora liderados por Mike junto a mais treze soldados. Foram poucas as vezes que nos reunimos durante esses dois anos, na verdade, Tiffany é a única que não mantenho contato, ela se isolou de tudo e de todos, a última vez que recebi notícias dela foi quando me encontrei com Sooyoung e Sunny comentou sobre sua evolução na fisioterapia.

Durante esses dois anos, apesar de tudo que aconteceu, uma coisa continuou a mesma, a obrigação de dar o merecido descanso a ela, de fazer o mínimo por Hyuna e Hayeon... e finalmente um ano e dez meses depois, finalmente recebi a notícia de que Taeyeon vai poder descansar em casa, em sua cidade, ao lado de seu pai.

Apesar de não fazer mais parte do exército, Mike fez questão de me manter informada sobre tudo relacionado a Taeyeon. Seus restos mortais foram encontrados no meio do deserto iraquiano junto a centenas de outros corpos, se ela não estivesse consigo o seu pingente de identificação, seria praticamente impossível reconhecê-la, pois além do tempo, seu corpo foi encontrado com marcas de violência, sem partes de seu corpo, como sua perna direita, dedos e orelhas. Saber disso arrasou comigo, toda a dor da perda que senti anos atrás veio à tona com mais força, por isso desejei que fosse um engano, que não fosse realmente ela, mas depois de alguns dias, após exames de DNA, foi mais do que confirmado que Taeyeon sofrera tortura por meses e morrera com um tiro na cabeça.

Hyuna precisava saber, eu mesma precisava contar a ela, então logo após receber a notícia, peguei o primeiro avião para Nova Jersey. As lembranças daquele dia ainda se fazem presente em minha mente todas as noites antes de dormir. Eu não sabia como dizer a ela, não sabia se iria suportar sua reação, não sabia como seria para mim dizer para uma mãe que encontramos o corpo de sua filha e que agora ela poderia descansar em paz. Eu não consegui dizer, eu apenas chorei e chorei, meu coração doía tanto, eu não conseguia me manter forte perante aquela situação. Meus últimos momentos com Taeyeon gritavam em minha cabeça todas as vezes que eu olhava nos olhos daquela pobre mulher e ela chorava comigo como se soubesse o motivo pelo qual eu estava ali, ela me abraçou, a dor só aumentou pois foi como se eu estivesse abraçando minha amiga, eu pedi perdão em meio aos meus soluços, em meio ao vazio em meu coração, Hyuna tentava me consolar, tendo a força que eu deveria ter... Em certo momento eu já não chorava, não possuía mais lagrimas, apenas dor e um vazio, uma sensação de que falhei com elas, pois não cumpri com a única coisa que Taeyeon me pedira, o que prometemos uma a outra.

 

Você só precisava cuidar da família dela Yuri,
mas nem isso você conseguiu cumprir.

 

Quando eu já estava melhor, prometi para Hyuna que faria de tudo para que Taeyeon voltasse para casa o mais rápido possível, ela sorriu, uma mistura de tristeza e alivio, agradeceu por tudo e pediu para que eu voltasse mais vezes, eu só conseguia assentir para tudo, pois sabia que se eu abrisse a boca, eu não aguentaria e as lagrimas voltariam a cair. Nós nos despedimos, desejei melhoras para Hayeon e que apesar de estar longe, se precisassem eu estaria ali por elas.

Nesses dois meses resolvi tudo para que Taeyeon pudesse voltar para casa sem complicações, Sunny mexeu alguns pauzinhos para que isso ocorresse em poucos meses, ela também fez questão de que Taeyeon recebesse um funeral merecido sendo arcado pelo exército militar estadunidense, o mínimo que poderíamos fazer por ela...

 

 

- Amor. – Jessica chama minha atenção. – Já chegamos. – Ela avisa acariciando meu rosto, a castanha sorri para mim, faço o mesmo e deixo um breve selar em seus lábios. – Vamos... – Ela segura minha mão se levantando, a acompanho e esperamos alguns passageiros passarem para assim podermos acordar a Krystal que ainda dorme no assento ao lado. – Hey, acorda pequena, já chegamos. – Jessica diz balançando de leve o ombro da menor, ela reclama mudando de posição, rio afagando seu cabelo.

- Krys, acorda. – Pego sua mochila colocando-a em minhas costas. Krystal logo se espreguiça nos olhando ainda sonolenta, ela pega seus pertences e se levanta. Ainda cansadas da viagem, pegamos nossas malas e chamamos um taxi, dando a eles o endereço da casa de Hyuna. Jessica achava melhor que ficássemos em um hotel, mas Hyuna insistiu tanto para que ficássemos em sua casa, que não tínhamos como negar. É estranho, parecesse que tudo está mais devagar, um pouco mais sombrio, o tempo está nublado deixando tudo mais triste, pois o enterro será hoje às dezessete da tarde. Não teve trafego algum, mas ainda assim parecia uma eternidade o caminho do aeroporto para a casa de Hyuna, e quando finalmente chegamos, ela nos recebeu com um sorriso, mesmo nitidamente abatida. Ela nos ajudou a levar nossas malas para o segundo andar, indicou o quarto que iriamos dormir, deixando Jessica e eu a sós levando Krystal para cozinha, pois ela estava com fome e não queria nos esperar ou ao menos trocar de roupa.

Quando abri a porta, ao ver onde estava, eu estremeci, aquele era o quarto de Taeyeon, Hyuna não precisava dizer, tudo que estava nele lembrava-me Taeyeon, mesmo conhecendo-a e convivendo com ela apenas no exército.

Esse lugar me passa a sensação que ela me dava, conforto, segurança, mesmo nas piores situações. Caminho até sua cama. Hyuna resolvera deixar tudo intacto? Como queria estar aqui por outro motivo, só esperando Taeyeon terminar de se arrumar para podermos sair e beber, rir e contar nossas histórias quando mais jovens... esse sempre fora o nosso plano, de que um dia ela iria pagar uma bebida para mim e que adoraria experimentar o meu café que não fosse feito com o que tínhamos na base, café que mais parecia terra... nós riamos tanto por causa disso... eu me arrependo tanto! Se eu pudesse voltar no tempo, eu voltaria, mas não posso! Não posso ter ela ao meu lado de volta...

- Hey... – Jessica segura em meu rosto, seus olhos estão semicerrados, lagrimas caem dos mesmos.

- Ah meu Deus... – Jessica me abraça deixando com que eu chore em seus braços. – Eu sinto tanto a falta dela Jessica. – Desabafo apertando-a contra mim. – Eu me sinto tão culpada! Poderíamos tê-la salvado! Mas escolhemos a nós mesmos! – Eu não entendo, o que adianta servimos a pátria se deixamos para trás alguém que realmente merecia viver?!

- Não diga isso Yuri! Não é verdade! – Jessica bate em minhas costas. – Você sabe que foi a pedido dela, ela sabia que não tinha mais salvação, teria sido pior, todos poderiam ter morrido.

- Mas se tivéssemos ficado? E se tivesse um jeito de salvá-la? Nem sabíamos quantos estavam vindo naqueles carros, caramba! E se tivéssemos dado conta?! Ela estaria aqui Jessica! Não iriamos precisar ir a mais um funeral, Hayeon não es-

- Taeyeon ficaria tão triste em te ver assim. – Hyuna me interrompe nos assustando, Jessica se separa de mim e assim encaro a mais velha, ela está na porta nos observando, seus olhos estão marejados, mas em seus lábios há um sorriso. Ela lentamente caminha até a escrivaninha presente ali. – Taeyeon já falou sobre o pai dela pra vocês? – Ela pergunta parando ao lado de um porta retrato, ela o pega impedindo que eu o veja. – Ele era tão teimoso, a maioria de nossas brigas era porque ele teimava em estar sempre certo, mas eu também nunca fui uma pessoa compreensiva, ao contrário de Taeyeon... as vezes me perguntava se não tinha pegado o bebê errado na maternidade, bobagem minha não? – Hyuna ri negando com a cabeça. – Ela era um verdadeiro anjo em nossas vidas, os coleguinhas dela chamavam-na de frouxa, pois sempre cedia por qualquer coisa, não gostava de brigas, muito menos de discursões, uns até se aproveitavam da boa vontade dela. Eu até tentei fazer com que aquela menina aprendesse a dizer não, ser mais rígida, não deixasse se abalar, fosse mais persistente. Aah, eu era uma tola mesmo... Taeyeon não gostava de brigas pois preferia resolver com as palavras, não discutia com ninguém já que sabia ouvir a todos, já ceder... essa não é a palavra certa, ela mais preferia acreditar na bondade das pessoas, mesmo que isso a deixasse cega, porém, isso não fazia com que ela fosse frouxa, na verdade, fazia com que todos a quisessem por perto, que mesmo não tendo terminado a escola, ou virado doutora, era um exemplo de pessoa, por sua determinação, coragem e mesmo sofrendo, ela não reclamava do que tinha, eu não conheço ninguém que tivesse um sentimento ruim por ela, todos a adoravam. – Hyuna se senta ao meu lado, mostrando a mim a fotografia onde ela, Taeyeon, Hayeon, quando era apenas um bebê, e o Sr.Kim estão sentados em um sofá, sorrindo, Taeyeon brincando com o cabelo da mãe e Hayeon que parece estar dormindo no colo de seu pai. Rio ainda chorando... – Taeyeon não era de falar sobre as amizades dela, tanto que fui descobrir que ela estava namorando porque Tiffany apareceu em minha casa, mas eu percebo o quanto ela foi importante para você, e imagino que tudo que eu acabei de falar, também seja uma verdade ao seu ver. – Ela diz em um tom divertido. Assinto rindo, limpando minhas lagrimas, sinto Jessica me abraçar de lado, olho-a e vejo minha mulher sorrir, também chorando, para mim, beijo sua bochecha retribuindo o abraço. – Não se lamente pelo que aconteceu, Taeyeon fez a escolha dela, e apesar de preferir uma filha covarde e viva, ela foi inteligente para saber o que estava em jogo. Você ainda precisa viver para cuidar de sua filha, de sua mulher. Taeyeon tinha a mim e a Hayeon, mas eu sou bem grandinha para cuidar de mim mesma, não é? E já estava na hora deu tomar a função de mãe mais uma vez, não cometer o mesmo erro e ser a mãe que a Taeyeon merecia para a Haeyeon. – Hyuna não aguenta e desaba. – T-temos que fazer com que tudo que Taeyeon fez por nós vala apena. – Ela diz entre suspiros.

- Papa. – Krystal aparece no quarto.

- O-oi meu bem. – Recomponho-me sorrindo para minha princesa.

- O que aconteceu? Por que estão chorando? – Ela pergunta se aproximando confusa.

- Nada não Krys. – Jessica se levanta também se recompondo. – Já almoçou? – Ela pergunta.

- Não, estava brincando com o Ginger. – Ela diz.

- Humm, vamos tirar essa roupa, aí almoçamos todos juntos. – Jessica diz indo até nossas malas.

- Sua filha é uma graça... – Hyuna comenta sorrindo.

- Obrigada... – Digo observando minha mulher e minha filha interagindo. – B-bom, e onde está a Hayeon? – Pergunto.

- Já deve estar chegando, todas as sextas o grupo de apoio sai com os velhinhos para o parque.

- Ela teve alguma recaída nos últimos meses? – Pergunto ansiosa. Depois que Taeyeon se foi, Hayeon voltou a usar drogas, mas depois de ter tido uma over dose ano passado, Hyuna internou-a em um hospital terapêutico. Foi mais um momento difícil para elas, depois de seis meses Hayeon já apresentava melhoras, Hyuna então decidiu tirá-la de lá, mas agora Hayeon faz parte de um grupo de apoio para não ter o risco de ter uma recaída, ela até pensa em fazer faculdade. O único medo que tenho é que ela não aguente ir ao funeral da irmã...

- Felizmente não. – As palavras de Hyuna me aliviam. – Sabia que ela está namorando? – Ela pergunta divertida. – Esses jovens de hoje... no meu tempo, na idade dela, o máximo que podíamos fazer era pegar na mão, já hoje, só falta-

- Sabemos Hyuna. – Jessica a interrompe tampando os ouvidos da Krystal, dizendo de uma maneira divertida. Rio me levantando.

- E seus amigos, quando vão vir? – Hyuna pergunta.

- Acho que eles não vão vir para almoçar, mas acredito que antes das três eles estejam aqui. – Digo olhando meu relógio de pulso.

- Bom, vou deixar vocês as sós, e aproveitar para esquentar a comida que acho que já está fria. – Hyuna diz saindo do quarto fechando a porta do mesmo.

Pegamos nossas roupas, Krystal e Jessica tomaram banho juntas para agilizar no tempo, depois foi minha vez. Com isso, descemos e almoçamos junto a Hayeon que chegou um tempo depois. Foi bom vê-la melhor, seu estado físico já não era como da primeira vez que a vi, antes ela estava magra demais, os traços de seu rosto eram fortes, dando-a uma aparecia sofrida e mais velha do que ela realmente é, sua saúde mental também era fraca, agressiva e retraída, mas agora, ela está exatamente como Taeyeon a descrevia para mim, bonita, bochechas rechonchudas, branquinha como a neve, rosto de bebê, uma magreza saudável e claro, com um sorriso, que mesmo triste pelo dia de hoje, ainda sim é sincero. Acredito que ela foi a que mais sofreu com tudo isso, não existem palavras para explicar o quanto eu sinto por tudo, então saber que ela está melhorando me faz me sentir menos pior...

Krystal e Hayeon se enturmaram bem, tanto que quando fomos perceber, Hayeon já brincava com minha pequena junto ao Ginger no quintal. Foi uma boa distração para mim enquanto eu esperava meus amigos chegarem. Mike e os outros estavam demorando demais e com eles irá chegar o caixão de Taeyeon. Eu estou ansiosa, todo esse capitulo de nossas vidas irá acabar, nós finalmente poderemos recomeçar nossas vidas, mas faltava alguém e apenas isso não se encaixava. Por que Tiffany não irá vir? Eu sei o quanto ela a amava, eu presenciei tudo, seu sofrimento e ela finalmente poderá ficar em paz sabendo que ao menos Taeyeon voltará para casa, então por quê? Nós perdemos contato, mas não foi por falta de insistência minha, ela que simplesmente deixou tudo e se isolou... eu realmente não entendo e não posso deixar de tentar mais uma vez e é por isso que estou ansiosa. Mike e eu combinamos de convencê-la a vir, além de entregar algo precioso para ela, mas eu não posso esperar mais, Tiffany precisa estar aqui.

 

~~~~~~

 

Conversei com a Jessica antes de tudo, ela me compreendeu e disse que me ligaria quando eles chegassem, então pedi um uber, poucos minutos depois eu já estava a caminho da casa dos Hwang’s.

- Olá Yuri. – A Sra.Hwang diz sorrindo brevemente. Eu já os visitei algumas vezes, todas tentativas falhas de tentar conversar com Tiffany, ela não se trancava dentro do quarto ou não permitia minha presença na casa, Tiffany apenas ficava na varanda olhando para a floresta, sem dizer completamente nada, como se nada além dela existisse. – Entre. – Ela me dá passagem, agradeço com um aceno e entro. No final do corredor vejo o Sr.Hwang de terno. Acho que eles já estão se preparando para o velório, talvez isso signifique que Tiffany- Como está a Hyuna, minha querida? – A Sra.Hwang pergunta tocando em meu ombro.

- Levando como pode dona Helena. – Digo sorrindo fraco.

- Me chame apenas de Helena. – Ela diz retribuindo o sorriso. – Sente-se, vamos tomar um chá...

- Eu agradeceria, mas eu preciso falar com a Tiffany. – Digo um pouco sem graça. – Onde ela está? – O Sr.Hwang se aproxima com uma afeição rígida.

- Ela não mora mais aqui Yuri, nós insistimos para que ela ficasse, mas ela queria espaço, então... – A Sra.Hwang diz servindo um pouco de chá para si.

- Sim, mas podemos dar o endereço dela, talvez você possa convencê-la a ir fazer o mínimo que Taeyeon merece. – Leo aparece me provocando um leve susto. Eu nunca gostei dele, sei que ele não tem nenhuma ligação com a Taeyeon, mas esse rapaz nunca demostrou nenhum sentimento pelo sofrimento da irmã com a perda. Confesso que muitas vezes olhá-lo me dá ânsia de vomito, mas desta vez ele me deixou intrigada. Da maneira que ele fala, é como se Tiffany devesse algo a Taeyeon, mas de todos nós, ela foi a que  mais lutou para salvá-la...

- Eu iria agradecer. – Sorrio o suficiente para não ser mal-educada. Leo sorri de uma maneira estranha, ao ponto de me incomodar, o mesmo vai até a bancada da cozinha e anota o endereço da nova casa da Tiffany, agradeço-o de forma breve, me despeço dos três junto a Michele que por uns instantes aparecera na sala, e por último agradeço o comparecimento deles no funeral. Com isso peço ao motorista, que me esperava, seguir o endereço escrito no papel. Meia hora depois estávamos na área nobre de Nova Jersey separada dos bairros urbanos e comerciais. Nesse meio tempo, recebi uma ligação da Jessica, ela me dissera que já estava tudo pronto, pedi para que começassem sem mim, mas Hyuna descobriu o motivo da minha ausência e estava esperançosa de que Tiffany vá já que ela sabia o quanto Tiffany foi importante para Taeyeon. Sim, Hyuna não sabe que um pouco antes de executarmos aquela maldita missão, Taeyeon e Tiffany já não estavam mais juntas, não me permiti avisá-la e continuarei assim se for a preferir da Tiffany.

O carro parou de frente a última casa do condomínio, ela é grande, com estilo típico americano de classe social média alta. Na frente há uma caminhonete vermelha estacionada, peço para que o motorista me espere, saio andando em direção a casa e assim que piso no gramado alto, sinto uma sensação estranha. Ignoro-a, talvez seja meu nervosismo, não quero falhar mais uma vez. Toco a campainha e aguardo, alguns minutos se passam e eu retorno a apertar o botão agora gritando o nome da Tiffany. A hipótese de ela não estar no momento se esvai quando escuto barulhos do lado de dentro da casa. Insisto gritando seu nome mais uma vez e batendo na porta, mas minutos se passam e então resolvo rodear a casa. As portas de trás estão trancadas, minhas últimas esperanças estão nas janelas, por sorte uma delas está aberta e por ela eu entro na casa. Mais uma vez sinto aquela sensação estranha invadindo meu corpo, caminho pela casa a procura de Tiffany. O lugar quase não tem mobílias, vou na cozinha, sala, banheiro, nada da presença dela. Subo as escadas do segundo andar, escuto alguns barulhos me dando a certeza que ela está aqui.

- Tiffany. – Chamo-a abrindo uma das portas dos cômodos. – Tiffany, onde você está? – Pergunto abrindo mais uma porta. Nada. Nenhum dos cômodos que eu abri até agora possui mobília. – Tiffany... – Paro de falar ao escutar múrmuros, demoro um pouco para descobrir de onde vem, continuo abrindo as portas até encontrar Tiffany sentada em uma cadeira virada para uma janela. Ao entrar no quarto, percebo que o mesmo parece ser de uma criança de dez à doze anos, um garoto, presumindo pelos brinquedos e a cor do quarto em si. Me arrepio sentindo aquela mesma sensação estranha. – Tiffany... – Me aproximo da castanha que fita a janela com uma expressão vazia. – Tiffany, eu vim te buscar... – Digo tocando em seu ombro, ela nada diz, como das últimas vezes que a vi, ela encara o que tem lá fora com um olhar vago como se estivesse esperando alguma coisa. – Todos querem a sua presença lá, por favor... – Meus olhos marejam ao lembrar de Taeyeon. – E sei que Taey-

- Sabe de quem era essa casa? – Tiffany pergunta me deixando surpresa, sua voz sai rouca e falha, como se tivesse acabado de chorar.

- Não... – Nego um pouco confusa. Como eu iria saber?

- Ela costumava esperar olhando por essa janela...

- Quem esperava o quê? – Pergunto preocupada.

- Taeyeon, ela sempre o esperava sentada nesse sofá... mas ele nunca veio. – ...

- Então essa era a casa dela? Quem ela esperava?

- Está vendo aquele ursinho ali? – Tiffany aponta para as almofadas do sofá e entre elas a um ursinho de pelúcia de aparência velha. – Fui eu que dei para ela sabia? Bom, ela não, claro, eu tinha colocado junto com todos os presentes de apoio que os amigos delas deram a ela depois do acidente. Taeyeon o adorava, o levava para todo canto, era fofo, ela tinha um ciúmes desse bicho... eu não sei o que aconteceu, de uma hora para outra ela já não gostava mais dele, acho que ela deixou de ser criança, para ser uma adulta. Pena que isso aconteceu cedo demais.... – ...

- Tiffany, você a conhecia antes do exe-

- Sabia que ela só tirava A na escola? Aposto que Hyuna sentia muito orgulho dela, pena que Taeyeon teve que largar os estudos, ela tinha um futuro brilhante... – Eu não estou entendo, Tiffany já conhecia Taeyeon? Taeyeon já a conhecia? Por que elas não nos contaram antes?

- Por que está me contando tudo isso, Tiffany?

- Às vezes Taeyeon ia sozinha para o recreio, ela ficava olhando pros lados como se tivesse feito algo de errado, ela sempre carregava consigo uma lancheira de metal do hotwheels, nesses dias ela o protegia como se tivesse um diamante dentro. Ela sorrateiramente corria para o meio das arvores e sentava em cima de um grande toco de carvalho, ela dava mais umas olhadas para os lados, só pra verificar mesmo se não tinha ninguém a seguindo e então sorria com a língua entre os destes para si mesma. Mas quando ela abria a lancheira, os amiguinhos dela brotavam até da mata atrás dos doces dela, sim, ela só agia assim quando tinha doce como lanche. Ela esperneava e gritava indignada por ter falhado mais uma vez, bom, eles a pegavam sempre na melhor parte e ela quase nunca conseguia comer os seus doces pois seus amigos acabavam com tudo em poucos segundos. Era engraçado, ela inflava as bochechas toda emburradinha, confesso que até dava pena, mas isso não durava quase nada, segundos depois ela já estava rindo das graças que seus amigos faziam.

- Tiffany-

- Eu a amava tanto Yuri... – Ela diz me interrompendo, engulo em seco, resolvo apenas esperar que ela continue. – Taeyeon foi a melhor coisa que já aconteceu em minha vida... mas se eu soubesse que minha presença na vida dela lhe daria esse fim, eu não teria bebido aquela noite... – Bebido? Do que ela está falando?

- Tiffany, você não tinha como saber-

- Não, eu realmente não tinha como saber, só que eu tive tantas chances de libertá-la, tantas chances explicitas e eu apenas ignorei... meu egoísmo a matou e está me matando a cada dia. – Sua voz fica embargada. Passo minhas mãos em meu rosto limpando o mesmo, respiro fundo procurando forças para dizer alguma coisa.

- Todos nós tivemos chances de salvá-la Tiffany, todos somos culpados... – Um bolo se forma em minha garganta me dando ânsia de mim mesma.

- Eu vou me arrumar, preciso estar bonita para me encontrar com a Taeyeon. – Tiffany se levanta se virando a mim e sorrindo fraco. Sorrio aliviada, Hyuna irá ficar feliz com a presença dela, todos nós iremos. – Você veio sozinha? – Ela pergunta andando para fora do quarto.

- Não, a um carro nos esperando. – Digo acompanhando-a a passo lentos.

- Se importa de ir na frente? Eu gostaria de ficar um pouco sozinha antes de ver todo mundo de novo... – Ela diz sorrindo sem jeito. Bom...

- C-claro, e como vai para lá? – Pergunto coçando minha nuca.

- Minha caminhonete, ela é um pouco velha, mas ainda consegue rodar por aí. – Tiffany brinca. É estranho vê-la sorrindo, conversando descontraída dessa forma, não parece a mesma de minutos atrás, mas sinto que não irei demorar a me acostumar com seu velho jeito mais uma vez.

- Sabe onde é? – Pergunto.

- Sei sim, meus pais me deram o endereço. – Ela diz sorrindo fraco me acompanhando até as escadas. Descemos pela a mesma e Tiffany me leva até aporta. Me viro a ela e meio receosa a abraço.

- Eu espero muito que você vá. – Reforço mais uma vez.

- Não se preocupe, eu vou comparecer.

- Tiffany. – Dou meia volta lembrando de uma coisa. Ela estava quase fechando a porta, mas assim que me escuta para seus movimentos.

- Sim. – Ela diz confusa.

- Eu tenho uma coisa para te dar. – Digo me aproximando dela.

- E o que é? – Tiro de meu bolço um pequeno embrulho que recebi há um mês atrás de Mike, mas só agora tive a oportunidade de entregar à ela, lhe entrego o mesmo e espero ela abri-lo, meu coração se aperta assim que seus olhos marejam.

- Eles encontraram isso com ela, não é surpresa para ninguém que Taeyeon realmente te amava. – Digo isso com certa dificuldade para me manter firme. As lagrimas começam a cair de seus olhos e ela aperta o anel em formato de meia lua em sua mão. Tiffany me olha e sorri fraco.

- Obrigada Yuri.

 

~~~~~~~~

 

Cerca de meia hora depois eu já estava na casa da Hyuna, a mesma junto a Hayeon estavam ansiosas na espera de Tiffany, avisei-as que ela nos encontraria no velório. Cumprimentei Mike e os outros, Sunny também viera com Sooyoung, sua noiva há três meses. Ela junto a Mike, Sooyoung, Dylan, Steven e Caio estavam fardados, pois eles fizeram questão de participar da cerimônia, também conheci os amigos de Taeyeon, daqui da cidade. O clima na casa não era pesado, mesmo faltando minutos para o início do velório, todos estávamos acolhedores em uma mistura de saudades e tristeza. Todos nós estávamos controlando nossas emoções, até Sunny, ela que não tinha intimidade com Taeyeon.

Não tínhamos como enrolar mais, às quatro e quinze da tarde saímos da casa e junto a funerária fomos para o lugar onde acontecerá toda a cerimônia e o enterro. Quando chegamos na frente do cemitério, havia um batalhão militar a nossa espera junto a uma carroça onde o caixão será levado pelo resto do caminho.

Mike, Sooyoung, Caio, Dylan, Steven junto a mais três soldados tomam posição próximos ao carro fúnebre, Sunny começa a dar os comandos e assim o caixão é retirado do carro, sendo levado a passos sincronizados até a carroça. Jessica me abraça, olho para ela e sorrio tentando me controlar, quando vejo, Krystal está agarrada em minha cintura, afago sua franja e procuro Hyuna e Hayeon com os olhos, vejo-as abraçadas uma a outra ao lado dos parentes de Taeyeon e seu melhores amigos, suspiro evitando a todo custo derramar minhas lagrimas. Nós, civis, caminhamos pela estrada do cemitério ao lado da marcha fúnebre ao som do toque de silencio reproduzida pela banda da escola onde Taeyeon estudava. Procuro a presença de Tiffany, não a encontro, mas vejo sua família se aproximar de Hyuna e Hayeon, Leo me encara com aquele sorriso cínico. Ela não parece se quer se importar com a situação, sua presença é desgostosa.

Quando finalmente chegamos na parte do cemitério onde o caixão será enterrado, Mike e os outros posicionam o mesmo ao lado da cova, logo depois Sunny dá o comando para que sete deles se posicionem em linha reta na horizontal um pouco afastados de todos nós. Os sete, sincronizados, obedecem as ordens de Sunny apontando os rifles que carregam para cima. Vinte e um tiros são dados para o alto, realizando assim a salva fúnebre. Após isso o batalhão se reúne em fileiras retas ao lado esquerdo do caixão enquanto nós parentes e amigos ficamos na frente e ao lado do mesmo. O padre começa a orar por Taeyeon.

Meu coração de uma hora para outra se aperta, minha cabeça começa a se ocupar com lembranças relacionadas a Taeyeon. Volto a me sentir vazia, não me controlando mais, as lagrimas caem de meu rosto, Jessica aperta minha mão, quando olho para ela, a mesma também está chorando, a abraço de lado beijando o topo de sua cabeça, respirando fundo para que meu choro continue silencioso. O padre faz um pequeno discurso sobre Taeyeon, dizendo o quanto ela era querida por todos e que todos nós sentiremos sua falta. O padre não falara muito, pois Sunny lhe pediu a palavra.

- Olá a todos, sei que é triste o motivo pelo qual estamos aqui reunidos, mas eu gostaria de dizer algumas palavras de apoio e agradecimento para com sua filha senhora Kim... – Sunny ajeita a própria gravata um pouco receosa. – Hamham, bom, devo dizer que eu não era próxima dela, então talvez o que eu diga pareça pouco, mas com certeza é sincero. Taeyeon fora uma ótima soldado, corajosa, firme e companheira, apesar de que tenhamos convivido pouco, desde o momento que a vi percebi que poderia confiar minha vida a ela, mesmo não tendo a força física de um soldado mediano ou grandes habilidades, mas ela tinha algo que poucos possuem, ela tinha humanidade, o que é engraçado porque guerra e humanidade são palavras completamente distintas... – Sunny para e respira um pouco fitando Hyuna. – Hyuna... – Ela ri soprado encarando as próprias mãos, meus olhos lacrimejam. – Sua filha não se encaixava naquele mundo, ela era boa demais para aquilo e eu estou aqui para agradecer em nome de todas as vidas que foram salvas pelo seu sacrifício, mas sei que nada poderá fazer com que essa perda seja menos dolorosa para você e para Hayeon, para todos nós... Obrigada por ter colocado nesse mundo a mulher que Taeyeon era e obrigada Taeyeon, por tudo, seja lá onde você esteja agora. – Ela se curva em agradecimento e se põe ao lado de Sooyoung que também chora.

- Alguém mais gostaria de dizer palavras reconfortantes para a família de Taeyeon? – O padre pergunta. Jessica me olha, sorrio para ela me soltando da mesma, assim ando até o caixão fechado com a bandeira dos estados unidos por cima.

- Obrigada. – Agradeço me curvando de leve. – Olá, meu nome é Kwon Yuri... – Respiro fundo. – Eu conheci Taeyeon na época onde ainda treinávamos para ser soldados, nós nos tornamos amigas em um tempo surpreendentemente rápido... porque ela era assim, um grande imã que atraia as pessoas sem que elas percebessem. Uma pequena grande mulher... devo concordar com a brigadeiro-general que Taeyeon não se encaixava no exército, não porque ela era frágil, ou incapaz, na verdade, ela foi a mulher mais forte que eu conheci em minha vida, em todos os sentidos. Calma e paciente, brincalhona e corajosa, rígida quando precisava, compreensiva sempre... – Suspiro abaixando a cabeça por breves instantes logo voltando a fitar Hyuna e sua filha, ela sorri terna para mim. – Taeyeon foi e sempre será um exemplo a ser seguido. Lembro-me de nossa primeira missão juntas, nós duas estávamos receosas, tínhamos medo de estragar tudo e infelizmente aquele dia era um mal dia... – Uma pessoa me chama atenção, no fundo, longe de todos, Tiffany ao lado de uma caminhonete vermelha, a mesma que vi parada em frente sua casa, ela observa tudo de longe. Me recomponho voltando a minha linha de raciocínio. – H-hamham, é vergonhoso dizer, mas íamos deixar um companheiro para trás, mas Taeyeon, Taeyeon pulou do caminhão que estávamos e correu até o soldado caído no chão, Luan, que infelizmente, na mesma missão que perdemos a Taeyeon, ele fora também. Taeyeon o colocou nas costas e correu de volta para o caminhão, eu estava muito assustada, tudo que poderia dar errado deu errado e ainda corria o risco de perder a minha amiga naquele momento, mas ela não se importava, ela faria de novo e de novo, quantas vezes fosse preciso para salvar a vida de alguém... e como esse é o jeito dela, Taeyeon deu a própria vida para que o esquadrão que ela participava tivesse a chance de voltar para casa, para os braços de suas famílias... – Sinto um bolo em minha garganta. – H-hyuna, o que sua filha fez por nós não à como agradecer, desde o início ela só demonstrou coragem e determinação, uma ótima amiga, um ótimo soldado, um ótimo ser humano e uma grande perda para todas as pessoas que conviviam com ela, deixando saudades, lembranças tristes, porém, que não se comparam a todos os momentos felizes que ela nos proporcionou. – Volto meu olhar para Tiffany que continua parada ao lado da caminhonete. – Que Deus a tenha e que ela continue nos protegendo como sempre fez. – Me curvo e apressada volto a ficar ao lado de minha mulher. Respiro fundo mais uma vez olhando para cima impedindo que as lagrimas caiam, quando tento olhar para Tiffany, alguém segura em meu ombro, Hayeon abre os braços sorrindo para mim. Por algum motivo a vontade de chorar volta com tudo, abraço a menor me entregando as minhas lagrimas. – E-eu sinto muito Hayeon. – Acho que eu nunca tive a oportunidade de dizer isso a ela. – Sinto por tudo que está acontecendo, Taeyeon me pedira para cuidar de você, m-mas eu-

- Tudo bem Yuri, está tudo bem, obrigada por tudo que você fez por mim e pela minha mãe, ela me disse que você se sente culpada porque eu... bom, eu preciso sair de debaixo das asas de vocês, seguir meu próprio caminho, tudo que Taeyeon queria para mim, eu tenho que ser livre. – Ela diz me apertando forte, suas palavras só me deixam mais emocionada, mas me controlo soltando-a. Sorrio para ela limpando suas lagrimas, beijo sua testa e a abraço mais uma vez, assim ela volta a ficar ao lado de sua mãe.

O caixão mais uma vez é erguido, agora para ser colocado na cova. Pego algumas rosas e entrego a minha mulher, Krystal puxa de leve meu casaco pedindo uma também, ela pergunta para quê e eu digo a ela que é para dar a Taeyeon. Assim como os outros, jogamos as flores por cima do caixão desejando que ela descanse em paz. Após isso, Hyuna e Haeyeon usam a pá para jogar os primeiros lances de terra sobre o caixão, logo o coveiro começa a fazer o seu trabalho. Vou até Hyuna e a abraço, reforçando que estarei aqui para apoiá-la sempre que posso. Quando nos separo, procuro Tiffany com o olhar, não digo que Tiffany está aqui para Hyuna, já que a castanha parece não querer se aproximar. Vou até minha mulher e a aviso que vou falar com Tiffany, ela fica curiosa e até a procura com o olhar, quando a encontra logo entende que talvez ela não queira se aproximar. Então assim vou atrás dela.

- Tiffany. – A pego quase entrando no carro. – Por que não vai lá falar com a Hyuna? Ela queria tanto te ver. – Digo me aproximando da caminhonete. Tiffany para assim que abre a porta do carro. Ela passa a fitar algo dentro do mesmo, mas nada diz por segundos.

- Desculpe Yuri, mas eu tenho outro compromisso. – Outro? O que é mais importante que isso? Eu não entendo...

- Por que está se afastando de todos? Tiffany, eu sei o quanto ela era importante pra você, mas todos nós precisamos seguir em frente, inclusive você. – Digo triste me apoiando na carroceria da caminhonete, passo umas de minhas mãos por meu cabelo respirando fundo. Percebo que Tiffany usa o anel que eu dera a ela que era de Taeyeon, junto a um parecido, mas com o símbolo de uma rosa.

- Eu realmente preciso ir. – Ela diz tentando entrar na caminhonete, mas um pedido meu faz com que ela pare de se movimentar.

- Então deixe que eu vá com você. Não é bom ficar sozinha nesses momentos. – Ela me fita, seus olhos tremulam como se ela tivesse vontade de chorar. Sinto aquela mesma sensação que senti na casa dela, como se mais alguém estivesse presente.

- Tudo bem...

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

- TIFFANY NÃO! – Seguro seus braços tirando a arma de suas mãos.

- Oh meu Deus! – Tiffany começa a gritar e espernear, a abraço tentando impedi-la de se movimentar, mas ela é insistente. Meu deus, o que ela iria fazer?! Merda, eu sei o que ela iria fazer, mas- porra! – P-por que eu não posso ficar com você meu amor?! Me perdoe, eu só queria ver você de novo! – Ela grita chorando. Não Tiffany, não, não!

- Eu estou aqui, eu estou aqui, não faça isso! – Digo chorando apertando-a mais contra mim. Eu não queria que isso acontecesse, por que ela está fazendo isso? Eu pedi para a Yuri protegê-la! 

- T-taeyeon? – Tiffany diz surpresa se virando a mim.

- Sou eu meu amor, sou eu. – Digo segurando em seu rosto, as lagrimas caem descontroladamente de meus olhos.

- O-oh, me perdoe Taeyeon! – Ela me abraça fazendo-me cair para trás. Tiffany chora escondendo seu rosto em meu pescoço. Meu coração acelerado se aperta. Eu senti tanta falta dela...

- Tudo bem, eu te perdoo meu bem, mas por que? Por que você iria se matar? – Pergunto com a voz falha. Eu não iria me perdoar se isso acontecesse.

- Eu não aguento mais Taeyeon, eu sinto sua falta, todos os dias, não à um segundo se quer que eu não me culpo por tudo que está acontecendo, tudo que eu fiz com você! – Ela diz entre soluços. – Eu quero ficar com você!

- Tiffany... – Afago seu cabelo sentando-me na grama, ajeito-a em meu colo escondendo meu rosto em seu ombro. – Meu amor, nós iremos nos encontrar, mas não dessa forma, você ainda tem muito o que fazer, não à necessidade disso, as coisas irão melhorar. – Digo beijando seu pescoço, ela nega balançando a cabeça em sinal de negação. – Tiffany, olhe para mim. – Tento erguer sua cabeça, mas ela resiste me apertando mais contra si. – Amor, por favor. – Peço mais uma vez, ela levanta a cabeça lentamente e depois de segundos abre os olhos. – Você está tão bonita. – Digo sorrindo, ajeitando algumas mechas de seu cabelo atrás de sua orelha.

- Taeyeon... – Ela deseja chorar, seus lábios até tremem e por isso ela morde o inferior tentando se controlar.

- Não chore e me escute... – Digo acariciando seu rosto. – Lembra da estória que eu te contei? – Pergunto segurando em sua mão esquerda, onde os dois anéis que fiz para nós duas estão. – A estória dá lua e dá flor? – Reforço acariciando seus lábios com minha mão livre, ela assente fechando os olhos. – Lembra que eu disse que estarei sempre brilhando por você? – Perguntei mais uma vez, ela assente abaixando a cabeça escondendo seu rosto em suas próprias mãos. – Tiffany... – Digo segurando em seus pulsos fazendo com que ela me olhe, volto a segurar sua mão onde estão os anéis, tiro os mesmos e volto a colocar apenas a lua. - Eu lhe peço que a partir de agora você brilhe por mim. Viva e seja feliz até o momento onde nos encontraremos mais uma vez. – Digo colocando o anel com a figura da rosa em meu anelar da mão esquerda, assim volto a segurar a mão dela e deixo um selar em seu anel.

- Como Taeyeon? Eu só sou feliz com você! – Ela diz negando com a cabeça.

- Isso não é verdade, você só tem medo, eu não irei ficar brava se é o que pensa. – Digo divertida, ela ri revirando os olhos me empurrando de leve. Quanto tempo eu irei ter com ela? Todo o tempo do mundo me parece pouco, eu não quero que acabe. – Eu te amo tanto Tiffany. – Aproximo nossos rostos, sua respiração quente e descompassada se chocando contra meus lábios me fazem arrepiar, ela envolve seus braços em meu pescoço e não aguentando mais a beijo. As lagrimas voltam a cair por tamanha saudade desse contato, meu coração erra uma batida. Nós duas necessitávamos disso e por isso o beijo a cada segundo se torna mais desesperado, porém, sem deixar um segundo se quer de ser cheio de amor e carinho.

- Eu também te amo Taeyeon. – Ela nos separa apenas para dizer, Tiffany segura em meu rosto e sorrindo seus olhos se curvam formando o yes-smile que eu tanto amo. Novamente em meio as lagrimas nos beijamos. Eu não sei como esse momento está acontecendo, mas talvez a minha vontade de que ela continue viva tenha nos dado essa oportunidade e por isso quero aproveitar cada segundo que possuímos. Sei que vai ser difícil, mas eu vou esperá-la o tempo que for. Minutos se passam e quando nos separamos mais uma vez Tiffany me olha surpresa. -  Taeyeon, você- Tiffany me toca inúmeras vezes assustada e quando me olho, vejo que meu corpo está começando a desaparecer. Então é isso? Nosso tempo está acabando?

- Tiffany, Tiffany, tudo bem, vai ficar tudo bem, ok? – Digo segurando seu rosto para acalmá-la.

- N-não, eu ainda não estou preparada, eu preciso de mais tempo! – Ela diz voltando a chorar, também não consigo me aguentar. Olho para uma das minhas mãos, ela está quase sumindo. Eu queria mais tempo, mas que assim seja...

- Está sim, eu disse para você que eu irei te esperar, lembra? Vai ficar tudo bem. – Digo beijando-a mais uma vez. – Oh deus, eu irei te esperar Tiffany! Por favor, não se esqueça de mim. – Droga!

- Nunca! – Ela me abraça. – Eu te amo Taeyeon!

- Eu te amo Tiffany!

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Apesar de Yuri não ter conseguido chegar a tempo, todos os tiros que Tiffany dera contra a própria cabeça foram falhos, um verdadeiro milagre, pois a arma não apresentava nenhum problema e estava totalmente carregada, mas mesmo assim as balas continuaram intactas no tambor. Após acordar de um desmaio por desidratação e exaustão que ela acumulava nos últimos meses, Tiffany não sabia se o seu reencontro com Taeyeon fora verdade ou apenas um sonho, mas isso não a atormentou, na verdade, serviu para que ela procurasse ajuda. Então depois de três anos e meio de inúmeras idas ao psicólogo, Tiffany já se sentia preparada para viver novamente e para tomar um grande passo em sua vida. Contar toda sua história para as únicas que mereciam saber a verdade, Hyuna e Hayeon. Fora um momento difícil para ela, mas ao mesmo tempo um grande alivio e para a sua surpresa, as duas pessoas que Taeyeon mais amava, além dela, na vida à perdoaram, claro, mesmo que isso tenha levado anos...

Haeyeon se tornou cientista na área de desenvolvimento de curas contra doenças como câncer, aids, além de dar palestras para motivar homens e mulheres, crianças e jovens que perderam seus entes queridos em guerra.

Hyuna se casou novamente, com um homem oito anos mais novo que ela, mas nem por isso o amor deixou de ser forte. Ela também montou uma lojinha de bolo, especializada em bolos de cenoura, mas esta infelizmente faliu no segundo mês.

Sunny e Sooyoung se casaram na época das flores de cerejeira no Japão, tiveram três filhos e ao chegarem na casa dos cinquenta anos, quando as duas já estavam aposentadas, foram morar em uma casa de campo na Coreia do norte, ou apenas Coreia, pois depois de uma guerra de cinco anos, as forças norte americanas junto a Coreia do sul, conquistaram o pais no ano de 2034.

Yuri e Jessica aumentaram seus negócios no ramo das bebidas expressas e espalharam pelo mundo suas inúmeras lojas. Krystal se formou em ciência da matemática.

Mike se tornou coronel e aos trinta e sete anos ele se casou com um cabelereiro que conheceu em paris.

Tiffany se mudou para Montana, Canada, e sempre que podia ia visitar Hayeon e Hyuna. Ela nunca se casara, mas possuía uma companheira chamada Bora e com ela teve uma filha, chamada Seohyun em homenagem a sua mãe. Ela nunca se esquecera de Taeyeon, mas tentava ser feliz como prometera a ela. Tiffany morrera aos setenta e nove anos por causas naturais.

 

E apesar de não saber se iria reencontrar Taeyeon do outro lado

Saiba que em vida, após seu encontro com sua amada,
ela nunca encontrara seu anel com a figura da rosa.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 MKcssr.


Notas Finais


E então? O sonho de Tiffany foi apenas um sonho? Bom, fica a critério seus u.u

Espero que vocês tenham gostado do capitulo que eu demorei uma semana pra fazer, mas que no final acho que valeu apena ^^

Comentem, digam o que vocês acharam u.u

Vejam minhas outras fics, se quiserem hsuahsuha
Só não vou colocar aqui os links pq não tenho tempo, nem estou em casa, estou roubando o wifi de uma amiga hsuahush

Bom, até qualquer dia e para quem gosta de world apart, em breve terei novidades para vcs ;)


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