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História Water Heart - Jongin: O índio dos cabelos azuis


Escrita por: saavik

Notas do Autor


Primeiramente, estou postando hoje porque amanhã pode ser que eu fique sem internet ç.ç
mas de qualquer forma vale, certo?
Eu fiz essa fic com muito gosto, muito gosto mesmo ♥
é um presente para a Ina que faz 21 (lindas) primaveras ♥
e eu não me canso de falar que amo essa mulher u.u

Enfim, Ina, cê sabe que eu te amo né? jsdfbgdfjkg
Te desejo toda a felicidade do mundo e todos os sonhos realizados
Espero que seu dia (amanhã) seja lindo e estrelado ♥
Não vou falar muito aqui, vou dar a louca no wpp

agradeço a ~romarshmallow por ter betado

Capítulo 1 - Jongin: O índio dos cabelos azuis


Fanfic / Fanfiction Water Heart - Jongin: O índio dos cabelos azuis

 

Water Heart 

________________

 

Baekhyun lançou ancoras no porto após a brusca e terrível travessia que fizera na Ilha das Bermudas. Sua capital, São Jorge, era uma cidade tranquila e pitoresca que estava louco para conhecer. As paredes e os tetos das casas eram pintados de branco, com cal, e ao meio dia tudo parecia dormir tranquilamente, um completo vazio. Numa praça perto do porto, vários adolescentes meninos se divertiam, de vez em quando suas gargalhadas sonoras perturbavam os ouvidos do jovem navegante. O Byun desceu lentamente pelas escadas e buscou o mercado de peixes, quase tudo o que estivera comendo desde que iniciou aquela viagem fora peixe e frutos do mar, sentia falta da carne, dos legumes e das frutas. Saudade de comida de verdade.

O ar era quente e agradável e o céu azul era limpo e convidativo, fazia o Byun querer voar por ele com a máquina grande e monstruosa que ganhara de Oh Sehun. Era basicamente um grande mecanismo feito com ferros de ouro e prata, com asas semelhantes aos de uma galinha, rodas pesadas, um minúsculo assento, tiras de couro para proteção e um guidão que servia de segurança. Oh Sehun era o melhor inventor que já tivera o prazer de conhecer. No dia de seu aniversário ele lhe presenteou com uma máquina capaz de voar.  

Ao longe os feirantes gritavam a plenos pulmões, trazendo clientela a suas barracas.

– Ei, navegante! – Um homem alto e corpulento que carregava dois sacos de batatas nas costas chamou sua atenção. – Para onde está indo?

O homem fedia como os diabos, tinha uma longa barba ruiva, cabelos brancos sobre a cabeça brilhante e uma cicatriz profunda marcava o início de sua testa e descia em linha reta por seu olho, passando pelas pálpebras e acabando pouco antes de lhe chegar às bochechas. Sua voz era firme e destemida, carregada do típico sotaque de homem do campo. 

– Estou indo para as Ilhas Fidji, é lá que termina a minha viagem.

– É mió tomá cuidado, essas água tudo tem monstro.

– Quem lhe disse tal tolice?

– Acho mió cê falá com o jovenzinho dos cabelo azul, o curandeiro dessa terra. Ele te explica mais que eu o que tem nessas terra e mar.

– Onde eu encontro este curandeiro?

– Ele vive na cabana vermelha, numa praça que faz fronteira com a ilhazinha. O nome da placa de lá é Firecrest.

O grandalhão partiu sem dizer mais nada, sequer ouviu o seu obrigado. Baekhyun ajeitou suas vestes, posicionou melhor seu chapéu sobre a cabeça e pôs-se a andar pelo mercado de peixes. Deu duas moedas de ouro para seu oficial cuidar do navio e partiu por entre os carregadores de legumes e pescadores, prometendo voltar antes do entardecer. Não conhecia aquelas terras de tijolos amarelos. Era um desafio chegar até o índio dos cabelos azuis, mas estava destinado a chegar. Ficara intrigado com os dizeres do grandalhão. Se naquelas águas existiam mesmo os tais monstros, talvez pudesse existir também incontáveis tesouros, e o oceano é o melhor lugar para procura-los.

Havia uma pequena estradinha de terra com placas de sinalização. Ela estava repleta de homens e mulheres carregando enormes sacos de algodão, alguns levavam sobre as costas e outros sobre a cabeça, com panos vermelhos ao redor. Baekhyun caminhou por entre eles até chegar a placa azul com o nome Firecrest. Lá conseguia enxergar perfeitamente um pouco mais ao norte a cabana vermelha e bonita.

Caminhando mais um pouco, a alcançou e deu três toques na madeira velha e pequena. Não precisou esperar muito para dar de cara com um jovem alto, cerca de um palmo e meio a mais do que si, de pele bronzeada e feições duras, com olhos castanhos claros e cabelos azuis turquesa. Trajava apenas um longo short azul e uma corda pequena como cinto. Ele deixou a porta aberta, se sentou sobre uma cadeira de madeira e esperou pelo outro. A cabana era excepcionalmente modesta, com paredes vermelhas por dentro, duas cadeiras de madeira, um armário grande de madeira vermelha, um catre e algumas bugigangas e muitas, muitas folhas de diferentes plantas. Haviam jarros das mais diversas plantas pregados a parede. O navegante acreditou serem plantas medicinais. 

– Sou Byun Baek-

– Eu sei quem você é – Disse prontamente, recuando para dentro e dando passagem para o Byun entrar em sua cabana. – Também sei porque veio, só não sei se poderei ser útil.

– Eu vim saber mais sobre as lendas da Ilha. Estes monstros marinhos existem mesmo? 

– Existem, e não são difíceis de encontrar. Tem monstros por todas as ilhas até Fidji, o difícil é sair vivo depois de ser notado por eles. E os tesouros do mar não são para moço estrangeiro se divertir, são tesouros preciosos da nossa terra.

– Existem tesouros escondidos pelas Ilhas Fidji também? – Sentou-se ao lado do outro.

– A minha máquina diz que sim, mas eu acho difícil. Muitos navegantes vão até lá para buscar algum tesouro. Alguns não voltam, mas os que conseguem, trazem muita coisa.

– De que máquina estamos falando?

O jovem de cabelos azuis se levantou, andou até o seu armário e abriu as portas dele, revelando uma maleta de madeira. Ele a abriu e foi assim revelada uma estranha maquina com peças parecidas com as de sua máquina de voar. Um lampião dourado iluminava uma tira grossa de couro com botões de ferro de números e letras acima de uma superfície dourada de ferro que prendia o couro no lugar, um pouco mais abaixo se encontravam duas bússolas e do outro lado a maleta; à frente disto, estava uma tira de papel preta e reluzente, decorada com uma moldura de ferro também dourada.

– É com isso que eu vejo quase tudo.

– Qual é o nome desta máquina, menino?

– Eu só chamo de máquina, mas meu avô chamava de computador.

Baekhyun sorriu, ajeitou seu chapéu sobre a cabeça e lançou um olhar furtivo ao menino.

– Qual é o seu nome, menino?

– Kim Jongin...

– O que acha de uma proposta, Jongin?

– Que tipo de proposta?

– Se você me ajudar a chegar às Ilhas Fidji e me ajudar a localizar os tesouros, o recompensarei com moedas de ouro e uma máquina de voar. É um tanto parecida com esta sua máquina, só que maior.

– Está se esquecendo dos monstros.

– Sim... Pode ver em sua máquina como despista-los ou até mata-los?

– Posso, mas isso não vai sair barato, quero o bastante para comprar comida para a aldeia toda.

Um aperto de mãos foi dado e o acordo estava selado. Jongin não demorou muito tempo arrumando suas coisas para partir para o navio de Baekhyun. Levou consigo duas camisetas, quatro bermudas azuis, alguns ramos de plantas e sua maleta com a tão famosa máquina pesada e difícil de carregar.

O jovem era um bárbaro, deveria ter seus dezesseis anos, mas já tinha a desenvoltura e coragem de um índio, a julgar por sua pele e conhecimentos nas mais diversas plantas, Baekhyun chegara sozinho a conclusão de que ele era de fato. Não era muito mais novo do que si, talvez três ou quatro anos de diferença.

– Em meu navio talvez você encontre aparições incomuns, nada que deva se preocupar.

– O que quer dizer com isso?

– Eu comprei esse navio de um pirata, muitas almas vagueiam pelo convés a procura de diversão e bebidas. Os ignore, eles normalmente riem de nós.

– Não se preocupe com isso, sou eu quem mantem vivo os espíritos dos índios na aldeia perto de Firecrest.

– Interessante...

Baekhyun andou apressado até o porto, ajudou a subir os objetos de Jongin e os próprios logo após.

– Minseok, retire as âncoras, estamos de partida.

– Mas já? – Jongin perguntou.

– Não quero perder tempo.

x
 

A viagem até a ilha de galápagos fora tranquila. Jongin passava a maior parte do tempo no escritório de Baekhyun, vendo e anotando tudo o que sua máquina lhe dizia e mostrava. Haviam feito vários desvios por entre a ilha, fugindo dos mais diversos monstros que Jongin fazia questão de sentar e contar detalhadamente a história para o outro.

Embora Baekhyun muito quisesse confrontar um monstro marinho, o Kim o dizia ser perigoso demais, além do mais, não tinham arma alguma contra eles. Mesmo que existissem arpões e canhões no armário secreto dos antigos piratas, aquilo não seria o bastante.

Jongin demonstrava uma curiosidade excepcional pela navegação e a história dos piratas, assim como a história muito peculiar do navegador. O navio era excêntrico e escuro, tipicamente de um bom pirata. Baekhyun não pagara muito a comprar de segunda mão de um filho caolho de um pirata morto. Seu nome era Jack Danys, e mesmo que soubesse muito pouco a seu respeito, tinha ciência de que ele resolvera se aventurar pelas montanhas de minério atrás de sua riqueza.

Fora um tolo, seria muito mais rico se continuasse a ser um pirata.

O Byun descobriu muito sobre o jovem dos cabelos azuis. Ele era tido como o famoso curandeiro e sabe tudo de seu povo. Seu avô era um inventor, assim como Oh Sehun.

Embora ele parecesse muito mais jovial, era apenas um ano mais novo que Baekhyun. Sua pele de aparência macia e seu rosto com muitos contornos fortes se dava ao fato de ser um quase índio. Ele afirmou que quase todos em sua aldeia possuíam essa peculiaridade, assim como afirmou também ter aprendido o inglês, a língua universal, com seu avô, que aprendera vendo e trabalhando com os donos de fazendas.

Jongin era um homem, não um menino como o Byun pensara. Um homem de vinte e dois anos de idade e um conhecimento sobrenatural acerca de quase tudo que estava a sua volta. O navegador poderia até jurar que ele era algum tipo de mago ou bruxo. O vira conversando com hortaliças e atuns na cozinha antes de prepara-los em um almoço delicioso.

x

 

Em um dia de muito calor, ainda em galápagos, Baekhyun ria animadamente com Jongin no salão de bebidas. Todos os operários haviam sido dispensados. A iluminação estava fraca, mas servia perfeitamente para ambos.

– Você aparenta ser muito mais novo, mas tem quase a minha idade. – O Byun serviu uma dose de rum para si mesmo e um copo de cerveja para o outro.

– Eu devo tudo a minha descendência, índios envelhecem mais devagar – Olhou o copo a sua frente. – Eu não bebo, Baekhyun.

– Você já bebeu alguma vez?

– Nunca.

– Então vai gostar disso – Tomou o copo de cerveja para si e serviu uma dose de menta para o outro, empurrou lentamente o copo na direção de Jongin e sorriu. – Ao menos experimente, é muito bom e você precisa aprender a beber, isso nos torna homens. – Depois de várias insistências por parte do Byun, Jongin finalmente se dispusera a beber, e tomara o gosto rapidamente, a bebida era deliciosa.

– Eu pensei que, na sua idade, os índios faziam seus rituais para se tornarem homens e casarem.

– E fazem, mas eu sou diferente.

– Diferente? Como?

Jongin, por livre e espontânea vontade, serviu-se de mais uma dose de menta, com os dedos tremelicando divertidamente. Havia gostado da bebida doce e altamente alcoólica. Na terceira dose, preparando-se para conversar, sentiu-se tonto e alegre.

– Primeiro, o meu avô não foi de fato um índio comum, ele se envolveu com donos de fazendas e se tornou um inventor, trazendo coisas novas à aldeia que futuramente o expulsou. Com o nascimento do meu pai e seu casamento, a família voltou a fazer parte da aldeia, mas novamente fomos expulsos porque meus pais morreram e eu desenvolvi um amor platônico pelo caçador mais bonito da aldeia. Meu avô então se dispôs a cuidar de mim na cabana – Fez um longo silêncio, encarando seu copo já vazio. – Peço que compreenda e não me entregue às autoridades. Um índio sodomita não lhe causará problemas, nem aos operários, eu juro.

– Lamento a sua perda... Mas brindemos aos amores platônicos. Eu mesmo tive vários e o último me trouxe até este navio – Serviu-se de mais um copo de cerveja e brindou oferecendo outra dose ao outro. Jongin não escondeu sua surpresa, brindou sorrindo e esperou ansioso para ouvir mais. – Seu nome era Sehun, um coreano que conheci nas Ilhas Maldivas. Ele disse que fugiria comigo para alguma ilha não muito habitada se eu o presenteasse com muito ouro.

– Agora entendo porque está nessa viagem. – O Byun sorriu largo.

 

A conversa tímida que iniciaram se prolongou até as risadas altas ecoarem pelo salão e tudo se transformar em algo alegre e distorcido. Era evidente que ambos não sabiam beber, cinco doses e estavam cantando juntos músicas improvisadas, quase sem letras. Jongin ergueu a mão para saborear o gosto do rum e acabou por derrubar a garrafa em Baekhyun. O liquido lhe ensopou a camisa e as calças e a garrafa se quebrou quando caiu no assoalho. Jongin levou um susto e tentou agarrar os vidros quebrados no chão, mas a mão de Baekhyun o parou antes mesmo que conseguisse.

– Me desculpe.

– Não toque nisso, vai se machucar. – Apressou-se em tira-lo dali.

Baekhyun levantou-se cambaleante, ainda rindo baixinho. Ele segurou o outro pela cintura e o puxou para o outro lado, distante dos cacos de vidro sobre o chão, mas acabaram caindo. O Byun gemeu baixinho quando sentiu o assoalho duro ás suas costas e o moreno sobre si. Jongin se apressou em pedir desculpas mais uma vez, mas o outro o calou com um sorriso. Por minutos permaneceram assim, olhando e analisando cada traço do rosto um do outro. O índio dos cabelos azuis era realmente bonito, com traços fortes e firmes e uma pele bronzeada que lhe faziam pensar em tardes ensolaradas. Seus lábios lhe chamavam atenção e deixavam sua mente nublada e tempestuosa.

Qual seria o seu gosto? Baekhyun cortou a distância que separavam seus lábios dos alheios e os selou em um toque quente e envolvente. Durou apenas alguns segundos, mas fora o bastante para fazer Jongin suspirar e quase se entregar, querendo mais do que um simples contato.

Nunca fora beijado.          

Envergonhados, levantaram-se silenciosos.   

– Não se preocupe com isso, alguém virá limpar mais tarde.

 

x

 

Fora em um dia de muita chuva, na Ilha de Mangareva, que tudo aconteceu.

A chuva forte e seus estrondosos trovões ecoavam por todo o convés. Baekhyun pretendia permanecer em seu escritório, tomando uma boa xícara de chá de baunilha e morangos, se escondendo entre cobertores quentes, mas Jongin entrou em seu escritório sem bater ou pedir licença.

– Com licença, Baekhyun. Acho que deveria saber que Kraken foi localizado a alguns metros de distância, mas eu dei ordens para o navegador responsável por hora, desviar dele, dando meia volta e seguindo ao sul.

– Kraken?

– Nunca ouviu falar de Kraken?

– Não. – Jongin sorriu, fechou a porta atrás de si e sentou-se ao lado de Baekhyun.  

– Ele é como um polvo negro, gigante e monstruoso, responsável por engolir um enorme navio e massacrar milhares de embarcações. – Baekhyun deixou sua xícara sobre a cama e, nitidamente tenso, agarrou a mão alheia.

– Porque está me falando isso com tanta tranquilidade? – Jongin riu.

– Não se preocupe, eu já cuidei de tudo.

Distraídos conversando sobre os planos nada confiáveis de Baekhyun, eles perderam a noção do tempo. O navegante contava ao garoto de cabelos azuis que planejava viajar pelas ilhas a procura de riquezas, trocando meia dúzia de moedas por diamantes e grandes pedras de ouro, o que certamente era uma bela enganação. A maioria dos trabalhadores de minas e montanhas de minério sequer faziam ideia do real preço de um belo diamante e uma pedra de ouro. Baekhyun era de fato um falastrão. Meia hora depois, do lado de fora do navio, na proa, um amontoado de operários era levado a checar os estranhos barulhos que vinham dali.

Um monstro surgiu pela traseira do navio, lançou um enorme tentáculo à proa e, ferozmente, com seus olhos negros, ameaçou subir mais no navio. Os operários de Baekhyun, já amedrontados e ferozes por suas vidas, resgataram as armas dos piratas e lançaram arpões. Um deles feriu o animal monstruoso no olho, perfurou sua carne e ultrapassou sua cabeça enorme. Jatos de tinta negra mancharam o navio e os operários já gritavam chamando Baekhyun aos berros. O sangue negro da coisa amedrontava a todos. O navio balançava conforme as ondas violentas e os trovões ecoando no céu pareciam ser as últimas cenas que eles veriam em vida.

O enorme polvo ficou furioso, com dois tentáculos firmes agarrou um dos arpões lançados contra si e o quebrou.

Algo semelhante a um rugido vinha de dentro dele. Ele lançou a parte da lança em um operário loiro e magricelo que a teve perfurada em seu crânio. Caiu sobre o chão, segundos depois, sem vida e ensanguentado. Um tentáculo ultrapassou o convés e agarrou o chefe da tripulação pela cintura, a criatura o sacudiu a quatro metrôs de altura. A chuva aumentava cada vez mais, molhando todo o piso de madeira e tornando ainda mais difícil aquele conflito.

Baekhyun, armado com sua espada, escorregou em uma poça de tinta e paralisou quase que completamente ao ver Henry, seu chefe de tripulação, ser sacudido no ar por uma criatura enorme e furiosa.

Um arpão voou em sua direção e fincou no assoalho de madeira, ele quase pôde senti-lo raspar em suas costelas. O restante dos operários, exceto os que, amedrontados, fugiram navio adentro, lançavam canhões a todo momento. Depois de libertar um grito de horror, buscou Jongin, se escondendo do polvo.

– Jongin! Nos ajude.

Ele demorou a aparecer, mas logo surgiu entre a chuva forte com um lampião na destra e mais uma de suas invenções na mão esquerda. Essa o Byun já havia visto no salão de invenções de Sehun, ele a chamava de arma de fogo. Era uma mistura de madeira escura e muito pesada e engrenagens douradas. Quando tivera o prazer de ver, o Oh lhe mostrava cada parte do mecanismo, desde o gatilho à roleta, desde a bala que é inserida nela à limpeza que deve ser feita e como mirar precisamente.

– Saia da frente, Baekhyun.

Sem dizer nada o navegante obedeceu. O som que ecoou pelo oceano fora estrondoso e certeiro, Baekhyun teve certeza de que se lembraria dele para o resto da vida, tamanha fora sua força e altura. Jongin havia atirado na monstruosa criatura. O polvo fugiu furioso para o fundo do mar, mas levou consigo o chefe da tripulação.

– Todos para dentro. – Berrou, vendo seus seis homens restantes correrem para dentro, possivelmente para o salão de bebidas, onde bêbados gritariam a noite toda a respeito da monstruosa criatura.

– Eu disse a Leonard para não seguir por esse caminho!

– Agora é tarde, Jongin. Para dentro, quero todos a salvo.

O homem dos cabelos azuis não questionou, seguiu quieto para dentro do navio, mas não se juntou aos outros, rumou para o quarto de Baekhyun a passos firmes e decididos.

– O que pretende fazer?

– Tenho algo a dizer.

O navegante o seguiu calado, entrou em seu quarto, fechou a porta e sentou-se sobre a cama, esperando o outro começar a falar. Quando Jongin pôs-se a sua frente, pronto para começar a falar, congelou. Seu rosto tornou-se pálido e sua expressão era amedrontada.

– Você está sangrando!

– O que? – Primeiro olhou suas mãos, depois seus pés, estavam intactos e sem manchas de sangue.

– Onde você guarda os instrumentos de primeiros socorros?

– No armário de toalhas, à direita, mas… – foi então que subiu seu olhar para seu abdômen.

Sua camisa branca estava encharcada de sangue, assim como parte de seu casaco azul e pesado, ambos molhados pela chuva na região dos ombros.

Jongin pegou a pequena maleta de madeira de primeiros socorros e olhou rapidamente para o chão sujo, haviam pegadas de tinta preta e respingos de sangue pelo caminho por onde viera. Quando fez menção de subir sua camisa e olhar seu ferimento, Jongin agarrou sua mão e lentamente a colocou sobre a cama. O mais novo deslizou o casaco pesado sobre os braços de Baekhyun até retira-lo, depois ocupou-se em levantar a camisa do mesmo e o fazer segurar, de modo que assim pudesse ver melhor o ferimento.

Era pior do que pensava. A lança rasgara sua pele um palmo abaixo do peitoral, no lado esquerdo. O corte deveria ter sete centímetros e três milímetros de espessura. Sangrava bastante, principalmente quando o abdômen se contraia de dor. Baekhyun estivera em choque, por isso sequer notara o corte e a dor, mas bastou descobri-la para franzir seu cenho e gemer sôfrego.

– Chame Minseok, Jongin. Ele saberá o que fazer. – Segurou sua mão, por pouco não implorando. A dor que passou a sentir era intensa e agoniante.

– Eu cuido disso. – Disse firme.

Jongin limpou o ferimento com uma garrafa pequena de bebida destilada. Baekhyun grunhiu e apertou os ombros largos e firmes do outro a sua frente, descontando sua frustração e dor, mas isso não impediu o mesmo de secar o ferimento e limpar ao redor com uma manta macia e branca. Ele analisou o corte e, vendo-se sem possibilidades, correu seus dedos a maleta de primeiros socorros em busca de algo que possa o ajudar nas dores. O Byun não aguentou mais ficar sentado e inclinado, deitou-se sobre a cama e gemeu de dor ao tencionar o abdômen que sangrava em abundância.  

– Baek… eu preciso lhe dar algo para a dor, ou então não conseguirei lhe dar pontos...

– Pontos? Nem pensar! – Tentou levantar-se, mas a dor aguda o fez voltar a deitar-se. – Chame Minseok, ele é-

– Eu sei o que estou fazendo, me deixe ajuda-lo, Baek – algo em seu olhar preocupado fez Baekhyun ceder e concordar silencioso.

Jongin foi apressado, introduziu o líquido na seringa e o injetou no braço direito do Byun. Baekhyun franziu o cenho desgostoso com a picada, mas enfim teria um alivio para a dor. Quando o remédio fez efeito, o corte fora perfeitamente limpo e tratado, costurado com perfeição pelas mãos de Jongin.

A maleta de primeiros socorros não continha láudano, por isso Jongin tivera de usar morfina mais duas vezes. Baekhyun não se queixava de dor e conseguia comer e usar o banheiro sem problema algum. Jongin também ficara responsável por sua comida, tornando-a mais rica em proteínas e tudo o que ele precisava.

No terceiro dia, o navegante parecia muito melhor. Tomou todo o ensopado e se banhou sozinho, no entanto, os efeitos da morfina estavam evidentes, suas pupilas dilatadas pareciam lhe devorar enquanto trocava o curativo do abdômen ferido.

– Você é muito bom nisso, Jongin.

– Obrigado, eu sou realmente um bom curandeiro, admito. Aprendi com muita garra os ensinamentos do meu avô.

– Acho que Minseok não teria cuidado tão bem assim de mim.

Jongin se manteve em silêncio, pigarreou baixinho e assentiu, continuando a trocar o ferimento.

– Você está diferente, Jongin – Baekhyun lhe segurou pelo pulso. – Porque está assim? – o puxou para mais perto, o que quase o fez cair sobre si.

Jongin apoiou-se com os braços ao redor dos ombros de Baekhyun, uma das pernas ao redor de seu quadril e outra no meio de suas pernas. O Byun precisou abrir um pouco suas pernas para acomoda-lo ali. Sorrindo ao ver o rosto vermelho a sua frente, Baekhyun acariciou o maxilar bem delineado. 

– Não precisa ser tão cuidadoso, eu não estou sentindo nada.

– Baekhyun, eu acho que-

– Shhh... Fiquei quieto.

Baekhyun não esperou por uma resposta, seus dedos rápidos agarraram a gola da camisa que o Kim usava e o puxou para perto. Seus lábios selaram os alheios e Jongin vibrou.

Jongin levou um belo susto pela atitude repentina, mas não o repreendeu ou interrompeu, retribuiu Baekhyun e passou a mover seus lábios lentamente, sentindo a maciez carnuda contra seus lábios. O beijava lento, mas com vontade, ficara excitado com a atitude, seus lábios pediam mais desde o incidente no salão de bebidas.

Os dedos agora extremamente fortes de Baekhyun cravaram-se na cintura fina que, conforme o beijo se intensificava, passava a se ondular involuntariamente.  

Era claro que a morfina o deixava mais extasiado, suas pupilas dilatadas denunciavam isso. Jongin sentiu-se sujo por condizer com aquilo, era certo que desejava novamente ser beijado pelo navegador, mas reconhecia ser a hora errada. Quando separou os lábios, sentiu os cabelos de sua nuca serem puxados e a mão de Baekhyun trazer seu rosto para mais perto, na vaga intenção de juntar novamente os lábios.

– Eu não devia ter feito isso. – Confessou o moreno.

– A culpa é minha – Baekhyun levou sua mão ao maxilar alheio e acariciou ali, contornou os lábios fartos e agora vermelhos com seu dedo e sorriu de canto.

Antes que Jongin pudesse dizer algo, seu corpo já estava deitado sobre a cama e Baekhyun já estava sobre si, passando a lhe beijar ternamente na bochecha.

– Baekhyun! Você precisa descansar...

O Byun não lhe deu ouvidos, segurou firme as mãos alheias acima de sua cabeça e desceu seus lábios pelo maxilar de Jongin, beijando-o e mordiscando a região até se sentir satisfeito o bastante e arrastar seus lábios até o pescoço cheiroso. O Kim arqueava as costas e Baekhyun ondulava seu quadril, ansioso por sentir o membro dele abaixo da sua. Quando o moreno abriu mais suas pernas, dando total liberdade, Baekhyun pode ouvir um gemido baixo e lânguido se desprender de seus lábios. Sua excitação era evidente e um tanto escandalosa, estava derretendo sob os braços fortes do navegador, tremendo e mordiscando os próprios lábios. Baekhyun estava lhe enlouquecendo, e se continuasse, os resultados seriam desastrosos.

– Baek… Você ainda não se recuperou. – Depois de tomar fôlego, disse baixinho entre um suspiro ou outro.

– Não se preocupe comigo, Jongin. Se preocupe apenas com você – com sua destra colocou as pernas dele ao redor de sua cintura, passando assim a senti-lo com mais intensidade. Enquanto deslizava suas mãos por dentro da camisa alheia, sentindo a pele macia se arrepiar, ondulou seu quadril e gemeu baixinho pelo atrito, seu membro teso era apertado por suas calças. – Eu quero ouvir você gemer, Jongin...

– Eu estou enlouquecendo, Baek… – com força, agarrou-se aos ombros nus de Baekhyun e passou a mover seu quadril desajeitadamente também de encontro ao outro.

O atrito bruto e repentino fez o menor rir sem som e retirar a camisa do outro. O Byun aproximou seus lábios dos alheios, deixando-os perto o bastante para se tocarem enquanto falava.

– Vou te fazer sentir o melhor prazer de todos, Jongin.

Depois de sentir a pele macia do abdômen de Jongin contra seus dedos, deslizou os mesmo até o short azul que ele usava, agarrando seu membro desperto e o fazendo gemer alto. Seus movimentos lentos o fizeram agarrar-se a sua nuca e puxar seus cabelos.

 

Seu corpo estava quente, queimando por inteiro de forma dolorosa, mas Baekhyun parecia se divertir e tirar proveito disso. Enquanto olhava em seus olhos, sentia como se pudesse ser engolido de uma só vez, tamanho prazer e excitação eram esboçados.

Jongin se segurou aos lençóis da cama quando seu short fora retirado e os lábios de Baekhyun passaram a descer por entre seu abdômen, beijando, mordendo e chupando cada parte, sentia a ardência deixada em sua pele, as marcas seriam visíveis quando terminassem. Quando os lábios finos chegaram ao seu membro, seu corpo vibrou novamente e seus dedos involuntariamente seguraram os fios lisos e macios enquanto era beijado ali.

Baekhyun lambeu da base até a ponta, massageou toda a extensão com seus dedos e o colocou todo na boca, passando a chupa-lo de forma lenta e agonizante, o que durou longos e prazerosos minutos. O navegador estava certo, o índio nunca sentira prazer tão grande, seus gemidos eram altos, sua respiração descompassada e suas mãos estavam incertas do que fazer. Com cuidado para não tocar no curativo do abdômen machucado, Jongin trouxe os lábios alheios para perto dos seus novamente, os selou em um beijo urgente ou se derreteria nos lábios macios. Seus dedos desajeitados tiveram ajuda para retirar as calças do outro e, quando finalmente ambos estavam nus, os olhares intensos foram distribuídos aos corpos expostos. Devoraram um ao outro.

– O que vai fazer, Baekhyun?

– Vou toma-lo para mim.

– Mas... e quanto a Sehun?

– De que me vale um amor avarento e soberbo? – Acariciou o rosto de Jongin com ternura.  – Eu me esqueço dele ao seu lado. Fique comigo ao menos por hora, eu irei faze-lo se sentir bem e não o forçarei a nada. – O moreno sorriu, retribuindo as caricias e concordando silencioso.

– Me tome para si.

Baekhyun não precisou ouvir mais, fora distribuindo caricias gentis pelo corpo de Jongin até por fim tocar em sua intimidade. O moreno segurou sua mão em um ímpeto, mas a deixou quando fora tranquilizado.

– Vai doer um pouco no começo, mas será bom, eu prometo.

Depois de ver o outro concordar, o Byun colocou três de seus dedos na boca de Jongin, que entendeu de imediato e se pôs a lambe-los. Gemeu baixinho imaginando como a boca carnuda lhe chuparia gostoso, de certo a aproveitaria mais tarde, em alguma oportunidade que com toda certeza faria questão de ter. Quando o penetrou com seus dedos, com calma, um após o outro, o sentiu contrair-se e o ouviu reclamar. Devagar o fizera se acostumar e sentiu-se satisfeito o bastante quando o gemido deleitoso de Jongin ecoou pelas paredes.

 

Baekhyun massageou seu próprio membro teso e gotejante, necessitado de atenção, seu pré-gozo se misturou a um pouco de saliva e só então, depois de deixa-lo molhado o bastante, penetrou Jongin.

O desconforto fora grande, mas o navegador fora rápido para não o fazer sofrer tanto. Após alguns minutos, o próprio Kim estava movimentando-se lentamente em agonia com os movimentos lentos de Baekhyun.

Gradativamente, conforme os movimentos se intensificavam, os gemidos ficaram mais altos, as respirações mais descompassadas e os corpos orvalhados de suor. O choque entre os corpos era ouvido através dos quartos, onde beberrões discutiam com doses de cerveja e rum. Lá dentro o clima tornava-se escaldante e malditamente prazeroso. Jongin sequer imaginava tamanho prazer, era atingido em sua intimidade por vezes e a força e a velocidade de Baekhyun deixava sua mente nublada, lhe fazia morder os próprios lábios e arranhar as costas brancas e sem marcas sem dó. Se esquecera de que o outro sequer poderia fazer esforço, e o mesmo sequer se importava.

O Byun não sentia dor alguma, seu membro sendo apertado pelo canal do moreno o fazia delirar e se esquecer de tudo. Trocando caricias urgentes, deleitaram-se um no outro até finalmente se desfazerem naquela cama barulhenta. Quando se deitaram um ao lado do outro, normalizando as respirações, Baekhyun capturou as mãos morenas e depositou um beijo em cada uma.

– Eu não tenho uma casa, Jongin... Mas tenho um bom navio e algumas moedas de ouro. Eu ficaria feliz se decidisse morar comigo aqui, ou ao menos me visitar se eu decidir viver no porto de sua Ilha. Vou manter minha promessa e lhe dar todo o outro que precisa para ajudar todos de sua aldeia.

O moreno o olhou, aninhou-se sobre os braços fortes e sorriu dando-lhe as respostas que poderia lhe dar. 



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