História War to Peace - Entre céu e inferno

Entre Céu e o Inferno

Eles caíam, tão rápido quanto estrelas cadentes, tão graciosos como a neve... Durante a queda, muitos foram atingidos por pedaços do céu vermelho que também caia, e o impacto foi fatal. Ali em baixo algumas pessoas viam o que acontecia... E desesperadamente, muitas fugiram. Mas outras, observavam.

- Onde estou? O que... aconteceu? – Se questionava Nove, enquanto percebia que sua cabeça estava sangrando, apesar de não saber bem o que era aquilo.

Sua visão ainda estava um pouco distorcida por causa da queda, mas aos poucos via, e quando conseguiu ver, desejou não estar vendo. Seus conhecidos estavam mortos, ele via todos e até procurava por alguns em especial.

- O que... O QUE ACONTECEU?!! – Desesperadamente perguntou, mas não esperava uma resposta.

- Eles estão mortos... – respondeu uma garota, a qual ele não conhecia, e era misteriosamente linda.

Ela tinha uma pele branca e seus cabelos eram negros e longos, o vento soprava eles como se fosse perfeitamente calculado, em seu cabelo havia também uma mecha vermelha que combinava perfeitamente com seus olhos escarlates. Nove nunca havia visto tamanha graça, porém como todos, ele temeu o desconhecido:

- Quem é você?! O que fez com os outros?!

- Ai Shert! Venha comigo, não temos muito tempo, ela vai voltar para ver quantos sobreviveram... – pede a garota, embora fosse mais uma ordem.

-  Quem vai voltar?! Ir para aonde? – Perguntou ele, estava com medo, pela primeira vez desde o céu, ele estava com medo.

- Shert! Ela já chegou! Temos que ir! – Anunciou, enquanto pegou ele pelo braço e correu rapidamente em direção a o leste, havia uma floresta lá.

- Para onde vamos? Quem chegou?

Ele continuava perguntando, apesar de não ter respostas.

- Será que você não consegue ficar calado?! – Pergunta irritada.

- Ficaria se você me respondesse! – Ele tira seu braço, e ameaça: – Se você não me responder, em nome do Deus Vyrio serei forçado a usar a força!

- Shert! Shert! Shert! Será que você não poderia ser menos idiota garoto?!

Então uma outra voz anuncia sua chegada:

- Ora ora... se não é você, Arina!

- Gaya!... – Responde a garota misteriosa, parecendo conhecer Gaya.

- Você! Eu te conheço, você morava no céu também! No outro templo! – Comemora Nove. Parecia feliz por encontrar alguém do céu vivo.

- Nove cuidado!! Foi ela, ela que destruiu o céu. – Alerta Arina sobre Gaya.

Sem reação, Nove se faz várias perguntas das quais não tem respostas em sua cabeça:

- Entregue ele Arina, não precisamos ter um conflito agora! – Ordena Gaya.

- Eu não... – enquanto iria negar, é interrompida:

- FOI VOCÊ!!! VOCÊ FEZ ISSO?! – Nove acusa Gaya, irado, sentido uma coisa que também nunca tinha sentido... ódio. – Eu vou te matar!!

- Hum... -  Gaya dá um pequeno sorrisinho irônico, então chama: - Pode vir Nove!

- AHHHHHHHH!!!!!!!!

Quando estava preparado para atacar, Arina dá um soco em sua cabeça e reclama:

- O que está fazendo? Vamos! – pega-o pelo braço novamente e corre pela floresta.

- Não vou deixar que fuja! – Avisa Gaya.

Arina e Nove avistam um precipício:

- O que está fazendo, me – reclama ele, mas logo é interrompido.

- Cala a boca e pula!

Pularam em um precipício que levava ao imenso mar. Com isso Gaya deixou de os seguir.

Gaya era alta, cabelos muito curtos e de pele escura, usava um sobretudo vermelho com detalhes brancos em forma de espirais.

Embaixo d’água, Nove sentia o empuxo e a correnteza, ele apenas achava que estava dentro de um enorme copo de água, achava tudo aquilo, fascinante. Arina o puxa para a superfície e o carrega até uma praia ali perto.

- Shert! Aqui é território dos Gerds... – diz Arina, aparentando estar preocupada. – Temos que sair logo daqui.

- Espera! Seu nome é Arina certo? Eu sou Nove... Obrigado por me salvar... – finalmente ele agradece, após pensar na situação.

- Já disse que não temos tempo, vamos deixar isso para depois!

- Okay... – responde ele um pouco chateado por ser ignorado. – Que castelo gigante é aquele?

Ela olha para a cara dele como se o chamasse de idiota com o olhar, mas finalmente responde a uma de suas perguntas:

- Não é um castelo, é uma torre...

- O que são torres?

- Argh, são lugares em que moram os principais clãs... – Responde ela, enquanto rasga um pedaço de sua roupa  preta, e o envolve sobre um ferimento que ela sofreu.

- Você está ferida! – Percebe finamente, enquanto se aproxima.

Ele pega o braço dela e verifica a ferida, então avisa:

- Precisamos cuidar disso...

Arina o observa sendo cuidadoso, e ela deixa que ele seja por um segundo, mas logo após:

- Esquece isso, temos que ir, agora!

Ela segue por uma estrada esburacada e deserta, e ele segue ela.

- Só mais uma pergunta... aonde vamos?

- ham... – Ela vira-se para ele e responde: - Ao inferno.