1. Spirit Fanfics >
  2. Wasting Your Illusion >
  3. Welcome To The Jungle

História Wasting Your Illusion - Welcome To The Jungle


Escrita por: MrsHammett

Notas do Autor


Heeey gente linda! Well, to aqui nesse site faz um tempo já, mas sou mais do tipo leitora do que escritora skljaslja maaas resolvi postar essa história que eu escrevo desde 2012 e já postei aqui uma vez, só que como Double talkin' Jive... Anyway, reescrevi ela e espero que vocês gostem <3

Capítulo 1 - Welcome To The Jungle


Fanfic / Fanfiction Wasting Your Illusion - Welcome To The Jungle

Rio de janeiro, 15 de março de 1985.

- Nome?

- Elizabeth.

- Nome inteiro, por favor.

- Todo dia agora essa porra? – bufei revirando os olhos – Elizabeth Lobos Young.

- Idade?

- 20 anos.

- Curso?

- Infelizmente, Direito.

- Ok senhorita, pode passar. – Puxei minha mochila de suas mãos com pressa, eu estava mais que atrasada (como de costume), e se eu reprovasse na merda da prova, meu pai ia encher meu saco e acabar com o resto de paciência que sobrava em mim. A universidade do Rio de Janeiro, depois de vários acontecimentos nada agradáveis, começou a revistar e checar todos os alunos antes da entrada. Eu odiava aquele lugar, agora mais ainda.

Curso o segundo ano de direito por vontade do meu pai. Nunca gostei do curso, nem da faculdade ou qualquer coisa que envolva isso. Minha paixão sempre foi fotografia, sempre almejei viajar o mundo fotografando tudo a minha volta, mas não é bem assim comigo. Meus pais (basicamente meu pai) me forçaram a ir para a faculdade por achar que a fotografia é apenas um hobbie.

Meus pais se conheceram durante um festival de música e cinema em Los Angeles. Meu pai, brasileiro, é advogado, e minha mãe, americana, produtora musical. Após um ano de namoro, ela engravidou. Foi quando resolveram vir para o Brasil e se casarem, e eu nasci aqui. Após meu nascimento meus pais voltaram para L.A, vivemos lá por 15 anos, até minha irmã mais nova nascer e voltamos para o Brasil. Amo o Brasil, amo o povo daqui, mas nunca me senti realmente em casa. Sinto constantemente que deixei minha vida em Los Angeles.

- Ficou sabendo? – Uma voz me tirou de meus pensamentos – A prova de Direitos Humanos foi cancelada. – Luísa dizia enquanto me entregava um copo de café.

- O que?! Me diz que tá brincando? – Eu realmente estava brava, tinha passado a noite inteira debruçada sobre livros.

- Parece que a filha do professor está tendo um bebê, e a prova foi remarcada para a semana que vem.  

- Não acredito que vim pra essa merda PRA NÃO ACONTECER NADA. – Sai mais que rápido daquele lugar. Eu só queria chegar em casa, deitar na minha cama e colocar um disco do Led Zeppelin. Não é pedir muito.

...

- Pai? Tá em casa? – Abri a porta da frente e joguei as chaves do carro na mesinha. Ninguém respondeu. Fui em direção a cozinha e escutei um barulho vindo do andar de cima, local onde ficavam os quartos. Corri em direção ao telefone, porém percebi que uma das vozes que ecoava lá de cima me soava familiar. Subi as escadas em silêncio. Avistei o quarto dos meus pais, que estava com a porta entreaberta. Quanto mais me aproximava, mais dava para escutar os sussurros e pequenas conversas. Me aproximei devagar e empurrei a porta. E não quis acreditar no que vi. Não poderia ser VERDADE.

- Liz?! – Meu pai se levantou assustado enrolado em um lençol. Me virei e coloquei a mão em meu rosto, tentando processar aquilo – Lizzy? Elizabeth?! Filha volta aqui não é nada do que você está pensando! – Escutava a voz do meu pai me gritando enquanto eu descia as escadas rapidamente e em prantos.

Peguei a chave do carro e sai desesperadamente pelas ruas. Parei em uma praça, pois não estava em condições de dirigir. Sentei e comecei a digerir tudo o que havia visto: Uma mulher loira, com seu corpo suado jogado em cima do corpo do meu pai, que dizia palavras, ao meu ver, nojentas. Não conseguia acreditar no que acabara de ver.

Meus pais nunca tiveram um casamento perfeito. Mas nos últimos anos dava para perceber que estavam juntos apenas por mim e por minha irmã. Minha mãe passava a maior parte do tempo trabalhando fora, e meu pai em seu escritório, em casa. Eu sabia que várias coisas não estavam indo bem, mas nunca pensei que chegaria a esse ponto.

Acendi um cigarro e comecei a andar sem rumo. Almocei em um restaurante qualquer e vi o dia se findar na imensidão do mar sentada em uma praia do Rio. Eu amava a brisa do mar, amava a sensação da areia nos meus pés, amava o barulho das ondas se chocando contra a terra. No fundo eu sabia que essa era a hora. A hora de fazer o que há anos eu não havia criado coragem, mas que agora meu coração me dizia que era a escolha certa.

 

 

“Quem sabe um dia vocês me perdoem.

Não venho aqui escrever desculpas, porque por mais que eu as escreva vocês nunca me perdoariam. Estou aqui para agradecer; obrigada por tudo.

Mas agora sua pequena filha precisa descobrir o grande mundo por ela mesma.

Não me procurem, estarei bem.

Com amor, Liz”

 

Peguei o máximo de coisas que pude colocar em uma mochila, senti meu coração pesar em deixar minha guitarra, mas era impossível de leva-la comigo.

Eram duas da manhã quando eu sai de casa, deixando toda minha vida para trás.

Minhas mãos suavam frio, meus batimentos pareciam querer rasgar meu peito. Não que fosse arrependimento ou remorso, não. Era a sensação de estar sendo livre, sentindo minha vida queimar em cada poro de minha pele. Eu estava a caminho da minha verdadeira identidade, aquilo que sempre almejei minha vida toda.

Ah, o ar californiano, a tão sonhada Los Angeles. Cidade dos anjos, onde tudo pode acontecer. Eu estava ali, finalmente ali. Entre todos os sentimentos que se passavam feito um turbilhão embaraçando minha mente e corpo naquele momento, somente duas coisas eu sabia; estava inegavelmente feliz, e completamente apavorada.

Ainda era dia quando aterrissei em L.A. Peguei no meu bolso um papel amassado com o telefone de uma das duas melhores amigas que eu tinha. Entrei em uma lanchonete, entreguei alguns dólares para moça me deixar usar seu telefone.

- Alô? Lola? É você? – Eu apenas escutava um barulho alto de música do outro lado da linha.

- Liz?! – Reconheci sua voz rouca – LIZ CARALHO É VOCÊ MESMO?!

- Sou eu sim! Seguinte, acabei de chegar em L.A e eu nã...

- Pode vir pro meu apartamento AGORA! – Ela gritava – Ouviu bem mocinha? – Ouvi um barulho de vidro quebrando – HEY! HEY! STEVEN DESCE DA MINHA MESA AGORA! OLHA O QUE VOCÊ FEZ SEU FILHO DA PUTA! – Ela gritava com alguém ao fundo. Não quis estender aquela conversa pois estava exausta e só queria um lugar pra descansar. Ela me passou o endereço de sua casa, que entendi só depois de alguns minutos, e percebi que era relativamente longe. Só engoli alguma coisa rápida na lanchonete, peguei um taxi e fui.

- CARALHO QUE SAUDADE DE VOCÊ! – Lola pulou no meu pescoço no segundo em que eu entrei em seu apartamento – Me conta essa história direito pelo amor de Deus Liz! – Ela saia recolhendo copos, peças de roupas e garrafas para que eu pudesse passar.

- Peguei meu pai traindo minha mãe, decidi que era a gota d’água e que eu precisava sair daquele lugar. – Afastei algumas coisas e me sentei no sofá.

- Como seu pai teve a coragem de trair uma gostosa feito sua mãe?! – Lola era bissexual, e sempre teve essa paixonite por minha mãe, que acabou virando uma brincadeira. Rimos, ela acendeu um cigarro e me deu outro. – Enfim Liz, tô feliz que você tá aqui. Entendo se não quiser falar sobre o assunto.

- Puta que pariu hein?! Que festa. – Apontei pro seu apartamento – Parece aquelas que a gente sempre quis ir quando éramos mais novas.

- Vieram alguns amigos meus pra cá. Eles têm uma banda muito boa. Vou apresentar você a eles essa semana. – Ela sentou do meu lado – Mas não repara, os caras são loucos. – Ela arregalou os olhos enfatizando sua fala. Eu não disse nada, apenas assenti e sorri.

- E você Lola? Como vai a vida?

- Ah o mesmo de sempre. Meus pais ainda querem que eu volte pra casa, tenho um emprego de bosta etc. e tal. – Os pais da Lola eram as pessoas mais loucas que eu já conheci, eram os típicos viúvos de Woodstock e parecia que eles ainda viviam nos anos 60.

 – Aqueles hippies acham mesmo que eu vou deixar Los Angeles pra ir viver em lugar nenhum no Texas. Até a Amy já falou com eles e.... – Ela parou e me olhou com os olhos arregalados – Puta merda! Esqueci de avisar a Amy que você tá em L.A. Ela vai ficar puta de ódio!

Ela pegou o telefone e gritou poucas palavras pra Amy que soltou um berro que eu pude ouvir do outro lado da sala. Elas eram minhas melhores amigas desde... sempre. Quando voltei para o Brasil, prometemos nunca mais perder o contato, e de fato nunca perdemos, mas nos últimos meses estávamos um pouco distantes.

 Comecei a andar pela sala e vi uma estante com várias fotos. Em muitas delas, Amy e Lola apareciam com cinco caras e algumas mulheres.

- Ela disse que em cinco minutos tá aqui – Lola me distraiu de meus pensamentos – Quer beber alguma coisa? Vou colocar sua mochila no quarto. Pega aí alguma coisa pra beber, se joga no sofá... enfim, sua casa.

 Abri a geladeira e não me surpreendi quando vi várias garrafas de vodca e algumas de água quase vazias. Peguei uma garrafa de uísque que estava no canto. “Por que não? ”, me joguei no sofá e comecei a vasculhar nos discos que estavam do lado. Quando terminei minha bebida, decidi tomar um banho.

-LIZ!! - Fui surpreendida por um grito de um abraço muito apertado, me amassando na saída do banheiro - Não acredito que você tá aqui! – Amy gritava enquanto arrumava seu cabelo dourado que caia em seu rosto – Não podia pegar o telefone e avisar que estava vindo?! A gente tinha dado uma festa pra você! Aliás, a festa pra você! – Ela me seguiu até o quarto. Tinha até me esquecido do quanto Amy gostava de falar.

- Eu meio que sai de última hora – Falei enquanto vestia minha camisa do Led Zeppelin mais que desbotada – Peguei meu pai com uma loira na cama, me senti arrasada, sai de casa, etc e tal, você sabe.

- Desculpa falar, mas quero agradecer seu pai – Ela abriu um sorriso – afinal você tá aqui! – Ela me abraçou de novo. Amy sempre, não importa a situação, ela sempre via o lado bom das coisas. Mesmo quando seu pai morreu e sua mãe se casou com um pastor que não gostava dela, ela nunca perdia o brilho. Aliás, brilho era o que ela tinha de sobra, seu sonho sempre foi ser modelo. Era alta, loira e com um corpo lindo! Mas sua mãe, por ser muito religiosa nunca permitiu que ela seguisse carreira, e queria que a filha se casasse o mais rápido possível, o que é claro, Amy não suportava. Ela sempre teve o espírito livre, assim como eu e Lola. Por isso éramos tão amigas e por tanto tempo.

– Vou te poupar de perguntar e dizer que ainda moro com minha mãe, e que isso já está um inferno pra mim. Tenho recebido convites para modelar, mas não respondi nenhum ainda. – Ela suspirou – Enfim, esquece tudo isso e vamos sair hoje à noite! – Ela deu um pulo e abriu um sorriso enorme.

- Eu realmente preciso dormir Amy – Me joguei na cama e coloquei um travesseiro no rosto. Ouvi xingamentos vindos dela e de Lola, mas ignorei e cai no sono.

- Hey! Acorda logo! – Lola jogou um sapato em cima de mim me acordando abruptamente – Vai se arrumar agora. Vou te levar pra beber e conhecer uns amigos meus.

 

 

 

 

 

 

 

 


Notas Finais


O que acharam? A opinião de vocês é MUITO importante pra mim <3 Espero que tenham gostado.


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...