Era domingo de março
Quando vi a luz que entrava
Pela fresta da janela gasta
Iluminar a quina do quarto
Era junho de dois mil e um
Quando sentei-me soturno na pedra
E senti o áspero na perna
Arranhar o futuro incomum
Era primeiro domingo de agosto
Quando naquela manhã fria
Sentei-me na cama vazia
E dormi com sorriso no rosto
Era outubro de uma outra era
Quando sumi decido no mundo
Senil, rude, moribundo
E nunca mais fui visto na Terra
Era qualquer outro dia
Quando pisei na grama descalço
Quando pulei reticente de um palco
Quando mantive amiúde a mania
Era um dia qualquer vagabundo
Um dia corrente, usual
Um dia de de tudo normal
Flertando com o meu caos fecundo
Era um minuto de solidão
Olhando pro nada profícuo
Tramando o tudo longínquo
Um célere gap no turbilhão
Era nem lembro quais
O dia que então nós vimos
O dia que nos despedimos
O dia que nunca mais
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