História War of Hearts - Zayn Malik - Prologue

Prologue

Por meio deste, juro:

Serei a Espada de Raziel e a extenção do seu braço para combater o mal.
Serei o Cálice de Raziel e oferecerei meu sangue à nossa missão.
Serei o Espelho de Raziel; quando meus inimigos me virem, que enxerguem sua face na minha.

Por meio deste, prometo:

Servirei com a coragem dos anjos.
Servirei com a justiça dos anjos.
E servirei com a misericórdia dos anjos.

Até a morte, serei Nephilim. Comprometo-me neste Pacto como Nephilim e dedico minha vida e minha família à Clave de Idris.

*****

Século XVIII, Denver Hills.

Pés apressados atingem a grama fofa do lado externo do instituto, ele corre ao seu encontro, mas ela parece cortar o ar com uma agilidade incrível, sua risada é baixa e juvenil, ela é duas vezes mais leve, seu corpo magro e esguio faz um caminho astuto por entre as árvores, banhadas pela luz lunar.

— Que lento, Senhor Malik!

Ele sorri desviando de um galho que tenta a todo custo atingir sua testa. Como em um borrão cinematográfico, o rapaz avança sobre o corpo aparentemente frágil da moça.

— Senhorita Clermont! — Ele captura sua cintura, a girando em seus braços e a fazendo despencar com um baque silencioso no chão.

A jovem ri debatendo-se abaixo do corpo do rapaz, mas ele a rende de maneira sagaz e surpreendente.

Ela então estanca seus movimentos, suspira pesadamente ao se deparar com um par de esferas avelãs a fitando descaradamente.

— Assemelha-se a um anjo! — Ele divaga sem tirar os olhos da garota.

Um sorriso percorre os lábios da jovem loira, com um baque pesado e um segundo borrão, agora proferido de sua parte, ela sobe seu corpo, pressionando o do moreno, chocando as costas do mesmo ao chão.

— Talvez... – Sua respiração se mistura com a dele. — Seja porque eu possua sangue angelical em minhas veias Senhor Malik. Já refletiu sobre isso?

Ele está prestes a responder, mas um som curioso captura a atenção de ambos.

— Malditos Nephilim! — Uma voz embargada surge da escuridão.

O rapaz revira seus olhos por um instante, retirando delicadamente a moça de seu colo.

— Bom, Isaac... Odiar a própria raça é um tanto ultrajante!

A garota loira abafa uma risada.

- Isaac! O que está fazendo a essa hora fora da cama?

- Pergunto o mesmo para você dois, Nephilim despudorados! – Sua voz está mais próxima, seu rosto é revelado no contraste da lua, seu cabelo loiro é exposto assim como suas vestes pretas, típicas para um caçador das sombras, feições de um garoto de dezoito  anos, mas a rabujice de um homem centenário.

Antes que o casal possa responder, Isaac se pronuncia prontamente.

— Está na hora de caçar, meus caros. Soube de uma atividade demoníaca próximo ao condado de Burt, próximo daqui. — Finaliza por fim.

— Zayne! — A garota arqueia a sobrancelha fitando o moreno e em seguida fitando seu irmão em pé próximo aos galhos secos.

- Certo! Shax? –  O moreno direciona a pergunta a Isaac.

Isaac nega com um aceno lento de cabeça.

— Ravener. Pior raça. Odeio os malditos! — Isaac cospe as palavras de maneira ríspida.

Em poucos minutos, o casal está pronto para fazer o que fazem de melhor, a loira retira a estela de dentro de sua bota escura.

— Zayne!

O moreno vira-se para a mesma.

— Não está esquecendo de nada? — Pergunta arqueando sua sobrancelha.

O moreno não responde.

— As runas. Está prestes a adentrar uma missão sem elas? É sério?

O rapaz sorri como quem se desculpa, seus olhos brilham para a sagacidade da jovem loira, ela sempre fora racional e ele a admirava por sua infinita inteligência.

— O que seria de você sem mim, hein? — Ela provoca sacando sua estela das botas de couro.

Ele pode sentir o cálido das marcas contra sua pele,  ela o ajuda resvalando a estela dele, queimando com novos desenhos, os quais dariam a eles infinitas vantagens em uma batalha contra qualquer ser do submundo.

O moreno captura a estela da garota, desenhando o símbolo de força em seu braço alvo e delicado.

Após deixarem o instituto ao lado de Isaac, lá estavam eles, no que parecia um galpão abandonado no condado de Burt, eles pareciam brotar dos bueiros, havia mais de dez, era sem dúvidas uma infestação de Ravener. Em seguida o local foi preenchido com os Shax tão ou mais sedentos pelo sangue de um caçador de sombras.

— Zayne! O cálice! Precisas tomar posse do cálice! Isaac grita a todo pulmões resvalando sua lâmina serafim contra a cabeça de um shax.

— Cálice? Não dissestes nada sobre um cálice, Isaac! — O moreno rebate ao retirar um ravener que partira para cima de sua amada.

— É por isso que estamos aqui!  — A loira profere golpe contra o corpo de um shax e em seguida, gira seu corpo manuseando sua lâmina com destreza.

O rapaz não poderia estar mais confuso. Que cálice seria esse? Esse era o motivo para tantos demônios?

— Está certo! Onde está? — Indaga.

Os três recolhem o corpo quando a vidraça do local mal iluminado é espatifada, revelando mais meia dúzia de demônios.

— Bloody Hell! Pestes sanguinolentas! —  Resmunga Isaac fincando sua lâmina contra um segundo demônio a sua direita, o dizimando. — Está naquela sala, seja rápido!

O moreno vira o rosto e após permitir que um ravener despenque sobre seus pés e evapore, deixando rastros de sangue e icor para trás, ele corre adentrando a pequena sala.

Esperava avistar algo fora do normal, como labaredas de fogo ou algo surreal, mas tudo o que lhe é permitido a visão é um cálice de cor metálica, não pensa duas vezes ao tomar o objeto em sua mão, avalia o mesmo como se avalia algo realmente precioso e raro.

— O que faz? — Indaga como se o objeto pudesse responde-lo.

E ele o faz.

Um clarão. É tudo o que vê, em poucos segundos sua vista é tomada por uma imensa luz potente que por muito pouco poderia cega-lo, ele sente seu peito queimar e suas forças ruírem de seu corpo. Cai de joelhos arfando alto, sente seu peito abrir e ser rasgado de dentro para fora.

Quando volta a abrir os olhos, uma dor latejante atinge a região de suas pálpebras, elas estão mais sensíveis do que antes.

Rasteja para fora da sala, sente a imensa vontade de gritar para os dois caçadores do lado de fora, contudo percebe que não será necessário, pois todos os demônios em um raio de vinte metros foram dizimados pela luz que o cálice emanava.

E junto a eles, os dois irmãos caçadores.

—  Isabel!  — O moreno reúne força em seu interior, abandonando sua lâmina serafim para trás quando corre em direção a loira. — Não! Não! Não! — Se joga ao lado do corpo inerte da jovem que parece estar em um sono tranquilo.

O que diabos havia acontecido ali?

Ele afaga o rosto da garota, desenha um iratze no braço de sua amada para tentar curar a ferida, contudo rapidamente o símbolo de cura desbota.

— Isabel! — Chama a garota tomando seu corpo sem vida contra o peitoral.