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História Watch the queens conquer - Único


Escrita por: yosafire

Notas do Autor


Eu realmente não sei o que deu na minha cabeça pra resolver postar essa fic que escrevi décadas atrás, eu só gosto bastante dela e do nada senti vontade de deixar ela ver a luz do sol. Escrevi pra uma amiga que me fez pensar bastante em fem!oikage na época ♡

Capítulo 1 - Único


Um relacionamento com Oikawa Tooru poderia ser divido em duas listas de vantagens e desvantagens. E mesmo já estando com a namorada por tempo suficiente para conhecer quase todas as suas características, Kageyama sentia que, caso tivesse a oportunidade, não mudaria nem um minúsculo defeito da outra.

O primeiro e mais notável defeito de Tooru era seu falatório interminável. As conversas por celular que costumavam ter no final do dia acabavam por gerar uma forte dor de cabeça em Tobio por ser obrigada a ouvir a voz da outra garota por horas e horas em seu ouvido. Chegava a se perguntar como uma alguém conseguia ter tanto assunto como ela.

Quando as conversas – ou discursos de Oikawa por assim dizer – estendiam-se até o meio da madrugada, Kageyama sentia os olhos começarem a pesar e sua mente se desligar das palavras que ouvia, deixando-a cochilar por alguns momentos com a voz da namorada ainda ecoando do celular.

As primeiras vezes haviam passado despercebidas, exceto pela confusão na cabeça de Kageyama por não entender mais nenhum ponto da conversa quando acordava minutos depois. Mas Oikawa parecia percebê-la mais calada que seu normal, então começou a dizer coisas como “Tobio-chan, não durma!” no meio de suas histórias.

Kageyama não costumava se irritar, normalmente apenas ignorava algumas partes da conversa que não lhe interessava enquanto se ocupava com outras coisas como o dever de casa da escola. Mas quando começou a ser acordada daquela forma percebeu que alguma coisa deveria mudar antes de realmente se irritar.

– Se não quer que eu durma por que não mudamos o jeito de conversar, então? – perguntou depois de a outra chamá-la pela terceira vez naquela noite para que não dormisse.

– Como?

– Talvez me deixar contar algumas coisas também e estabelecer uma conversa normal em que duas pessoas participam.

Fez-se silêncio do outro lado da linha. Kageyama podia imaginar a garota um pouco surpresa e pensativa com aquela sugestão.

– Se isso for te deixar acordada... – respondeu hesitante.

– E vamos parar a conversa assim que eu disser que estou com sono e quero dormir.

Oikawa novamente concordou, para a surpresa de Kageyama. Era raro ver a Grande Rainha aceitar vontades que não fossem as próprias e talvez ainda não houvesse presenciado tal situação desde o início do namoro, mas aquilo a deixava feliz e aliviada.

 

No geral as vontades de Oikawa deveriam ser sempre atendidas sem muito atraso e da forma que ela quisesse. Kageyama a chamava de mimada – o que não era uma mentira – mas atendia muitos de seus pedidos quando eram requisitados. Embora pensasse que aquilo deveria ser mudado.

– Tobio-chan, eu quero um beijo.

A garota deitada na cama de Kageyama olhando para o teto fez um biquinho.

– Estou estudando agora – a morena respondeu sem tirar os olhos dos papéis sobre a sua mesinha.

Oikawa bufou e rolou na cama. Kageyama sentava-se de pernas cruzadas no chão sobre uma almofada e diante de sua baixa mesinha de estudos. Logo atrás de suas costas a levantadora da Aoba Johsai clamava por atenção, sendo completamente ignorada pelos esforços de Kageyama em concentrar-se em seus estudos.

– Sua namorada está na sua casa em um domingo de tarde e você prefere estudar – reclamou Tooru.

– Eu já disse que preciso estudar.

– Então estude outra hora!

Tobio não respondeu. Ela parecia disposta a levar aquele jogo mais adiante e Oikawa certamente não perderia.

A garota arrastou-se até a beirada da cama e esticou o braço para alcançar sua namorada que não se encontrava muito distante. Usou os dedos para balançar os fios pretos presos em um rabo de cavalo alto e, casualmente, tocava sua nuca com leveza, sentindo os pelos daquela região se eriçarem com o toque.

Kageyama permanecia com a expressão inalterada e sem desviar a atenção de seus estudos. Oikawa precisaria se esforçar ainda mais, mas com aquilo não seria problema uma vez que, quando se empenhava em uma tarefa, não desistia até ser anunciada vencedora. Com um sorriso divertido no rosto, curvou-se para pressionar seus lábios na nuca de Kageyama. Sentiu o arrepio da outra com aquele contato, o que a motivou a continuar. Distribuiu beijos em toda a região, demorando um pouco mais em alguns locais para mordiscar e sugar levemente a pele, deixando marcas de coloração vermelho claro. Não deixava de ficar atenta às reações da morena que tentava quase inutilmente mostrar-se indiferente às carícias.

Por fim Tobio se virou subitamente, as maçãs do rosto visivelmente coradas e uma expressão envergonhada no rosto, e fitou a namorada.

– Pronto, já terminei.

Tooru automaticamente empurrou a garota para o chão, colocando-se sobre ela com os joelhos ao lado de seu corpo e segurando suas mãos aos lados da cabeça.

– Você me deixou esperando demais, Tobio-chan.

A garota apenas corava mais enquanto Oikawa sorria vitoriosamente e se inclinava para terminar o que havia começado.

 

Muitas vezes Oikawa podia ser controladora e impulsiva – algo que combinava com sua característica mimada – e era facilmente percebível em seus beijos.

Na primeira vez que a beijara, Kageyama sentiu os lábios sedentos e vorazes tomarem os seus e sentiu-se completamente submissa enquanto a língua da outra explorava sua boca. A morena apenas pode movimentar os lábios buscando acompanhar o ritmo, mas logo sentiu a falta de ar e encontrou-se ofegante quando se separaram.

– Desculpe, Tobio-chan, acho que exagerei um pouco – Oikawa buscava abafar a risada. Kageyama não encontrava ar nem mesmo para chamá-la de idiota.

Além de ser uma controladora impulsiva, Oikawa acima de tudo gostava de se divertir com a menor. Por essa razão não diminuía a intensidade dos beijos, nem mesmo quando Kageyama a alertava de tal fato, tudo por gostar de ver o rosto vermelho e sem fôlego de sua namorada quando se separavam.

– Você é uma grande idiota – grunhia a morena entre arfadas quando a outra fixava o olhar em seu rosto para contemplá-la.

Mas não era como se destetasse aqueles atos.

 

Tooru conseguia ser carinhosa e até mesmo fofa de uma forma que Tobio nunca havia pensado ser possível vindo da outra. Principalmente quando escolhiam algum filme para assistir e Oikawa propunha um filme de terror apenas para afundar o rosto na barriga da namorada e abraçar sua cintura nas partes assustadoras. Velho clichê, Kageyama pensava revirando os olhos.

Mas a garota exercia uma grande influência em sem temperamento, mesmo sem ter consciência de tal fato. Quando se encontravam em dias de semanas após as aulas ou treinos de vôlei, o primeiro comentário vindo de Oikawa era sobre a expressão de Kageyama e seu cenho franzido. A maior tocava a testa da outra com o dedo indicador e dizia com um sorriso: “Você vai ficar com rugas quando estiver mais velha, Tobio-chan.” E Kageyama automaticamente se via relaxando a face até o final do dia.

Normalmente apresentava-se daquela forma simplesmente por estar habituada, nem sempre estava irritada com algo. Mas já ouvira muitas vezes que aquela expressão afastava as pessoas, e ela sabia ser verdade, apenas não percebia que estava daquela forma.

Apenas lembrava-se quando Tooru lhe falava sobre as rugas.

Muitas vezes, quando estava realmente irritada e seu rosto transparecia todo o seu mau humor, aquele simples encontro e atitude de Oikawa conseguiam deixá-la bem menos estressada. Aquela facilidade em acalmá-la acabava sendo uma qualidade que gostava na namorada.

 

O pior daquela relação eram as brigas constantes que ocorriam quase toda semana por motivos bobos muitas vezes. Isso talvez fosse um defeito de ambas, não era específico de Tooru. Muitas vezes as conversar inofensivas sobre o dia ou sobre vôlei acabavam por gerar discussões rápidas, mas ríspidas em muitos casos. No entanto, havia apenas uma briga em todo o histórico de namoro que poderia ser classificada como mais séria.

Oikawa a acompanhava no caminho para casa depois de terem deixado a escola. Era normal em algum dia da semana a levantadora da Aoba Johsai encontrar a namorada em algum ponto para caminharem juntas por um momento até cada uma pegar seu caminho para casa.

Conversavam sobre vôlei, um assunto normal entre elas, mas apenas uma resposta que Tooru interpretada como sendo muito fria por parte da outra iniciara a discussão.

Uma discussão aparentemente muito banal em que Oikawa estava sendo dramática, como sempre, por alegar não receber muita atenção naquela relação.

– Você sempre dá respostas muito grossas, Tobio, e isso me machuca!

– Eu respondo como sempre, você apenas não se acostumou.

– Mas o que eu represento pra você? – aquela pergunta desnorteou Kageyama por um momento – O que esse namoro representa pra você?

A morena não soube o que responder. As duas haviam parado de caminhar e agora apenas se encaravam no meio do caminho.

– Você sabe que eu te amo, Tobio-chan, já disse isso várias vezes. Mas você nunca diz ou faz nada para provar o mesmo.

A voz de Oikawa parecia carregar um pouco de mágoa no lugar da raiva. Ela não parecia mais brigar por estar irritada pelo motivo que as levara àquilo, apenas liberava o que estava sentindo.

Diante da falta de resposta de sua namorada, Tooru apertou os lábios e deu-lhe as costas para seguir o caminho contrário ao que estavam seguindo sem olhar para trás. Kageyama queria impedi-la, mas não saberia o que dizer caso o fizesse. O que Oikawa significava para ela? Nunca soube realmente. A garota lhe causava arrepios com os toques e seus beijos deixavam sua cabeça uma completa bagunça, mas não sabia se aquilo poderia ser classificado como amor. Era seu primeiro relacionamento, como diabos poderia saber algo assim tão cedo?

Talvez fosse melhor assim, se elas dessem um tempo e Kageyama tivesse uma oportunidade para entender seus sentimentos. Não impediria a outra se assim quisesse. Pensando sobre aquilo, a morena continuou seguindo para sua casa, tratando de apressar o passo ao se dar conta do céu que começava a se carregar de nuvens escuras sobre sua cabeça.

A chuva já havia começado a cair quando chegou em casa. Suas roupas haviam se molhado um pouco, mas não estavam encharcadas, e ela as trocaria de toda forma por roupas de ficar em casa.

Ouviu a campainha tocar assim que vestiu as roupas secas. Sua família não estava em casa, então imaginava que seria alguém chegado. Mas, assim que abriu a porta, deparou-se surpresa com Oikawa.

A garota estava molhada da cabeça aos pés, os longos fios de cabelo castanhos grudados em suas bochechas e as roupas de seu colégio coladas ao corpo, destacando suas curvas. Seu olhar estava fixo no chão, evitando lhe encarar.

– Começou a chover forte quando eu estava indo pra casa e pensei que poderia me abrigar aqui – explicou, claramente envergonhada.

A chuva ainda caía em um ritmo frenético, parecendo que demoraria a parar. Kageyama não tinha outra escolha além de deixar a garota entrar, então foi o que fez.

Oikawa conhecia bem todos os cantos de sua casa, mas mesmo assim se deixou ser guiada até o quarto da dona da casa como se esta fosse sua primeira visita. Em situações normais ela certamente correria na frente e se deitaria em sua cama, ignorando todos os argumentos da morena. A atitude diferente dessa vez apenas reforçou o clima estranho entre as duas.

– Coloque essas roupas, são praticamente do seu tamanho – disse-lhe Kageyama, estendendo uma peça de suas roupas de seu guarda-roupa.

Oikawa tomou as roupas e rumou ao banheiro para colocá-las. Tobio perguntava-se se, caso não estivessem com aquele clima pesado entre elas, a garota teria trocado de roupa em seu quarto. Não saberia dizer, nunca haviam passado por aquela situação antes.

Tooru surgiu na porta de seu quarto momentos depois vestindo suas roupas. Elas lhe caíam bem, precisava admitir, ficando um pouco mais justas no busto já que Oikawa era mais privilegiada nesse quesito.

A garota sentou-se no chão, ao lado de Kageyama, e manteve-se em silêncio. O clima se encontrava tão pesado que a morena achava possível se sufocar no lugar.

Até finalmente Oikawa quebrar o silêncio:

– Tobio-chan... – sua voz hesitante ecoava tão baixo quanto um sussurro. – Me desculpe pelo o que disse mais cedo, eu não queria...

Kageyama conhecia sua namorada muito bem para saber que, se ela estava se desculpando primeiro, significava que estava realmente sentida. Em situações normais ela manteria seu orgulho enquanto esperava Kageyama se desculpar, mas acabava desistindo ao perceber que a morena não se aborreceria com desculpas e então chamava sua atenção sobre esse fato. E logo as duas já conversavam como antes da briga.

Mas se ela estava se desculpando naquela situação a questão era bem diferente.

– A verdade é que eu não me importo se você não sentir nada por mim, eu não vou te pressionar sobre isso. Só por estar com você dessa forma é suficiente pra mim.

Kageyama não podia acreditar, a orgulhosa Oikawa Tooru falava sinceramente sobre seus sentimentos sem se importar em parecer humilhante diante de seus olhos. Se ouvisse sobre aquilo pelos lábios de outra pessoa certamente não acreditaria.

– Eu só não quero que a gente termine – continuava Oikawa. Sua voz agora estava embargada e minúsculas lágrimas começavam a surgir no canto se seus olhos.

Aquilo era demais para Kageyama, nem mesmo a rainha orgulhosa poderia ignorar sua namorada chorando. Sem pensar duas vezes puxou a garota para seus braços e a segurou em um abraço apertado.

– Pare de se desculpar, idiota, não é culpa sua.

– Mas eu comecei a discussão...

– Não teria se transformado nesse grande problema se eu tivesse sido mais sincera sobre meus sentimentos desde o início. Então me desculpe.

Oikawa abraçou-a pela cintura em resposta, aproximando ainda mais seus corpos.

– Mas eu não vou te pressionar sobre isso, Tobio-chan. Não tem problema se você não puder me amar ainda.

Kageyama afrouxou o aperto e afastou um pouco seu corpo do da outra para levar as mãos ao seu rosto e afastar sua cabeça de seu ombro para poder olhá-la nos olhos. Nunca em toda a sua vida estivera tão certa do que deveria dizer, principalmente naquele momento em que seu coração forte em seu peito, deixando-lhe com uma sensação estranha para ela.

– Para de dizer besteiras. Eu te amo, Tooru.

Nada mais precisaria ser dito, aquelas palavras por si só atingiram os ouvidos de Tooru e uma sombra de felicidade tomou conta seu rosto quando compreendeu o que havia ouvido. Era a primeira vez que aquelas palavras deixavam os lábios de Kageyama, soando doces e sinceras de uma forma além da esperada, talvez.

– Eu também te amo – respondeu com os olhos sérios, porém carregados de uma felicidade e doçura indescritíveis. Naquele momento Kageyama apenas conseguia sentir-se extremamente sortuda por aquela expressão ser direcionada apenas para ela.

Nenhuma das duas conseguiu se lembrar de detalhes daquela noite, apenas passaram um bom tempo juntas dando atenção aos seus sentimentos e aproveitando o tempo que tinham como nunca haviam feito antes.

 

No geral, Kageyama evitava chamar Oikawa para encontros. Sabia que não importava o quanto planejasse algo com antecedência, a namorada sempre encontrava uma forma de contornar todos os seus planos e levá-la a fazer exatamente tudo que era de sua vontade. Ao menos a morena não podia reclamar dos locais que Oikawa escolhia para os encontros, eram todos excelentes como restaurantes de grife e parques tranquilos.

No final apenas desistia de planejar e escolher locais para irem e simplesmente aceitava ser arrastada por livre e espontânea vontade.

– Tobio-chan – um sussurro chamou sua atenção.

Kageyama levantou o olhar de seu prato para encontrar os olhos castanhos da namorada do outro lado da mesa que apenas fez um sinal e apontou para a própria bochecha. A morena estreitou os olhos sem entender, mas apenas voltou a dar atenção à refeição.

– Tobio-chan – Oikawa a chamou novamente. Tobio levantou o olhar apenas para receber o mesmo gesto de antes como resposta.

– Fale de uma vez o que você quer – resmungou.

A garota suspirou pesadamente como se Kageyama fosse um caso perdido e se inclinou levemente sobre a mesa até seu rosto estar próximo do da outra e pressionou os lábios em sua bochecha. Recebeu um olhar confuso quando voltou à sua posição inicial.

– Ah, sua bochecha estava suja – sorriu inocentemente.

– Então me avise em vez de fazer coisas assim, esqueceu que estamos em um local público?

Apesar da voz irritada, Kageyama apresentava-se levemente corada e mantinha o olhar baixo, fixo em seu prato.

– Você é tão fofa, Tobio-chan – riu Oikawa.

Tooru sempre agia daquela forma quando estavam fora – às vezes até mesmo entre si – apenas porque sabia que a morena se envergonharia. E aquele tipo de situação a divertia.

 

Mas as provocações eram um jogo que poderia ser jogado por duas. Ao menos era o que Kageyama acreditava e estava disposta a tentar. Não era fácil surpreender Oikawa, a garota parecia conhecê-la bem o suficiente para perceber sempre que a morena se preparava para fazer algo inusitado. Mas o plano de Tobio era atacar quando a namorada estivesse despreparada. Apenas precisava esperar o momento certo.

E tal momento chegou no dia em que fora marcada uma partida amistosa entre Karasuno e Aoba Johsai. Kageyama sabia que Oikawa por vezes permanecia um bom tempo no vestiário antes do jogo depois de suas colegas de time terem saído. Em jogos mais sérios o tempo sozinha ali era maior e, conhecendo bem sua namorada, mesmo aquele sendo um jogo amistoso Tooru faria de tudo para ganhar.

A levantadora da Karasuno esperou despretensiosamente ao lado do vestiário da Aoba Johsai e aguardou que todas saíssem antes de entrar sorrateiramente pela porta. Oikawa se encontrava sentada em um dos bancos de costas para ela. Sem pensar em como aquilo poderia ser embaraçoso para não desistir no meio do caminho, Kageyama aproximou-se o mais silenciosamente possível e abraçou a namorada por trás, repousando o queixo em seu ombro. Tooru sobressaltou-se um pouco com a surpresa, mas não demorou a descobrir quem era.

– Por que está aqui, Tobio-chan? Você me assustou!

– Vim... desejar boa sorte no jogo.

Oikawa desfez o abraço em sua barriga para girar sobre o banco e encarar a morena com as sobrancelhas franzidas.

– Boa sorte? Você não é disso.

Antes que de Kageyama poder rebater, Tooru puxou-a pelo pulso e sua cabeça girou. Quando deu por si, estava com as costas em contato com o banco e com sua namorada sobre seu corpo, seus rostos a centímetros de distância.

– Por que não admite que está aqui para me ver?

– O importante é que estou aqui, o resto não importa – retrucou Tobio, desviando o olhar. Mesmo não conseguindo tomar as rédeas da situação, aquela resposta já era suficiente para deixá-la envergonhada de suas ações.

– O normal seria você negar de alguma forma e me chamar de idiota – riu a outra. Em seguida abaixou-se um pouco mais até o ouvido da morena para sussurrar: – Mas eu gostei assim.

O coração de Kageyama que já havia começado a se acelerar apenas aumentou o ritmo para um quase insuportável quando Oikawa começou a mordiscar sua orelha enquanto acariciava sua barriga por baixo da blusa. Mesmo que a própria levantadora da Karasuno tenha provocado aquilo, ainda teriam sérios problemas se fossem flagradas ali daquela forma. Porém não dispunha da energia necessária para dizer à sua namorada que parasse, pelo contrário: todo seu corpo exigia que ela continuasse.

Mas, em um certo momento, Oikawa parou e se afastou um pouco da outra, lançando um olhar para o relógio pendurado na parede.

– Acho que não devemos fazer isso agora, Tobio-chan, ou vamos perder o jogo.

Kageyama sentia-se aliviada, mas ao mesmo tempo frustrada. Tooru pareceu perceber a expressão da namorada, pois levou uma das mãos ao seu rosto e disse:

– Nós terminamos outra hora.

E então se levantou e vestiu a jaqueta da Aoba Johsai, preparando-se para sair na frente.

– Oikawa.

A garota virou-se e Tobio foi ao seu encontro, parando logo à sua frente.

– Boa sorte, que vença a melhor – a morena segurou o rosto da outra entre as mãos e, antes que ela pudesse reagir de alguma forma, puxou-a para seus lábios se encontrarem em um beijo demorado. – Vamos terminar aquilo hoje à noite. E não deixe isso te distrai do jogo.

Kageyama saiu na frente, deixando uma surpresa Oikawa para trás que, após alguns segundos de perplexidade, sorriu e tocou os lábios.

– Então por isso você veio, Tobio-chan. É um golpe baixo, você é muito malvada.  

Mas ao menos sabia que Kageyama estaria tão distraída quanto ela durante aquela partida, então ambas teriam as mesmas chances. Mas é claro que Tooru se esforçaria ao máximo para ganhar, assim como sempre ganhava as rédeas da situação quando estavam na cama.

 

Oikawa era barulhenta, tagarela, egocêntrica e algumas vezes irritante, mas Kageyama habituara-se tanto com sua presença que não conseguia mais imaginar sua vida sem ela. Era também a única que fazia seu coração bater como se fosse escapulir do peito e conseguia deixar seu corpo todo quente com um simples toque.

Kageyama sabia que no fundo ela se importava e era quem colocava mais esforço naquela relação. Não tinha dúvidas que Tooru a amava, nem mesmo quando a via dando atenção à suas fãs, pois, algum tempo depois, ela se voltava em sua direção exibindo um lindo sorriso direcionado apenas para sua namorada e mais ninguém. Era algo que nunca se cansaria de contemplar.

Oikawa não era a namorada perfeita, mas Kageyama também não era. Ambas tinham defeitos que poderiam facilmente ruir qualquer tipo de relação. Mas, de alguma forma, haviam aprendido a manter e fazer funcionar aquilo que tinham. Era assim que continuavam juntas e assim estavam satisfeitas.


Notas Finais


Eu nem ao menos sei se alguém vai chegar a ler isso mas enfim, eu amo minhas namoradinhas e fui enviada a esse mundo pra promover ships yuri. Eu tenho um projeto KiyoYachi extremamente abandonado que eu tive vontade de retomar maaas não sei ainda quando e se eu realmente vou terminar pra postar porque eu conheço minha procrastinação cof cof. Só pro caso de alguém se interessar por ships lésbicos quase inexistentes nessa categoria como eu e quiser me dar motivação.
Se leu até aqui me faça companhia nos comentários, eu sou uma pessoa legal que vai te dar cookies e abraços ♡


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