História War Hero - Pai

Dois dias depois...

 

Beijar a Tiffany foi a melhor e a pior coisa que eu poderia ter feito em minha vida. Aquela mulher é doida e eu sou mais ainda por ir na dela. Naquela noite não consegui se quer dormir só pensando nessa morena que mexe tanto comigo, fiquei até com medo, pois só de lembrar de sua boca, seu corpo, sua voz rouca, seu sorriso que por si só já me quebra, eu  me sentia quente e esse foi um dos motivos de minha insônia repentina. Tiffany não dormiu no dormitório aquela noite, o que de certa forma foi bom, já não sabia como olhá-la  sem parecer uma idiota e entregar o meu nervosismo. Um nervosismo que piorou com aquele sorriso do Mike que antes até me assustava, porém, agora está pior, parecia que ele já sabia o que estava acontecendo, mas também eu não arriscaria perguntar. Toda essa situação é bem complicada e não é bom guardar toda essa confusão para si mesma, certo? Por isso mais uma vez agradeço por Yuri estar aqui. Eu contei para a morena que beijei a Tiffany, sua reação seria cômica se eu não estivesse tão surpresa quanto ela. Com esse meu desabafo acabei descobrindo que Yuri não é tão certa da cabeça quanto eu pensava, a morena disse que é para eu continuar com essa loucura, claro que tomando cuidado para não arriscar meu emprego, mas mesmo assim...

No dia seguinte não vi a Tiffany até chegar a noite, e pelo que a Sooyoung me dissera, o sumiço dela tinha a ver com o que aconteceu no dia anterior. Durante a ausência dela não deixamos de trabalhar, escoltamos refugiados do Iraque até as agências especializadas em dar uma nova vida a eles, deixando para trás os dias, meses, anos, que eles viveram em um pesadelo constantes. Quase não me aguentei quando um mulequinho iraquiano abraçou minha perna e em minha língua me agradeceu, ele dissera bem sem nexo e enrolado, mas deu para entender o recado. Pela noite, quando Tiffany havia chegado, sempre que nossos olhares se encontravam ela sorria e eu me sentia extremamente sem graça. Ela é tão linda que chega a ser surreal, as vezes quando a olho penso que estou sonhando acordada por tanta beleza. No jantar ela fez questão de sentar ao meu lado, sempre encontrava um jeito de colocar sua mão em minha coxa e a subia me deixando de certa forma “desconfortável” lá em baixo, pois ela massageava minha coxa e isso me deixava quente. Ela ria das minhas tentativas falhas de impedi-la de continuar e quanto mais eu tentava, mais ela subia sua mão. Apesar de demorar um pouco, consegui dormir direito nesse dia, talvez porque eu sabia que Tiffany estava ali e que a mesma estava bem, isso me aliviava.

- Fala aí Yuri, como você conheceu aquele avião que tu chama de esposa? – Sooyoung pergunta divertida sentando na barriga da Yuri que por sua vez está deita em minha cama com a cabeça escorada em minhas coxas.

- E-eu? – A morena pergunta com dificuldades virando seu corpo de lado e assim fazendo a Sooyoung sair de cima de si. – Bom, a gente estudava juntas no ensino médio, eu achei ela bonita, então cheguei nela... Aí rolou e estamos juntas até hoje! – Ela fala sorrindo. Ta, não é uma história emocionante mas ta valendo.

- Nossa... – Sooyoung fala com uma cara desanimada, rio disso.

- Você queria o quê?! – Yuri pergunta com uma das sobrancelhas arqueadas.

- Ah... Sei lá... – A mais alta fala coçando a nuca, a mesma passa a me encarar logo depois sorri sapeca. – E você Tae, já namorou? – Ela pergunta maliciosa. Engulo em seco, olho em direção a Tiffany que também está aqui presente, mas conversava com o Mike na cama do outro lado. Infelizmente ela escutou o que a Sooyoung falou e agora a encara séria. Eu já percebi isso faz um tempinho, mas gostaria de ressaltar que ela é bem ciumenta, bom, pelo menos é o que eu acho já que hoje mais cedo quando eu estava conversando com a moça que servia o café da manhã pra gente, Tiffany ficava me olhando séria e ficou desse jeito por um bom tempo.

- Por que quer saber disso? – Tiffany pergunta para a minha surpresa.

- Ué, por nada... Quer dizer, ela é bonitinha né? – Sooyoung pergunta com um sorriso que tenho até medo de dizer que é bonito, vai que a Tiffany lê pensamentos... Sorrio nervosa, um pouco ansiosa tentando não olhar fixamente para a Tiffany.

- Boniti-

- É Tae, me conte sobre sua ex! – Mike fala animado interrompendo a Tiffany, ela o olha irritada depois volta o seu olhar para mim. Sua expressão é assustadora, até me remexo sobre a cama bastante desconfortável. Eu também ficaria bem mal se a pessoa que eu gosto, no caso ela, falasse do ex na minha frente.

- B-bom... – Olho para a Yuri pedindo ajuda com o olhar, ela intercala o olhar entre a Tiffany e eu, é, ela não vai poder me ajudar muito não... – Hamham... Eu a conheci em um Starbucks, achei ela bonita, cheguei nela, namoramos por um tempo e terminamos. – Digo o mais breve e firme possível, imitando a Yuri.

- Só isso?! – Sooyoung pergunta mais uma vez decepcionada.

- Bom, si-

- E por que você terminou com ela? – Mike pergunta me interrompendo. Tiffany dá um tapa no braço do amigo. – Tá louca mulher, me bateu por quê?! – Ele pergunta com uma das sobrancelhas arqueadas mas com um sorriso nos lábios. Ele está se divertindo com a situação, acho que ele sabe mais sobre a Tiffany e eu do que demonstra...

- Tinha um mosquito no teu braço. – Ela diz entre dentes passando a mão no lugar onde ela desferiu o tapa com muita “delicadeza”.

- Humm... Fala aí Tae, por que terminou o namoro? – Ele pergunta mais uma vez, Tiffany desiste revirando os olhos mas ainda está irritada. Será que ela sabe que agir assim a entrega? Suspiro pesado também em desistência. Eu não sinto mais nada pela a Juniel, mas o modo que a deixei não me dá orgulho nenhum.

- Terminei com ela um dia antes de viajar para Fort Benning.

- Nossa, que filha da puta você... – A mais alta comenta incrédula.

- Sooyoung! – Tiffany, Yuri e Mike dizem juntos.

- O quê?! Porra vey, se terminassem comigo assim eu mataria a vagabunda! – Sooyoung fala convicta o que me faz sorrir fraco.

- Eu sei, eu fui uma filha da puta com ela. – Digo em concordância. Eu me arrependi pelo modo que terminei com a Juniel, eu poderia ter conversado com ela bem antes, mas agora, depois de tudo que aconteceu, foi melhor assim, seria pior se eu ainda estivesse com ela, pois acredito que Tiffany iria roubar meu coração de qualquer maneira para si.

- Não me leve a mal, beleza? – Ela estende a mão enforma de punho, rio soprado revirando os olhos rerribuindo o gesto.

 - Claro. – Digo rindo, ela bagunça meu cabelo.

- Mas já que estamos falando de você Tae, por que não fala um pouco da sua família? Você nunca fala nada... – Mike pergunta.

- Eu acho melhor pararmos com essa conversa. – Tiffany diz séria se sentando corretamente na cama.

- Quê isso Tiffany, deixa a garota falar, também estou curioso. – Steven diz se sentando ao lado da Sooyoung.

-Essa cama vai quebrar, eu já to vendo. – A maior fala empurrando o Steven pra fora da cama.

- Tu para! – Ele empurra ela de volta.

- Mas que menino ousado! – Os dois começam a se estapear, rio enquanto Yuri tenta separar os dois.

- PARO! – Mike grita jogando um travesseiro na cara dos dois. – Deixa a menina falar! – Ele diz impaciente mas acaba por rir. Solto um suspiro pesado, eu não gosto de ficar contando da minha vida para os outros, acho algo desnecessário, principalmente quando é sobre um assunto tão delicado. – Pode falar Tae, ninguém aqui é fofoqueiro. – Ele diz divertido, sorrio fraco para o mesmo.

- É, NINGUÉM né Soo? – Steven pergunta cutucando a Sooyoung com o cotovelo.

- Me respeite! – Ela diz incrédula.

- Ué, foi você que contou pra todo mundo que o Mike é-

- Gente, vocês estão fugindo da conversa! – Mike interrompe o Steven.

- Ta, pode falar Tae. – Olho para a Yuri, ela assente com a cabeça e faz um leve carinho em minha coxa também me incentivando a falar.

- O que eu tenho a dizer... – Digo pensativa brincando com o meu lábio inferior. Olho para Tiffany, ela me encara, seu semblante agora é calmo e compreensivo, obviamente por saber o estado que minha mãe se encontra, em seus lábios se forma um sorriso que mesmo fraco me é  encantador, retribuo da mesma maneira. – Bom, minha mãe se chama Hyuna, ela é uma velhinha bem charmosa, tem quarenta e sei anos, infelizmente ela tem câncer no pulmão, o que é engraçado porque ela odeia fumar e beber, mas felizmente ela está melhorando, ela ta reagindo bem a quimioterapia, aliais, é o motivo de eu estar aqui... Deixa eu ver o que mais eu tenho pra falar... Ah, eu tenho uma irmãzinha de quatorze anos, ela é bem o capeta em pessoa, mas é minha pequena e eu a amo demais, mesmo enchendo meu saco. – Digo nostálgica ao falar delas. Como eu tenho saudades dessas duas, eu quero tanto vê-las de novo, a ultima vez que falei com elas foi um dia depois da cerimonia via Skype, minha mãe estava tão linda mesmo passando mal, ela parecia mais saudável, a Hayeon nem se fala, tenho pena do pentelho que se aproximar dela, adoro o fato dela se gabar que tem uma irmã militar, assim deixa os tarados que só querem o mal dela bem longe da minha pequena.

- Isso sim é uma historia! – Sooyoung fala com uma falsa comoção, a empurro rindo. – Eu gostaria de conhecer sua mãe. – Ela diz maliciosa.

- Ela tem idade pra ser a SUA mãe, sua tarada! – Steven fala provocando-a.

- Idaí? Eu me amarro em uma coroa, elas são mais experientes! – A maior continua, até me assusto com que ela diz.

- Ela não gosta da fruta, Soo. – Digo rindo.

- Uma noite comigo e ela muda de deia. – Sooyoung fala convicta, só rio da sua ilusão.

- Ta bom fodona. – Mike diz debochado. – Continuando aqui, e seu pai, Tae? – Ele pergunta. Sabe, eu quase nunca falo sobre ele, não que ele tenha sido horrível com a minha pessoa, muito pelo contrario, ele foi o melhor pai de todos e essa é exatamente a questão, ele foi...

- Por que está tão curioso assim, Mike? – Tiffany pergunta... Desconfortável?

- Ué, por nada, só to perguntando. – Pela primeira vez Mike realmente está confuso. Tiffany está inquieta, seu olhar vai de mim a Mike varia vezes, olhá-la dessa maneira até me deixa tonta. – Por que a pergunta?

- Nada, é feio ficar fazendo perguntas tão pessoais. – Ela diz ríspida. Ta, agora eu é que estou confusa, por que “pessoais”, o que ela sabe?

- Tudo bem, eu-

- Não Tae, você não precisa dizer nada que não queira. – Ela diz também ríspida me interrompendo. Estou confusa, eu não preciso falar ou ela que não quer que eu fale?

- Que tenso esse clima, heim? – Sooyoung sussurra, quer dizer, fala já que todos nós escutamos o que ela acabara de dizer. – Foi mal gente, eu não lido bem com discursões... – Ela fala sem graça.

- Não estamos discutindo. – Tiffany retruca dessa vez grosseira. Esse lado dela é bem... Assustador.

- Se é assim, então deixa ela falar! – Mike fala agora irritado com a morena.

- TA! – Ela diz e assim os dois olham para mim. Mike com um olhar incentivador para que eu continue, já Tiffany, eu não consigo decifrar, ela está com raiva ou preocupada? Quer que eu fale se eu quiser ou não quer? Eu realmente não sei...

 

Flashback: On

Doze anos atrás...

 

- VÃO LOGO VOCÊS DOIS! – Minha mãe grita me empurrando, olho para o meu pai, ele ri dela, se diverte ao vê-la brava. Ela está assim porque o papai está a atentando em vez de ir comprar o jantar.

- Calma mulher, só me dá mais um cheiro! – Meu pai diz divertido a abraçando, ele dá um beijo na mamãe.

- Eca! – Digo tampando meus olhos. Eu odeio quando eles fazem isso, é tão nojento, cheio de baba, depois dizem que é bom!

- Olha lá! Essa coisinha não sabe o que é bom! – Meu pai diz rindo, o olho incrédula por isso.

- Vocês que são nojentos! -  Retruco. Mamãe e papai se agacham na minha frente com um olhar cumplice. Semicerro os olhos pra eles e os mesmos riem disso, me emburro. Odeio quando eles fazem isso, não gosto quando eles riem de mim.

- Que coisa fofa meu deus! – Minha mãe fala me agarrando, logo sinto minhas bochechas se encherem de baba por eles começarem a me beijar.

- Sai vocês dois! – Digo saindo de seus apegos, os olho brava. – Sabe que eu não gosto!

- Quando você crescer você vai ver o quanto que é bom! – Meu pai diz rindo. É mentira, nem vou namorar pra não correr o risco de pegar baba dos outros.

- Vamo logo papai, eu vou perder o Dragon Ball! – Digo irritada ao olhar para a televisão da sala e ver que depois desse desenho que ta passando vai começar o meu anime preferido.

- Por que não fica aqui? – Ele pergunta se levantando. – Fica com a mamãe.

- Não, eu quero ir com o senhor! – Digo manhosa, adoro sair de carro com o papai, ele me deixa dirigir quando a mamãe não ta. Claro que ele sempre acaba me guiando, mas mesmo assim é bem legal.

- Ta bom, então vamos. – Ele diz em desistência para a minha alegria, ele dá um beijo na testa da mamãe, viro meu rosto para não ver o que vem depois. – Bora lá, pequena! – Ele diz rindo e bagunça minha franja.

- Tchau mãe! – Digo acenando pra ela, mal espero ela responder e já vou correndo pro carro animada.

- Toma cuidado com essa menina Lawrence! Não compre doce pra ela! Ou vai ser você que vai ficar de fazê-la dormir! – Mamãe grita da janela de casa, dou língua pra ela. – Olha que eu arranco essa sua língua menina!

- Ta bom amor! – Meu pai fala me pegando no colo. – Vamos antes que ela arranque a minha também! – Ele diz baixo me fazendo rir.

- Eu ouvi isso! – Ela adverte rindo, rio disso também.

- Também te amo amor! – Papai fala me colocando no passageiro. Rio dele também, apesar de nojentos, esses dois me divertem. Saímos ao som de The Departure, musica que meu pai adora e eu também, é relaxante.

- Pai, pai, pai! – O chamo.

- Fala Tae.

- Posso dirigir? – Pergunto animada.

- Humm... Quê que eu ganho em troca? – Ele pergunta divertido.

- Não sei, o que quer? – Pergunto.

- Um beijo! – Ele diz animado, faço cara feia pra ele. – Qualé~, só um beijinho não vai te matar! – Papai ri de mim.

- Que tal eu não contar pra mamãe que foi você que comeu o bolo dela inteiro ontem à noite? Hum? – Pergunto e ele me olha incrédulo.

- Tão pequena e já chantagista... – Ele lamenta me fazendo rir. -  Vem cá. – Ele dá espaço para eu sentar em seu colo. Só por pena dele, dou um beijo em sua bochecha, mas logo depois limpo minha boca. – Eu tenho a melhor filha! – Ele começa a me beijar, empurro seu rosto.

- E eu o pior pai! – Digo fazendo-o rir.

- Ok, princesa, que tal na volta a gente passar na floricultura? – Ele pergunta.

- Pra quê? – Pergunto curiosa.

- Vamo comprar flores pra sua mãe, ela tá bem irritada esses dias, a TPM dela tá atacada. – Ele diz rindo.

- Só se agente passar naquela loja de doces primeiro. – Digo com um sorriso sapeca.

- Ok pequena, mas não conta pra sua mãe, ou as flores vão ser para o meu velório! – Ele diz divertido me fazendo rir. Estamos quase entrando na cidade, nossa casa é em um condomínio distante dela. Escuto um alto barulho parecido com o som da buzina do carro do meu pai, olho para a direita, uma forte luz vem em minha cara, sinto meu pai me abraçar com força. Escuto a voz dele, é um grito, ele e eu somos jogados para o banco do passageiro da frente, ele me protege, tudo começa a girar, ele me protege, o carro do nada para com um forte impacto me jogando para frente, saindo dos braços do meu pai, minha barriga tá doendo, olho para ela, estou ensanguentada, algo está atravessado em minha barriga, chorando procuro meu pai, eu vejo seu corpo, mas não sua cabeça.

 

Flashback: off

 

Eu não me lembro de mais nada depois disso, os médicos falaram que eu tinha desmaiado por perder muito sangue e só acabei acordando seis meses depois com a notícia que meu pai faleceu. Minha reação foi chorar e chorar, meu mundo tinha caído, não só o meu quanto o de minha mãe e esse foi o início do declínio dela. Depois que meu pai morreu, ela passou a trabalhar dobrado, tivemos que vender a casa já que o emprego dela não conseguia sustentar as exigências do condomínio. Ela foi se afastando de mim e da Hayeon, que na época só tinha dois anos, eu cuidei da pequena Hayeon quase minha adolescência inteira, depois de um longo tempo, minha mãe decidiu mudar, saiu da depressão que ela estava e veio para suas filhas, foram os cinco meses mais felizes depois da perda do meu pai... Até minha mãe cair no chão em meio a todos de um supermercado dando início ao um novo declínio, o câncer. Mas ao contrário de quando ela perdeu o meu pai, dessa vez minha mãe não se deixou abalar, mas seu estado não permitia que ela continuasse a trabalhar, então larguei os meus estudos e comecei a tentar sustentar a casa, acabando por chegar onde eu estou agora.

 - Pois é... Eu tinha onze anos na época. – Digo com um sorriso fraco. É surreal saber que o erro de outra pessoa pode acabar com uma família inteira.

- Tá bom, ok. Chega por hoje, voltem para as suas camas, o toque de recolher será daqui a cinco minutos. – Tiffany diz cortando o clima que ficou.

- Eu não sabia Tae. – Mike se desculpa realmente arrependido.

- Claro, eu não contei. – Digo e dou um sorriso, ele retribui com um soprado. Logo Yuri se levanta, me dando liberdade para me mover.

- Eu sinto muito Tae. – A morena dá um leve tapa em meu ombro, assinto com um sorriso fraco.

- É, mas agora além da sua irmã e da sua mãe, vulgo minha futura mulher, você tem a gente, sua nova família! – Sooyoung fala divertida com um sorriso acolhedor.

- Sim... – Digo sorrindo largo, ela bagunça meu cabelo e se levanta.

- Nossa que gay! – Steven reclama me fazendo rir, já Sooyoung lhe dá um tapa. – Mas é verdade, você é da família agora. – Ele diz e pisca para mim. – Você também, viu Yuri?! – Ele pergunta e dá um leve tapa no ombro da morena.

- Claro. – Ela diz divertida indo para sua cama.

- Está tudo bem? – Tiffany pergunta se aproximando de mim chamando minha atenção.

- Estou sim. – Digo com um sorriso fraco. Essas mudanças de humor dela são bem esquisitas, as vezes parece que ela age assim só pra esconder algo...

- Desculpe por eles, são tão curiosos que chegam a ser mal educados. – Ela diz divertida se abaixando na minha frente ficando um pouco abaixo da minha altura já que estou sentada. Ela ajeita o meu cabelo com os olhos vidrados nos meus. Sempre sinto meu coração acelerar quando ela me olha desse jeito, nesse momento não está sendo diferente.

- Tudo bem, como eles iriam saber? – Pergunto divertida.

- Sim, como... – Ela sorri fraco e se levanta.

- Tiffany por que voc-

- Todos dormindo! Inspeção das dez será realizada. Todos em suas respectivas camas! – O som do auto falante me interrompe. Tiffany me olha de canto e sai em direção ao banheiro. Após um suspiro pesado, me deito na cama olhando para cama de cima, fazendo algo que faço a um certo tempo. Pensar na Tiffany até pegar no sono.

 

~~~~~~~~~~~~~

 

Não se passou nem meia hora, ainda estou acordada, mas todos já estão em suas camas e as luzes apagadas. Me remexo na cama tentando achar uma posição confortável, mas parece que quanto mais eu me remexo, mais eu fico desconfortável.  Sinto algo segurar em meu braço, me assusto e como reflexo seguro no que acho ser um braço.

- Calma, sou eu. – Tiffany fala soltando uma risada baixa no final. Se eu estava assustada agora estou bem pior.

-  Tiffany?! – Sussurro por reflexo, é óbvio que é ela.

- Sim, sou eu. – Ela começa a puxar meu braço.

- O que é isso? Aconteceu alguma coisa?! – Pergunto confusa.

- Não, não. – Ela diz rindo, sinto sua mão deslizar do meu pescoço para minha nuca. Meu coração já acelerado falha uma batida deixando minha respiração descompassada, sinto seus lábios tocarem os meus, ela passa a ponta da língua no meu lábio inferior sugando-o em seguida. Passo a segurar em sua nuca a puxando para mim, peço passagem com a língua, ela prontamente me concede, diferente do nosso primeiro beijo, esse é calmo e mais carinhoso, sua língua explora a minha boca lentamente, sua mão arranha de leve minha nuca. Mesmo gostando do que está acontecendo, o lugar não é apropriado. Lentamente nos separo mordendo seu lábio inferior. – Vem comigo. – Ela diz ofegante em meu ouvido. Assinto e beijo seu pescoço, o que posso fazer? Eu quero muito ela. Tiffany dá uma risada baixa perto do meu ouvido me arrepiando. Sua mão procura a minha, logo ela se levanta e me puxa. Não consigo ver muita coisa, a deixo me guiar, e sem fazer muito barulho saímos do dormitório. Seguimos o corredor que leva ao dormitório até o inicio dele, lá tem uma porta e nela uma placa prateada escrito “Major General”.

- T-tiffany, tem certeza? – Pergunto preocupada. Eu quero, quero e muito mas adrenalina que estou sentindo está me deixando receosa.

- Confie em mim. – Ela não me olha ao dizer mas sua voz me parece confiante, a morena abre a porta logo me fazendo entrar no quarto, fechando a mesma em seguida. Me surpreendo com o lugar, é grande mas simples, a uma cama de casal no centro, aparentemente bem mais confortável que a dos dormitórios, uma escrivaninha de madeira em L na quina do quarto terminando na porta de entrada do mesmo, a um guarda roupas e o que acho ser a porta do banheiro na parede esquerda onde tem um enorme mapa. Mal percebo e Tiffany me abraça por trás, ela beija meu pescoço, me arrepio com o ato, a mesma arrasta os lábios até minha orelha e a morde lambendo logo em seguida o lóbulo dela. – Agora se sente mais confortável? – Ela pergunta sussurrando em meu ouvido. Assinto me virando a ela, seguro em sua cintura e lentamente elimino o espaço de nossas bocas a beijando intensamente, agora sem hesito. Ela entrelaça os braços envolta de meu pescoço, passando a andar para frente me levando para trás, sinto a cama bater na batata da minha perna, Tiffany me dá um leve empurrão fazendo-me sentar na cama, logo ela senta em meu colo, jogando as pernas para cada lado de meu corpo. Desço minhas mãos a sua bunda agarrando-a firme, Tiffany arfa entre o beijo, suas mãos castigão meu pescoço com vários arranhões.

- Tiffany... – Digo o nome dela ao que a mesma passa a rebolar em meu ventre. Agarro sua bunda mais firme fazendo-a parar. – Você ta me deixando louca. – Digo ofegante nos separando.

- Então estamos quites. – Ela diz sorrindo sacana empurrando os meus ombros fazendo-me deitar na cama. Ela volta a rebolar, solto um gemido abafado, meu intimo pulsa começando a doer, seguro em suas coxas apertando-as firmes. Ela leva as mãos a barra de sua regata levantando-a até o seus seios mas para deixando a mostra somente o seu abdômen bem definido, sua pele alva me faz salivar em desejo. – Quer que eu tire? – Ela pergunta provocativa, assinto engolindo em seco. – Não parece que quer.

- Eu quero. – Digo voltando a me sentar. Ela segura em meu rosto e faz menção em me beijar, mas só me deixa na vontade, solto um gemido de frustração.

- Então tire. – Ela diz e beija meu pescoço, levo minhas mãos a sua blusa e a tiro com a ajuda da morena. Seus seios são fartos e rígidos, os bicos de seus mamilos são rosados e estão durinhos, quase sem perceber umedeço meus próprios lábios com a bela visão que tenho. Olho pidona para Tiffany, que com um sorriso mordendo o lábio inferior me dá passagem para que eu faça o que eu quiser. Com a ponta de minha língua lambo o bico de seu mamilo, ela solta um gemido abraçando o meu pescoço, abocanho o seu seio chupando o mesmo, mordo de leve o seu mamilo. – Ah~... – Ela geme manhosa perto de meu ouvido e novamente passa a rebolar, seguro um pouco a cima de sua bunda pressionando seu intimo para baixo contra o meu ventre arrancando de sua boca vários outros gemidos. Lambo, mordo e beijo o seu seio me deliciando com o cheiro de seu corpo, depois de um certo tempo passo a me divertir com o seu outro seio. Tiffany arranha minhas costas puxando o tecido de minha regata para cima, logo aparto o que estou fazendo e assim ela tira a peça de roupa que lhe incomoda com a minha ajuda. Ela sorri largo ao me ver assim. – Você é tão perfeita Taeyeon. – Ela diz e volta a me beijar, levo uma de minhas mãos a um de seus seios massageando o mesmo, Tiffany arfa e geme entre o beijo. Quando o ar nos faz falta ela nos separa e sai de cima de mim me deixando confusa. Logo entendo o que ela pretende fazer, lentamente Tiffany tira a calça moletom ficando só de calcinha. Estremeço com o que vejo, ela sim é perfeita, suas curvas são dignas de uma deusa. Tiffany se aproxima de mim e leva suas mãos até a bainha de minha calça tirando a mesma, ela volta a sentar em meu colo, a mesma me dá um rápido selar e me joga contra a cama mais uma vez. Seu olhar cai sobre o meu abdômen, passo a olhá-lo também, ela acaricia com as pontas dos dedos a cicatriz que tenho do acidente que sofri anos atrás. Ela encara aquilo intensamente com certa tristeza.

- Tiffany? – A chamo preocupada. Ela volta me encarar e me dá um sorriso fraco ficando por cima de mim. Tiffany me beija, seguro em sua nuca e a mão livre levo a sua cintura, troco nossas posições agora ficando por cima dela, a mesma passa a beijar o meu pescoço enquanto minhas mãos tentam tirar sua calcinha.  Quando finalmente a tiro, com a ajuda dela tiro a minha. Deixo pesar um pouco de meu peso em cima dela, pressionando nossos seios um contra o outro, assim passo a me movimentar lentamente para cima e para baixo, esfregando os mesmo enquanto mais uma vez tomo seus lábios para mim, nós duas gememos com o ato. Pressiono meu joelho contra seu intimo, ela faz o mesmo comigo. Percebo que Tiffany está extremante molhada e provavelmente não estou diferente disso. Levo uma de minhas mãos a sua coxa deslizando dela até sua bunda inúmeras vezes. Sinto um ardor prazeroso ao que Tiffany passa arranhar minhas costas, aparto nosso beijo e escondo meu rosto em seu pescoço, passando a beijá-lo, mordê-lo, intercalando com leves sucções. Tiffany agarra meu cabelo o puxando com certa força, ela segura em minha mão que está em sua coxa, levando-a até o seu intimo.

- P-por favor Taeyeon... – Ela pede ofegante, a olho e sorrio terno, a beijo calma e lento, brincando com sua língua. Pressiono dois de meus dedos contra o seu clitóris, passo a estimulá-la fazendo movimentos circulares. Ela geme entre o beijo, sinto meus dedos encharcarem com seu liquido, desço meus beijos ao seu pescoço, logo arrastando meus lábios por seu busto e entre seus seios deixo um breve beijo. Em uma trilha de beijos e mordidas passo por seu abdômen ouvindo ela gemer a cada ato. Fico entre suas pernas, beijo a parte interna de sua coxa, Tiffany passa a acariciar meus cabelos enquanto se estimula massageando o próprio seio, seu olhar nem por um segundo se perde do meu. Beijo sua intimidade fazendo-a arfar, ela sorri mordendo o lábio inferior assentindo para que eu avance. Com a ponta da língua passo a estimular seu clitóris. – Humm~... – Ela tenta manter o contato visual de nossos olhos, mas acabo dificultando quando passo a lamber seu sexo, a estimulando ainda mais. -  Oh meu deus! – Ela tomba a cabeça para trás gemendo manhosa, passo uma de suas pernas sobre meu ombro, me ajeitando melhor entre ela.

- Olha pra mim Tiffany. – Peço a ela dando um tapa em sua coxa, a mesma volta a me olhar e assim também passo a me masturbar enquanto a chupo me deliciando com o seu gosto. Tiffany segura em meus cabelos passando rebolar contra minha boca.

- I-isso Taetae~... – Ela volta a tombar a cabeça para trás, suas pernas tremulam, sinto meu clímax chegar, levo minha mão livre ao seu intimo, encharco meus dedos em sua entrada, Tiffany arqueia suas costas ao que a penetro. – Ahmm~... Isso T-taeyeon, me fode! – Ela pede quase gritando, faço movimentos de vai e vem lentos, mas fortes, Tiffany abraça meu pescoço com a perna que estava sobre meu ombro. – Meu deus Tae~... – Sinto seu liquido quente melar minha boca, continuo a penetrá-la, seus gemidos me levam a loucura e acabo gozando deliciosamente bem. 

Subo meu corpo fazendo uma trilha de beijos até chegar em seu pescoço, onde escondo meu rosto para descansar um pouco, Tifanny me abraça também ofegante, seu corpo treme, o meu também, deixo o mesmo pesar sobre o dela. Alguns minutos depois minha respiração volta ao normal, Tiffany passa a beijar o meu pescoço enquanto pressiona o joelho em meu intimo, o movimentando vagamente.

- T-tiphany... – Ela começa a estimular meu sexo, solto alguns gemidos contidos contra seu pescoço, sinto ela se arrepiar. Levo meus dedos ao seu intimo, também passo a estimulá-la e com a mão livre me apoio na cama, a beijo fervorosamente enquanto ela acaricia minha nuca com a livre. Sinto arrepios invadirem meu corpo, Tiffany passa a movimentar seus dedos mais rápido em meu sexo. Nossos gemidos se misturam, a penetro novamente, Tiffany nos separa lançando meu pescoço com o braço me apertando contra ela passando a gemer alto em meu ouvido. – Mais baixo phany-ah, podem nos escutar... – Digo enquanto aumento a velocidade de meus dedos. Tiffany morde meu ombro contendo os seus gemidos, sinto seus dedos me penetrarem. – P-porra Tiphany. – Passo a gemer, beijo seu pescoço para contê-los. Sinto meu interior se contrair, Tiffany levanta o seu quadril, faço movimentos circulares em seu interior me aprofundando mais e mais.

- G-goze comigo Taeyeon. – Ela pede em um gemido e passa a lamber o lóbulo de minha orelha, logo sinto meu intimo se retrair, vários arrepios invadem meu corpo, minhas pernas fraquejam. – Isso Tae~... – Tiffany e eu gozamos pela segunda vez entre gemidos meus e dela. Jogo meu corpo para o lado, já Tiffany fica de lado com metade de seu corpo sobre o meu, ela me encara ofegante com um lindo sorriso, o que me faz sorrir feito uma boba. Ajeito algumas de suas mexas por de trás de sua orelha, nós duas estamos suadas, dou um breve beijo em seus lábios.

- Você é linda. – Digo e ela cora pela primeira vez para minha surpresa. Ela escora seu queixo sobre meu busto, nós ficamos alguns minutos apenas nos encarando, se dependesse de mim ficaria assim para sempre, admirando sua beleza. Sinceramente, não consigo formular palavras para descrever o que sinto, mas sei que é bom e não quero que acabe.

- Espero que não pense que isso é passageiro Taeyeon. – Ela diz acariciando minha bochecha, meu coração sai a mil em disparada. – Eu gosto mesmo de você e quero que dure.

- Tiffany-

- Eu sei que é arriscado, mas eu quero tentar, eu quero que dê certo. – Ela diz me interrompendo.

- Posso falar? – Pergunto divertida.

- Pode, desculpa, eu estou um pouco nervosa. – Ela diz sem graça mordendo o lábio inferior.

- Eu também quero Tiffany. – Digo com um sorriso de canto passando a acariciar seus cabelos. Em seus lábios se forma o seu lindo eyes-smile me deixando quase em transe, ela aproxima nossos rostos me dando um beijo calmo e apaixonado. Algo estranho vem a minha cabeça me deixando curiosa, assim lentamente aparto nosso beijo. – Tiffany.

- Hum. – Ela faz um som nasal para que eu continue.

- Como sabia que meu pai morreu?

 

 

 

 

 

 

 

 

....