História War of Hearts - Prologo Part 3

-Srta. Hathaway, gostaria de mais alguma coisa? – Pergunta uma moça vindo até mim. Eu sorrio negando com a cabeça, mas logo volto atrás e peço mais um suco. Ela sorri satisfeita e volta para o pequeno “restaurante”, lotado por causa da hora. Hoje realmente é um lindo dia de verão. Olho para o lado e vejo Ian Somerhalder vindo em minha direção, com um lindo sorriso estampado no rosto. Me levanto da cadeira de praia, fechando os meus olhos e fico parada esperando ele vir até mim. Mas nunca vem. Abro meus olhos e não estou mais na praia e sim dentro do carro dos Dragomir. Ao meu lado direito está André e do meu lado esquerdo Lissa. Estávamos ouvindo um musica um tanto que eletrizada e com algumas palavras obscenas e isso faz com que o Sr. Dragomir deixe de prestar atenção na estrada para desligar o rádio. Lissa e eu contestamos e logo em seguida uma luz invade meu campo de visão. Um carro prateado se choca contra o nosso e acordo assustada. Esse não era o meu sonho, é o dela. De Lissa.

-Liss! Liss, acorde –Me levando num pulo da cama e saio correndo para o quarto de minha Moroi favorita. Lissa estava se contorcendo na cama quando entrei e no mesmo segundo trato de acorda-la. –Liss, está tudo bem, foi só um sonho.

-Mas não foi Rose. –Disse respirando fundo dirigindo seu olhar para mim. E não foi mesmo.

-Eu sei, o acidente. –Graças ao meu laço com Lissa consigo sentir o medo que a invade e a abraço a mesma. –Está tudo bem. Estamos juntas lembra. –Digo me levantando da cama assim que o abraço é desfeito e Lissa faz a mesma coisa, ou pelos menos tenta. –A quanto tempo não se alimenta? Uns dois dias, não é?

-É, mas você estava ocupada demais Rose e você sabe que posso ficar um tempo sem me alimentar. –Ela diz tentando parecer confiante, coisa que não dá certo. Os Moroi, tem que se alimentar diariamente e ficar sem se alimentar gera fraqueza, coisa já evidente em Lissa.

-Vem aqui –Me sento novamente na cama e tiro meu casaco, liberando meu lindo pescoço para Lissa. Ela tenta negar, mas não consegue, sua fome é grande. Suas presas cortam minha pele e sinto uma sensação maravilhosa, como se tivesse ingerido vários ecstasy’s. A saliva dos Moroi, trazem isso para nós, “humanos”, mas essa sensação dura pouco, Lissa se afasta de mim e limpa a boca.

-Obrigada.

-Amiga é para essas coisas –Digo sorrindo levemente e ouço o gato de Lissa, Oscar, rosnar para a janela e me levanto alerta. Animais nunca gostaram de nós Dhampirs e Oscar sempre foi um gatinho quieto, ele rosnar para janela só significa uma coisa: nos acharam. Vou até a janela e vejo um cara vestido todo de preto me olhando. Arregalo os meus olhos e vejo o cara se afastar.

-Tinha alguém nos observando e não é treino. –Digo sentindo já meu coração na garganta.

-São Strigoi? –Ela pergunta chocada, estática.

-Não! São guardiões. –Ela fica mais chocada ainda e corre arrumar as coisas. Volto para o meu quarto e jogo algumas poucas e simples roupas numa mochila. Respiro fundo assim que percebo que Lissa está pronta e saio do apartamento, levando minha mochila e mais uma bandana e uma garrafa de whisky (para a armadilha, obvio). Prosseguimos andando pelas sombras até que os vejo. Um grupo de mais ou menos quatro guardiões. Respiro fundo e faço tudo que tinha programado em minha mente. Alguns segundos depois uma moto explode perto dos caras. Rio alto pegando um cano de metal no chão e o uso como arma. Por Vlad, ainda bem que eu lembro de todo o treinamento. Atinjo os guardiões um por um e quando o ultimo cai no chão, agarro a mão de Lissa e corro até o carro.

-Vasilisa Dragomir, meu nome é Dimitri Dragomir e estou aqui para te levar de volta a São Vladimir.

Meu coração para ao ouvir essas poucas palavras. Um Dragomir. Isso é impossível. Através do laço sinto Lissa se agitar confusa ao ouvir seu sobrenome usado por Dimitri então faço a primeira coisa que vem em minha cabeça.

-Se quiser a princesa, vai ter que passar por mim primeiro camarada. –O ataco, mas ele é mil vezes mais rápido que eu e me joga para longe. Fecho os meus olhos e espero meu corpo se chocar com o chão mais isso não acontece. Abro meus olhos lentamente e percebo que estou nos braços de Dimitri.

Meu nome é Rose Hathaway e venho de uma longa linhagem de dhampir. Minha melhor amiga é Lissa Dragomir, uma Moroi, a última de sua família. Há mais ou menos dois anos e meio os pais e irmão de Lissa morrem num acidente de carro. Ela e eu fomos as únicas sobreviventes e foi aí que o laço psíquico começou. Eu consigo sentir o que Lissa sente e pensa, e até as vezes entro em sua cabeça e consigo enxergar o que ela enxerga. Nojento. Eu sei, vocês devem estar se perguntando o que são Moroi, Dhampir e Strigoi e aqui vai o significado. Moroi são uma longa raça de vampiros, eles podem sair ao sol sem se queimar ou brilhar e também podem comer comida normal, mas seu verdadeiro sustento é o sangue. Strigoi são os vampiros maus. Imortais, mais fortes e rápidos que qualquer Moroi e seu alimento predileto é o doce sangue Moroi. E bem os dhampirs são os guardiões, nós lutamos para proteger de qualquer maneira nossos Morois e damos a vida para eles. Um dhampir só existe da união carnal de um humano com um Moroi, e alguns Dhampirs são mandados para a São Vladimir, ou como eu gosto de chamar, Academia de vampiros. Os Morois também ficam lá. Eles aprendem a lidar com seus poderes e tudo isso sobre ser um chupa sangue.

Acordo sentindo minha cabeça gritar para voltar a dormir, mas alguma coisa faz com que eu acorde. Lissa. Olho para o lado e vejo Dimitri dirigindo. Olho para frente e percebo que estamos voltando para a São Vladimir. Dimitri de algum jeito conseguiu me fazer dormir na hora do ataque e agora estamos voltando, depois de dois anos inteiro, estamos voltando para a prisão. Adeus Twitter e chocolate.

-Hey camarada! –Tento chamar a atenção de Dimitri assim que o carro para. Os outros dois guardiões presentes no carro levam Lissa até o avião e Dimitri trata de me guiar até lá. Ótimo. Ele me leva até o ultimo acento e Lissa fica no primeiro.

-Não deixem as duas conversarem. Em cinco minutos elas arquitetam um plano para fugir. –Disse Dimitri. Suspiro pesadamente, mas logo sorrio. É bem isso que estou fazendo agora. Procurando uma maneira de fugir disso aqui. Um guardião se senta ao meu lado enquanto Dimitri vai para frente se sentar com Lissa. Ela está nervosa, consigo sentir. Algumas horas depois os guardiões trocam de lugar e Dimitri me olha curioso. – Você realmente ia atacar todos nós? –Eu não respondi e ele prosseguiu- Fazendo isso... protegendo ela desse jeito, foi muito corajoso.- Ele pausou -Estúpido, mas muito corajoso. Por que você ao menos tentou?

-Por que eu sou a guardiã de Lissa.

{...}

Quando pousamos, Lissa e eu não tivemos outra opção a não ser deixar os comandos, nos levarem até a Academia. Nosso carro parou no portão e vários guardas surgiram, guardas que verificaram se nós não éramos Strigoi prestes a começar uma matança por diversão. Depois de um minuto, eles nos deixaram passar da vigilância e entrar na Academia propriamente dita. Era por volta do horário do pôr do sol – o começo do dia vampírico – e o campus estava envolvido por sombras. Provavelmente se parecia como sempre, disperso e gótico. Os Moroi eram fiéis às tradições; nada nunca mudava com eles. Essa escola não era tão velha quanto a da Europa, mas foi construída no mesmo estilo. Os prédios elaborados, parecido com a arquitetura de igreja, com picos elevados e esculturas de pedra. Portões forjados de ferro bloqueiam pequenos jardins e entradas aqui e ali. Depois de morar num campus universitário, eu tive uma nova apreciação pelo fato desse lugar se parecer mais com uma universidade do que um simples colégio.

Nós estávamos no campus secundário, que era dividido em colégio inferior e superior. Cada um foi construído ao redor de um pátio aberto decorado com alguns caminhos de pedra e enormes árvores centenárias. Nós estávamos indo para o pátio do superior, no qual havia prédios acadêmicos de um lado, enquanto os dormitórios dos dhampirs e o ginásio ficavam do lado oposto. Os dormitórios dos Moroi ficavam numa das outras extremidades, e de frente deles haviam os prédios administrativos que também serviam à escola inferior. Estudantes mais novos viviam no campus primário, mais distante ao oeste.

-Hey camarada...está nos levando para a Kirova?

-Diretora Kirova! –Ele me corrige e reviro os meus olhos.

-Diretora Kirova, dane-se, aquela va... –Paro de falar ao ouvir o pensamento de Lissa, a mesma estava me mandando parar. Suspiro percebendo só agora onde estamos indo. Existem vários caminhos para a diretoria, mas eles precisavam passa pelo refeitório? E bem na hora do café da manhã? Cruéis. Assim que passamos pelas portas duplas do refeitório todas as conversas pararam e os alunos nos olharam. Sorri para alguns colegas dhampir, mas logo meus olhos encontram Aaron. O ex namorado de Lissa. O coitadinho deve ter sofrido muito com a nossa fuga, mas já parece ter seguido em frente, pois, ao seu lado, segurando uma de suas mãos, estava uma garota loira, baixinha. Ela parece uma criança, desde quando Aaron virou pedófelo?

-Já odeio esse lugar!

Lissa diz baixinho e os guardiões continuam o caminho até o escritório de Kirova. Assim que nós entramos vejo Victor Dashkov. Ele estava doente quando fomos embora, mas isso – isso era horrível. Ele é o pai de Natalie, somente com uns quarenta e pouco anos, mas ele aparentava o dobro da idade. Pálido. Encolhido. Com as mãos tremendo. Meu coração se partiu olhando para ele.

-Victor! –Lissa e eu dizemos ao mesmo tempo e o abraçamos. Me afastei primeiro e me sento na primeira cadeira que vejo. Meus olhos correm em toda a sala procurando um jeito de fugir. Impossível. Assim que Lissa e Victor se sentam Kirova começa com seu sermão, e ela é muito boa nisso, só nisso.

{...}

-E quanto á você Rosemarie Hathaway, está expulsa. Seu ato foi imperdoável, como você pode levar Vasilisa de seu local seguro para a expor num lugar onde os strigoi podem atacar a qualquer momento? –Ela não me deu tempo de responder e já foi continuando- Sei que o termo meretriz de sangue é tanto que forte mas tenho certeza que vários Morois pagariam muito para ter o seu sangue em suas viagens de negócio...

-Diretora Kirova, elas possuem a ligação. –Dimitri interrompe.

-Isso é impossível.

-Em meu curto período de observação, Rose sabia o que Lissa estava pensando e sentindo. Até mesmo quando estão separadas.

-Isso é muito raro e especial. –Diz Victor impressionado revessando seu olhar entre Lissa e eu. Victor, assim como Lissa, faz parte de uma das famílias reais. Ele seria o próximo rei, mas como está doente, Lissa pode ser a próxima sucessora ao trono.

-Por favor diretora Kirova, deixe Rose ficar. –Lissa diz olhando nos olhos da diretoria e sinto o poder emanar de Lissa. Ela estava Compulsando Kirova para me deixar ficar. Inteligente.

-Tudo bem, Hathaway fica. Mas sem festa ou conversas depois das aulas...como vamos fazer com seu treino de combate? Tenho certeza que está todo esse tempo sem treinar. –Opa!

-Rose poderia ter aulas extras de luta, diretora.

-E você daria essas aulas?

-Não era isso que eu...tudo bem, pode ser eu.

-Ótimo, Guardião Belikov. –Eu sabia que ele estava mentindo. Então Belikov é seu verdadeiro sobrenome. –Ah...Vasilisa, Dimitri Belikov é seu nome guardião.

-Você contratou mão-de-obra barata e estrangeira para proteger Lissa? –Minha Moroi favorita me lança um olhar, me repreendendo e calo a boca.

-Ótimo, agora vocês duas, direto para a sala de aula.

Ótimo, não acredito que depois de dois anos fugindo estamos de volta. E ainda, depois de tudo isso, temos que ir direto para sala de aula. Como se já não fossemos humilhadas o bastante.