Alexander acordou sentindo o corpo balançar, sua cabeça doía como se estivesse sendo esmagada e sua garganta implorava por qualquer coisa que pudesse beber.Podia ouvir vários passos apressados e distantes, vozes conhecidas se sobrepondo em uma discussão e, mesmo de olhos fechados sabia que estava sendo carregado.
E ainda que a vontade de dormir estivesse quase o dominando,tentou se concentrar na pequena discussão.
-Ele...morrer! Falta uma hora até chegarmos...Lugar mais perto.
-Perto do...interrogação,...
Foi tudo que conseguiu entender antes da inconsciência tomar conta de si novamente.
Luke na verdade tinha conseguido chegar ao apartamento e juntar um pequeno grupo do Alpha para resgatar Alex.
Amanda, Luke, Dave, Louise e Willy chegaram à sede bem a tempo de ver Lexa caído em uma enorme poça de sangue.Logo de cara pensaram que estivesse morto, mas então o garoto começou a murmurar coisas sem sentido algum e eles improvisaram uma maca com lençol e um cabo de vassoura antigo.
Já tinham andado por dez minutos antes de finalmente aceitarem que Alexander não conseguiria aguentar até o apartamento e decidirem levá-lo até o lugar mais próximo.No caso,a antiga lanchonete de Aby.
-Meu.Deus. -Mandy exclamou quando chegaram em frente ao local.
Ao menos metade da lanchonete estava demolida, mesas estavam viradas e havia uma quantidade significativa de comida no chão.Mas ainda assim, havia a outra metade, uma lona azul parcamente pendurada substituía a parede caída, impedindo que as pessoas olhassem para dentro.
-Mandy, vamos voltar. -Willy sugeriu e o resto do grupo pareceu concordar.
-Não, não vamos.Lexa precisa da gente,e como ele mesmo disse: Não dá mais pra evitar a guerra.
A líder bufou, ajeitando a maca melhor em seus ombros e Luke fez o mesmo, segurando a outra ponta antes dos cinco adentrarem o terreno.
Deixaram rapidamente Lexa no chão, tampando seu ferimento com um pano e Amanda se aproximou do balcão empoeirado,em busca de Abigail.
A líder soltou um berro quando deu de cara com Aby, apontando uma arma pra Mandy,e teria atirado se não reconhecesse de imediato a garota ruiva.
-O que...O que estão fazendo aqui?!
Abigail se levanta com dificuldade, seus cabelos que antes estavam sempre bem presos em um coque, agora estavam soltos e caiam sobre seu rosto amendoado.
-Me desculpe,Aby.Alex levou um tiro e...Pensamos que não seria problema o trazermos pra cá, só até ele pelo menos conseguir andar.
-Não sei se percebeu,mas esse lugar está acabado. -A senhora espiou por entre a lona para ter a certeza de que não tinham sido seguidos, logo puxando uma cadeira e se sentando calmamente. -Podem ficar, com toda a certeza.Só não sei se terão o necessário pra cuidar desse garoto.
-Oh meu Deus! Obrigado Aby, nossa, eu tive tanto medo de...
-Mandy! -Louise interrompeu. -Ele precisa de sangue.
-O que...De onde vamos tirar esse sangue? -Luke secava algumas lágrimas de seu próprio rosto quando perguntou.
-Uma transfusão, idiota.
-Okay, mas precisaremos de alguns aparelhos,e eu nem sei quais ou como conseguir.
-Uma cânula, bolsas e um anti histamenin..Anti histamine...
-Anti histamínico. -Aby corrigiu Luhh, se aproximando de Alex. -E um doador de sangue.
-Angel! -Jones alcançou o garoto na saída do prédio, pousando a mão em seu ombro. -Sua proposta nesta reunião certamente será pensada, garoto.
-Ahn, -Pigarreou. -obrigado senhor.Se me permite ir agora,eu...
-Claro.Antes disso eu só queria saber se, não viu meu filho por aí. -O presidente coçou o pescoço,tentando não parecer desconfortável com a situação. -Ele tem treino de tiro em uma hora e não sei onde o bastardo se enfiou.
-Eu não faço ideia de onde Zee se meteu,Jones.E eu realmente preciso ir.
-Certo, vá.
Angie esperou Jones sair de sua vista antes de enfiar as mãos nos bolsos e suspirar audivelmente, jogando a cabeça pra trás.E sentiu a estática de seu walkie talkie, logo o sintonizando.
-Angie, pelo amor de deus me fala que ainda tá no governo!
-Tô, eu tô saindo.O que aconteceu? -O garoto se apoia na parede, preocupado. -Você tá bem?!
-Alex levou um tiro e precisamos que pegue uma cânula, bolsa e uma injeção de anti, anti histamínico!
-Tá mas eu..Eu Não posso pegar tudo isso sem ninguém reparar.
-Por favor,Angie...
Angel rolou os olhos minimamente, soltando um breve riso antes de responder.
-Eu vou ver o que consigo levar pra ele, okay?
-Okay.Obrigado Angie.Mas corre, corre mesmo que o Lexa não está nem um pouco bem,okay?
-Ele vai conseguir trazer tudo? -Willy pergunta distraidamente, limpando seus óculos na barra da camisa.
-Como é que você sabe que é disso que o meu primo precisa?
Amanda observava a rua ansiosamente,esperando a chegada de Angel mesmo Louise tendo acabado de desligar o rádio,enquanto Luh se limitou a apenas responder as perguntas e não mandar Luke ir se ferrar.
-Ele vai trazer o possível,e caso não saiba Luke, meu irmão é de um setor elevado no governo onde o básico da medicina é usado.Então, Scott,é assim que eu sei do que seu primo precisa.
Em torno de uma hora depois, Angel acha o local onde Louise tinha lhe explicado como chegar,e na mente dele poderia ter sido recebido de formas melhores ao invés de uma arma apontada na sua cara.
-Quem é você soldado? – Aby pergunta.
-Aby, ele é meu irmão. -Lu aparece e coloca a mão sobre a arma de Aby, abaixando a mesma. -Trouxe o que Scott precisa, deixe ele entrar.
Relutante,a senhora deixa Angie entrar e o garoto vai direto até Alex.
-Ele tá péssimo. -Comentou, preparando a injeção.
-Ele piorou no tempo em que você não chegava.
Habilmente Angel injetou o anti histamínico no braço de Alexander, aproveitando para checar os fracos batimentos dele.
-Quem vai doar o sangue? -Willy perguntou e todos no grupo olharam para Luke.
-E-eu?!
-Você é da família, as chances do corpo dele não aceitar seu sangue é muito menor, Luke. -Angie disse se aproximando com a agulha nas mãos. -Vamos, dê o braço.
Após quase uma hora as últimas gotas de sangue entravam no organismo de Alexander, que já tinha ganhado alguma cor, mesmo que seus batimentos ainda estivessem fracos e ele, desacordado.
-Onde estão os outros? - Abigail quebrou o pesado silêncio naquele lugar. -Mollhausen, Ashley,a garotinha.
-Ashley ainda está no grupo, por incrível que pareça. -Mandy riu fraco. -Mas Ivy e Thomas por outro lado...
-Eles abandonaram o grupo?!
-Eles morreram, Aby.
-Ivy?! -Amanda assentiu fracamente com a cabeça, lembrando de quando Robert apareceu com a criança morta no colo. -Meu Deus Amanda...
Aby tocou levemente o rosto da líder, lágrimas brilhavam nos olhos de ambas e Mandy abraçou fortemente a senhora à sua frente.
-Mas tá tudo bem,quer dizer...Ela não precisa mais disso. -Indicou toda aquela guerra ali fora,limpando as lágrimas dos olhos. -E isso é bom, certo?
-Sim querida, isso é muito bom mesmo.
Amanda foi tirada de seus devaneios com Louise tocando seus joelhos delicadamente.
-Amy, eu não conheci a garota mas sei que ela deve ter sido incrível.Só que precisamos cuidar dos que ainda não morreram.Alex ainda não está bem.
-Você tá me dizendo que passamos por tudo isso e o meu primo ainda pode morrer?! -Luke levanta de supetão, completamente esgotado e irritado.
-Não, eu estou dizendo isso pra Amanda.
-Muito engraçado sua desgraçada, mas essa porra de transfusão não adiantou de nada! -Luke foi pra cima de Louise, mas Angel entrou na frente,o barrando. -Lexa vai morrer,e a culpa será sua.
-Ele vai ficar bem,Luke. -A garota diz calmamente.
-Quando?! Quando ele vai ficar bem?Já fazem vinte minutos, vinte minutos e nada mudou!
-Não é instantâneo.
-E quanto tempo vai demorar sua vadia estúpida?! Quanto...Tempo?
As mãos do homem tremiam levemente e seu rosto estava completamente vermelho, denotando toda a irritação e preocupação do mesmo.
-Fale direito com ela a não ser que queira uma bala no meio da sua cara. -Angie saca sua arma, apenas para intimidar Luke.
-Não tem problema,Angie. -Luh pousa a mão no ombro do irmão e ficando cara a cara com Scott. -Só toma cuidado de como fala comigo, imbecil. -Com um empurrão ela tira Luke de sua frente e vai até Lexa.
-Ele vai mesmo ficar bem? -Willy sussurra para Louise.
-Eu não faço ideia,espero que sim. -Ela diz acariciando os cabelos negros de Alex e analisando os traços do garoto. -Você é mais forte que uma bala,Scott.Não morra por causa disso,okay?
Enquanto os rebeldes estavam tensos pelo resultado da transfusão, Jones estava quase enlouquecendo pelo sumiço do filho.
-Eu não me importo se tiverem que procurar até o fim do mundo!Vocês vão achar meu filho nem que precisem morrer pra isso!! -Esbravejou irritado.
Assim que todos ali bateram continência e saíram,o presidente se permitiu encher um copo com rum.
-Está aderindo as manias de Mollhausen,Jones? -Hernest se senta na cadeira a sua frente.
-Não me compare àquele incompetente. -Resmungou massageando as têmporas. -E aliás, onde ele se meteu?
-Eu não faço a mínima ideia, mas Mase sempre saiu com seus soldados para rondas ou coisas assim.Principalmente depois da morte do garoto, ele precisa de ar.
-Então, ele tá por aí ao invés de fazer o seu trabalho e achar meu filho?!
-Jones,olha... -Assim que ia falar,Hernest foi interrompido por um soldado, que abriu violentamente a porta.
-Senhor...Senhores, -Caleb respirava rápido, como se tivesse corrido diversos corredores pra chegar até ali. -Achamos o Zachary, mas ele se recusa a sair da sala com algum de nós.
-O que vocês fizeram com o meu filho?! -O presidente vai até o soldado com fúria nos olhos, se preparando para um golpe e até Hern se encolhe diante da situação.
-N-nada, senhor, nós só...Só o encontramos e-e, ele não quer sair de lá.
-Onde?!
-A sala de limpeza, senhor.
E Jones correu desesperadamente e o mais rápido que pôde até chegar naquela sala escura e ver Zack encolhido em um canto.
-Zee..? -A única resposta que ouviu foi o choro do garoto.
Fechou cuidadosamente a porta atrás de si e acendeu a fraca luz amarelada.Zack estava tão diferente do garoto que sempre fora.
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