História War of Hearts - Prólogo-Part 1

Tudo estava tão calmo que parecia coisa de cinema. Minha mãe, Jocelyn Fray, estava no quarto e eu, Clary Fray, estava terminando um desenho quando a campainha toca. Simon. Corro para fora do quarto e atravesso a média sala até a porta. O apartamento onde moro não é tão grande e nem tão pequeno, é um tamanho perfeito para minha família, ou seja, eu e minha mãe.

-Simon! Está adiantado, nós tínhamos combinados as 21:00 horas e agora são exatamente 19:32 –Digo assim que abro a porta e Simon ri mostrando seu lindo sorriso com dentes quase perfeitos.

-Você sabe que eu sempre me adianto, e é mais fácil ficar aqui do que lá em casa ou na casa de Eric. –Simon me lança um sorriso ao passar pela porta, fechando a mesma logo em seguida.

-Vocês ainda estão procurando um nome para a banda? –Pergunto indo para o meu quarto sem me preocupar com a possibilidade de Simon não estar me seguido. Nós somos melhores amigos desde que me entendo por gente. Simon sempre esteve ao meu lado para me fazer rir, me ajudar as secar as lágrimas e me defender nas brigas do jardim de infância.

-Estamos, porém não conseguimos mais entrar num acordo. Nem sei mais quais são as opções.

-Sea Vegetable Conspiracy ou Rock Solid Panda. –Digo e ele me olha com uma mistura de surpresa e choque. –Eu presto atenção de vez em quando, além disso os dois nomes são péssimos. Você tem que conversar com Eric sobre isso.

-Adianta falar com eles, não me escutam. –Ele diz e suspira se jogando em minha cama. –Com qual roupa você vai?

-Ainda não sei Simon. Eu estava indo tomar banho. Você veio mais cedo lembra? –Digo pegando minha toalha em cima da cama no mesmo instante que Simon me acerta uma almofada. –Ei, abusado.

Simon começa a rir e lhe lanço uma cara feia. Em segundos ele se cala e vou até ao banheiro, fechando a porta logo em seguida. Ligo o chuveiro para deixar o mesmo esquentando a água e começo a me despir.

(...)

-Simon anda logo menino, não quero chegar muito tarde na boate. –Digo balançando minha cabeça negativamente. Ele estava sentando em frente ao balcão da cozinha comendo frango ao molho que minha fez com ajuda de Luke, seu melhor amigo.

-A culpa não é minha que Jocelyn faz um frango incrível. Digo Srta. Fray. –Simon sorri com as bochechas coradas e coloca seu prato na pia assim que termina de comer.

-Ah Simon querido, nós já passamos disso de senhorita, para você é só Jocelyn. –Minha mãe sorri simpática para ele e reviro os olhos.

-Vamos logo Simon. Tchau mãe, tchau Luke. –Digo e abraço minha mãe e em seguida Luke, mas com menos força para não quebrar o óculo que está pendurado em seu pescoço.

- Tchau srt...digo Jocelyn, até mais Luke.

-Se cuidem crianças. –Diz Jocelyn enquanto me olha com uma cara indecifrável.

-E, não cheguem muito tarde- Luke da continuação a fala de minha mãe e sorri amigável. Luke é um grande amigo da família, o melhor e quase único de minha mãe. Agarro a mão de Simon e o arrasto para fora de casa.

-Sua mãe sabe que Luke gosta dela? –Simon me pergunta e olho surpresa para ele assim que descemos as escadas do prédio.

-Luke não gosta da minha mãe. Não amorosamente. –Digo com uma expressão de confusão no rosto assim que passamos pelo Java Jones.

-É obvio que gosta Clary. Da para ver nos olhos dele. Você realmente não consegue perceber isso?

-Não. Eu sempre pensei que eles fossem grandes amigos. Apenas grandes amigos.

-Nossa Fray. Não somos eu e Luke que precisamos de óculos e sim você e Jocelyn. – Simon diz num tom mais baixo assim que paramos na fila da boate. Suas palavras passam por minha mente mais uma vez e tenho a impressão que ele disse isso não em relação a minha mãe e Luke e sim a outra coisa. Estranho.

(...) 

                                                                        ?

-Olha só isso aqui é de borracha. Viu? Inofensiva. –Digo olhando para o segurança a minha frente enquanto dobro minha estaca ao meio. O segurança me olha com uma expressão de compreensão e divertimento e reviro os olhos. Mundanos. Tão fácil de seu enganar.

-É, borracha. Entra logo, mas da próxima vez vê se não vem fantasiado de Buff- A Caça Vampiros. –Diz o segurança e todos da fila riem. Olho para ele bufando e entro na boate.

Olho em volta sorrindo e rio um pouco alto demais. Meu coração dispara e sinto um arrepio percorrer o meu corpo. Vitalidade. Tantos humanos juntos no mesmo lugar é magnifico. Consigo ouvir e sentir o cheiro do sangue correndo nas veias de cada mundano aqui presente. É hoje.

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-Clary é impressão minha ou você não tirava os olhos do cara de cabelo azul que estava lá na fila? –Pergunta Simon, mas não respondo. Realmente achei ele lindo e agora estou tentando procura-lo, mas no meio de tanta gente isso chega a ser impossível. –Quer beber alguma coisa?

-Quero, qualquer coisa. –Respondo desviando o olhar do centro da pista de dança para Simon. Ele sorria sem jeito e dava para ver que ele estava desconfortável, afinal ele só está aqui por mim.

-Volto logo.

                                                                 ?

Olho para a multidão de adolescentes dançando a minha volta e tento enxergar alguém que me prenda a atenção. Olho mais uma vez para frente e a vejo. Uma garota alta e linda. Com os cabelos castanhos escuros, longos e ondulados, ela olha diretamente para mim e sorri. De longe consigo ver o pingente de seu colar, uma pedra de um tom de vermelho intenso. Quanto será que isso vale? Ela vem caminhando em minha direção e consigo ver sua roupa com mais clareza. Ela estava usando um vestido longo branco que cobre toda a extensão de suas pernas e braços. Ela passa por mim e balança sua cabeça. Eu a sigo, entrando no depósito logo atrás dela.

                                                                ?

-Aqui Clary –Simon me entrega a bebida e sorrio agradecida para ele. Tomo apenas um gole bem na hora que vejo o menino de cabelo azul entra num depósito. Fazer o que né, ele já achou sua garota especial. Mas isso não era o que estava me assombrando, logo atrás do menino, duas pessoas altas com laminas nas mãos entraram no deposito.

-Simon! Está vendo aquela porta ali? –Aponto para o depósito e ele assente- Então, o menino de cabelo azul entrou lá e logo depois mais dois garotos entraram atrás. Levando facas bem afiadas e enormes.

-Você tem certeza?

-Tenho.

-Ta bom, vou chamar o segurança. –Simon diz colocando sua bebida no balcão e indo em direção a entrada, mas como a boate estava lotada ele apenas conseguiu dar alguns passos antes de ser parado por adolescentes dançando e vários grupinhos.

Respiro fundo e vou andando sorrateiramente até a porta do depósito.

                                                           ?

Sorrio olhando a menina que também sorria para mim. Me aproximo mais dela e ela me olha com uma cara de inocente. São as melhores.

-Como é seu nome?

-Isabelle –Ela responde e fico bem perto dela agora, tão perto que consigo ver uma marca desenhada na curvatura de seu pescoço.

-Você! –Não tenho nem tempo de fugir, um chicote surge nas mãos de Isabelle e ela o lança contra os meus pés, enrolando os mesmos, fazendo com que eu caia no chão com muita força.

-Ele é todo de vocês meninos. –Duas pessoas surgem da escuridão. Um garoto de cabelos escuro como o de Isabelle e um com cabelos da cor de ouro. O de cabelos escuros me pega pelos pulsos e me joga contra um pilar enquanto Isabelle amarra minhas mãos e pés, me prendendo ao pilar.

-Quantos da sua espécie ainda tem aqui?

                                                                  ?

Respiro fundo ao entrar no depósito e olho em volta quase não percebendo as quatro pessoas bem no centro da sala. Me abaixo tomando cuidado com os vários cabos de metal no chão e me escondo atrás de algumas caixas de papelão. O menino de cabelo azul estava amarrado a um pilar enquanto um garoto de cabelos dourados falava com ele.

-Quantos da sua espécie ainda tem aqui? –Pergunta o loiro e fico um pouco confusa. Como assim espécie.

-Não sei do que está falando. –O menino de cabelo azul responde olhando ferozmente para o loiro.

-Estamos falando de demônios. Nós sabemos o que você é. Você sabe o que nós somos então será que você não quer adiantar todo esse papo de ‘Oh você pegou o cara errado incrível garoto de cabelos magníficos’.

-Jace, chega! –O garoto de cabelos escuros o repreende ficando ao lado de Jace. –Vamos lá demônio, temos uma noite cheia, então ante logo, quantos ainda estão com você?

-Nenhum, eu vim sozinho. Gosto da solidão. –O tal demônio responde me confundido mais ainda. Essas pessoas são loucas.

-Ok, ultimas palavras? –Jace pergunta enquanto ergue uma lamina para o pescoço do menino/demônio.

-Valentim. Ele está vivo e sei onde está. –O menino diz desesperadamente afim de conseguir se salvar.

-Toda vez que estamos próximos de matar alguém do submundo eles alegam sabem onde Valentim está, mas sabe de uma coisa. Nós também sabemos. Ele está morto, junto com toda sua família, provavelmente deve estar queimando no fogo do inferno.

-Jace, Alec acabem logo com ele. –Diz a garota, Isabelle eu acho. Jace ergue a lamina quando está preste a fincar no pescoço do menino de cabelo azul eu faço uma coisa sem pensar. Saio de meu esconderijo e grito.

-Para! –Todos os olhares são direcionados a mim e consigo ver a surpresa em cada um deles.

-O que é isso?

-É uma garota Alec, tenho certeza que já viu uma, inclusive Isabelle, sua irmã, é uma garota. –Jace ironiza.

-Eu sei que é uma garota, mas ela pode nos ver, uma mundana. –Neste exato momento o menino de cabelo azul se solta do pilar e pula em cima de Jace. Isabelle grita surpresa enquanto Alec pega a lamina que Jace deixou cair, assim que gritei, Alec tenta atingir o menino de cabelo azul. Com um uivo o menino de cabelo azul cai no chão e Jace sorri triunfante retirando a lamina do peito do menino. Respiro fundo tentando reprimir as lagrimas de espanto e corro para a porta, mas o chicote de Isabelle pende meus pés e caio.

-Mundana idiota, você quase provocou a morte de Jace. O que vamos fazer com ela?

-Você geralmente anda com filhos da noite garotinha? Ou com filhos da lua e de Lillith?

-Eu não sei do que você está falando. –Respondo olhando para Jace. Se pudesse desenhar ele agora seria como um anjo vingador, com assas douradas como seus cabelos.

-Ela sabe de mais Jace, é melhor levarmos ela para o Instituto. –Diz Alec, mas Jace balança a cabeça negativamente.

-Deixa ela ir...Izzy! –Isabelle afrouxa o aperto de meus pés e me levanto do chão bem na hora que Simon abre a porta do depósito acompanhado de um segurança.

-Clary! O que está fazendo ai dentro sozinha? –Não me espanto de nem Simon e nem o segurança conseguir ver Jace, Alec e Isabelle. –Cadê os caras com facas que você disse?

-Eu devo ter me confundido, foi mal –Olho mais uma vez para Jace e vou andando até Simon.- Erro meu. –Isabelle solta uma rizada e fecho a porta do deposito com força.