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História Waste The Night (hi·a·tus) - Prolog.


Escrita por: cliffmytears

Notas do Autor


hey.
estou reescrevendo wtn por motivos obvios de que reli a estória a um tempo atrás e achei um completo lixo, sem pé e nem cabeça kkjskdk

agora to arrumando e recheando mais os capítulos e não deixando tudo a se imaginar como a versão antiga

espero que cês curtam essa nova fase
bjs

Capítulo 1 - Prolog.


Naquela noite estava chovendo forte, era uma tremenda chuva de verão. Michael e Karen haviam acabado de me deixar em casa após o último de aulas do ano e beirava as sete da noite. Deixei os sapatos no hall de entrada para não molhar o chão, já que tudo era um motivo para mamãe ficar brava e histérica e discutir com papai. Estava escuro e silencioso, então subi as escadas com cuidado até meu quarto, fechei a porta e acendi a luz, um pouco arrependida de não ter aceitado a idéia de Mike para que eu passasse a noite lá. Ultimamente tenho ficado tempo demais sozinha. 

 Dias atrás, Karen me levou para sua casa e ligou para meus pais, um tanto brava, falando sobre eles serem irresponsáveis e que logo logo iriam perder minha guarda ou algo assim. Nem dei muita atenção para aquilo, já que Michael me entreteu bastante naquela noite me chamando para assistir YuGi-Oh. Ainda ficava um tanto confusa sobre essas conversas que os adultos têm, por isso não quero crescer. Fico sempre esperando o Peter Pan aparecer na janela do meu quarto e me levar até a terra do nunca para brincar para sempre com os meninos perdidos, conhecer a Sininho e talvez voar pelos céus, só talvez, porque tenho um baita medo de altura. Escolhi meu pijama favorito e segui para o banheiro, tomei um banho quentinho, não demorando muito já que mamãe reclama demais quando qualquer pessoa demora muito no chuveiro. Depois de me arrumar, coloquei o uniforme para lavar, como haviam ensinado a fazer e desci as escadas.

 As luzes ainda estavam todas apagadas, o que era totalmente normal. Acendi as luzes da sala de jantar que iluminavam quase todo o andar de baixo. Peguei a caixa do meu cereal favorito do armário e minha tigela e derramei os últimos flocos que ainda restavam da embalagem.  Com a tigela em mãos, sentei na mesa e fiquei aguardando o momento em que mamãe e papai chegariam. Comi lentamente cada grão da tigela e nada deles chegarem.  

 8:32 PM 

 Subi as escadas para tirar as roupas da máquina e tranferí-las para a secadora, esperei alguns minutos para retirá-las e levar para o quarto novamente e guardar no armário. Desci novamente para a sala de jantar, peguei a tigela vazia e levei para a cozinha, lavei, sequei e a guardei no lugar de praxe. 

 9:12 PM

 Franzi o cenho por aquela demora toda. Puxa, eles nunca demoravam tanto tempo assim para voltarem para casa! Meio contrariada, arrumei a cadeira no lugar e fui para a sala. Fiquei algum tempo em frente à janela os esperando chegar, às vezes via pessoas olharem assustados em minha direção pensando que talvez eu fosse algum tipo de fantasma. Estava ansiosa para encontrar Mike pela manhã e contar isso pra ele. Michael morreria de rir, com certeza. Já estava ficando cansada de esperar, meus olhos estavam ardidos de sono e eu havia perdido a conta da quantidade de vezes que bocejei. Soltei um muxoxo entristecido e desisti de esperar. Naquela noite, ao invés da quotidiana caneca de chá que eu sempre tomava antes de dormir, resolvi pegar leite, já que eu morria de medo de chegar perto do fogão à gás e ele explodir. E antes mesmo que eu tivesse a possibilidade de abrir a geladeira, o vi. 

"Querida, nos desculpe" 

Minha garganta fechou. "Sentimos muito." Ao menos soube quando e como liguei para a casa de Michael naquela noite tempestuosa e barulhenta. Só me assustei quando a porta foi aberta derrepente por tio Daryl e Michael entrou alarmado, assim como a mãe.

 "Mas você estragou nossas vidas." 

 Não senti quando pegaram o telefone e ao menos quando o pedaço de papel onde a caligrafia bonita de mamãe estava escrita fora confiscado de minhas mãos. 

 "Adeus, Cassie."



Passei uma semana inteira dormindo junto de Karen, assustada e chorosa. O que era para ser o início maravilhoso das férias de verão, acabou tornando-se um pesadelo completo. Na mesma noite, Karen preparou uma mala com todas as minhas roupas, trancou a casa e me trouxe embora com eles. Michael tiritava como uma britadeira ao me abraçar, parecendo saber o que havia acontecido. Estava ainda mais atencioso que o habitual. Ficava nervoso quando percebia que eu estava prestes a chorar e sempre me distraía quando Karen e Daryl tentavam ligar para os meus pais. Que foram embora. Que abandonaram a própria filha de quase nove anos e sumiram. Por fim, Karen conseguiu minha guarda provisória, para que eu não passasse o verão em um abrigo enquanto ela resolvia alguns assuntos com o advogado que trabalhava para minha família. Eles prepararam um dos quartos de hóspedes para que eu passasse a dormir sozinha; mas eu não era corajosa o bastante, então Mike sempre dormia comigo no novo quarto, ou substituíamos alternadamente onde dormiríamos durante a noite.

 O início daquelas férias não estava tão acabado quanto eu imaginava. Tia Karen nos deixou - Michael e eu - alguns dias no sítio da vovó Clifford, uma senhorinha inglesa muito engraçada, que adorava contar histórias e fazia o melhor chá da Austrália todinha. Ao que tudo indicava, vovó era professora de literatura antes de se aposentar e vir para a Austrália, alegando que o frio da Inglaterra fazia com que sua artrose piorasse ainda mais e o calor que fazia na Austrália era terapêutico. Passamos uma semana inteirinha na fazenda, deixando a Sra. Clifford com os cabelos em pé. Acordávamos logo cedo para acompanhá-la no ordenhamento da única vaca leiteira que tinha, plantamos mudas de legumes em uma horta perto da casa e corríamos sem cansar pelo campo até a hora do almoço. Voltamos para casa um tanto mais roliços, já que éramos muito bem alimentados com a desculpa que estávamos magrinhos demais. Sra. Clifford passaria o resto do mês em Sydney conosco e voltaria para a fazenda só depois que o próximo ano viesse. Karen parecia mais sossegada e radiante quando Daryl entrou com a gente em casa, me chamou para um cantinho e explicou que havia conversado com o tal advogado e iria me adotar assim que tudo voltasse do recesso de final de ano. Me explicou que eu nunca mais seria abandonada e eu chorei pra caramba, deixando todo mundo um pouco assustado e só depois, quando eu parei de soluçar e estava mais calma que consegui explicar que era um choro de felicidade. Passamos a noite de Natal juntos envolta da lareira apagada, já que estava muito quente, ouvindo as histórias engraçadas que os mais velhos contavam e comendo biscoitos de gengibre deliciosos acompanhados de copos de leite. Me senti aliviada por não estar sozinha no mundo. Tive que sair escondida até minha antiga casa o mais rápido que minhas pernas conseguiam para buscar o presente que havia comprado para Michael a um bom tempo, mas ninguém pareceu ter notado meu sumiço. Deixei a chave no mesmo lugar e escondi o embrulho junto aos outros embaixo da árvore. O pobre Mike se acabou em chorar quando viu meu presente e comigo não foi diferente, me amparei na vovó e chorei um montão porque Karen conseguiu agilizar tudo de última hora e agora eu era oficialmente uma Clifford e ganhei um peluche enorme do Clifford, O Vermelho Cão Gigante de Michael. Arrastei o cachorro enorme até meu novo quarto, sendo seguida por Michael que carregava um prato com biscoitos e uma caneca de leite para dividirmos, parecendo eufórico com o presente embaixo do braço: — Nem acredito que você tem todas as nossas fotos juntos.. Isso é irado! — Deixou o prato sobre a escrivaninha e jogou-se ao lado de Clifford, abrindo o álbum e olhando as páginas desde o início. — Não acredito! 

 — O que você não acredita? — Ri, roubando alguns biscoitos do prato e me deitando ao seu para olhar o presente. 

 — Somos amigos desde que usamos fraldas, literalmente. Isso é hilário. — Virou mais algumas das páginas, até por fim chegar nas vazias e na capa grossa. Franziu o cenho, um tanto confuso enquanto desprendia um pequeno pacote dalí. — Dois presentes?

 — Hã.. Eu sei que é meio bobo, mas é uma pulserinha de amizade. Eu ia te dar no seu aniversário, mas comprei aquelas revistinhas que você queria e resolvi te dar em outro momento. Puxa.. —  Me embaracei toda ao contar, sentindo-me mal. — Você pode até fingir que não viu. Não vou ficar triste com isso Mike. 

 — Vamos usar! — Tirou as pulseiras da embalagem e me ofereceu uma delas. Eram idênticas, com pequenos pingentes de trevo. — Você me deu todas as nossas lembranças juntos, as edições que eu ainda não tinha de One Piece de aniversário e essas pulseirinhas maneiras que devem ter te feito gastar todo o seu dinheiro. Eu nem sei o que vou te dar de aniversário ainda e só te dei essa pelúcia boba. Argh. 

 — Mas o Clifford é meu favorito, ele não é bobo! — Soltei como um ganido, fazendo Michael rir divertido. — Além do mais, vocês me deram um presente ainda melhor, que eu não sei se sou capaz de superar ele com outro. Michael me apertou forte entre os braços magricelas, entendendo o que falei sem eu ao menos comentar diretamente sobre. Caímos no sono daquele jeito e só tornei a acordar quando Karen veio ver o que estávamos fazendo e nos cobriu ao ver que apagamos. O garoto ao meu lado continuava ressonando, ao menos dando um sinal de que despertaria tão cedo. 

 — Karen? — Murmurei, enxergando várias Karens um tanto embaçadas em minha frente. Ela aproximou-se novamente, acariciando meus cabelos enquanto me olhava com aquela expressão de mãe que eu tanto gostava. — Obrigada por não me abandonar também.. Não sei se já havia dormido e estava sonhando quando vi um sorriso gigante desenhar seus lábios e ela sussurrar que eu nunca mais passaria por aquilo novamente, deixar um beijo em meu rosto antes de ir e tudo escurecer novamente.   



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